Aprendi com Jane Austen

Aprendi com Jane Austen William Deresiewicz




Resenhas - Aprendi com Jane Austen


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Clara T 19/06/2022

Para os Austenitas
Que existe uma comunidade muito grande que idolatra as obras de Jane Austen e outra talvez até maior que acha ela uma chata que escreve livros bobos e pedantes sobre amor, não vamos discutir.
O autor deste livro parte de uma premissa como essa e mostra uma análise crítica das obras da Jane Austen refletindo sobre o impacto que este aprendizado representou em sua vida.
Para mim foi difícil concluir a leitura porque percebi que deveria ter lido todos os livros dela, para acompanhar o texto. Só que a maioria eu li mais de uma vez, na língua original e traduzido para português, com exceção de Mansfield Park. E quando parei para ler Mansfield Park fiquei bastante frustrada como a autora conseguiu me enganar e a leitura deste livro não estava me ajudando.
No fim, gostei dos relatos pessoais mas gostei muito mais das avaliações das motivações de Jane Austen, seus dados biográficos que deram suporte (não li nenhuma biografia, mas conhecia alguns dos fatos) e das passagens escolhidas para serem avaliadas.
Não é um romance bobinho derivado de obras de Jane Austen para ser lido como se fosse um romance de época pelo ponto de vista masculino.
Não é um livro acadêmico descrevendo detalhadamente aspectos analisados das obras de Jane Austen.
Não é um livro para ser lido por quem gosta de romance de época (Jane Austen não é um romance de época é um romance vitoriano).
Mas é um livro que deve agradar aos Austenitas, a grande comunidade de pessoas que conhece todas as obras e admira a escrita de Jane Austen.
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Sarah 23/01/2021

Amar Jane Austen é uma coisa muito fácil para mim, ela sempre esteve presente na minha vida mesmo quando eu não sabia que um filme de romance como O diário de Bridget Jones que eu amava desde minha adolescência foi inspirado em Orgulho e preconceito.

Então foi uma experiência interessante (e às vezes frustrante) conhecer o outro lado da moeda, uma pessoa que literalmente desprezava a autora ir aos poucos se apaixonando por sua escrita e levar para a vida do cotidiano as reflexões inspiradas durante a leitura de seus livros.
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Biblioteca Álvaro Guerra 11/10/2019

Aqui estão as memórias de um professor que, quando jovem, foi transformado pela literatura de Jane Austen. Seja com a impetuosidade de Elizabeth, de Orgulho e preconceitos, ou com a prudência de Elinor, de Razão e sensibilidade, William Deresiewicz - da mesma forma que essas personagens - amou, errou e sonhou. E aprendeu muitas lições.

Empreste esse livro na biblioteca pública

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788532526816
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Nan 14/01/2018

Diferente do que eu imaginava
Acabei de terminar a faculdade e queria começar o mestrado. A grande dúvida é: sobre que autor estudar? Jane Austen, claro, sempre esteve no páreo. Mesmo que eu só tenha lido o romance Orgulho e Preconceito, ainda, e pretenda ler Emma esse ano. O problema é que por Austen ser muito querida, tenho medo de não conseguir desenvolver nada inovador sobre ela. Então, fiz uma lista com vários clássicos da literatura inglesa e da americana, e vou aproveitar a calma que 2018 aparentemente me trará para tentar chegar a uma conclusão. Indicações são bem-vindas, inclusive.
Por que estou contando tudo isso? Simples. Ao ler a sinopse do livro de William Deresiewicz, achei que ele poderia ser de grande ajuda, já que falava essencialmente da época em que ele estava fazendo sua pós-graduação e de como ele escolheu Jane Austen como uma das autoras que ele estudaria, e também, sobre as coisas que ele havia aprendido com cada um dos seis romances dela. Mencionando também, algumas das histórias inacabadas durante o processo.
Comecei a leitura na primeira madrugada do ano, pois estava impossível dormir com a comemoração dos vizinhos, e claro que eu não iria reclamar de barulho no dia da virada. Então, fui para a sala, o local mais silencioso do apartamento, e comecei a ler. E parecia que o autor estava falando diretamente comigo! Em uma mistura de biografia própria e de Jane Austen, mais uma análise crítica das obras e muita opinião e comentários, Deresiewicz parecia estar dando dicas de como mudar minha vida. Ainda mais porque ele estava falando sobre um assunto que me interessava muito: independência.
Sobre como ele precisou de um livro para que finalmente acordasse para a vida e percebesse que aos 28 anos, não era capaz de fazer absolutamente nada sozinho. Ele deu um exemplo bobo, comprar shampoo, e eu ri demais lembrando de mim mesma, no começo do ano que tinha acabado de passar, enfrentando situações parecidas. Eu me identifiquei na hora com os dois primeiros capítulos do livro que eram sobre a importância do cotidiano (Emma) e amadurecimento (Orgulho e Preconceito) e foi como se o autor estivesse, de fato, dirigindo-se a mim. Era como uma conversa entre amigos no dia do Réveillon que até me ajudou a organizar melhor as minhas resoluções para 2018.
Passado esses dois capítulos, a magia foi diminuindo. Parei de me identificar com o autor e a vida dele não estava mais tão interessante. Os aprendizados também não, e ele começou a fazer julgamento de muita gente com quem ele andava e as comparações com os romances pararam de fazer sentido para mim. No entanto, no meio dessa enrolação toda, ele conta um pouco das narrativas das outras obras e analisa os personagens e situações, e te deixa bem mais animado para lê-las. Não que eu já não estivesse, mas minha curiosidade aguçou tanto que eu pensei muito seriamente sobre modificar toda a minha meta de leitura desse ano (no final, vou acabar não seguindo à risca mesmo, como sempre, mas deixa para lá lol).
Já no final do livro, o autor começa a falar sobre como Jane Austen enxergava o romance (romântico mesmo, não as obras :P) e como ela o colocava em suas histórias. Achei uma das partes mais interessantes, porque ele fez uma análise de como, apesar de suas heroínas sempre terem um final feliz, todas elas (e os heróis também) tinham que passar por um processo de amadurecimento para entender o amor, e que só quando isso acontecia é que o romance tinha um bom final, os personagens se entendiam e dava tudo certo. Ele explicou que ela tinha uma visão mais racional do amor, mas eu entendi mais como uma visão bem madura, de quem observa muito para enfim, aprender. Acho que ela tinha uma ideia parecida com a minha de que você precisa crescer sozinha primeiro e aprender suas lições particulares para então viver uma história de amor verdadeiro. Caso contrário, o romance estará fadado ao fracasso, porque se você não consegue nem lidar com suas questões pessoais, como vai fazer para lidar com decisões em que não só os seus sentimentos devem ser levados em conta?
Enfim, Aprendi com Jane Austen é um livro interessante e leve e eu indico se você estiver a fim de entender como os romances da autora afetaram a vida de um cara que nem gostar dela, gostava. Sobre o desenvolvimento e amadurecimento dele, baseado no conhecimento de vida dele, e com uma pitadinha de análise literária e um pouco da biografia de Austen (mas nada muito aprofundado). Mas, se você, assim como eu, estava também procurando algo mais inspirador e voltado ao processo de escrita da tese no meio disso tudo, já digo de antemão, ele até fala sobre uma coisinha ou outra, mas nada que vá ajudar de fato.


site: https://pordentrodashistorias.wordpress.com/2018/01/14/resenha-aprendi-com-jane-austen/
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PERFIL DESATIVADO - NÃO SIGA 12/07/2016

O livro é uma mistura de autobiografia, autoajuda, crítica literária e um pouco de biografia também (da Jane Austen no caso). Gostei bastante de algumas curiosidades sobre a autora e as obras dela - apesar de saber algumas - as análises das obras dela também foram muito boas, me fazendo enxergar alguns personagens de forma diferente e a narrativa do autor é bem tranquila.
Só senti falta de uma certa profundidade nessas análises e sei que a intenção do autor nem era fazer algo tão complexo, mas acabei sentindo esse anseio por algo ainda mais completo. Também acabei não me envolvendo muito na vida do autor e os problemas dele. No geral, é uma leitura válida para quem é fã da Jane Austen, e quer algo mais básico mesmo.
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Mari 13/06/2016

Resenha - Aprendi com Jane Austen
Um livro maravilhoso que faz o leitor crescer e refletir sobre a própria vida e como enxergar melhor tudo de bom que podemos absorver de um livro (ou seis) que parecem bobos, parecem apenas "romance de mulherzinha", e isso numa perspectiva de um homem que aprendeu muito com os romances de Jane Austen.

site: https://www.youtube.com/watch?v=3k0Q-oEX5pc
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Emanuelle Najjar 25/11/2014

Sinceridade?
Eu gosto muito de Jane Austen, e meu reflexo é o de sempre comprar livros que tenham a ver com a ela ou a citem de alguma forma. Eu tinha altas expectativas com esse livro, mas francamente: era um cara chato e idiota que, após descobrir Austen, tornou-se apenas um cara chato. Não mais que isso.
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Marcia Saito 02/03/2014

Interessante e tocante
O interessante de livros de retórica é que dá uma opinião literária sobre um tema que, no caso, reforça a fama da literatura da escritora inglesa Jane Austen.
Lendo um livro como esse, duas ou uma, ou você reforça sua opinião e respeito por ela. Ou dá "mais lenha" àqueles que simplesmente ignoram e odeiam esse estilo de literatura. Portanto, esse livro não é para o segundo caso.
É um livro destinado aos interessados e adoradores da literatura da escritora Jane Austen. É óbvio, com um título como esse, não?
É simplesmente genial o comparativo do impacto que essa literatura reflete sobre as mudanças na vida pessoal do autor. Fez-o repensar em sua vida, de enxergar o que realmente importava para que ela melhorasse e evoluísse. Utilizando de sua eloquência e percepção nas análises literárias, enquanto fazia suas dissertações em seu estudo de pós-gradução. Ele foi além das análises e impactou-as emsua vida, em um comparativo de como uma autora que vivera há tanto tempo atrás, ainda poderia ensinar sobre relacionamentos. A separação de cada fase pessoal para com cada livro da autora foi algo realmente interessante.
O autor complementa com informações pessoais da autora com cada livro escrito. Diz o que ocorreu em cada época da vida dela com cada livro, para explicar a contextualização de certas histórias, a motivação da criação de suas heroínas e das tramas das histórias. Deu a entender que cada livro foi um espelho dos problemas familiares, anseios e fatores externos que mudariam seu destino e modo de vida.
Algumas vezes enxergamos determinadas literaturas em 1 nível apenas e não nos preocupamos em ir além da primeira camada que ela possa oferecer. Não que tenhamos que ser providos 100 % do tempo providos de todas as opiniões possíveis a respeito.
É normal ver as pessoas pararem na 1º camada, no simples "Gostei" e "Não Gostei". Não adentram além por simplesmente não saberem expressar o que o livro ou história significou a elas de fato. Alguams vezes recheam suas resenhas ou opiniões com informações pessoais irrelevantes. Outras vezes é clara a constatação de ums simples meta ou para fazer pose de leitor "culto".
Para finalizar, se fosse utilizar do mesmo comparativo que o autor usou para sua vida, ainda espero viver "Orgulho e Preconceito", um dos livros mais românticos da autora.

site: http://torrenteliteraria.wordpress.com
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Taiany Araujo 03/01/2013

Para quem gosta de Jane Austen esse livro é um prato cheio, para quem não gosta é a oportunidade de entender essa mulher que muitos ainda não entenderam, compreender o que ela quis e quer nos dizer nos seus livros e perceber que a simplicidade é algo grandioso.
Deresiewicz nos apresenta uma nova forma de olhar para os romances de Austen, nos conta como ele conheceu e cresceu com essa mulher, nos ajuda a enxergar qualidades em Mansfield park coisa com qual me surpreendi e acima de tudo, nos conta o que os seis livros publicados de Jane Austen significaram para sua própria vida.
Eu amo essa mulher, sim, amo mesmo, ela é sem dúvida e definitivamente a minha autora favorita, mas ler os seus livros para mim e distinto de ler qualquer outro livro. Até esse momento eu li 3 livros dos 6 dela, e estou me preparando para ler o 4ª, porque diferente de outros livros em que eu sinto a necessidade de devora-los em um dia e que não sossego até terminar, com a Austen eu gosto de ler em doses homeopáticas, degustando suas palavras, adentrando na história, procurando entender como ela pensa e o que ela quis disser, enxergando o cenário que ela nos pinta, não com a minha imaginação, mas com a dela. Cada romance seu, para mim, tem de ser lido no momento certo e se não for, ele não conseguirá penetra naquilo que se propõe , talvez a leitura seja até abandonada porque o leitor não estava pronto para abranger aquilo que a Jane se propôs a contar, no momento certo, no momento em que um determinado indivíduo esteja pronto para le-la, ele compreenderá.
E é exatamente isso que Deresiewicz nos descreve, o fato dele ter lido os livros da Jane Austen em momentos certos e errados, ele já tinha lido alguns deles anos atrás e não entendeu o que ela queria lhe disser, mas quando leu na hora certa, eles lhe ensinaram sobre a vida e como viver.
A escrita de Austen pode parecer difícil e cansativa para muitos, pode parecer chata e sobre algo que ninguém quer saber, mas como William nos fala em Aprendi com Jane Austen, tudo isso tem um significado todo singular, ela só quer fazer com que nós observemos o que realmente importa, com que nós entendamos que na verdade o mundo não muda, é só o tempo que passa, ela nos apresenta em seus livros como era a sociedade em que vivia e nos diz que é a mesma sociedade em que vivemos e que nós devemos aprender, crescer, amadurecer , e tudo o mais com essa sociedade.
William Deresiewicz aprendeu sobre o cotidiano, amadurecer, aprender, ser, amizade, e amor com Austen e é isso que ele quer nos ensinar ou ao menos abrir nossos olhos para que deixemos Jane Austen nos ensinar. Uma mulher que abriu mão de muitas coisas para nos instruir como viver, e como William mesmo nos diz, uma mulher que não teve filhos para ter a oportunidade de ser mãe de todos nós e nos educar.

Só posso dizer que...
Eu também aprendi com Jane Austem.
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Nat 18/11/2012

Aos 26 anos, William Deresiewicz conheceu Jane Austen, por acaso. Ele nunca havia sequer cogitado a idéia de ler qualquer obra que fosse da autora, mas quando aconteceu, ele não parou mais. William estava escrevendo sua especialização, ainda vivendo com o pai, quando travou o primeiro contato com a autora. E o resultado foi, segundo ele mesmo, surpreendente. No inicio, o “relacionamento” era puro desconfiômetro, mas a medida que a leitura foi evoluindo, o autor percebeu que podia aprender muito com Jane Austen. Ao mesmo tempo em que ele narra momentos marcantes de sua vida, como a saída da casa do pai, William vai descrevendo cada obra de Austen, observando que os livros dela ensinavam a lidar com as pessoas ao seu redor e ensinando o que realmente valia a pena aprender. Cada lição de vida que ele encontrava nos romances é pontuada por experiências próprias. Com Emma, ele aprende uma nova forma de encarar o cotidiano. Orgulho e Preconceito, bastante detalhado, fez o autor reavaliar certas concepções, a leitura de A abadia de Northanger ocorre ao mesmo tempo em que ele descreve o relacionamento com seu nada convencional orientador. Mansfield Park o ensina a importância de ser autêntico. Persuasão o ensina a ver onde estão os amigos verdadeiros e Razão e Sensibilidade o ajuda a encontrar o amor verdadeiro.

Esse livro vale muuuito a pena. Como o autor (quando conheceu com Jane Austen), eu estava desconfiada em relação a ele, achando que era mais um relato de fã. Longe disso. Apesar de William ter se tornado fã de Austen, o livro começa falando que ela começou a ler suas obras por pura e simples obrigação. Só esse início já vale a pena, porque me mostrou o quanto nós nos enganamos ao ler algo novo já com “quatro pedras na mão”. A continuidade da leitura dos romances foi ensinando a ele novas percepções de vida, e a mim também. Através de suas observações, eu percebi coisas que antes me passaram despercebidas, apesar de já ter lido os romances várias vezes. Seu encantamento com Jane Austen fica visível na descrição de Mansfield Park, talvez o livro que mais o tenha ensinado (a mim também). Com cada livro, personagem e situação, ele aprende lições de vida importantes. Porque a autora aborda temas que sempre terão relevância para nós, este livro é totalmente indicado aos fãs, e principalmente aos não-fãs, de Jane Austen.

site: http://meucantinholiterario.blogspot.com.br/2012/11/aprendi-com-jane-austen-william.html
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Paty 05/05/2012

Amor aos livros e a Jane Austen
Hum...
Li a sinopse e comprei, não resisti. E ao ler, me apaixonei. Amei o livro. Mesmo. Tudo.

Por onde começo? Bom, vamos por partes.

O título e o subtítulo já deixam os Austen-maníacos eriçados, além disso é extremamente apropriado ao conteúdo do livro: as lições que o autor pode perceber e aprender na leitura das obras de Jane Austen.

Eu ainda adorei a capa (design e ilustração de Ben Wiseman). Quem já leu Jane Austen, ou pelo menos já viu algum filme e/ou alguma outra adaptação de suas obras, bem se lembra de como são tratadas as aparências. Veja bem, não a beleza, mas a necessidade de manter a aparência, os modos, os comportamentos e atender aos padrões sociais... tanto como na atualidade. A ilustração, um traje masculino, que representa muito bem a moda da época de Austen, pode representar mais do que isso. É necessário observar. Muito sutil. Inteligente. Isso já dá o que pensar do livro. Um belo trabalho de capa. A mim, ficou muito claro essa relação da capa com a aparência e já me deixou com a pulga atrás da orelha.

Essa é uma obra que pode ser lida e apreciada pelos leitores de Jane Austen, mas também por quem nunca a leu. Isso pelo simples motivo de que se trata de um livro escrito por um leitor. Esse leitor conta, além do que aprendeu nos livros, que nem sempre entendeu ‘a moral’ da história, que as vezes teve de reler a obra, que detestou alguns personagens e que por vezes amou algum. Que leitor nunca fez nada disso? Isso por si só é uma delícia. Mas, é apenas um dos ingredientes deste texto.

O fato é que o autor – hoje professor, escritor e crítico literário – não teve medo de se desnudar para contar sua relação com uma mulher morta a quase 200 anos. Deresiewicz retrata com crueza seus defeitos, suas deficiências e, narra como aprendeu com a ajuda de Austen a se tornar uma pessoa melhor. Em cada capítulo, em que o autor trata de um livro de Jane Austen e das lições que foi capaz de aprender com a obra, Deresiewicz mistura suas leituras, sua impressões sobre a vida, sobre o livro em questão e partes de sua vida - tornando o texto irresistível. Nem sempre, eu como leitora, concordei com as impressões que Deresiewicz teve de suas leituras de Jane Austen, e o que isso tem demais? Nada, afinal a experiência da leitura é isto mesmo: um texto do qual fazemos múltiplas e diferentes leituras - conforme quem lê ou a época da vida em que lemos ou relemos um livro... ler permite múltiplas interpretações, de diferentes pontos de vista.

Há muitas coisas interessantes nesta obra. O preconceito literário é um deles. O autor assume, logo na primeira página, o quanto considerava ridículo os romances de mulherzinhas: “O que poderia ser mais chato, eu me perguntava, do que um monte e romances longos, pesados, escritos por mulheres, em linguagem rebuscada, sobre trivialidades?” Conclusões a que ele chega sem ao menos ter lido sequer uma obra destas. Depois de lê-las – a força – ele começa a perceber outras coisas e a perceber a si mesmo. Uma das coisas que gostei também, são das passagens em que o autor se refere ao seu mestre – seu professor e orientador que ‘não ensinava sobre romances, mas era ensinado por eles’.

São tantas coisas interessantes neste livro que só mesmo lendo para poder captar – RECOMENDO! #ficaadica

Publiquei esta resenha em: http://ummundodelivros.blogspot.com.br/2012/05/resenha-aprendi-com-jane-austen-de.html
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Vânia 18/04/2012

Conhecendo Jane Austen pelos olhos dele
Eis um livro que bateu comigo.
Não, eu não conhecia o autor, e apesar de ele parecer ser uma garotão mimado, que precisou levar muita bordoada na vida pra finalmente se transformar num adulto, a forma na qual ele transmite tudo isso é de uma sinceridade sinistra.
Dentro do possível ele não esconde nada. Inclusive sua total antipatia por Jane Austen.
Sim, ele DETESTAVA Jane Austen, mesmo sem nunca tê-la lido. O velho chavão....

Mas ele estudava Literatura e fora obrigado a ler um livro dela.
Não foi instantâneo, não foi amor à primeira vista, mas paulatinamente ele se deixou fisgar pela escrita dela. E da leitura de um livro, ele decidiu ler todos. E várias vezes.

O livro é dividido em lições. Como Jane Austen só terminou 6 livros (escreveu pequenos contos que não ficaram famosos como esses seus livros, deixando um livro inacabado), cada capítulo é dedicado a um livro, tendo sua correlação com a fase de vida do escritor.

De Emma ele ressalta a importância do cotidiano; de Orgulho e Preconceito, o amadurecer; de A Abadia de Northanger, como aprender a aprender; de Mansfield Park, a qualidade em ser autêntico; de Persuasão, a identificar os verdadeiros amigos; de Razão e Sensibilidade, o apaixonar-se. Um capítulo e um novo degrau em sua vida mimada e sem perspectivas.

Houve momentos engraçados durante a leitura, como quando não concordei com algumas tiradas dele, ou quando concordei demais, como foi o caso de Mansfield Park. Eu e ele concordamos que Fanny era chata demais! (ver postagem anterior sobre o livro em questão).

Para quem já leu todos os livros dela é uma delícia essa revisita através de olhos estranhos. Mas também serve para quem nunca os leu. Claro que ele comenta sobre as histórias, mas de uma maneira que dá vontade de lê-los, ou seja, ele não nos inunda de spoilers.

Talvez você pense: o que posso ter a aprender com uma mulher do século retrasado, que morreu solteirona, virgem e pobre e só conseguiu escrever 6 livros em toda vida?
Bom, quanto a escrever "só" 6 livros, é mais do que eu já escrevi (zero!). E quanto ao resto, só julgue o que você conhece. Pode-se até não gostar de romances históricos, ou pode-se dizer que os livros dela são um tanto monótonos, sem cenas de ação ou hot (cenas de sexo. Entretanto, se você está familiarizado com leitura da época saberá identificar algumas insinuações sexuais...), mas não se pode dizer que os livros de Austen não têm conteúdo. Eles são do tipo ame-os ou deixe-os, mas nunca mornos.
Ouse um pouco e saia de sua zona de conforto, se você é do tipo que só lê um gênero literário. Aí, sim, depois disso, venha me dizer porque não gostou do jiló.
Marta Skoober 15/05/2016minha estante
Ótima resenha!




Carlos Aglio 05/02/2012

Eu ainda tenho que aprender com Jane Austen
Esse foi um livro que comprei na Bienal do livro de 2011, em princípio pela capa que me chamou a atenção, mas também pelo assunto, pois eu tinha mesmo a intenção de ler os romances da Jane Austen, os quais eu já comprei (todos os seis) e estão na minha estante como meta de leitura.
Neste livro o autor, em cada capítulo, fala de um dos romances escritos pela autora, sobre o que aprendeu com eles e relaciona os fatos e personagens de cada romance com a sua própria vida pessoal - eu diria que ele fez uma autobiografia, situando-se nas obras e na própria biografia de Jane Austen, pois no livro encontra-se também vários aspectos sobre a vida e família de Jane Austen.
Acredito que com a leitura de Aprendi com Jane Austen eu estarei mais atento a detalhes da escrita de Austen e quem sabe não aprendo algo além do que aprendeu William Deresiewicz...

by Carlos Aglio
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Abla 15/01/2012

Contenção
Livro adorável. As análises de Deresiewicz das obras de Jane Austen são excelentes e essenciais para todos que apreciam Austen para além dos filmes, para além do encantamento pelos romances de suas obras. O autor analisa as principais obras (Orgulho e Preconceito, Razão e Sensibilidade, Emma, Mansfield Park, Abadia de Northanger, Persuasão) relembrando o tema central da escritora que é contenção. O uso da razão perante a paixão e o amor que estão em seus romances que a fazem uma escritora excepcional e não romântica como muito de nós pensamos.
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Coruja 07/01/2012

‘Gente, mas que livro maravilhoso!’ – foram estas minhas exatas palavras ao terminar Aprendi com Jane Austen, pouco antes de voltar ao começo para reler minhas partes favoritas (todo ele).

Há um milhão de motivos para devorar este volume. O primeiro é que se trata de uma história real, de uma série de experiências de vida intimamente ligadas aos livros de Austen – de uma resposta, enfim, à importância e impacto que esta genial romancista consegue produzir em seus leitores mesmo duzentos anos após o início de suas publicações.

Em segundo lugar, ele foi escrito por um homem.

Não é preciso ir muito longe para perceber o quanto isso é importante. Nos fóruns de discussão da própria JASBRA – no facebook, a lista de emails, o próprio fórum – eles são uma minoria. Eu tenho o enorme prazer de ter no Clube do Livro aqui do Recife um deles (oi, Michel!) e ao menos dois grandes amigos meus já foram influenciados e admiram a obra dela (um deles viciou-se no filme de Orgulho e Preconceito e está tendo de sair de casa para reassistir, porque ninguém lá agüenta mais uma repetição XD).

Seja como for, um livro escrito por um membro do sexo masculino assumindo a importância que as obras de uma autora supostamente de romances água-com-açúcar (idéia errônea que muita gente ainda tem) – e não apenas academicamente, mas em sua vida e crescimento pessoal – é algo para se aplaudir. É um livro, enfim, para romper preconceitos e abrir caminhos.

Além de tudo isso, é um livrinho delicioso, direto ao ponto, cheio de humor – humor cáustico, humor leve, humor bem-humorado. Deresiewicz não tem medo de admitir nada, nem mesmo aquilo que pode depor contra ele – ele revela seus piores e melhores momentos enquanto passeia pelas obras de Austen.

Ao terminar Aprendi com Jane Austen, além das análises que ganhamos de cada um dos títulos apaixonantes de nossa autora preferida, bem como do sentimento de familiaridade, praticamente amizade que o tom íntimo de Deresiewicz nos oferece, fica um gosto de quero mais, de ler e reler de novo e de – porque não – começar a nossa própria história do que aprendemos ao mergulhar no mundo maravilhoso de Jane Austen.
Carla Buffolo Altoé 07/01/2012minha estante
Amei sua resenha!!!! Quero ler logo!




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