Alle_Marques 30/10/2022
Ramsés: O Templo de Dez Páginas
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“Como seria possível celebrar uma festa se houvesse um único estômago sofrendo com a penúria da fome?”
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Possui exatamente todos os problemas do primeiro: é um festival de conveniências dá primeira à última página, nenhum dialogo e situações parecem plausíveis, tem zero desenvolvimento e evolução dos personagens, a vida, cultura e costumes egípcios são porcamente mostrados e representados, tudo é caricato e leviano demais, a escrita é tão superficial e expositiva que parece gritar que os leitores são burros ou preguiçosos demais para pensar por conta própria, as intrigas políticas são fracas e por fim, o protagonista Ramsés continua exatamente a mesma coisa, um anjo injustiçado perfeito sem defeitos, e tudo isso e muito mais, assim como no primeiro livro, porque o autor quer e apenas por isso.
Por ser exatamente a mesma coisa que o primeiro nesses aspectos, não vou me estender sobre isso aqui, vou apenas dizer que supreendentemente a leitura desse foi bem melhor do que eu esperava e bem mais tolerável do que a de seu antecessor, mas isso imagino que se dá a dois fatores, o 1° é que, ao contrário do primeiro livro que foi tudo uma surpresa e as expectativas estavam altas, nesse aqui foi exatamente o oposto, as expectativas não existiam mais e o primeiro foi tão ruim que eu já tinha uma noção certeira do que esperar dessa continuação, sendo assim nada conseguiu ser uma grande decepção e como eu não esperava nada, não fui surpreendida negativamente em momento algum, o 2°, e melhor de todos, foi que eu encontrei uma maneira cômica e bem inusitada de tornar a leitura um pouco mais aceitável e interessante: foi só imaginar tudo como se fosse uma novela religiosa da Record. Foi a única maneira que encontrei de tornar tanta besteira plausível, o visual brega e caricato dessas novelas funciona muito bem com o tom leviano da obra, além de tornar tudo bem mais divertido e fácil de ler, pode não ser uma estratégia comum, mas funcionou pra mim e imagino que possa funcionar para tornar a obra digerível também para outros leitores desdenhosos, assim como eu, com a saga criada por Christian Jacq, além da novela, é possível também imaginar uma animação, algo parecido com um “O Príncipe do Egito” ou um “José: O Rei dos Sonhos”, isso visualmente apenas, já que existem coisas que só fariam sentido e ficariam boas, ou pelo menos aceitáveis, em animações, enquanto que em live-actions seriam bem ridículas, improváveis e difíceis de acreditar (as novelas religiosas da Record são a prova disso) como quase tudo que acontece nesse livro.
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[...] Se o deus de sua convicção o torna intolerante, desconfie, Moisés. Ele vai conduzir você ao fanatismo. [...]
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17° de 2022
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