Bela Lima 31/08/2016Os primeiros capítulos ate a participação de ativa de Eli não são grande coisaAuden é completamente focada nos estudos. No começo, tirar notas altas foi a forma que ele encontrou de chamar a atenção dos pais, que estavam muito concentrados no filho irresponsável que não parava em casa e nas próprias disputas de quem era mais sucedido, para prestar atenção na filha. Quando Auden percebeu que somente o contrario provocaria uma reação, ela já estava acostumada a ser a melhor. E sem pais.
“A vida é cheia de percalços. Você falha algumas vezes. É um requisito da existência humana.”
Ao receber um convite de sua madrasta para passar o ultimo verão antes da faculdade em Colby, numa pequena cidade litorânea, e para que conhecesse sua meia-irmã recém-nascida, Auden aceita querendo se ver um pouco livre de sua mãe e de seus alunos que vivem passeando por sua casa.
Mas viver com seu pai e Heidi não se mostra nenhum pouco mais fácil, não quando a pequena Thisbe, apelidada carinhosamente de Isby, não sabe fazer mais nada do que chorar e seu pai trancafia-se dia e noite no escritório escrevendo e deixando tudo para Heidi resolver.
“Porque você não quer que O MELHOR DE TODOS OS TEMPOS seja apenas uma coisa para sempre. Você tem de ter um montão de ótimos momentos, cada um superando o outro.”
Na primeira noite que fica lá, Auden acaba aos amassos com Jason, arrependendo-se logo depois por agir que nem sua mãe. Principalmente quando descobre que ele é o ex-namorado ainda não superado de Maggie, uma vendedora que trabalha na loja de Heidi, e que Auden arruma um trabalho de verão como contadora.
E, sem perceber, Auden percebe que sabe mais das pessoas daquela cidade do que queria inicialmente. Todos os dramas e acontecimentos. E se vê envolvida neles mais do que gostaria, ouvir as brigas do seu pai com Heidi já são suficientes, quando começa a conversa com Eli, um cara que não conversava com ninguém desde um acidente. E que com Auden começa ate a sorrir!
“-Isto – eu disse – não é um restaurante.
-Eu não disse que era um restaurante – Eli falou.
-Você não disse que era uma lavanderia – retruquei.
-Verdade.”
Como ambos têm insônia, eles começam a se conhecer e sair depois da meia noite, sem se preocupar com o que os outros pensam sobre isso, compartilhando café e torta. São apenas eles. Não é um garoto que sofreu um acidente e se culpa por está vivo. Não é uma garota sem amigos e sem nenhuma experiência social que se culpa por não ter conseguido manter os pais juntos. São apenas eles e a noite.
“Este era um dos lances da noite. Coisas que seriam estranhas à luz brilhante do dia não ficavam tão estranhas assim que passava de certa hora. Era como se o escuro atenuasse tudo de alguma maneira.”
Os primeiros capítulos ate a participação de ativa de Eli não são grande coisa, a história estava boa, mas não cativava completamente, apenas após ele aparecer as coisas deram uma guinada e foram para frente.
O livro fala sobre família, amizade, perdão, recomeços – algo bem típico do verão, com toda essa historia de amor de verão que conhecemos tão bem – e, principalmente, sobre ser você mesmo sem ligar para a opinião dos outros. Que você não precisava ser uma cosia ou outra, mas ser apenas você, como quiser e desejar sem se preocupar se combina ou não.
“É algo terrível quando alguém deixa você, pavoroso. Você pode seguir em frente e fazer o melhor possível, mas, como Eli tinha dito, o fim é um fim. Não importa quantas páginas de sentenças e parágrafos de histórias maravilhosas tenham levado até ele: sempre haverá uma última palavra.”
Para mim, O Caminho do Verão foi o caminho que Auden tomou, errando e acertando, enquanto tinha medo e não sabia o que fazer justamente pelo medo de não saber aquele caminho era o certo, rumo ao amadurecimento e ao seu verdadeiro eu.
site:
http://sougeeksim.blogspot.com/2016/08/resenha-caminho-do-verao.html