Dupla Falta

Dupla Falta Lionel Shriver




Resenhas - Dupla Falta


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Helder 07/07/2013

Uma mulher detestável
Há tempos não lia um livro com um vilão tão potente. Willy Novinsky é simplesmente a personagem mais detestável que já passou na minha vida e se ela foi criada, a responsável por isso NÃO pode ser uma boa pessoa.
O que li aqui, não pode ser só criatividade. Tem que haver um pouco de auto biografia. Após sobreviver duramente a mais um livro de Lionel Shriver, eu concluo: Esta mulher é o demônio. E um dia, ainda vai ganhar o Nobel de Literatura, pois é incrível a sua capacidade de mexer com os sentimentos humanos mais mesquinhos.
Lionel é relevante para estudo de Tese de Faculdade: A mesquinharia no sexo feminino no século XXI. Após ler 3 livros da autora, fico tranquilo em dizer que é impossível comentar sua obra de maneira individual. Lionel Shriver tem uma obra, e por mais que esta obra discuta as mazelas atuais de nossa sociedade moderna, eu afirmo que o tema principal de tudo é o Rancor.
E haja mulher desprezível. A primeira foi Eva, a mãe de Kevin com seus pensamentos egoístas sobre ter um filho e que pagou um preço muito caro por isso. Depois veio Glynis, em Tempo é Dinheiro, que era tão egoísta que não conseguia confessar sua própria culpa, transformando a vida de seu servil marido numa provação maior ainda. Ali, diferente de Kevin, pelo menos houve uma ressurreição. Já aqui, o egoísmo e fracasso é tão grande que o final é uma das coisas mais amargas que já li.
Dupla Falta conta a estória de Willy Novinsky, que desde sua infância sempre foi apaixonada pelo tênis, se dedicando integralmente e simplesmente em ser "a melhor". Aos 23 anos ela conhece Eric, que está começando a jogar tênis profissionalmente. Eric consegue cativa-la, e eles acabam se casando. Eric é um perfeccionista, que sempre fez muito bem tudo aquilo que se dispôs a fazer. E isso num livro de Shriver não por ser algo bom. Com o tempo, Willy passa a vê-lo como uma ameaça, e não mais como seu marido. O que devia ser um simples casamento, com ambos se orgulhando dos progressos e vitórias dos outros, passa a ser uma competição.
E Willy é mesquinha e cruel e burra. Muito burra. Em certas partes da leitura eu me vi gritando com o livro, com vontade de espanca-la.
E é isso que a Lionel consegue fazer com seus leitores. Entramos tanto na estória que nossos sentimentos primários ficam aflorados. Foi assim com Eva e principalmente com Kevin. Foi assim com a estupida e egoísta Beryl, a irmã sanguessuga de Shep e agora com Willy.
Acho que senti mais pena de Eric, do que de Frank que foi traído pelo sonho da America perfeita e de Shep, que quase viu seu sonho de Outra Vida ir por agua abaixo. Mas no fundo Eric também era ruim. Ele tinha o mesmo grande defeito de Willy: Não sabia perder. Porém, ambos buscavam vitórias em jogos diferentes. Willy apostou sua vida no Tenis. Eric apostou no casamento. No tênis ele venceu Willy, a fracassada. Mas no casamento, ela conseguiu lhe dar uma surra de 5 sets a 0.
E o pior de tudo ao ler estes livros da Sra Shriver, é você parar para pensar e concluir que conhece pessoas parecidas ao seu redor. Lionel Shriver tem o dom de retratar a realidade.
No fim, fica até difícil saber se recomenda o livro ou não. É uma ótima leitura, mas deveras indigesta. Se para você leitura é algo somente para relaxar, passe longe. Se quer algo que mexa com suas entranhas, que lhe de raiva, que lhe faça pensar e perceber que o mundo nunca será cor de rosa, mergulhe de cabeça no universo cruel da Sra Shiver.
jo 08/01/2014minha estante
Helder,a sua resenha está perfeita!!!Você conseguiu colocar em palavras tudo o que eu sinto lendo os livros dessa autora.Não tem como sair ileso dessa leitura e nem existe uma opinião comum qto aos desfechos dos dramas relatados.O Mundo Pós Aniversário é enlouquecedor e viciante,o leitor é quem decide qual final é mais adequado.Demais!!!!!!


Mawkitas 05/11/2014minha estante
Eu senti pena tanto do Eric quanto da Willy. E não consigo concordar com você quando diz que as personagens femininas da Shriver são sempre horríveis. Eu vi uma Willy extremamente frágil, insegura e mal resolvida que inclusive admitia esses defeitos verbalmente para o marido em diversos momentos. Ela não conseguia evitar sentir o que sentia, não era algo que escolhia sentir de propósito. E aí, no fim, vemos uma tentativa dela de resolver as coisas da forma que ela acha ser possível. Não é necessariamente uma forma boa de resolver as coisas, mas parece ser a única forma que ela conseguiu encontrar. É triste e ponto, porque a gente que está de fora da situação consegue, racionalmente e sem envolvimento emocional, vislumbrar formas muitos mais saudáveis e menos sofridas paraambos de viver aquele relacionamento.


anitya 04/04/2015minha estante
Helder, você disse tudo. E não imaginei que sentiria mais raiva dessa Willy do que da Eva (Precisamos falar sobre Kevin). Em vários momentos também tive vontade de entrar no livro e dar uns tabefes nessa personagem. Realmente, não dá para passar ileso pelos livros da Lionel.


Ed 04/04/2016minha estante
Pra mim ela é uma das melhores.


Jusciellen 21/05/2018minha estante
Sua resenha diz tudo o que eu estava sentindo. Acabei de terminar a leitura do livro ... nunca senti tanta raiva por um personagem. A Willy é um ser detestável, pior ainda é muitas vezes ter me reconhecido no egoísmo dela.


Tuts 16/01/2022minha estante
Culpar a personalidade da autora pela personalidade da personagem é uma das coisas mais burras que eu já li. Como se ela não tivesse capacidade de criar algo totalmente que ela não é.


Helder 17/01/2022minha estante
Tuts, obrigado por respeitar minha opinião! Já leu outros livros da autora. Recomendo!


Tuts 17/01/2022minha estante
Já li Precisamos falar sobre o Kevin e o fato de eu discordar da sua opinião não significa que eu a desrespeito




Joice (Jojo) 25/12/2016

Livro sob prescrição médica
Vou logo avisando: "Dupla falta" não é uma leitura fácil e tampouco "agradável". Lionel Shriver faz questão de jogar sal naquela ferida que a grande maioria das mulheres carrega - aquela que nos faz questionar nosso papel dentro da sociedade e num relacionamento - e muitas podem não gostar da carapuça que vai ser sugerida.

Na trama, Willy se define da seguinte forma: ela é o tênis. Quando ela resolve se casar com Eric, um rapaz ambicioso, inteligente e espirituoso (mas bem abaixo no ranking do esporte), ela acredita que está fazendo sua melhor jogada. Isso só dura até Eric começar a subir no ranking e deixar Willy cada vez mais insegura.

Este é meu primeiro contato com a escrita de Lionel Shriver, mas fiquei fascinada! A análise dela é precisa e agridoce sobre o papel da mulher, que, na opinião da autora, quer ter sua voz ouvida, mas ainda fica insegura quando confrontada com a realidade masculina (ou o status quo da sociedade). Willy e Eric são personagens fascinantes, e acredito que o grande mérito da autora foi apresentá-lo como um homem apaixonado pela esposa sem, contudo, que ficássemos ressentidos com ela em seu desespero. A angústia de Willy é justificada em toda sua racional insanidade.

A leitura deste livro exige maturidade, então não perca seu tempo se o que você está afim de fazer é desfrutar da companhia de romances descomplicados.
Nay 24/03/2017minha estante
Se gostou desse leia Grande Irmão da mesma autora. É outro soco no estômago de um jeito que só ela faz


Joice (Jojo) 26/03/2017minha estante
Obrigada pela dica, Nay! Já leu "Mundo pós-aniversário"?


Nay 26/03/2017minha estante
Tá na minha lista!!




Nívia 07/07/2012

"Decepção" define.
Virei fã da Lionel Shriver antes mesmo de terminar de ler "Precisamos falar sobre o Kevin". Me apaixonei pelo jeito que ela consegue unir psicologia e litetatura, prendendo totalmente a atenção do leitor com personagens perfeitamente construídos.
Obviamente, me interessei em ler os outros livros dela e corri para comprar "Dupla Falta" assim que foi lançado aqui no Brasil. Eu sabia que seria muito difícil superar "Kevin", mas imaginava um livro com uma profundidade parecida e personagens com pelo menos a metade da complexidade dos do primeiro livro. Bem, me enganei totalmente.
"Dupla Falta" tem tudo para aprender a atenção: a história é sobre um casal de tenistas que acaba entrando em crise quando um deles se sobressai na profissão e o outro fica pra trás. Lionel nos promete um cenário perturbador, que colocará em questão rivalidade x paixão. Instigante, não? Seria, se o enredo não acabasse se perdendo antes mesmo do meio do livro.
Os primeiros capítulos têm dinâmica e nos deixam ansiosos para o próximo. Só que, no decorrer da história, tudo acaba se repetindo demais. Cada capítulo acaba sendo mais do anterior, sem nada novo para acrescentar ou instigar o leitor.
Willy Novinsky é uma das personagens mais irritantes que já tive o (des)prazer de conhecer na literatura. A personagem simplesmente não me cativou, tanto é que nem consegui engolir toda a paixão que ela sente pelo tênis, pois tudo pareceu superficial demais para mim.
Eric foi o único personagem que me despertou um pouco de simpatia, embora parecesse inverossímil demais o jeito com que ele aceitava todas as atitudes de Willy. A autora poderia ter explorado um pouco mais a personalidade dele (e ter colocado mais um pouco de atitude no casamento, por favor).
Para mim, a leitura foi totalmente arrastada, nunca demorei tanto a ler um livro que deveria ser de leitura rápida. Em nenhum momento, eu parecia estar lendo algo escrito pela autora genial que escreveu "Precisamos falar sobre o Kevin". Espero não me decepcionar com os outros livros dela, porque esse... não recomendo para ninguém.
Guztavo 02/05/2013minha estante
Movido pelas resenhas a favor do livro, acabei comprando-o. Mas agora que acabei de terminá-lo, é você que colocou em palavras tudo o que eu senti durante a leitura. Parabéns pela resenha honesta.


Helder 11/06/2013minha estante
Estou lendo Dupla Falta e tb odeio Willy Novinski, mas nao acho o livro ruim. Antes li Tempo é Dinheiro. Vale a pena tentar. Lionel tem o dom de criar personagens antipaticas, mas são tão proximas da realidade que acabam nos pegando.




Esdras 08/12/2016

Aquela personagem difícil de engolir...
Primeiramente, preciso dizer que narrativas tendo como pano de fundo o tema ‘esportes’, ou o foco nos mesmos, me deixa meio incomodado. Não é das minhas preferidas.
Esta narrativa tem bastante disso. Porém, a autora conseguiu deixar isso no chinelo me dando coisas mais incômodas com o que lidar. E isso, por fim, não foi um ponto negativo.
Dupla Falta conta a história de Willy Novinsky. Apaixonada, desde pequena, pelo Tênis. Seus pais sempre viveram em condições financeiras bem razoáveis. E, por este motivo, ou apenas por Willy ser uma garota ou mesmo por verem que ela tinha algum potencial para tal, nunca deram muito incentivo para ela seguir em frente com isto. Principalmente o seu pai.
Até aí tudo bem. Uma ponta de empatia surge aí por ela. Afinal de contas, qual o problema de uma garota ser um ícone do esporte? Por que não? Eram outros tempos, certo. Mas...“É isso aí, garota.Siga em frente!”-pensei.
Contrária a tudo, Willy continuou se dedicando ao máximo ao esporte e com o passar dos anos foi ganhando muito destaque no meio.
E é a partir daí que aquela ponta de empatia começa a ficar abalada.
Vamos lidar com uma mulher que fez do esporte a sua vida. Ponto. Nada mais tem tamanha importância para ela. Sua sede por sucesso (e mais destaque) é algo fora do comum. Continuar subindo no ranking é tão importante quanto acordar todo dia.
Lionel criou uma personagem egoísta. Que não aceita nada menos que vitórias em sua vida profissional (para a vida pessoal ela sequer dispõe tempo). Uma competitividade beirando a irracionalidade.
Ao acaso conhece Eric, também do meio esportivo. E o que começou com uma simples partida veio a se tornar um relacionamento.
Até foi alertada sobre os perigos de distração que uma relação poderia trazer para sua vida profissional. Mas, tamanha era sua convicção em seu potencial, que não se fez preocupada.
Nada mais se mostrou perigoso quanto a própria Willy, quando passou a sentir seu ego profissional ameaçado. Simplesmente não suportava que alguém tão próximo passasse a se dar tão bem, ou melhor que ela. E seu relacionamento passou a ser como um jogo. Um jogo do qual ela jamais poderia perder. Um jogo manipulado por sua própria mente, por seu ego faminto.
A essa altura, tudo que passei a sentir pela Willy foi um desprezo que só aumentou por cada página que eu li, porque sua dose de pensamentos e atitudes abomináveis só aumentaram. Uma raiva e um desejo que ela ‘caísse do cavalo’. O ódio que ela exalava transbordava pelas páginas e eu ficava me perguntando até que ponto o amor do Eric colocaria panos quentes sobre a situação. E tudo acaba se elevando a um patamar bem pior. Chega a ser perturbador. As reviravoltas despertam prazer, mas ao mesmo tempo nos levam a um medo pelo que a Willy possa ser capaz de fazer.Leiam! leiam!
Foi uma leitura muito tensa. Dessas que mexe mesmo com o nosso psicológico e testa nossa paciência para com o horrendo personagem em questão. Além de tudo fez reforçar a minha ideia de que a Lionel escreve de forma fenomenal e cria histórias com um peso bruital de realidade. Desde já vou passar a olhar jogadoras de tênis com outros olhos. RS
Helder 09/12/2016minha estante
Lionel Shriver é uma das melhores escritoras que existe. Ela tem o dom de criar estórias reais. Mas tb tem o dom de criar mulheres insuportáveis. Este livro tb mexeu muito comigo. Tinha vontade de espancar Willy. Mas me dói pensar que existem mulheres assim. No me caso já convívi com algumas, que precisam tanto provar que são foda, que não conseguem ser felizes. Lionel é um monstro, pois tem que haver algo autobiográfico nestas personagens. Mas na minha opinião ainda merece ganhar um Nobel de literatura. Já leu Kevin??


Esdras 09/12/2016minha estante
Concordo. Mais reconhecimento para esse autora já! Já li Kevin sim. Só de lembrar, o choque me atinge com força! Haha. Aquele livro é uma perturbação. Rs




Regiane 20/09/2011

Uma história forte e tensa!

Willy Novinsky se apaixonou perdidamente pelo tênis, desde que pegou pela primeira vez em uma raquete - aos seus 5 anos de idade. Apesar de seus pais jamais terem oferecido nenhum tipo de apoio ao tênis, Willy nunca desanimou, pelo contrário. Desde os 17 anos - quando conheceu seu treinador Max - começou a se dedicar integralmente ao esporte, mas por conta do destino, a relação entre ela e Max, foi além do profissional. Algo que não durou muito, pois quando Willy percebeu que o seu caso com o treinador estava começando a atrapalhar seus treinos, ela resolveu rompê-lo.

Aos 23 anos, ela já fazia parte do ranking profissional, entre os tenistas medianos. Seu lema era: "Ame a mim, ame meu jogo". Nessa mesma época, ela acaba conhecendo Eric Oberdorf - um jovem matemático, recém-formado pela Universidade de Princeton, que chama sua atenção imediatamente. Não só pela sua aparência física, mas por outras qualidades, entre elas, a afinidade pelo tênis.

Eric e Willy se apaixonam, começam a namorar, e consequentemente, se casam. Apesar de Eric não jogar tão bem quanto sua esposa, ele está acostumado a dar o máximo em tudo que se faz, então com o tênis não poderia ser diferente. A vida deles iam perfeitamente bem, até que Eric - assim como Willy - começa a lutar para alcançar uma colocação entre os top 100, isto é, uma classificação entre os melhores. Por conta disso, ele acaba ultrapassando-a, e nisso o casamento se transforma numa competição acirrada, principalmente por parte de Willy, que não se conforma com a situação. Até que ponto o egoísmo de uma pessoa pode chegar? Será que vale a pena sacrificar a felicidade sentimental para obter algo desejado?

No início desse livro, eu me deparei com uma leitura um tanto cansativa, porém após a página 70, o ritmo foi melhorando gradualmente. Fiquei meio impaciente, mas depois eu percebi que foi essencial para que a história aparentasse algo mais real e humano. O romance não acontece instantaneamente como vemos em muitos livros por aí, mas de uma forma bem natural.

A narração em terceira pessoa, é forte e impactante. Mostra uma história de amor que segue ao fracasso. Onde a cumplicidade e a paixão, são preenchidas por egoísmo e inveja, gerando uma guerra de egos.

Os personagens são muito bem construídos. Suas personalidades e características, são muito plausíveis. Fiquei assustada e ao mesmo tempo admirada por Lionel Shriver ter explorado tão a fundo e de uma forma tão magistral o lado obscuro e egocêntrico do ser humano.

O livro é tenso do começo ao fim, e por esse motivo, me senti angustiada até a última página. É uma história que desperta diversos sentimentos. É impossível não se colocar na pele dos personagens, admirá-los ou odiá-los, entendê-los ou repudiá-los.

É uma obra bem diferente do que estou acostumada a ler, mas que vale muito a pena, pois serviu como uma ótima reflexão. Dupla Falta traz uma realidade vivida por muitos casais, com altos e baixos, tumultos e brigas, onde muitas vezes o egoísmo fala muito mais, do que qualquer outro sentimento. Recomendo!

Ana Claudia Car 14/01/2015minha estante
Eu amei o livro , sou suspeita já que adoro
os livros da Lionel.




Pâmela. 09/01/2017

Sobre ser mulher num mundo de homens
Esse livro é um golpe, um soco. Não entendo nada de tênis, saí do livro entendendo apenas um pouquinho mais, mas isso não importa. O tênis não importa.
Acho que muitas mulheres que se preocupam muito com a carreira, que baseiam a personalidade em parte no sucesso profissional, se identificam às vezes com Willy. É como querer se destacar num jogo no qual as regras não foram criadas para você ou por você. Se as regras não te favorecem, jogue ainda mais pesado, não descanse, não tire folga.
É como se nascessemos precisando compensar nossos corpos, nossos desejos. Precisamos brigar primeiro contra a nossa natureza ou algumas de nossas tendências, como fingir que TPM não existe para que não sejamos julgadas fracas ou frescas, ou que não queremos chorar, como se chorar fosse sinal de que não estamos preparadas, não estamos prontas para o mundo. Chorar só diz que estamos vivas, que sentimos.
Precisamos lutar contra as regras e pódios que privilegiam parâmetros nos quais estamos em desvantagem (em geral). Força e velocidade, por exemplo, que são importantes nos esportes. Não alcançarmos os números dos homens quer dizer apenas que os parâmetros não nos favorecem, não que somos intrinsecamente ruins. Alguém disse que você precisa jogar uma raquete contra uma bola e que você vence quando o adversário não rebate (terminam aí meus conhecimentos do tênis), e isso diz não apenas sobre quem joga, mas sobre quem criou o jogo.
Precisamos lutar, quando o sucesso chega, por fim, contra a desconfiança do imerecimento, da sedução involuntária e da condescendência disfarçada de cavalheirismo. Quantas vezes nós mulheres não nos deparamos com um sucesso, um elogio, que logo descamba para questionamentos ferozes: fui eu quem venci, ou foram meus seios? Foi minha capacidade ou meu sorriso atraente? A medida usada foi meu desempenho ou o pau dele?
E não digo isso para defender a personagem, odiável em muitos momentos. Nem defender a mim mesma, odiável em outros tantos. A questão é o quanto essa personagem crua e egocêntrica é apenas a versão suja e feia do sucesso, independentemente do gênero, mas que fica mais nítido quando o insucesso se mistura à sua condição de mulher.
"- Você gostaria de se sentir homem?
- Claro que sim. Toda mulher que é boa no que faz gostaria." (p. 294)
E aí estamos sempre brigando contra o que nos parece feminino demais. Inclusive contra as outras mulheres. Quantas vezes mulheres que tem como plano de vida coisas diferentes de família e relacionamentos precisam o tempo todo reforçar que não parece com as OUTRAS, que não faz o que as OUTRAS fazem. Até mesmo abdicar de certa vaidade, de usar maquiagem, de se sentir bonita porque isso é sinal de fraqueza (não minha gente, se importar com a opinião alheia sobre a sua aparência só quer dizer que você virou adulto). É preciso se enturmar com os homens, se parecer com eles, ganhar o respeito e conseguir quem sabe 5 segundos de olhares nos olhos, ao invés de no decote.
E aí, quando o fracasso vem (e ele vem para quase todo mundo que deseja algo tão difícil quanto o primeiro lugar), a reação é de desprezo consigo mesma. Porque talvez você não esteja pronta mesmo, talvez seja impossível vencer com cólica menstrual.
Os homens tem medo de falhar, é claro. E sofrem outros tipos de pressão do mundo. Até eu recebo com frequência spam das clínicas para problemas de ereção e nem tenho um pênis. Mas não é como se o corpo fosse o problema. O corpo está funcionando errado, mas ele pode ser consertado.
Ser mulher é não ter conserto. Quando ela aborta, quando assume as rédeas de si e de sua vida, ela encara o fato de que em nenhum momento Eric precisaria decidir entre os filhos e a carreira, se não quisesse. Ele diz que o faria, mas ele poderia desdizer. Ela carregaria as marcas no corpo, no corpo ingrato, em sua feminilidade.
Willy é egoísta, é invejosa e não merecia talvez a atenção que seu marido lhe devotava (a ambição não é um pecado, ninguém chega ao primeiro lugar de forma displicente, nem mesmo Eric). Mas eu queria que ela vencesse, torci por ela e fiquei triste quando ela foi derrotada não só pela sua inépcia e pelo destino, mas também por ter de suportar tudo isso com um treinador abusivo e uma vida solitária. Ela passou a vida presa entre os papéis sociais de gênero, tentando se ajustar, e desejando encontrar um espaço em que seria reconhecida. Aos 27 ela precisará se reinventar. Todos vivemos várias vidas, homens e mulheres. Em nenhuma delas, entretanto, ela conseguirá se sentir entre iguais no topo do mundo. Ela ainda menstrua.
Nay 24/03/2017minha estante
Cheguei aqui minutos depois de terminar o livro e não conseguir simplesmente chegar a um conceito sobre ele... sua resenha me ajudou em muito a digerir, talvez até enxergar tudo completamente diferente... obrigada !




Marianna 30/06/2012

Bendita Lionel!
Depois de ter lido "Precisamos fala sobre o Kevin" e o "Mundo pós aniversário", comprei o livro "Dupla falta" sem medo de ser feliz.
Por já conhecer o estilo da autora e por gostar muito da forma realista e sincera que ela escreve, já sabia mais ou menos o que iria encontrar.
"Dupla falta" me fisgou no primeiro capítulo, uma história de amor que tinha tudo pra dar certo, tinha tudo pra ser feliz, se não fosse as qualidades "humanas" de ambos os personagens. Ambos não suportam perder, ambos são extremamente competitivos e pagam caro por isso durante todo o casamento.
Quando se mistura amor e carreira o que prevalece?
A Lionel, como característica marcante em todos os seus livros, trás novamente à tona todos os sentimentos "podres" que nós tentamos a todo custo esconder, ela desnuda seus personagens de uma forma tremenda, que muitas me gerava um certo incômodo, me perturbava, mexia comigo. Pois a autora mostra o que muitas vezes não temos coragem de admitir!
O livro trás a tona a inveja, a raiva, o rancor, a dor.
Como as mulheres modernas acabam lidando com o fracasso?
Antes era comum as mulheres trabalharem somente pra ter o que fazer, hoje elas tem seu lugar no mercado, trabalham, repartem as despesas e se deparam todos os dias com a terrível concorrência, tanto masculina, quanto feminina.
Mais do que tudo o livro fala do fracasso e do ressentimento.
Como conviver com seu próprio fracasso e com a sua derrocada ao lado da personificação do sucesso, alguém que é bom em tudo que faz, que é sempre o melhor? Como não sentir inveja? Como conseguir ser feliz pela carreira de alguém, quando a sua esta desabando?
Os livros por aí sempre contam histórias de vencedores e pessoas bem sucedidas, que muitas vezes através do esforço e da superação conseguem atingir suas metas, seus objetivos, mas a Lionel vai mais fundo, ela vem trazer o foco para as pessoas que não conseguem, que simplesmente não se realizam e se tornam frustradas e deprimidas. Arrepiante!
Enfim, Dupla Falta é um livro instigante, angustiante, impossível de parar de ler.
O motivo para não ter a minha pontuação máxima, foi que apesar do livro não se tratar do tênis em si, mas sim do casamento e da competição, por não gostar nem um pouco desse esporte, algumas vezes me senti incomodada de falar tanto do contexto do tênis. Mas isso, tudo porque não entendo muito do esporte e nem me identifico. Mas nada que apague o brilho desse livro!
Vale à pena ler e se deliciar com mais uma obra de arte da Lionel.
Lica 22/08/2016minha estante
Lionel é ótima mesmo! Tb iniciei com " Precisamos falar sobre kevin " e " mundo pó aniversário "... Ela é viciante!




Douglas 14/08/2012

Amassado
Esse é o segundo livro que leio de Lionel Shriver, e não, não li Precisamos falar sobre o Kevin, apenas assisti ao filme, mas se existe algo que prevalece nos livros da escritora (pelo menos nesses três) é a depressão profunda. As leituras são amargas, dão nó nas entranhas.

Ao terminar qualquer uma dessas histórias, você se sente meio amassado, meio doente, com a vista pesada e cansado. E o pior é que as histórias são muito boas, os personagens são críveis, reais mesmo e com certeza que é daí que vem o sucesso expressivo de Shriver. Ela consegue mostrar os piores defeitos do ser humano de maneira imparcial e é claro que eu ou você vamos nos identificar com algum personagem.

Em Dupla Falta, a protagonista é a rivalidade. O pano de fundo da história é o tênis, paixão da personagem central Willy Novinsky, que o pratica desde seus cinco anos e luta para subir no ranking dos melhores tenistas profissionais. No meio do percurso, conhece seu futuro marido Eric Oberdorf, um matemático prodígio recém-formado, que se supera em qualquer atividade que pratica, e quando se conhecem ele está começando a praticar tênis, e galgar também seu caminho no ranking. A interferência do treinador de Willy, Max, com quem teve um affair é ponto importante no contexto da formação da personagem, bem como sua família, considerada por ela uma família de perdedores.

O que acontece é que a rivalidade passa a ser uma constante na vida do casal, seja no tênis, nas palavras cruzadas ou mesmo no plano emocional, daí se inicia uma derrocada na vida da competitiva Willy, repleta de infortúnios no tênis e no amor, enquanto Eric, o prodígio, segue como uma grande revelação no esporte.

É fácil talvez numa análise rasa pintar Willy como uma doida varrida, egoísta e lunática. Mas, o buraco é mais embaixo. O processo de autocomiseração de Willy é reflexo de uma sequência de fatores que não são expostos com clareza, mas que definem a personagem como ela é.

O que dói mais nessa história é Willy conseguir fazer uma autoanálise, enxergar todos seus erros e mesmo assim continuar imutável. Por mais que ela pareça apenas uma menina mimada fazendo mimimi, a verdade é que mesmo vendo diversas faces de Willy (a guerreira, a competente, a feminista), a que prevalece é a face da tristeza e da depressão!

Minha nota: 8,0
Helder 08/07/2013minha estante
Ótima resenha, mas para mim foi difícil não detestar Willy. Que Deus me proteja da companhia de pessoas assim.




Bruna 06/02/2013

Ai, Lionel...
Taí um livro que não dá pra largar. Ao mesmo tempo, dá aquela vontade de parar de ler para a história não acabar logo...

Acredito que muitas pessoas não gostem muito (ou achem que não vão gostar) dos livros da Lionel Shriver - e até os subestimem - por tratarem, em geral, de relações interpessoais, familiares - afinal, isso sempre é tema dos ditos livros de "mulherzinha". Mas, gente, Lionel não é assim.

"Dupla Falta" é cheio do realismo e do sofrimento dos relacionamentos. É muito comum, durante a leitura, sentir vergonha alheia das personagens, do que elas sentem, e mais vergonha ainda de si mesmo, por saber que também o sente.

É uma história de desgaste, de egoísmo, de frustração, de amargura, de fracasso... Características muito presentes em nós, mesmo que escondidas, e que Lionel consegue colocar da maneira mais palpável possível. Anseio fervorosamente pelas próximas traduções dos livros da autora. Nem preciso falar que recomendo, não?
Ed 04/04/2016minha estante
Amo a Shriver, ela é fantástica. Recomendo que leia também, Tempo é dinheiro.. Excelente.




spoiler visualizar
Poly 03/01/2020minha estante
Então por que deu 0 estrela?




Vanessa.Pitsch 11/02/2014

Dupla Falta
Li várias resenhas do livro e confesso que até metade do livro estava achando um pouco exagerado o número de críticas à Willie, afinal todo ser humano, em algum momento, é um pouco egoísta. Não que seja comum ou aceitável as coisas que ela faz, mas atletas são competitivos em tudo em suas vidas, e imagino que ver alguém próximo se sobressaindo naquilo que você almejou toda a sua vida, seja algo realmente difícil, por isso no princípio eu “entendi” a mágoa de Willie.
Mas do meio para o fim, a maldade tomou uma proporção, não difícil de acreditar que existam pessoas assim mas, muito difícil de aceitar. A paciência de Eric é quase fictícia, porque ninguém aguentaria tal desprezo e falta de interesse da pessoa que deveria ser seu maior parceiro e apoio. Até sua atitude no final, é surpreendente.
E ao final, tenho que admitir que Willie é detestável.
Meu primeiro livro de Lionel. Mais que recomendado.
Ed 04/04/2016minha estante
Esse é o segundo mais quero ler todos.. Ela é fascinante.




Nath 10/01/2015

Sinceramente é difícil falar sobre esse livro sem levar em conta todo o meu ódio pela personagem principal. Não li as outras obras da Lionel Shriver, mas se em todos os livros ela fizer personagens como essa, meu Deus, essa mulher consegue ser fantástica!
Dupla Falta conta a história de Willy e Eric - ou melhor dizendo, a história de Willy, onde o Eric é só mais uma "coisa" que aconteceu.
Jogadora de tênis desde os 5 anos de idade, Willy crê que isso é sua vida e somente isso: o jogo é ela e ela é o jogo, não há Willy sem o tênis. Pouco estimulada pelos pais, Willy tem um senso de autocrítica forte, um desejo de sempre estar se cobrando cada vez mais. Até que um dia no meio de um de seus jogos, aparece um telespectador, Eric, que se encanta rapidamente com Willy e a partir daí vemos um romance florescer em meio as troca de bolas - Eric também é tenista, porém, muito inferior a ela.
Avisada desde o começo que se envolver com alguém que seja do mesmo meio que ela poderia ser um problema, eles se casam e é aí que a dificuldade começa. Passamos a acompanhar o casamento deles desmoronar gradativamente enquanto ela cai e ele sobe no ranking.
Demorei mais que o normal pra ler esse livro, primeiro por conta de todos os termos relacionados ao mundo do tênis. Um fã se sentiria em casa com a narrativa, um leigo nesse esporte, como eu, se sente um pouco perdido com todos os nomes de jogadas e torneios. Não atrapalha o entendimento da história, já que o foco aqui é o casamento dos dois, mas entender 100% tudo que esta escrito é sempre melhor.
Até metade do livro eu estava achando-o normal, mais um livro que eu leria e não causaria nenhum tipo de comoção, mas da metade para o final me vi bufando e xingando de raiva. É impressionante a personagem tão real que a Lionel cria, que me faz pensar se ela não se inspirou em alguém. Willy é simplesmente odiável, detestável e todos os sinônimos que houverem pra esse sentimento.
A narrativa, apesar de lenta pra mim na maioria das vezes, é muito boa, dá para perceber nitidamente como a autora é boa no que faz e com certeza fiquei com vontade de ler mais coisas dela. A autora não se preocupa com finais felizes e sim com histórias reais. Meu ódio pela Willy foi tão intenso que não consigo dizer se gosto do livro ou não, mas com certeza compensa a leitura.
Helder 14/05/2015minha estante
Resenha perfeita. Willy é mesmo detestável e o livro é fenomenal!




Andréa Bistafa 01/08/2011

Essa e outras resenhas em http://www.fundofalso.com
A história se passa em meados de 1990. Willy tem 23 anos, joga tênis desde os 4 anos, profissionalmente desde os 17.Seus pais nunca a apoiaram, sempre diziam que a carreira não daria futuro, que seria melhor dedicar-se as estudos. Mas Willy nunca se importou, o fanátismo dela pelo esporte chega a assustar.
Os profissionais do Tênis possuem uma tabela de classificação, um Top 100 muito importante, que é o que determina o nível do profissional. Willy dedica-se em tempo integral às competições e treinos a fim de alcançar a tão sonhada marca, entre os 10 primeiros.
O treinador de Willy, Max, é rígido nos treinos e a incentiva desde os 17 anos, financiando sua carreira. Willy e Max já tiveram um caso, ele é 20 anos mais velho que ela. Porém quando percebeu que o envolvimento emocional atrapalhava os treinos, Willy abriu mão, e escolheu o esporte.
Em um de seus pesados treinos, Eric aparece. Um jogador amador que almeja o profissionalismo. Formado em matemática em umas das melhores universidades do país, inteligente e centrado, busca a perfeição em tudo que prática. Sempre foi o melhor no colégio pois sua família sempre exigiu seu máximo.
Os dois se envolvem e logo passam a namorar. Willy joga muito melhor que Eric, o namoro caminha perfeitamente bem, ela ensina todos seus truques no jogo.
Logo estão noivos e se casam. A cerimônia é realizada em uma quadra de tênis, expressando a paixão de ambos pelo esporte.
A vida de casado não é fácil para Willy e Eric, que se vêem em competições diferentes, viajando muito e passando muito tempos separados. Eric começa a jogar melhor e a subir no ranking cada vez mais. E então surge a competição entre o casal. Logo Willy não é mais a única com uma excelente jogada.

Eu, particularmente, nunca conheci uma protagonista tão egoísta. A competição entre marido e mulher toma proporções gigantescas de inveja e ciúmes. Logo um não deseja mais a felicidade do outro, o amor e ódio fluem livremente na relação.

O quanto o ser humano pode ser egoísta? Rivalidade onde deveria haver cumplicidade. Infelizmente essa é a realidade de muitos casais hoje, principalmente daqueles que compartilham uma mesma profissão. Mulheres que ganham mais. Maridos bem sucedidos.

Infelizmente a autora peca na escrita, ou talvez o tradutor, pois livro é repleto de um linguajar difícil. Encontrei muitas palavras que não conhecia, o que não seria ruim se não fosse usado em excesso causando cansaço durante a leitura.

Concluindo, o tema é muito bom e bem desenvolvido. A escrita é cansativa e o final bem realista. Uma obra para ler e refletir.
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ThaisTuresso 19/09/2011

"Mais que uma história de amor encenada no ambiente de alta-tensão do mundo do tênis profissional, Dupla Falta é um alerta sobre os limites da rivalidade e da paixão (...)"


Dupla Falta é um dos livros mais profundos que já li no tema que o descreve: esporte, neste livro o jogo de Tênis. Envolvendo um romance conflitante e confuso, também de muito egoísmo.


Willhemena tem 23 anos e é uma profissional do jogo de Tênis. Desafiou os pais largando a faculdade e se dedicando integralmente ao seu esporte, à sua vida que é competir neste esporte. Conhecida por todos como Willy, ela treina vigorosamente com Max que é seu treinador e patrocinador. Outrora tiveram um caso amoroso, mas ele era muito agressivo e a submetia a seus gostos como nos treinos, então decidiram por manter-se longe da cama do outro. Ele confia na sua aprendiz, sabe que, apesar de ela se encontrar em uma posição razoável no ranking mundial, ela têm futuro no esporte.
Um dia ela estava numa aprtida quando um moço a observava. Logo, ele a desafia para uma partida, ela topa, e mesmo vencedo-o set's depois, ela reconhece um outro profissional. Eric Underwood, eles e apresenta assim. Mas conforme os dias passam, ele confessa seu sobrenome: Oberdof. Apesar de ser um ano mais novo que ela, ele transmite experiência e inteligência, além de que, é matemático recém-formado pela Universidade de Princeton. Após um almoço juntos, treinos e partidas, eles casam-se.
Quando Willy conhecera Eric teve receio da sobrevivência de ambos, já que o pai dele o patrocinaria financeiramente por dois anos, para que ele fosse bem sucedido na carreira que escolhera: Ser um profissional do Tênis, assim como Willy. Apesar dela achar um desperdício um formando de Princeton ousar não seguir uma carreira estável, ela sabe que um sonho vale mais do que qualquer mérito, e ambos sonham ser bem sucedidos no Tênis e sobreviverem do mesmo. Os dias passam, os campeonatos transcorrem, e quando ela o conhecera, ele estava no Ranking dos 900 e pouco, subiu para a casa dos 700, dos 300 e logo estava juntos, quase iguais na casa dos 200 no Ranking Mundial, o que parecera improvável, se tornará evitável: A competição entre ambos.
Ela sabia que era irracional competir com o marido, mas logo se encontrou com bloqueio por causa dele, do sucesso do marido. Ele, despercebido ou não, viu que era inviável jogarem juntos, ele vencera contra ela pela primeira vez.

Com uma narração tensa e sem pudores, a autora traça personalidades fortes e determinadas em seus personagens, a rivalidade e a competitividade é extrema, na vida do casal e nas quadras. Antes era paixão e cumplicidade desde à cama aos jogos, agora é vencer ou morrer. Perdida em seu próprio egocentrismo, a protagonista mergulha no ódio irracional da competição, da ignorância e do medo. O enredo é construtivo e dinâmico, confesso que, o que me prendeu no livro foi tentar aprofundar-me no romance embutido no mesmo, pois como não sou fã do esporte, achava banal o valor moral que davam do mesmo, mas acredito que um admirador do Tênis ou praticante se deliciaria dos termos usados pela autora, dos set's, ranking's e campeonatos, da dupla-falta. Essas descrições eram demasiadamente cansativas, mas o romance conflitante foi interessante de conhecer, nessa visão acirrada da competição matrimonial.
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