Boiando em Moçambique

Boiando em Moçambique Rafael Moralez




Resenhas - Boiando em Moçambique


2 encontrados | exibindo 1 a 2


Literatura 12/04/2012

Vamos para Moçambique?
Extasiado, digo eu, estar ao me deparar com as páginas de um mundo Moçambicano! Quanta coisa diferente da nossa! Quantas cores e mulheres fortes, comidas exóticas e lugares que enchem os olhos – ou a imaginação – do leitor.
Quando pedi o livro Boiando em Moçambique (Balão Editorial – 212 Páginas) para resenhar eu não tinha ideia do que estava por vir, sabia que abordaria Moçambique (que estava óbvio pelo título) e só! Nem a sinopse eu li! Foi um tiro no escuro, literalmente. Fico feliz de ter me empolgado tanto com um livro miudinho.

Rafael Moralez é um cidadão – creio eu – que “sobrevive” na cidade de São Paulo, gosta de muita “breja”, Rock and Roll e comidas para lá de exuberantes e vive tranquilo na sua agitação diária. Certo dia surge a proposta de ir até Moçambique “fazer sei lá o quê” por um tempo, sem pensar muito o guri aceita e é aí que começa a nossa diversão. (É sempre gostoso alimentar o nosso sadismo e ver como uma pessoa “sofre” ao se deparar com uma cultura e costume diferente do que está acostumada.)

O Livro nos conta o dia-a-dia de Rafael em Moçambique, o que ele come, no que ele trabalha e o que aquelas pessoas fazem para se divertir entre uma pobreza aparente. Temos várias – v-á-r-i-a-s – fotos durante o decorrer do livro, desenhos que ele mesmo fez (Até que são engraçadinhos.) e opiniões sobre os quitutes regionais. Política e Educação não ficam de fora em sua abordagem muito divertida e pouco coloquial. Vale lembrar que “Boiando em Moçambique” veio primeiro em forma de blog de viagem, era uma proposta e um meio que ele achou para mostrar a família e os amigos o que ele estava passando a quilômetros de distância de sua terra natal e por isso o livro é tão interessante.

Veja resenha completa no Literatura de Cabeça:
http://bit.ly/HDt2vQ
comentários(0)comente



Platina23 03/01/2016

"O Estado não existe muito por aqui, eles resolvem na mão mesmo."
Já tem um tempo eu ganhei esse livro em um sorteio, mas decidi ler ele junto com Terra Sonâmbula do Mia Couto para pintar um plano de fundo melhor sobre Moçambique e toda a sua cultura.

O livro é uma copilação de várias postagens que o Rafael fez durante suas viagens no blog/diário de viagem "Boiando em Moçambique", que eu acho que ainda é ativo, não tenho certeza. Mas as postagens giravam sobre o seu dia no país em que ele se encontrava. No caso ele ficou cerca de cinco meses em Moçambique e relata isso em posts bem irônicos, as vezes com certo humor ácido e sem nenhuma restrição política e ideológica, mas nem por isso ele chega a ser machista ou preconceituoso como eu achei que seria ao ler as apresentações escritas pelos amigos deles, que falavam tão bem que eu cheguei a desconfiar e achar que eram uma bela puxação de saco por parte deles.

Queimei minha língua e acabei indo com o Rafael, ele me pareceu alguém que poderia gerar uma boa conversa se você topa com ele, na rua por exemplo. Ele se mostrou um cara simplérrimo( nem sei se esse superlativo tá certo....), ele só precisou de uma bike, uma câmera e alguns guias, fora a lábia dele, pra conseguir mostrar o povo, o relevo e percorrer Moçambique como ele é. Ele mostrava a corrupção que havia com policiais rodoviários, o preconceito e as limitações que a mulher Moçambicana sofre, esse foi um ponto que eu parei e pensei se uma estrangeira não sofreria do mesmo jeito e o fato do Rafael ser homem ajudou ele a curtir mais a viagem. Ainda não tenho resposta pra isso.

Nos livros do Mia Couto ele fala muito do período da guerra civil do país, que ele viveu e ainda registra em livros, mas o Rafael nos mostra o produto dessa guerra e como ele afeta o país onde a capital parece uma cidade do interior paulista de tão simples e sem tecnologia. Carros são raros, eles realmente andam de bike e não por um motivo ecológico como a Holanda. Em certa altura da viagem o Rafael pegou Malária(seria a Dengue deles), as escolas são extremamente precárias num ponto em que professores chegam a não receber salários do governo por problemas na distribuição das verbas. E não vou nem falar da falta de uma vigilância sanitária em alguns lugares que ele viu vender comida(pq comer lá é pedir pra morrer de dor de barriga).

Rafael cansa de fazer comparações com o Brasil, e elas são fundadas, porque existem regiões como essas no Brasil, a diferença está no tamanho e que aqui temos regiões de maior concentração de renda, só isso. O Mia Couto cansa de falar que não é só o português que nos une e enumerar as semelhanças entre os países.

Mais pro final do livro o Rafael já saiu da África e vai para a Tanzânia, numa lugar chamada Zanzibar( acho), um lugar perfeito pra mochileiros mesmo, precário e muito pobre, o Rafael se meteu em muita enrascada por lá( dentre elas a briga com um hoteleiro que queria roubar ele aumentando a diária combinada). E a cada fim de postagem ele coloca algum álbum ou banda que ele estava ouvindo, e eu tive a paciência(ou falta do que fazer cof, cof) de colocar numa playlist do youtube:
https://www.youtube.com/playlist?list=PLaaY3bFD2_BM6SZrKRU9N_nUDFdQalMwb

Enfim, o livro só me deixou com mais curiosidade de visitar Moçambique do que quando eu li Mia Couto. Vale a pena ler para entrar em uma cultura e população diferente e ao mesmo tempo bem parecida com a nossa, eu recomendaria por curiosidade de ler sobre o país num olhar diferente, descontraído, crítico na medida do irônico e divertido. Uma bela surpresa nas minhas leituras ^^d.

site: http://livrosenipon.blogspot.com/2016/01/resenha-boiando-em-mocambique-rafael.html
comentários(0)comente



2 encontrados | exibindo 1 a 2