spoiler visualizarEdoarda 30/09/2023
Depois do fim do livro anterior, tão instigante, mas que, infelizmente, não teve continuação, ler sobre Hari Seldon é um tanto frustrante. O livro perde o tom de toda a saga da Fundação, que é muito mais Ficção Científica (exceto um pouco pelo tom dado por Trevize), e ganha ares da série do Império Galáctico - mas, no fim, é um romance que se passa durante o Império. Temos a fuga desesperada de Seldon, se apaixonando por Dors (que claramente é um robô desde o começo), tentando pensar na viabilidade da psico-história - lembra-me muito Pedra no Céu misturada com Poeira de Estrelas.
Algo interessante é ver como os mycogenianos, apesar do orgulho de sua descendência de Aurora, não poderiam se distanciar tanto deles. Enquanto Aurora era a vanguarda, a moda colorida, o sexo livre e casual, a igualdade entre os sexos, Mycogen é ritualístico; roupas todas iguais, ausência total de pêlos no corpo e o pior: as mulheres em subserviência. O que era um planeta altamente tecnológico e científico vira uma sociedade agrária. É um verdadeiro horror.
O que eu não esperava tanto, apesar de ter sido mencionado no livro anterior, era que Hummin fosse o próprio Daneel - assumi que fosse outro robô com a habilidade de manipulação de emoções. Só acho esquisito Daneel não mencionar que a psico-história já tinha sido pensada pelo Falstofe lá na série dos robôs - se Giskard sabia, Daneel também tinha de saber. Enfim, apenas um romance para saber como tudo foi deixado pela perda do Bom Doutor.