Contos Maravilhosos

Contos Maravilhosos Lord Dunsany




Resenhas - Contos Maravilhosos


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Coruja 02/06/2015

Meu primeiro contato com Lorde Dunsany foi um comentário de Neil Gaiman, que me levou até The King of Elfland’s Daughter, o terrivelmente belo (sim, é um paradoxo) conto que serviu de base para Stardust. Desde então, o nome ficou no meu radar e quando apareceu a tradução de Contos Maravilhosos, não hesitei nem por um momento antes de sair correndo atrás do volume.

Embora tenha sido publicado num único volume aqui no Brasil, Contos Maravilhosos são, na verdade, dois livros de contos de Dunsany – e cá entre nós, achei essa uma excelente escolha editorial, especialmente porque todos os contos dessa coletânea trabalham com a mesma idéia de universo e com isso mantém uma unidade agradável.

Quando falei de The King of Elfland’s Daughter, comentei que achava que o estilo épico-floreado-quase-bíblico de Dunsany, ainda que fascinante, funcionaria melhor com histórias curtas. Cheguei à conclusão de que estava certa – a leitura flui de maneira bem mais fácil nos contos.

Para além disso, Dunsany explora mais gêneros em seus contos, experimenta mais – a alta fantasia ainda é o forte em toda a antologia, mas há um certo gosto de aventura e humor a se mesclar com a beleza por vezes paralisante dos lugares imaginados pelo autor.

Dunsany é um autor extremamente importante na história da literatura fantástica - tendo influenciado desde Lovecraft até o já citado Gaiman - e injustamente pouco conhecido aqui no Brasil. A tradução da Arte e Letra é não apenas excelente, como responde a essa falta que temos de muitos dos autores clássicos anteriores a Tolkien.

Absolutamente recomendado.

site: http://owlsroof.blogspot.com.br/2015/06/para-ler-contos-maravilhosos.html
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cid 28/12/2014

Antigas religiões e deuses esquecidos
A primeira vez que vi referência a Dunsany foi na introdução do livro Branca dos Mortos e os Sete Zumbis de Abu Fobiya, no reconhecimento feito pelo autor da influência deste em sua escrita. Então procurei conhecer Lord Dunsany. E foi muito bom. Esse livro que se divide em 2 partes O livro das maravilhas e O último livro das maravilhas, possui muitos contos curtos e algumas idéias inquietantes. Dunsany tem uma escrita poética, e no seu conto “A janela maravilhosa” temos uma imagem que me ficou. Diz êle:”...passou a amá-los, como um exilado no deserto pode amar os lírios que tem em casa ou como um doente pode amar as andorinhas não podendo viver facilmente até a próxima primavera.” O homem é um poeta, embora seus contos sombrios.
As idéias inquietantes são interessantíssimas. Por exemplo, uma loja onde se pode trocar o mal por outro mal, cidades misteriosas que aparecem em campos, um pergaminho amaldiçoado, um clube para deuses exilados , antigas religiões e deuses esquecidos.
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Tauami 20/07/2016

"O ponto que chama atenção nos contos de Lord Dunsany é o tom de oralidade que eles possuem."
A fantasia, juntamente com o terror, sempre foi um gênero que me atraiu. Como não se encantar com seres míticos que rasgam os céus com asas repletas de escamas douradas e poderosas baforadas de fogo? Como não se sentir arrebatado diante da beleza dos vales de Valfenda ou estarrecido com a desolação do mundo de Conan, o Bárbaro? Esses expoentes encontram em Lord Dunsay um denominador comum, em termos de inspiração. E em Contos Maravilhosos conseguimos ter um pequeno vislumbre do porquê disso.

Contos Maravilhosos é uma obra dividida em dois agrupamentos de contos. Na sua primeira parte, nomeada O Livro das Maravilhas, somos apresentados a um universo fantástico vastíssimo. No primeiro conto, A Noiva do Cavalomem, nos deparamos com a história de Shepperalk, o centauro, que em seu quinquagésimo aniversário cumpre as tradições que lhe foram passadas pelos seus antepassados, antigos conquistadores que haviam ganho a batalha contra dezessete cidades humanas junto à muralha da cidadela dos deuses. Aqui já temos uma pequena ideia da grandiloquência desse universo esparso, repleto de histórias e lendas, criando por Lord Dunsay. Entre essas várias lendas narradas nesse tomo, está o incomparável sr. Nuth; um ladrão tão hábil que até as sombras fazem mais barulho que seus passos. Seus feitos são citados mais de uma vez nessa obra. Em Como Nuth Teria Praticado Sua Arte Contra os Gnoles, nos é contado o destino de Tommy, um rapaz com potencial que se torna aprendiz do insuperável ladrão.

No segundo tomo da obra, chamado de O Último Livro das Maravilhas, os cenários das narrativas se modificam. Somos transportados por vilarejos, localizados em regiões rurais, por onde histórias são contadas de modo discreto, quase buscando não serem ouvidas. O vislumbre de locais onde os humanos não deveriam pousar os olhos, como em A Cidade na Charneca de Mallington, e segredos aterradores conhecidos por apenas alguns poucos escolhidos, caso de Por Que o Leiteiro Estremece Quando Percebe a Chegado do Amanhecer, parecem histórias contadas por anciões vividos, que há muito abandonaram a agitação das cidades e que em meio a reclusão do campo tivessem se dado conta de coisas maiores que a própria vida. Coisas que nunca deveriam ser reveladas.

Ainda nesse tomo somos reapresentados a outras lendas que pouca significação tiveram no primeiro livro. O grande Capitão Pirata Shard tem sua derradeira aventura contada em Uma História de Terra e Mar. Aqui, presenciamos o grandioso feito de capitão, que após decidir voltar a pirataria, se vê cruzando o deserto do Saara com o seu navio, o Desperate Lark, que ganha rodas para efetuar essa arriscada travessia enquanto é perseguido por um gigantesco exército de Árabes. Também não poderia deixar de falar de O Clube dos Exilados, que se tornou o meu conto favorito dessa belíssima reunião. Aqui temos um estudioso de mitologia que, ao ser apresentado a um clube de adoradores de Deuses Antigos e Inomináveis, descobre segredos irão abalar sua vida para sempre.

O ponto que chama atenção nos contos de Lord Dunsany é o tom de oralidade que eles possuem. Sendo que a maior parte das histórias narradas é contada em terceira pessoa, o leitor tem a impressão de estar lidando com um conjunto de lendas que se dissemina no boca a boca. A ausência de resolução da maior parte das narrativas, deixando pairar um mistério sobre a veracidade daquilo nos é contado, também traz essa sensação de que estamos diante de algo que aconteceu com um amigo de um amigo meu.

Embora muito erudito, Lord Dunsay desenvolve suas tramas com uma linguagem clara, quase econômica. Descrições mais detalhadas sobre os ambientes por onde atravessam os desenrolares das narrativas são feitos muito rapidamente, identificando um número suficiente de características dos espaços para que nossa imaginação possa trabalhar.

Contos Maravilhosos é um excelente apanhado daquilo que foi escrito por esse consagrado autor do século XX e agradará especialmente aqueles que se divertem com curtas e bem trabalhadas histórias de literatura fantástica.

Sobre o Autor –

Edward Plunkett, 18º Barão de Dunsay, foi um escritor e dramaturgo irlandês reconhecido especialmente pelos seus trabalhos envolvendo fantasia. Entre aqueles que dizem ter sido influenciados por suas obras, encontramos nomes notáveis como Gillermo Del Toro, J.R.R. Tolkien e H.P. Lovecraft. Extremamente erudito, Dunsay publicou mais de oitenta títulos e concorreu a um prêmio Nobel.

Ficha Técnica –

Lord Dunsay - Contos Maravilhosos
Tradução: Gabril Oliva Brum
Lançamento no Brasil – 2011
Editora Arte & Letra

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Marcel 27/10/2018

Esqueceram de respeitar algumas coisas na edição brasileira...
Esse livro, de um dos autores que influenciou de Tolkien à Lovecraft é uma obra prima. Publicado, veja só, em um país onde o mercado editorial despreza o publico e o gênero (a literatura menor como uma certa critica gosta de afirmar). Arte & Letra apostou bem na escolha e na qualidade do livro, a capa imitando um tomo antigo e a qualidade da impressão está ótimo. É um livro que é agradável de se ler.

Estou corrigindo o meu comentário devido ao fato de que eu vi o livro original, tirar as ilustrações que foi trabalhado em conjunto com a obra é quase o mesmo que retirar contos e capitulos da obra original, se perde parte do impacto da obra, de sua estética, de seu sonho. Achei desrespeitoso.
Acredito que ainda falta o mercado editorial entender como funciona gêneros de fantasia, pois eles estão muito além de certos antagonismos e posturas reprimidas que são vinculadas à uma categoria de leitor. Estamos muito mais para Marcuse do que para Adorno, então, acredito que na próxima, a editora procure incluir a arte que foi arrancada do livro por questões de preço ou de preconceitos, não sei...

Talvez por ser considerado uma literatura menor, o publica seja mais exigente...
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Alinde 10/03/2016

Como li ao longo de 2015, lendo apenas os últimos quatro contos em 2016, fica difícil fazer uma boa resenha. Só posso dizer que alguns contos são completamente esquecíveis, outros são fantásticos, e outros medianos. Nenhum me deu desprazer de ler.
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