Uma, duas

Uma, duas Eliane Brum




Resenhas - Uma Duas


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Augusto Pássaro 01/09/2017

Apenas para estômagos fortes.
Por mais que eu ouvisse falar que o livro era nauseante, visceral e repulsivo, acho que minha mente humana ainda subestimou que pudesse haber algo de tão torturante na literatura brasileira.

Não decidi ainda se gostei do livro, mas sem dúvidas é um livro escrito por quem manja do assunto da escrita, em relação à técnica o livro é 10, mas o enredo te deixa com um peso que sequer dá vontade de ler denovo ou recomendar pra algum amigo.

Reflita bem em que época da sua vida você vai ler esse livro.
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Michael Jordan 01/09/2017

Uma, duas. Duas que são uma só e existindo enquanto simbiose, alguma delas seria sempre negada. "Para mim nunca houve um cordão umbilical que pudesse ser cortado. Só a dor de estar confundida com o corpo da mãe, de ser a carne da mãe. Não há como escapar da carne da mãe. O útero é para sempre". Uma jornalista, redatora, que certo dia recebe um telefonema: sua mãe, que não via há muito tempo, foi encontrada no apartamento, em estado deplorável, com a perna sendo comida por seu gato. A partir dai, Laura revisita a sua infância, suas fantasias e traumas, ao passo em que lida com seus demônios nas situações presentes. “Como eles poderiam saber que não há longe o suficiente para elas? Que não há separação possível entre elas? Que quando a mãe começou a apodrecer naquele apartamento algo na filha também começou a cheirar? Que não era o suicídio da mãe, mas o assassinato da filha?”. Corpos torturados, que não são posse mas extensão. O enredo se constrói sobre verdades doloridas e caóticas dos traumas vividos por cada uma, enquanto buscam resgatar o relacionamento entre elas no enfrentamento de um câncer terminal que atinge Maria Lúcia. Ambas vítimas de abuso sexual, libertam-se e perdoam-se, a medida que narram suas experiências escrevendo um livro. Enquanto Laura jura que a mãe faz tudo para infernizar sua vida, Maria Lúcia sabe que a filha faz tudo para atingi-la, mas devido ao seu grave problema de saúde, são forçadas a conviver novamente, reconstruir laços e buscar um perdão tantas vezes sonhado e tantas vezes recusado: um perdão por si mesma.. Os braços de Laura ainda sangram, mas ao digitar a primeira palavra, ela não se corta mais. Seu corpo é um mapa geográfico de suas dores. Com capítulos intercalados entre a narradora da história (Laura), em primeira pessoa; o livro que ela escreve durante esse processo, narrado em terceira pessoa; e as anotações clandestinas da mãe, que nos acrescenta seu ponto de vista. Esta oscilação entre as narrativas, sem monopólio de voz, essa necessidade de criar uma ficção para que a narradora tenha acesso ao que ela não conseguiria sendo ela mesma, nos revelam a impossibilidade de existências independentes, longes uma da outra, autossuficientes. Operando em mecanismos de projeção e introjeção, frutos de uma depressão pós parto, complexos edipianos e uma relação fusional entre mãe/filha, o livro é um desabafo selvagem. Os mais variados assuntos são derramados em sua tessitura narrativa, desde a velhice, interdição, loucura, infanticídio, estupro, abuso infantil, automutilação, depressão, eutanásia, críticas sociais e também às instituições. A realidade das personagens machuca, incomoda, provoca indignação, nojo, medo, horror, lembranças indesejáveis. Um livrão para se desconstruir as relações romantizadas e superestimadas entre mães e filhas, denunciando a potência da crueldade que se opera nesses espaços de intimidades. Eliane Brum consegue, com sua escrita felina, denunciar verdades brutas, cruas, desconfortáveis, corrosivas. Há um pouco de nós em cada uma delas, personagens míticas, que não hesitam em desnudar-se, denunciando o lado grandioso e mesquinho do viver e morrer. Nesse sentido, a aproximação da morte da mãe seria também garantia da prevalência da sua própria voz e necessidade de reconstruir a sua vida. Matar ou não a mãe? Ou matar a parte mais doentia de si? "Não é mais um jogo entre nós duas. A morte encerra todos os jogos. Tenho vontade de matá-la arrancando pedaços da sua carne com as minhas unhas. Não por ódio, mas por amor. Por desespero. Porque ela vai me deixar. E aí só haverá eu. Um corpo arrastando um cadáver.” Um livro que dói. Uma, duas, muitas vezes.
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@lucassntn 10/08/2017

Cruel e desconfortável
Cruel

Que história cruel! De partir o coração. As palavras de Eliane Brum são extremamente belas e fico encantado com sua escrita. O que mais me agradou nesse livro foi os jogos de palavras que ela faz constantemente, pra começar com o próprio título. Fascinante.
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Maiara Lima 02/07/2017

“É incrível como a gente adquire a capacidade de não se importar nem mesmo com o que dói em nós.”
Difícil começar a falar sobre esse livro. Levei alguns dias para começar e escrever essa resenha e mesmo agora não sei o que pensar sobre ele. Antes de qualquer coisa adianto que não é um livro fácil, pois a temática dele é bem forte, com cenas e passagens bem pesadas.
‘Uma Duas’, livro de estreia da escritora e jornalista Eliane Brum, expõem e procura desconstruir/desfazer a imagem romantizada de relacionamentos, principalmente o familiar, apresentando uma relação conturbada e doentia entre mãe e filha, mostrando que esse vínculo sanguíneo pode ser bem mais complexo e obscuro.

“Como eles poderiam saber que não há longe o
suficiente para elas? Que não há separação possível entre elas? Que quando a mãe começou a apodrecer naquele apartamento algo na
filha também começou a cheirar? Que não era o suicídio da mãe, mas o assassinato da filha?”

Laura é jornalista, filha única e tenta manter distancia da mãe, Maria Lúcia, que tanto despreza. Mas ao mesmo tempo em que nutre um enorme ódio, busca de alguma forma ao que ligue as duas. Ao ser informada que sua mãe está a dias incomunicável e que será necessário invadir o apartamento, Laura se vê obrigada a revisitar seu passado, relembrando momentos da infância com os pais, sua falta de amizades e o abuso que sofreu. Uma culpa a outra por tudo que aconteceu em suas vidas. Enquanto Laura jura que a mãe faz tudo para infernizar sua vida, Maria Lúcia sabe que a filha faz tudo para atingi-la, mas devido ao grave problema de saúde de Maria Lúcia, as duas são forçadas a conviver novamente, confrontar o passado e escolhas de ambas e redescobrir o papel de cada uma na vida da outra.

“E que eu não sei o que fazer da minha vida sem ela. Minha mãe sempre esteve
ali. Por pior que ela tenha sido, foi a única que ficou. E do jeito torto dela estava presente, ainda que fosse para tornar meus dias miseráveis. Não é mais um jogo entre nós duas. A morte encerra todos os jogos. Tenho vontade de matá-la arrancando pedaços da sua carne com as minhas unhas. Não por ódio, mas por amor. Por desespero. Porque ela vai me deixar. E aí só haverá eu. Um corpo arrastando um cadáver.”

‘Uma Duas’ é um livro intenso, aborda assuntos pesados em poucas páginas, não dando tempo ao leitor para digerir os acontecimentos anteriores, pois tem a proposta de chocar quem o lê. A história é contada através de três perspectivas, apresentando a visão de Laura, a versão de Maria Lúcia e o terceiro ponto de vista é o livro que Laura está escrevendo escondido da mãe. Mesmo sabendo das motivações de cada uma é difícil criar qualquer empatia pelas protagonistas, pois ambas são amarguradas e desagradáveis. Não é um livro que eu recomende, não tive uma boa experiência de leitura (talvez porque li um pdf que achei na internet), e não gostei das. Enfim, ‘Uma Duas’ retrata uma visão diferente do padrão de amor, família, laços afetivos e o socialmente aceitável.

“Quando vagava me batendo pela paredes da casa, me sentia ligada ao corpo dela como um daqueles cachorros que tem uma corda presa ao pescoço que os paralisa depois de alguns passos. No meu caso não era uma corda, mas um cordão umbilical.”
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Jussara 28/10/2012

Denso
É denso, profundo. Muito forte. Não está no meu estilo de leitura atual. Talvez um dia eu retome.
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Taina.Santos 30/05/2017

Bittersweet
Livro super bem escrito. Acredito que boa parte dos sentimentos que temos lendo o livro, além do desenvolvimento das personagens, é a maneira como Eliane Brum decide escrever e organizar o livro. Os capítulos intercalados em terceira pessoa e primeiras (mãe e filha) fazem a narrativa ficar muito mais interessante já que queremos desesperadamente saber de toda história por trás do comportamento das personagens. São histórias como essa que nos fazem entender como o contexto da vida de uma pessoa pode perpetuar com ela para sempre e afetar as pessoas ao redor. LIVRÃO!
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Lara 06/03/2018

Esse livro dói do inicio ao fim.
Conta a história de desencontros de um relacionamento entre mãe e filha e como cada uma se tornou o que poderia ter se tornado levando em conta as relações que tiveram com seus pais e no caso da mãe tb com o pai da menina.O livro é muito bem escrito.É um livro duro.Eu li em 2 dias.Mas não é fácil de digerir.Recomendo.
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Maria1691 22/02/2017

Uma Duas, por Eliane Brum
Laura e sua mãe, Maria Lucia, nunca viveram uma relação comum de mãe e filha; Laura sempre sofreu com o jeito único e excêntrico de sua mãe; e mesmo depois de adulta, tudo que Laura sempre quis foi ficar longe de sua genitora, algo que nunca pareceu possível por maior que fosse a distancia física entre elas. Laura se sentia presa a mãe de varias formais.

E sua luta para ficar longe da mãe fica ainda mais difícil quando a senhora fica seriamente doente e elas são obrigadas a viver juntas.

Resenha Completa Em:

site: http://palavrasradioativas.com/resenha-uma-duas-por-eliane-brum/
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IGuittis 17/02/2017

Chocante
Esse livro é simplesmente chocante. Temos o relacionamento entre a mãe e filha, uma relação um tanto quanto conturbada. Somos apresentados a essa relação quando a filha é chamada até a casa da mãe, e descobre lá que a mãe está em um estado de total abandono. Sem comer, doente e praticamente apodrecendo viva.
É um livro muito pesado, dependendo do seu relacionamento com a sua mãe é um livro que se deve ter muito cuidado para ler.
A narrativa alterna entre escritos da filha, narrativa dela e também escritos da mãe. Somos expostos a todos os pontos de vista, o que muitas vezes nos deixam com sentimentos contrários.
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Rogéria 27/12/2016

Um soco no estômago
A frase que melhor define "Uma Duas", na minha opinião, é "um soco no estômago". Ou vários. É um livro pesado, com duas personagens densas que se amam e se odeiam de forma doentia e incompreensível. Em alguns momentos senti empatia pela mãe, outras pela filha, mas no geral penso que trata-se de duas pessoas perdidas, que foram abusadas de várias formas e não se encontraram. Meu primeiro livro da Eliane Brum, mas certamente não será o último. Recomendo pra quem gosta de leituras psicológicas com imagens fortes e chocantes.
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Ferreirinha 26/12/2016

Visceral
Um livro difícil de digerir. Uma realidade muito tensa de uma relação mãe e filha sem volta, tamanho os estragos que a vida provocou. Uma leitura rápida. Recomendo.
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Nathália 30/11/2016

Perturbador
Relação conturbada entre mãe e filha narrada com o cuidado da escrita de Brum.
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Camille Moraes 21/09/2016

Uma Duas foi o segundo livro da Eliane Brum que li e assim como aconteceu quando li Meus Desacontecimentos, estou aqui cheia de dificuldades para falar dele para vocês.
A escrita da Eliane é tão real e crua que até me assusta às vezes. Mas é um susto rápido que logo se transforma em admiração, porque que coragem a dessa mulher! É preciso coragem para falar de sentimentos que, por mais que reais, são considerados feios e disfarçados pela sociedade. Sem falar que a intimidade que Eliane tem com as palavras fica sempre explícita. Virei fã!

Laura e sua mãe nunca viveram uma relação comum de mãe e filha e apesar da codependência existente entre elas, a relação nunca foi amigável. Depois de crescida, tudo que Laura sempre quis foi se separar da mãe, algo que nunca pareceu possível por mais longe que morassem uma da outra. Laura sentia que ela era a mãe e a mãe era ela e isso a aterrorizava.

A luta de Laura para manter-se distante da mãe é interrompida quando a mãe dela fica seriamente doente e elas são obrigadas a viver juntas. Neste momento tanto Laura quanto a mãe usam a palavra escrita para encarar traumas do passado e desabafar sobre o presente. E é assim que conhecemos a história das duas, que começou muito antes do nascimento de Laura e agora é cheia de rancor, inveja, posse, egoísmo e até ódio, mas algo inesperado pode fazer com que elas tentem buscar ou enxergar o amor que no fim das contas pode ser a cola disso tudo.

Leitura difícil, porém, de muita reflexão. Em vários momentos precisei fechar o livro, ler outras coisas e voltar depois. E vou dizer, eu amo quando isso acontece, quando a leitura me incomoda fisicamente e foi assim a minha experiência com esse livro. Recomendo muito!

site: https://www.instagram.com/liecurti/
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Ju 01/09/2016

Denso. Visceral. Forte. Nauseante várias vezes. Tive vontade de parar, por dias o gato me permeou, na falta do corpo arrancada por ele, no seu próprio corpo desfigurado e por debaixo das unhas dela. Leitura rápida, pelo forte escrita, pela forte vontade de sair desse meio de ódio, de dor, de silêncio, de cortes, de amor guardado, de amor inventado travestido de repulsa.
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Carol 01/09/2016

"Uma Duas é literatura escrita com sangue"
"Uma Duas é literatura escrita com sangue", diz a última frase da contra capa. Você abre o livro e se depara com folhas amareladas (confortáveis à visão) e o texto impresso em um vermelho escuro. Ao final da leitura, a certeza do sangue.
Eliane é uma jornalista muito conhecida, de textos e crônicas que já me fizeram parar para refletir diversas vezes. Este livro apenas enfatiza sua força e maestria com as palavras e com a representação das emoções, é um daqueles livros que eu certamente gostaria de ter escrito!
O livro, narrado na maioria do tempo em primeira pessoa, e algumas vezes em terceira pessoa, conta a história de mãe e filha cujas existências estão unidas por sentimentos contraditórios e disfunção familiar. A narrativa é fluida e a história cheia de humanidade: as personagens são assustadoramente reais em toda sua miséria, e não fazem esforço para escondê-la. [Spoiler!] Assim como mãe e filha, a própria história ao final se confunde, e surge a dúvida sobre onde terminam os fatos e onde começa a ficção. [Fim do Spoiler!]
É um livro excelente, recomendo com certeza!
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