A Peste

A Peste Albert Camus




Resenhas - A Peste


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Nic 04/06/2024

Recomendo a quem possui tempo
?A Peste? é considerada uma das principais obras de Albert Camus, e tem seus méritos para isso. Com pouco mais de 200 páginas, Camus descreve a trajetória de uma pandemia que consome repentinamente a cidade de Orã, na Argélia.

Com o aumento de ratos na cidade, a transmissão da peste se agrava enormemente, com ratos correndo por toda parte. A rapidez e a força com que a doença se instalou causaram desespero na cidade. Além das mortes que se multiplicavam dia após dia, os números de mortos aumentavam, assim como o desespero de todos.

No relato do livro, podemos ter contato direto com as aflições e sofrimentos dos cidadãos de Orã. A comunidade, após o crescimento da peste se tornar ainda mais proeminente, foi forçada a se isolar, não sendo possível entrar ou sair da cidade.

Com as mortes de familiares, desespero e isolamento, é possível fazer uma comparação direta com o acontecimento mais recente e semelhante: a pandemia de Corona Vírus em 2020, que representou diretamente essa história. É possível conectar frases do livro com situações e emoções reais vividas pelas milhares de pessoas que perderam familiares para a pandemia.

Desta forma, posso afirmar que, para mim, o livro apresentou certa dificuldade para continuar a leitura, pois sua escrita é cansativa em alguns momentos, mas nunca ruim. Ao longo da história, Camus realiza suas reflexões sutilmente sobre a absurdidade da existência, o amor e o exílio.

Após a peste destruir a cidade e a mentalidade de quem vivia lá, a calmaria aconchegou a cidade por algum tempo. As mortes pela peste diminuíram gradativamente até que não havia mais mortes, apenas as consequências de tudo. É interessante ver os pequenos passos que a cidade toma para se reconstruir após tanta destruição. Porque mesmo após a peste, as dores e lembranças sempre permaneceriam.

Algumas frases impactantes do livro

- Para esses ? mães, esposos, amantes que tinham perdido toda a alegria com o ser agora abandonado numa cova anônima ou fundido num monte de cinza - era ainda a peste
- Pergunta: como fazer para não se perder tempo? Resposta: senti-lo em toda a sua extensão. Meio: passar os dias na sala de espera de uma dentista numa cadeira desconfortável; viver as tardes de domingo na varanda, ouvir conferências numa lingua que não se compreende; escolher os itinerários de trem mais longos e menos cômodos e viajar de pé, naturalmente; fazer fila nas bilheterias dos espetáculos e não ocupar seu lugar etc;
- Sem dúvida, uma guerra é uma tolice, o que não a impede de durar. A tolice insiste sempre, e nós a compreenderíamos.
- E visto que um homem morto só tem significado se o vemos morrer, cem milhões de cadáveres somados ao longo da história esfumaçam-se na imaginação.
- Homens que se julgavam volúveis no amor, redescobriam-se constantes. Filhos que tinham vivido junto da mãe olhando para ela depositavam toda a preocupação e angústia numa ruga de seu rosto que lhes povoava a lembrança. Essa separação brutal, sem meio termo, sem futuro previsível, deixava-nos perturbados, incapazes de reagir contra a lembrança dessa presença, ainda tão próxima e já tão distante, o que ocupava agora os nossos dias. Na verdade, sofríamos duas vezes: o nosso sofrimento, em primeiro lugar, e sem seguida aquele que atribuíamos aos ausentes ? filho, esposa ou amante.
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dani ð 02/06/2024

Muito bom!
"o bacilo da peste não morre, nem desaparece nunca. Pode ficar dezena de anos adormecidos, nos móveis e nas roupas. Espera pacientemente nos quartos, nos porões, nos baús, nos livros e na papelada. E sabia também que viria talvez o dia em que, para a desgraça ou ensinamento dos homens, a peste acordaria os seus atos eles mandaria morrer numa cidade feliz"
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Cris @cristinadaitx 29/05/2024

Um rato aparece morto na portaria do prédio onde mora Dr. Rieux. Pouquíssimo tempo depois, ratos mortos e agonizantes tomam conta da cidade. Esse é apenas o começo? quando não há mais animais para serem retirados, as pessoas começam a adoecer. Febre, pústulas, tosses e outros sintomas espalham-se pela população. Começam a surgir os primeiros mortos e, por indicação dos médicos, inclusive do Dr. Rieux, as pessoas são orientadas a isolar-se. Quando o número de doentes e mortos tornar-se exorbitante, a pequena cidade de Orã é isolada. Quem saiu da cidade não pode entrar novamente e vice-versa. O desespero, a saudade, o medo e a angústia tomam conta da população. Muitos entregam-se à bebida, outros querem fazer atividades ao ar livre, estar com pessoas, o que é considerado demasiadamente arriscado.
As pessoas começam a perder seus entes queridos, não há como fazer ritos fúnebres, pois o risco de transmissão da doença é alto. Não há mais túmulos disponíveis e valas são abertas para colocar os corpos. Os profissionais da saúde sentem o desespero de não poder ajudar os pacientes, pois faltam insumos básicos. Até que, meses depois, as pessoas começam a ver ratos vivos pela cidade e instaura-se a esperança. A peste acabou, as portas da cidade podem ser reabertas. Chegou o momento de reencontrar os que estavam longe e descobrir quem sobreviveu e também, o contrário.
Escrito em 1947, esse livro tinha como intuito simular os acontecimentos gerados pela 2ª Guerra Mundial e a dizimação de milhares de pessoas pela Peste ( os Nazistas). Porém, o livro tornou-se um prelúdio do que a humanidade viveu durante a epidemia de COVID. Torna-se impossível ler a obra e não lembrar de tudo que vivemos durante esse período trágico e que, como no livro, levou a população ao desespero, em função do número de óbitos e do sofrimento causado pelo isolamento. Dizer que esse é um livro atemporal é pouco. Diante da significância de todos os acontecimentos que são encontrados ali, esse livro torna-se uma leitura emocionante e instigante, visto que é quase uma antecipação a acontecimentos que o autor jamais imaginaria que fariam parte da vida de todos nós.
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Kassia Rique 28/05/2024

Morno
Livro morno, mas bem realista. Nada que fuja da realidade humana, o que justamente torna a leitura tão real e tocante.

Indico.
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lulu 23/05/2024

"o bacilo da peste não morre nem desaparece nunca, pode ficar dezenas de anos adormecendo nos móveis e na roupa, espera pacientemente nos quartos, nos porões, nos baús, nos lenços e nas papeladas. e sabia, também, que viria talvez o dia em que, para desgraça e ensinamento dos homens, a peste acordaria os seus ratos e os mandaria morrer numa cidade feliz."
meu segundo livro do camus e mesmo a escrita dele sendo bem densa, eu gosto da maneira que ele traz algumas reflexões e fala de uma consciência individual, que consegue ser coletiva. me surpreendi que um livro de 1947 conseguiu ser tão atual (e achei que se encaixa muito na alegoria do nazismo) e penso em todos que devem ter lido esse livro na pandemia e como devem ter se sentido. não achei esse livro tão fluído quanto "o estrangeiro" e o enredo não foi taoooo interessante assim, mas acredito ter sido assim por ser um livro que retratava aquela época na forma quase de um diário. porém indico a leitura e digo que não é um livro para ler rapidamente, mas sim ir digerindo aos poucos.
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@tigloko 11/05/2024

Separação e exílio
A pacata cidade de Orã é assolada pela peste quando os ratos aparecem de todos os cantos para espalhar a doença. Durante o desenrolar da história, acompanhamos o olhar de alguns personagens nessa crise, no formato de crônica. O protagonista do livro, Dr.Rieux, serve como o principal olhar da tragédia e das transformações que ocorrem na cidade.

Demorei para fazer essa leitura mas gostei bastante da experiência. Albert Camus tem um jeito de contar que, ao mesmo tempo que é complexo em debater as questões fundamentais do ser humano, também consegue transmitir simplicidade e fácil reconhecimento das situações apresentadas.

São vários os temas debatidos durante o livro, como amizade, amor, empatia, tristeza. Mas o principal deles é a solidão, sempre atreladas as palavras separação e exílio. Separação daqueles que ficam à espera dos entes queridos afetados pela doença. E o exílio daqueles que não sabem se voltam para casa.

Em um primeiro momento achei no livro uma falta de sentimento para transmitir essa epidemia, uma frieza. Mas foi um engano, já que o autor vai aos poucos apresentando a vida dos personagens, como eles são afetados pela peste, a mudança no cotidiano. Colocando principalmente situações bem tristes mas também momentos de calor humano. Assim, para quando fechar o livro, sentir de forma completa a devastação que acontece ali. É forte esse sentimento através das páginas e acho que o autor conseguiu passar perfeitamente.
Regis 11/05/2024minha estante
Maravilha resenha, Tiago! ??


@tigloko 12/05/2024minha estante
Obrigado Régis ??




Maria.Heloisa 08/05/2024

Faz algum tempo que queria ler. Não tive coragem de lê-lo na pandemia e fiz bem. É terrificante encontrar nestas páginas de Camus a incrível semelhança com o que ocorreu há pouco. Parece que eu estava revivendo todos os momentos de medo e terror, com a morte bem na esquina de casa.
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Diego Santos 07/05/2024

Mais atual do que eu esperava.
Acho que ler isso numa época pós pandemia me pegou mais do que deveria.

A estrutura de comportamento humano que Camus descreve é muito precisa em comparação ao que vimos de perto.
Para além disso, é um livro sobre o sentido da vida, principalmente na figura de Jean Tarrou. Baita dum personagem.

Vou soltar resenha amanhã no instagram paronimia.livros. Segue lá.
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NatAlia.Felipi 29/04/2024

Um livro antigo que reflete perfeitamente o que vivemos na pandemia,sem por nem tirar. Um livro que trata a nossa solidão individualmente e comunitáriamente
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Marcus 20/04/2024

Distopia real
Publicado em 1947, o livro fala sobre uma doença que se abateu sobre Orã,na Argélia. Lido agora, em 2024, é impossível não se remeter à pandemia do covid-19. Lê-lo antes deve ter sido angustiante pela remota possibilidade de isolamento e tantas mortes.
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Vivi497 14/04/2024

Livro lindo
Muitos dos temas nessa obra remetem situações observadas durante a pandemia do coronavírus, (a necessidade do ser humano de viver em comunidade e o convívio com a morte, por exemplo) porém podem ser interpretados de diversas formas e utilizados como analogias para diversos fenômenos sociais e períodos históricos. Eu gosto que o livro tem uma variedade de personagens que apresentam pontos de vista bem diferentes em relação à triste situação que estão todos vivendo. Parabéns senhor camus você é muito inteligente ??
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Caetano.Fernandes 30/03/2024

Caras? leitura obrigatória!

ele mergulha num dos receios que tenho acerca da profissão que escolhi: conviver com a morte. eu sinto uma necessidade enorme de acolher e salvar os pacientes, curar onde não me curaram (mito de Quíron).

o que não gostei em O Estrangeiro, a apatia, a ignorância quanto aos próprios sentimentos, eu não vi nessa obra. ela abraçou o que precisava ser abraçado.
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Iago 19/03/2024

Camus, de aquário.
Estranhamente atual, uma epidemia e o sofrimento humano retratado em detalhes que às vezes passam despercebidos. Parece familiar? Claro que sim. O isolamento, a afastamento dos que amamos, o vulto da doença em cada esquina, a paranóia, as superstições, as políticas ineficientes, as dúvidas dos especialistas, as contagens de mortos, os enterros às pressas, os testes com vacinas, os hospitais improvisados... Até nos habituarmos à calamidade, até nos tornarmos parte de um novo normal, até adquirirmos novos hábitos, até que enfim passou. Está tudo nessa obra, extremamente filosófica, mas objetiva. Nós não sabemos lidar com as pestes.
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LauraFF 11/03/2024

Invasão e exílio
O livro parece uma alegoria a invasão nazista (os ratos), o que se acha em muitas resenhas e realmente é uma leitura muito interessante nesse aspecto. Porem, sem ser o contexto em si, o livro traz também discussões muito interessantes sobre o ?sentimento de exílio? sobre ter ou nao uma ?natureza do homem? sobre a necessidade de comunidade etc.
é uma leitura muito interessante pra se fazer pós pandemia, tem muitos pontos que atravessam sentimentos comuns do período, e nos fazem refletir sobre como lidamos com a ?peste? seja ela qual for
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