TalesVR 20/06/2019
Caótico
Chico Buarque tem um nome muito pesado, então espera-se que ele seja um gênio no Teatro tal qual é na música, porém não é bem assim. Comparações acabam sendo inevitáveis: na terra de Ariano Suassuna, não dá pra fazer feio. E, me dói escrever, Roda Viva é apenas mediano, mesmo sendo interessante.
O ano é 1968, Chico ainda é jovem, cheio de sonhos e ideias, e a peça é um caos humorístico: tudo acontece extremamente rápido, o Anjo é um exímio brasileiro malandro que comanda a tragédia cômica. Percebe-se uma crítica ao imperialismo, visto que os personagens a todo momento se espelham nos EUA, falam inglês as vezes, tudo lá é melhor, etc. A figura do bem e do mal é relativizada, visto que o bem também é ''mal'', quase um anti-herói.
Se tivesse sido assinada por outro autor eu teria encarado como algo experimental, livre, mas como disse no começo o nome tem um peso, fazer o quê.