Resenhas - Ormuz

Camila(Aetria) 03/07/2012

Uma saga histórica
Essa resenha também está em: http://www.castelodecartas.com.br/

Demorei um bocado para terminar esse livro, pelo menos mais do geralmente levo para fazê-lo...
Ele é um livro bem cansativo em momentos, e há horas em que se quer parar de ler ou se dá um bocado de sono pela quantidade massiva de descrições, embora seja justamente isso que o torne tão rico.
Ele consegue demonstrar a verdadeira natureza das guerras navais, das potências marítimas de 1600 para frente, de quando a Europa dividia a África e Ásia e controlava todo esse comércio que havia por lá.
Sem mistificar essa questão cruel que toda a guerra possui, da forma como pessoas inocentes são brutalmente assassinadas e em que fidalgos ou superiores fazem tudo para conquistar seus objetivos.
Uma questão que achei muito interessante foi a quantidade massiva de referências bibliográficas, de termos navais amplamente usados e de uma vontade de se manter fiel às questões históricas.
O livro não deixa, é claro, de ser um romance, possuindo liberdade poética em certos momentos para fantasiar nas questões de alguns personagens, como o de Sara, que expõe grandemente a cultura irlandesa (o que me fez manter minha opinião de que para aquele pessoal desgraça pouca é bobagem no momento de criar suas lendas), possuindo uma grande gama de contos e lendas de lá.
Ele é uma leitura que começa a ganhar mais ritmo a partir da metade do livro, e o fato de ser narrado por Rafael, um escravo, mostra um outro lado da história, talvez uma visão não muito usual do que poderia aparecer nos livros, com uma honestidade que talvez não surgisse se fosse contada por um fidalgo.
É um livro muito bom, que vale a pena ser lido, mas com calma, tempo e sem sono, pois consegue mostrar as linhas tênues do que vitória e paz podem significar quando impérios querem dominar outros.

GIPA_RJ 09/07/2010

FANTÁSTICA LEITURA!
Belíssimo livro.
Porém , algo estranho fica no ar , pois o autor (português) descreve os colonizadores portugueses de forma tão distinta da conhecida por nós brasileiros.
Sempre os tive como cristãos pacíficos , ludibriados e espoliados pelas potências navais da época (Inglaterra, Holanda , França) ...
Na Ásia , a leitura os descrve como radicais guerreiros sanguinários absolutamente temidos por todos , destemidos heróis.
Três possibilidades:
1-O autor mentiu
2-Nossos livros de História do Brasil mentiram
3-Portugueses tiveram comportamentos distintos no oriente e no ocidente.
A descrição da àsia , África , Oman , Oceano ìndico e adjacências é impecável , assim como as considerações a respeito do Islam e do budimo. E ainda há espaço para lendas irlandesas.