Recebi o livro ontem através da parceria com a Novo Conceito e animei a ler na hora por causa do tema do livro e das poucas páginas. Uma combinação que geralmente faz o livro pular para frente da fila. Algumas horas após o início da leitura começo essa resenha e nesse momento é um misto de opiniões para falar a verdade. O livro escrito por Tammy Luciano consegue ser diferente, reflexivo e ainda ser surpreendente mesmo quando tudo indicava o caminho comum.
Thizi é uma garota que tem uma vida boa na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro. Os pais vivem viajando faz cinco anos e por isso ele aprendeu a se virar sozinha. A única pessoa que tem como referência é a empregada Nil. Thizi até então era namorada de Tadeu, um cara problemático, que vivia traindo-a e sempre conseguia se safar com as desculpas mais sínicas. Todo mundo sabia, apenas Thizi acreditava ou fingia acreditar. Tito o melhor amigo de Thizi sempre procurou alertá-la para as traições e mentiras até o dia que ele conseguiu uma prova irrefutável da traição de Tadeu. Tito saiu com um soco no nariz, Tadeu e seu outro amigo, Gabiru, sofreram um acidente de carro horroroso após a briga e estavam no hospital. Thizi estava sozinha, com aquela sensação de que tinha algo errado. Tito se afastou dela, a fofoca da traição e do acidente rolava solta na internet e ela não sabia o que fazer. Até que um dia quando resolve sair sozinha para estrear o carro novo e aproveitar uma noite sem consolos e abraços Thizi se vê no meio da pista de dança, a mesma Thizi, ou seria outra? Uma irmã gêmea roubada na maternidade? Ou seus pais tinham adotado só ela e largado a irmã gêmea para trás? Quem era aquela garota? Ela estava mais bonita, com uma pele mais aveludada e com o cabelo sedoso. De repente, todo o mundo de Thizi some, poderia ser um espírito? Thizi resolver seguir a “replay” e encerra a noite com um “você é uma idiota”. Thizi fica irritada e precisa descobrir logo o que está acontecendo. Quem era aquela para chamá-la de idiota?
A partir daí a narração toma rumos que se entrelaçam de maneira surpreendente no final. Os acontecimentos da noite em que Tadeu bateu o carro e Tito teve o nariz quebrado vão pouco a pouco se desenrolando. Thizi tem que encerrar de uma vez por todas o namoro com Tadeu e lidar com a ausência de Tito, mas não consegue esquecer os estranhos encontros com a “replay”. As formas como Thizi e a replay aparentemente estão relacionadas é bem curiosa. Até agora tenho duas opiniões sobre o caso. Ou a replay era pura e simplesmente uma alucinação, um recurso que a mente de Thizi encontrou para entender tudo aquilo ou por causa dos sérios problemas que ela estava passando a mente dela foi capaz de acessar esse futuro como uma ponte de entendimento. Não posso falar mais, do contrário soltaria a grande sacada do livro e ficaria sem graça, mas são essas minhas teorias. Quando vocês lerem quero ouvir a opinião de vocês sobre o caso.
A personagem é muito bem construída e passa grande parte do livro refletindo sobre os caminhos que escolheu, sobre a amizade dela com Tito e sobre o namoro torto com Tadeu. O mais irritante, e de certo modo engraçado, foi o quanto Thizi demorou a enxergar o óbvio sobre o que chamava de “amizade”. Vamos dizer que foi muito estranho me identificar com uma personagem nesse quesito. Mas vou deixar essa parte de lado antes que solte algum spoiler. A autora conseguiu construir personagens muito reais e que sem o menor esforço podemos identificar na própria vida. Os problemas que Thizi teve que enfrentar por puro medo de encarar vários sentimentos e por estar acomodada em uma situação são assustadores. Tive que ler duas vezes a parte final do livro para compreender que aquilo estava mesmo acontecendo, que a autora deu uma guinada de trezentos e sessenta graus totalmente inesperada na trama e no final das contas deu tudo certo. Achei criativa à história. Não posso contar nenhum detalhezinho, mas lhe garanto que você só vai descobrir no fim do livro. Não adianta nem tentar deduzir.
A edição da Novo Conceito sob o selo Jovem ficou muito boa e bonita. Apesar de achar o rosto do desenho da capa um pouco estranho, adorei os tons de roxo e a mistura de cor. A caixa estilo envelope do kit é no mesmo tom, além disso, o espelhinho que vem junto com o kit é um detalhe a parte. A diagramação é diferente, a marcação dos capítulos foi feita com a fonte do título e não encontrei erros no livro. Não conhecia os livros da autora e só tinha imaginado o estilo do livro, por isso mesmo li sem saber o que esperar. 144 páginas depois posso dizer que é uma (...)
Termine o último parágrafo em: http://cultivandoaleitura.blogspot.com.br/2012/03/resenha-garota-replay.html