Uma Aprendizagem ou O Livro Dos Prazeres

Uma Aprendizagem ou O Livro Dos Prazeres Clarice Lispector




Resenhas - Uma Aprendizagem Ou O Livro Dos Prazeres


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christian-rossi 06/06/2024

"O que lhe acontecia era apenas o estado de graça de uma pessoa comum que de súbito se torna real, porque é comum e humana e reconhecível e tem olhos e ouvidos para ver e ouvir."

Esse livro é uma delícia. Recomendaria ele p quem nunca leu nada de Clarice. A aprendizagem da Lóri é embriagante. Cada parágrafo e página me traz a sensação de estar pisando na grama fresca da primavera quase como se fosse da primeira vez. Além de, claro, me carregar direto para um banho de mar bem gelado em pleno sol da manhã. Experimentar o mundo através das palavras de Clarice é sempre maravilhoso.

Também gostei muito da relação da Lóri com o Deus. Todas as reflexões sobre essa figura divina ou não divina me pegaram em cheio.
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Thaiany.Sanabria 30/05/2024

Uma boa experiência com a primeira leitura de Clarisse
O livro retrata uma personagem que está em uma fase de descoberta de si mesma, para que a partir desse autoconhecimento consiga viver o amor. Clarisse consegue nos fazer sentir inquietações que a personagem sente, as dúvidas e os medos dela e retrata de forma muito profunda a humanidade, uma mulher que busca entender ao mundo e a si mesma, mas também aceita que existem coisas incompreensíveis.

Achei um livro tranquilo de ler e que me fez refletir bastante, pois apesar do enredo ser simples, o livro possui uma grande profundidade nas reflexões que a personagem faz. A partir dessa experiência fiquei com muito mais vontade de explorar mais livros da autora.

?Compreender era sempre um erro - preferia a largueza tão ampla e livre e sem erros que era não entender. Era ruim, mas pelo menos se sabia que se estava em plena condição humana.?

?De algum modo já aprendera que cada dia nunca era comum, era sempre extraordinário. E que a ela cabia sofrer o dia ou ter prazer nele. Ela queria o prazer do extraordinário que era tão simples de encontrar nas coisas comuns: não era necessário que a coisa fosse extraordinária para que nela se sentisse o extraordinário.?
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Raissa875 29/05/2024

Realmente uma aprendizagem!
Clarice conseguiu, nesse livro, capturar a essência do momento que creio que chega a todos: o de questionar quem se é. As reflexões da personagem enquanto vaga por esses questionamentos nos fazem refletir junto com ela também.
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livia 29/05/2024

Clarice sabia exatamente o que estava fazendo quando nomeou esse livro dessa forma, sério.
melancólico, profundo, intimista, maduro. essa leitura conseguiu tocar em uma parte de mim que eu nem sabia que existia e que ardia da forma como ardeu. a construção de todo o entorno é perfeitamente colocada no livro. clarice conseguiu percorrer entre o arder de ser e o orgasmo de morrer. foi o aprendizado mais prazeroso da minha existência
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Lucas 28/05/2024

Uma aprendizagem?
A coragem e liberdade de permitir-se.
Clarice coloca em Lori o que talvez ela tenha demorado, até mais do que a personagem demorou, para reconhecer. A vida é sobre vontades atendidas.
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Zé Adson 24/05/2024

?Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres?
Simplesmente impecável e eu não tenho palavras suficientes para descrever tudo que senti lendo esse livro, o quanto me identifiquei com a Lóri e o quanto desejo ainda me identificar com ela. É uma leitura densa, bonita e complexa. E ainda mais, livre.
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Córdoba 24/05/2024

O livro começa com uma vírgula, e termina com dois pontos, do jeito que deveria ser.

Inicialmente a narrativa é a coisa mais confusa que já existiu, com frases incoerentes, gigantescas e desconexas. Mas ao longo da reflexão, você percebe que, na verdade, você tá acompanhando a trajetória de um momento onde se está completamente perdido e desamparado, para um momento não tão distante onde já se sente seguro, compreendido e pertencente.

Esse livro traz reflexões incríveis, e te proporciona pensar muito sobre si, sua vida e suas opiniões, através da própria personagem.

No começo, fiquei putíssima porque parecia que a história girava em torno da aceitação do homem pelo qual ela estava apaixonada, que se mostrava "superior"; arrogante, palestrinha, enfim, bem homem mesmo. O objetivo inicial dela era "se adequar" ao que ele achava ideal, pra que ela "merecesse" estar com ele.

No entanto, página a página você vê a transformação interna da personagem dela consigo mesma, mostrando que uma vida comum, o dia-a-dia corriqueiro, demonstra uma infinidade de emoções e pensamentos profundos, e ver ela se adequando a si é lindo, e te obriga a fazer o mesmo. Afinal, não tem nada a ver com o cara, ele foi só o ponto de luz inicial que inspirou ela a se reencontrar consigo mesma.

Pura filosofia, ao mesmo tempo que é uma jornada muito individualista, é o retrato da paixão e suas nuances, com as alegrias, desesperos e confusões. Te dá saudade de ter uma paixão forte assim. Amei, o melhor livro que eu li em muito muito tempo.
Maria.Luiza 26/05/2024minha estante
AAAAAAAA quero terminar esse!!


Córdoba 26/05/2024minha estante
É muito bommmm, termina, vc vai gostar. Tem umas partes meio ?????? mas segue firme, vale a pena




Jullyana.Chagas 22/05/2024

Clarice é única
?Mas existe um grande, o maior obstáculo para eu ir adiante: eu mesma. Tenho sido a maior dificuldade no meu caminho. É com enorme esforço que consigo me sobrepor a mim mesma?.

Nesse pequeno romance temos a personagem Lori e sua autodescoberta em direção ao amor. Clarice aqui põe em palavras sentimentos profundos e íntimos de uma forma tão bonita que só ela consegue fazer. Mas em algumas passagens chega a ser um pouco chato a mistura dos assuntos com religião e não gostei de algumas colocações de Ulisses, que é o personagem de interesse amoroso de Lori, mas não tirou a beleza da obra. Não é meu livro preferido da autora, mas ainda sim recomendo.
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mari yoshikawa 22/05/2024

Algumas das minhas frases e reflexões favoritas da clarice estão nesse livro, mas esse ulisses é insuportável e foi uma tortura ter que aguentar a presença dele durante toda a história
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Rebeca 22/05/2024

Um verdadeiro mergulho em águas profundas.
Meu primeiro livro de Clarice e já se tornou uns dos meus favoritos.
Embora escrito em 1969 aborta temas atuais como a independência feminina, e o aprendizado do amor, da lenta aprendizagem de uma mulher e seu amado, quando justamente ninguém mais tem paciência para o tempo do outro e vivem -se amores supérfluos,líquidos.Nos traz a possibilidade de uma relação afetiva estável, desconstruindo o mito de amor romântico no qual a obrigação de fazer o outro feliz sai do cônjuge e vai para o indivíduo e suas escolhas.
Logo no prefácio Clarice já nos causa profundas reflexões escrevendo :
? Esse livro se pediu uma liberdade maior que tive medo de dar. Ele está muito acima de mim. Humildemente tentei escreve lo. Eu sou mais forte do que eu.?
Muita das vezes duvidamos da nossa capacidade,nos auto sabotamos não enxergando nossas próprias qualidades.
Confesso que esse livro me acessou de várias formas diferentes colocando me em um estado contemplativo.
Sinto que esse livro me colocou em contato com minha humanidade e me indicou o caminho que Lori passou rumo ao autoconhecimento.
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cinnamongir1 21/05/2024

A dádiva indubitável de existir materialmente.
?Não havia aprendizagem de coisa nova: era só a redescoberta.?

a escrita de Clarice é tão multidimensional (na falta de Algo que descreva melhor) que senti essa leitura como um diálogo intenso com o íntimo.

?Será, Lóri, como a tua frase que sei de cor: será o mundo com sua impersonalidade soberba versus minha individualidade como pessoa mas seremos um só.?

Clarice sempre me envolve profundamente em suas histórias, e de cada Elo, que ensina e desvenda um novo olhar para o mundano, saio de ?A Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres? com a certeza de que encontrei A minha personagem Clariceana.

sinto Lóri até os ossos. e nesse linear de reflexos, ideias e pensamentos, encontrei no caminhar dela conselhos/visões que jamais me chegariam com o mesmo impacto, não fosse através da literatura.

?E Lóri pensou que talvez essa fosse uma das experiências humanas e animais mais importantes: a de pedir mudamente socorro e mudamente este socorro ser dado.? (exatamente o que Clarice faz.)

sua compreensão sangrada de tudo e o domínio das palavras e da expressão são pra mim uma forma religiosidade.

como uma eterna pragmática, Ela é quem me transporta para uma dimensão diferente. é quem me abre portas e acessa lugares do sub/consciente de um jeito único, complexo e especial. - que transcende o físico e o palpável, me arranca das zonas de des/conforto e me faz acreditar em algo Maior (que secreta e surpreendentemente vive em mim mesma).

?De estar viva ? sentiu ela ? teria de agora em diante, que fazer o seu motivo e tema. Com curiosidade meiga, envolvida pelo cheiro de jasmim, atenta à fome de existir, e atenta à própria atenção, parecia estar comendo delicadamente viva o que era muito seu. A fome de viver, meu Deus.?

Eu incorrigivelmente amo a mente dessa mulher! Mais um livro favorito pra vida e cada dia mais perto do meu Coração Selvagem? (e dEla) ????

?(Tudo me parece um sonho. Mas não é, disse ele, a realidade é que é inacreditável.)?
Ester479 21/05/2024minha estante
Que resenha linda! ??


cinnamongir1 22/05/2024minha estante
Obrigada ??!!


lenuccia 22/05/2024minha estante
vc descreveu tudo!! ? a sensação de ler Clarice é exatamente a de estar se conectando com algo maior. parece que ela sempre soube algo que ninguém mais sabe ou saberá


cinnamongir1 22/05/2024minha estante
exato! a percepção que tinha das coisas e da existência no geral é muito diferenciada. quase um terceiro olho mesmo, fico ?




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midnightrainz_ 19/05/2024

Para aprender a amar a vida
ALERTA: texto grande escrito em fluxo e que provavelmente não fará sentido, leia por sua conta em risco

queria começar dizendo que esse foi um livro que me pegou de uma forma que eu não esperava - mesmo já sendo habituado com a leitura de Clarice. foi uma narrativa que me fez pensar muito sobre como eu estava vivendo a minha própria vida e querer sentir mais o mundo, prestar mais atenção nos pequenos prazeres, desacelerar. por isso, creio que seja muito importante para o leitor contemporâneo entrar em contato com esse livro, para que ele possa entender que não precisa adiantar as coisas da vida, viva no seu próprio tempo, aprenda a ser você sem medo. inclusive, se fosse para definir uma temática para esse livro, seria esta: a liberdade de ser e de existir. recomendo muito, msm pra qm nunca leu nada da autora - o nível de complexidade desse tá um pouco abaixo do padrão, mais humanizado, mais acessível. a protagonista é uma personagem mt humana, mt fácil de se identificar, pelo menos foi para mim. o par romântico dela pode parecer meio chato no começo mas com o tempo você se acostuma com ele :)

a partir daqui, queria pontuar algumas coisas que eu achei interessantes e que me fazem discordar da autora quando ela afirmou que esse livro é "malfeito".

primeiramente, queria falar sobre o ponto mais interessante (creio eu que o principal), que é a dinâmica dos dois personagens. os dois nutrem essa atração um pelo outro mas logo de cara Ulisses afirma que ele não pode consumar essa união por que Lori não está pronta. isso porque ele a deseja de corpo e alma, e a alma dela ainda não está completamente formada. existe uma certa diferença de maturidade e de visão de mundo que fica bem escancarado na própria construção de personagem: enquanto Lori é uma jovem professora de fundamental, Ulisses é professor de filosofia que dá aulas para graduação (também fica a impressão de que ele é uma pessoa mais velha, mas não lembro se é algo dito ou não).percebemos logo no começo que Lori é uma personagem que sente tudo com muita intensidade, o que fez com que ela aprendesse a se resguardar logo cedo. ela não se conhece, logo se teme, coloca uma máscara social e faz dela sua própria essência. e é essa a jornada pela qual a personagem vai passar, mergulhar no abismo do seu subconsciente e encontrar a Lori que ela resguardou dentro de si própria. Interessante notar aqui a inversão de papéis que Clarice fez na narrativa, Ulisses é o nome romano do nosso clássico herói Odisseu, que foi para a guerra de Tróia e demorou 20 anos para retornar para a casa (10 pra ir, 10 pra voltar) onde sua amada Penelope o aguardava. no romance, quem faz o papel de Penelope é o próprio Ulisses, que aguarda até Lori estar pronta para se entregar a relação deles. por outro lado, Lorelay, nome completo de Lori, é basicamente a iara da mitologia nórdica, é uma espécie de sereia que seduz os homens com seu canto para matá-los afogados - quem exerce esse papel de sedutor é Ulisses, que seduz Lori em direção ao abismo e "mata" a falsa versão dela mesma para que a verdadeira possa nascer. vejo muitas pessoas falarem que ele atua como uma espécie de guia e eu particularmente discordo desse ponto de vista: para mim, ele funciona como uma espécie de porto seguro, ao qual Lori recorre sempre que se sente assustada, desamparada e perdida, então ele a redirecionaria para o caminho certo. mas, algo que ele próprio afirma em um determinado momento, o caminho da aprendizagem em si deve ser percorrido sozinho pela personagem. as vezes ele chega a ser um pouco palestrinha, um pouco "agressivo" - verbalmente, bem de leve -, mas fica claro no romance o quanto ele ama a lori e que tudo isso é um método para auxilia-la em sua jornada. ao mesmo tempo, o próprio Ulisses vai passar por uma aprendizagem também, uma humanização: enquanto ela segue no caminho em busca dela mesma, o qual Ulisses já percorreu, ele vai descer de seu pedestal de conhecimento e aprender a ser mais humilde, para assim também estar pronto para Lori quando forem consumar a união.

outra coisa interessante de se reparar é o título "uma aprendizagem": diferente do aprendizado, que é algo demarcado temporalmente, a aprendizagem é um processo contínuo, não possui começo ou fim. podemos ver essa demarcação pela própria linguagem utilizada na história, que começa com uma vírgula e termina com dois pontos. arrisco ainda a dizer que esse dois pontos possui um significado maior, tendo em vista que pode utilizado para introduzir um aposto, ou seja, uma explicação, só que essa explicação não aparece escrita dentro do livro - ela não existe. é um trecho que fala sobre Deus, então o conceito se torna ainda mais bem amarrado. aliás, Deus é uma temática importante dentro do livro: a busca de Lori por si se desdobra em uma descoberta tanto de Deus quanto do mundo (ou o contrário, a descoberta de Deus e do mundo culminam na busca por ela mesma). contudo, aqui não temos um Deus no sentido cristão, um Deus humanizado de extrema benevolência. na minha concepção, Deus aqui recebe uma divisão bem delimitada: "o Deus", que é retratado como algo que está além da compreensão humana, que não recebe adjetivos por que ele é o próprio conceito, o ser que rege o universo, e a nossa alma que também é uma espécie de Deus, um com adjetivos.

como dito anteriormente, Lori também passa por um processo de descoberta dos prazeres do mundo. viver também é sentir dor, e ninguém gosta da dor, com Lori não é diferente. com isso, ela passou muito tempo trancada dentro dessa caixa e meio que se guiando sem rumo. contudo, quem evita o prazer com medo da dor acaba se doendo o tempo inteiro. assim, com a coragem de Ulisses que ela toma para si, ela começa a se permitir sentir aos poucos um pouco dessa alegria de viver. e é aqui que notamos a evolução da personagem, como no início ela se assusta, o prazer era algo novo a ela - chega um momento inclusive que ela afirma preferir sentir a dor, pois a dor era uma sensação conhecida. mas aos poucos ela se acostuma com o prazer e passa a tomar dozes maiores chegando no ápice do êxtase onde ela afirma sentir um pedaço do paraíso.

existe também um certo contraste, um jogo de duplos, entre dois elementos muito presentes ao longo da narrativa: a água e o fogo. a água é o elemento da purificação, da mudança, e se apresenta de diversas formas, como o mar e a chuva. ao mesmo tempo, é o elemento da catástrofe e da destruição. representa o conflito interno da personagem em seu processo de aprendizagem, os extremos pelos quais ela vai passar enquanto está descobrindo o mundo. por outro lado, o fogo representa o desejo e a paixão, o combustível que fará Lori seguir com sua jornada mesmo quando ela está com medo.

outra coisa muito interessante, que eu não sei se foi proposital ou não então não me estenderei muito nesse tópico, é o fato de que, antes de Ulisses, Lori se relacionou com 5 outros caras, da mesma forma que Clarice escreveu 5 romances antes desse. posso ter viajado muito, mas achei isso no mínimo curioso.

posso garantir que deixei muita coisa passar, muitas simbologias que a Clarice usa na história - tipo o taxi - e isso me faz crer que esse livro crescerá numa futura releitura. mas, enquanto ela não acontece, fica a recomendação :)

ps: bom deixar claro que, apesar de ter um romance no meio, o foco é a protagonista. não existem personagens importantes além dos dois, um ou outro é mencionado de vez em quando, mas a personagem passa a maior parte do tempo sozinha refletindo com ela mesma. bom deixar esse aviso para qm tá buscando romance água com açúcar ou algo do tipo:)
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Annabelle.Dias 16/05/2024

Clarice me conhece melhor do que eu mesma. Foi lindo, uma aprendizagem que levarei para vida. Acho incrível como ela me descreve tão bem
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