Tali @letrasmaislivros 16/06/2016Cinder: Contos de Fadas no FuturoCinder é uma ciborgue (humana com alguns membros robóticos) que mora em New Beijing no ano de 2020 com a madrasta Adri e suas meias-irmãs Pearl e Peony. Ela trabalha como mecânica em uma barraca na feira semanal de New Beijing, realizando consertos, porém seu salário é controlado por sua madrasta. Um dia Cinder é visitada pelo Príncipe Kaito, para que ela conserte com urgência sua androide Nainsi que possui informações confidenciais.
Momentos depois, uma conhecida padeira contrai a terrível praga febre azul/letumosis, que surgiu há 12 anos na Terra. A doença não tem cura, e após contraída representa uma sentença de morte. O bairro é fechado para quarentena, e ela consegue escapar juntamente com Iko, sua amiga androide.
Ao chegar em sua casa, suas meias-irmãs estão provando vestidos para o baile real que acontecerá em breve. Durante a prova, Adri impõe restrições a Cinder sobre o baile, e elas veem na tela LED o Príncipe discursar sobre a praga, onde declara que seus pesquisadores estão se esforçando ao máximo para encontrar a cura. Porém, ele é interrompido por um guarda e a notícia que este trouxe é que o Imperador contraiu a febre azul.
Tudo parecia perdido, ainda mais quando rumores se espalharam que o príncipe iria encontrar uma esposa no baile, e a mais cotada seria a rainha Levana de Luna. Luna é um reino na Lua, que foi colonizada por humanos a muitos anos. Os que migraram para a Lua acabaram adquirindo habilidades e poderes que só consigo comparar como a Força de Star Wars, mais um motivo para amar a estória. Seu poder os tornou uma raça violenta e ambiciosa, e a rainha Levana era a pior deles.
"Rumores diziam que ela sabia quando alguém na Terra falava dela, que ela havia assassinado a própria irmã, Rainha Channary, usurpando seu trono. Diziam que ela havia assassinado o próprio marido, que ela havia forçado sua enteada a mutilar a própria face, já que aos 13 anos ela havia se tornado mais bela do que a rainha. Diziam que ela havia assassinado sua sobrinha, a única ameaça ao seu trono. Princesa Selene tinha apenas três anos quando o fogo a alcançou em seu berçário, matando-a junto com sua babá."
Algum tempo depois, a própria meia-irmã de Cinder, Peony, contrai a doença. Sua madrasta, que culpa Cinder pela doença de Peony, envia-a para o centro de pesquisa que trabalha em uma cura para a doença, realizado exclusivamente em ciborgues e lá que Cinder conhece o Doutor Erland, um médico que conhece muito mais sobre Cinder do que ela própria.
O que posso dizer sobre esse livro surpreendente? A autora criou uma releitura do conto da Cinderela, mas vai além da premissa do conto. Ela usa muito bem o início do livro para introduzir o leitor neste mundo futurístico e pós-apocalíptico: A Terra dividida em Comunidades, o fim da 4ª Guerra Mundial, a poluição que assola as nações... Nos apresenta os personagens pouca a pouco, expondo suas qualidades e falhas, como se fossem pessoas reais. O leitor descobre sobre Luna e os segredos de Cinder ao longo da leitura, apesar de ter algumas pontas soltas que provavelmente serão esclarecidos nos próximos livros da série.
O livro tem muita ação, política, conspiração, mistérios... E é claro, uma pitada de romance. Porém, o romance não ofusca os outros elementos do livro; mais um ponto positivo para a estória. O desfecho é um enorme gancho para o próximo livro. Já li os dois volumes que sucedem Cinder e em breve irei resenha-los. Recomendo o livro para quem curte releituras de contos de fadas e aos que não dispensam uma boa ficção científica.
Cinder é o primeiro livro da série As Crônicas Lunares. Os outros livros que compõem a coleção são: Scarlet, releitura de Chapeuzinho Vermelho, Cress, releitura de Rapunzel e Winter; releitura de Branca de Neve; este último será lançado em novembro nos EUA.
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