Emmanuel 08/11/2012
No Limiar das Colinas Sombrias (The Dark Hills Divide): Indico!
Diante da capa do livro, o leitor já se encanta. O aspecto sombrio e misterioso da floresta ao fundo enfatiza ainda mais o rosto tranqüilo e doce da menina que segura nas mãos uma pedra brilhante, leva uma chave prateada numa corrente presa ao pescoço e tem um esquilo curioso sobre se ombro. Na contracapa, a nota de um elogio explícito da Kirkus Review aumenta ainda mais o desejo de ler.
Passando por algumas páginas iniciais do livro – título, agradecimentos e dedicatória – encontra-se o mapa da Terra de Elyon. Tudo bem, o mapa não é “lá essas coisas”, poderia ser muito melhor desenhado e elaborado, mas o real prestígio que concedo à obra está associado ao conteúdo.
No primeiro capítulo, chamado Warwold, realmente me interessei pela bela fábula contada pelo personagem homônimo ao título do capítulo. Não sei se Carman a inventou, se a viu em algum livro ou site ou se ouviu de alguém. Mas tenho de admitir que é fantástica e dá uma incrível lição de moral. No fim do capítulo, porém, fiquei aturdido e confuso com a morte repentina e rápida de Warwold, ficando desesperadamente ansioso por mais informações.
Confesso, todavia, que fiquei um pouco entediado nos capítulos seguintes. Até a página 100, mais ou menos, não houve ação nem dinamismo e só se formaram alguns pobres diálogos. Só não foi pior porque o narrador-personagem cria uma conversa informal com o leitor e dinamiza o texto. Nesse livro, a personagem principal Alexa conta a história em seu ponto de vista. Em caso de narrador-observador, o texto, por vezes, torna-se mais cansativo.
Mas, depois dessas páginas um tanto mais difíceis, o leitor é duplamente recompensado. Finalmente, depois de várias tentativas, Alexa consegue atravessar a muralha, por meio subterrâneo, no capítulo 10, e começa a se aventurar no capítulo 11, com seu novo companheiro, o anão Yipes. A partir daí, os diálogos consistentes e as narrações dinâmicas começam a aparecer com maior frequência.
Por um momento, por volta da página 150, achei o livro bem infantil. Senti-me até um pouco ridicularizado lendo animaizinhos espalhafatosos e bonzinhos conversando livremente com a aventureira de 12 anos. Foi até bem engraçado... Mas, algumas páginas adiante, um esquema mafioso torna a leitura até um tanto dramática e cria um clima de suspense. Eu jamais pensaria num ataque de criminosos de verdade num livro que aparentemente se trata de fantasia. Mesmo assim, essa mistura foi bem legal.
Outro aspecto bem relevante que encontrei foi a detalhada e magnífica biblioteca do Alojamento Renny. Bem, sou muito suspeito para falar disso, mas é a mais pura verdade: ADORO BIBLIOTECAS!
Por esses motivos, acho que o livro é realmente muito bom. Prova disso? Bem, o autor foi escolhido, ao lado de Rick Riordan, que muito admiro, e de alguns dos mais brilhantes e renomados escritores para compor o grupo destinado a escrever a série The 39 Clues. Coincidência? Acho que não.
Indico: Àqueles que pretendem iniciar uma série; aos fãs de literatura fantástica; aos adultos que desejem reviver sua juventude.
Vejam mais resenhas de livros e filmes no meu blog: http://emmanuelcarvalho.blogspot.com.br/