Um quarto para ela

Um quarto para ela Helen Garner




Resenhas - Um quarto para ela


10 encontrados | exibindo 1 a 10


skuser02844 28/05/2023

Um livro lindo
Mais um livro que peguei pra ler unicamente por ser da Alfaguara, este ainda teve o atrativo de ter sido escrito por uma autora australiana, e eu tenho certo fascínio por este país.
Aqui conhecemos Helen, não, não é um livro de memórias, nem uma auto-ficção, a protagonista só tem o mesmo nome que a autora. Helen está preparando um quarto para sua amiga Nicola que está vindo passar três semanas em sua casa enquanto é cobaia de um tratamento alternativo para o seu câncer em estado terminal.
É um livro lindo, melancólico pra caramba, mas lindo, Helen e Nicola são idosas, são amigas há uns 15 anos e não se veem tanto, mas gostam bastante uma da outra. Mas Nicola vem de Sidney para Melbourne ficar na casa dessa amiga que abre suas portas e sua vida para receber a amiga, mesmo que não concorde com o tratamento que Nicola está fazendo, é um tratamento caro, que qualquer um que pare para pensar vai perceber que se trata de uma balela, isso acaba irritando muito a protagonista. Nicola parece piorar com o tratamento, são noites insones amparando a amiga que mal consegue se manter em pé depois das intervenções que recebe na "clínica".
Conforme a história vai passando a gente vê que Helen está se aproximando do limite do que pode aguentar,ela parece meio grossa, às vezes, mas é porque a autora é direta mesmo, ela não se estende desnecessariamente, e isso reflete em suas personagens, ela não se importa de bancar a babá e fazer todo o serviço necessário para ajudar Nicola, mas não suporta a injustiça que vê, a charlatanice do suposto médico (que depois descobrimos que é formado em medicina veterinária, na realidade) enquanto Nicola tenta fazer parecer que o mundo é cor de rosa e contra a realidade palpável fingindo que o tratamento não está acelerando a sua morte.
A mensagem do livro é justamente essa, até quando vale a pena lutar? Será que, às vezes, não é melhor aceitar? Simplesmente amenizar o sofrimento e aceitar o inevitável? Ao mesmo tempo isso coloca o leitor em cheque, porque vemos duas senhoras, uma com 65 e a outra vai fazer 64 no decorrer da história, e mesmo assim se agarrando a vida de forma admirável, a vontade de viver de Nicola, mesmo que expressa de forma imprudente, é animadora e nos faz ver como as pessoas mais velhas podem e devem lutar pelas suas vidas, não é porque já se está na terceira idade que a vida não vale mais a pena ser vivida.
Livros com personagens idosos me fazem refletir bastante sobre isso, a vida só acaba quando termina, e aceitar que o fim está próximo não significa que se deve parar de viver só porque resta pouco tempo.
É um livro lindo, um dos mais lindos que já li. Infelizmente este é o único livro da autora que foi publicado no Brasil, mais infelizmente ainda é um livro super esquecido no churrasco, nunca vi ninguém falando dele, e acho que muita gente adoraria a experiência dessa leitura.

site: https://hiattos.blogspot.com/2023/04/opiniao-um-quarto-para-ela-helen-garner.html
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Nicole 28/09/2022

Um relato importante
A autora utiliza uma narrativa simples, nua e crua.

Não há espaços para grandes reflexões, o que não torna o livro ruim. Trata-se um livro objetivo; a mensagem fica estabelecida na mente do leitor.

O que eu mais gostei nesse livro é que ele dá uma boa perspectiva de como são as personagens principais: a cuidadora e a cuidada. Suas respectivas personalidades são exploradas e trazidas de maneira seca, através das suas atitudes.

Essa obra retrata, principalmente, o medo da morte e do adoecer. Trata-se de uma personagem que faz tudo possível pra postergar sua passagem na Terra, estando em negação.

Também tem bons diálogos.
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Tali 10/07/2022

Ironicamente fácil de ler essa história tão dura
Fazia alguns meses que não estava evoluindo em nenhuma leitura, emprestei esse livro na biblioteca porque sinopses sobre amizade sempre me chamam atenção, e porque uma dos meus filmes mais queridos é o ?Já estou com saudades?, que fala da amizade entre duas mulheres quando uma delas descobre um câncer. ?Um quarto para ela? me surpreendeu em como é fácil de se ler, em muitos momentos me vi totalmente envolvida pela história, tentando entender todos os lados da história. É um livro que te faz questionar o que você faria se tivesse numa situação semelhante?
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Priscila (@priafonsinha) 06/04/2018

Fraquinho
Uma capa linda e uma editora excelente, mas uma história tão ruinzinha... :(

A autora escreveu baseada em sua própria experiência com uma amiga com câncer. 

No romance temos a amizade de Helen e Nicola, esta última com câncer e buscando tratamentos alternativos para se curar. Helen a recebe em casa e está disposta a ajudar e dar conforto, mas não encara bem esses tratamentos que sua amiga faz ao invés de buscar a medicina tradicional.

O livro poderia ser mas intenso ou mais emotivo, mas tudo corre de forma tão estranha, sem envolvimentos, e uma escrita tão fraquinha que decepciona a grandeza do assunto... :/ ao menos o livro é curtinho, de forma que não nos arrependemos em termos perdido tempo com ele rs
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Vivi 02/09/2016

Em “Um quarto para ela” conhecemos a história de duas amigas, Helen uma jornalista e escritora de 67 anos, que prepara um quarto para sua amiga com câncer terminal, Nicola.
Nicola pede para se hospedar na casa da amiga em Melbourne, onde ela irá fazer um tratamento alternativo que promete expulsar o câncer do organismo dela.
Helen só se dá conta da real situação da amiga quando vai buscá-la no aeroporto. Nicola muito debilitada tenta se mostrar otimista e corajosa, sempre com um sorriso inabálavel no rosto.
Assim que Nicola começa o suposto tratamento ela começa a ter várias crises, fazendo com que Helen tenha certeza de que se trata de uma clinica fajuta onde eles enganam os paciêntes com promessas de cura. Depois de passar cansativas e angustiando noites em claro cuidando da amiga doente, Helen percebe que não consegue dar conta da situação, e fica irritada com Nicola, por ela não conseguir aceitar que está morrendo. Nicola nunca se casou e nunca teve filhos, sempre foi uma mulher livre e independente, mas que tinha muitos amigos. Em uma discussão Helen coloca tudo pra fora e desabafa com a amiga, sobre o que ela acha da clinica, do tratamento e da doença, e sugere que ela procure um médico de verdade. Nicola com dificuldade aceita o que a amiga diz, e procura um médico, conseguindo assim receitas para doses maiores de morfina, e depois de conversar com um especilaista, Nicola resolve voltar pra Sidney para operar o câncer, para que ela possa ter mais algum tempo de vida.
“Um quarto para ela” é um livro com uma carga emocional muito pesada, pois se trata de um tema muito delicado: a morte; mas também fala sobre o verdadeiro significado da amizade, sobre sua importância para superar dificuldades. É um livro que te faz parar pra pensar em como você está vivendo sua vida, sobre o que é realmente importante nesse mundo. É impossível lê-lo sem parar pensar no que foi lido.
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@fabio_entre.livros 06/09/2015

Implacável e dolorosamente honesto

“A morte não aceita que a neguem. Tentar negá-la é pretensão. Isso faz a loucura penetrar na alma. Suga nossa virtude. Injeta veneno na amizade e transforma o amor numa piada.”



Há algum tempo eu já havia manifestado interesse em ler uma obra de ficção que abordasse o drama do câncer e suas implicações reais na vida dos personagens, mas que não se perdesse em sentimentalismo barato, do tipo que quer forçar o leitor a derramar rios de lágrimas pelo fato de um personagem ser afetado por essa doença (como se isso fosse a maior catástrofe do universo). Conheço alguns autores de best-sellers (adolescentes, na maioria) que seguem essa linha melosa, a qual, em minha opinião, torna seus textos absolutamente artificiais e insípidos, sem identidade.
Ao invés disso, eu queria ler um livro sóbrio e autêntico, que conseguisse transmitir paradoxalmente a dor e o sofrimento, a luta e a esperança sem exageros ou apelação sentimental; então, foi uma surpreendente experiência ler “Um quarto para ela”, livro que correspondeu às minhas expectativas mais otimistas. A narrativa de Helen Garner é agradável e fluída, elegante e, por vezes, poética, mas tão impregnada de realismo que parece que estamos lendo um relato verídico; mais que isso, parece um relato sobre pessoas reais com quem já convivemos.
Sem melodrama, Garner nos apresenta Helen, a mulher que precisará pôr à prova toda a sua determinação, paciência e amizade para ajudar Nicola, a amiga que está com câncer em estado terminal. Helen prepara um quarto de hóspedes em sua própria casa para receber Nicola e tratá-la, já que ela – Nicola – não tem família, exceto alguns parentes distantes. A relação entre as duas mulheres, já em idade avançada, é comovente. Contudo, nem por isso o romance deixa de ser duro e implacável em grande parte; todo o sofrimento de Nicola, suas crises, dores insuportáveis e reações violentas aos tratamentos a que é submetida em hospitais e clínicas (muitos deles duvidosos), tudo é descrito com vigor em uma prosa que fere, mas por isso mesmo merece louvor: pela honestidade e coragem da autora em retratar um drama triste, sem acessórios ou maquiagem que “conviessem” a uma leitura mais “bonita”.
O estilo de Garner é despojado desses artificialismos, pois ela consegue, sem esforço, alternar momentos dolorosos e reconfortantes, construindo uma trama profunda que mostra uma amizade forte em seus matizes mais intensos, sendo sombrio ou luminoso conforme o momento. A história é singela e cativante desde o fiapo de esperança de cura a que Nicola se agarra desesperada e estoicamente até a luta interna de Helen para amparar a amiga e assisti-la, mesmo sabendo o destino trágico e inexorável que a aguarda em breve.
Imagino que o leitor que tiver conhecimento de um caso de câncer na família ou entre amigos irá se identificar profundamente com a autenticidade do romance de Garner; a própria autora declarou que o livro possui fortes elementos autobiográficos. Enfim, este é, sem dúvida, um dos livros mais honestos que já li.
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Ana 19/07/2015

Um pequeno grande livro!
Quando comecei a ler ''Um quarto para ela'', não botei muita fé. Achei que seria um livro sobre o cotidiano pesado e cansativo sobre uma amiga cuidando da outra, que está em fase terminal de câncer. Mas me enganei. Esse livro se mostrou ser muito maior que um simples relatos das dores cotidianas, embora contenha todas elas.
Enquanto a protagonista Helen (não por acaso o mesmo nome da autora) nos relata como são os dias com Nicola, já tão doente e debilitada, conseguimos rir, nos indignar, e até sentir uma pontada de raiva da pobre Nicola, que transformou a vida de Helen em um caos nas semanas em que esteve lá. Entre tratamentos malucos para se livrar do câncer e noites intermináveis de dor e angústia, sentimos o cansaço e a raiva de Helen, junto à esperança e coragem de Nicola. A amizade é retratada aqui em seu grau mais íntimo e doloroso.
O livro retrata também nossas expectativas e frustrações com relação à doença. É um livro que nos ensina um pouco a viver. A quem já teve um caso de câncer em alguém próximo, será como ver a própria experiência relatada pelas mãos de outro.
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Paula 23/10/2014

"É um privilégio preparar o lugar
em que outra pessoa vai dormir."
Elizabeth Jolley

Antes de começar a falar do enredo desta história, gostaria de falar um pouco de minha história com esse romance. A primeira leitura ocorreu uns três anos atrás, logo que o livro foi lançado no Brasil, quando me deparei com uma capa bonita, com flores singelas, e o título delicado que me fez pensar em uma história bonita de amizade. A leitura, no entanto, não foi tudo o que eu esperava naquele momento, o livro não me falou ao coração, fiquei perturbada com aquela história. Tanto que me desfiz do livro em uma troca no skoob. Se não tivesse sido por obrigação, talvez eu nunca o tivesse relido, mas estou feliz de que isso tenha acontecido. Principalmente porque me mostrou que há um tempo certo para ler cada livro e que o que sentimos em relação a um livro também muda junto conosco.

Um quarto para ela de que fala o título é o quarto que Helen, uma jornalista/escritora de 64 anos, que vive em Melbourne, Austrália, prepara para receber sua amiga Nicola, que está com câncer. Nicola vem de outra cidade (Sidney) para fazer um tratamento e pede para se hospedar na casa da amiga por três semanas. Helen não fazia ideia do estado de Nicola até ela chegar no aeroporto, pois a comunicação que mantinham por telefone e emails ocultava muito da gravidade da situação. Muito debilitada, Nicola chega à casa de Helen e conta dos tratamentos alternativos que vai fazer e que vão expulsar o câncer de seu corpo. Tudo indica que os médicos disseram a Nicola que não há mais nada que a medicina tradicional possa fazer para combater o câncer, além de ajudá-la a controlar a dor que sente. Mas Nicola está em negação e quer acreditar que tratamentos como o de uma clínica clandestina, que na verdade está explorando as pessoas em sofrimento, irá salvá-la.

Helen faz todo o possível para acomodar a amiga, recebendo-a com carinho, trocando as roupas de cama várias vezes durante a noite, cozinhando, limpando, e também está exausta por conta das muitas noites sem dormir. Cuidar de alguém doente é fisicamente e emocionalmente cansativo. Mas o mais desgastante para Helen tem sido lidar com o sorriso falso de Nicola, a máscara de alegria que a amiga carrega no rosto mesmo nos momentos mais terríveis da doença, fingindo que tudo vai ficar bem, porque não consegue aceitar que a morte está próxima. Porque sente que falhou por não ter tido a vida que a sociedade esperava dela: Nicola não se casou, não teve filhos, foi sempre uma mulher feliz e independente, e que cultivou muitos amigos. E com isso podemos pensar na violência desse discurso que oprime as mulheres durante toda a vida, de que só são completas se casarem, se tiverem filhos, mesmo que tenham construído coisas muito importantes, mesmo que tenham, como Nicola, estabelecido relações de amizade que também são raras.

Entre a angústia de ver a amiga sendo enganada por uma clínica fajuta, que explora pacientes terminais dando-lhes uma falsa esperança, e a dificuldade de lidar com a negação de Nicola, um amigo conta a Helen que talvez Nicola tenha vindo até sua casa porque quer que ela seja a pessoa que lhe diga a verdade e que a ajude a aceitar a doença.

Um quarto para ela é um livro triste, alguns podem considerá-lo "pesado" porque é mesmo difícil falar da proximidade da morte e de uma doença tão sofrida sem o ser. Na casa de Helen, que se enche de alegria e vida com a netinha que lhe visita com frequência, o espaço passa a ser outro, mais pesado e sombrio, espaço de alguém que se despede da vida e de sua própria história. Helen sofre por não poder ajudar mais a amiga, que em sua fase de negação e numa tentativa pouco eficaz de manter sua dignidade diante da dor, pouco pede ajuda. São essas duas forças que estão em jogo na história, assim como acontece em nossas vidas. Enquanto a presença da neta lhe traz nova força e energia, a presença da amiga doente também dá a Helen uma maior consciência do envelhecimento do seu próprio corpo e isso nunca é algo fácil de lidar.

Na primeira leitura que eu fiz, anos atrás, creio que julguei demais a personagem e sua atitude no final perante a amiga doente. Mas hoje, apesar de acreditar que eu faria diferente, se é que podemos prever como nos comportaremos em situações assim, passei a compreender o que Helen nos conta sobre essa história, sobre seus próprios limites, sem tentar julgá-la tanto. Apesar de perceber no livro uma dose de culpa por sua decisão de não cuidar mais da amiga doente.

Apesar de ser um livro triste, é um livro que faz pensar sobre a vida, sobre a morte, para a qual nunca estamos preparados, e sobre a amizade e seu papel fundamental na vida das pessoas, às vezes maior até do que a própria família. E é um livro que assume com coragem o direito que todos temos de respeitar os nossos próprios limites em situações difíceis. E como todo livro que fale sobre a morte, ele nos faz pensar o que faríamos nessa mesma situação, tanto a de Nicola quanto a de Helen, fazendo-nos pensar sobre o valor que temos dado à vida. Nesse sentido, é uma leitura que vale a pena, assim como creio que valeu a pena para a autora, que trouxe muito da sua própria experiência pessoal cuidando de uma amiga com câncer para essa narrativa..

GARNER, Helen. Um quarto para ela. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011.

site: http://pipanaosabevoar.blogspot.com.br/2014/10/um-quarto-para-ela.html
Sandra :-) 26/10/2014minha estante
Mesmo que por ora eu não cogite em ler este livro em função da temática muito triste, ainda assim é sempre um prazer ler as suas resenhas tão caprichadas e esclarecedoras. Um dia o lerei :)




Odilia 12/01/2012

Gostei bastante!
O livro "me pegou" pela sinopse, e confesso que fiquei com medo de se tratar de mais um dramalhão, de uma coisa muito ´"água com açúcar". Acabou me surpreendendo. O assunto é duro, machuca, mas me peguei rindo em muitos trechos. A sensibilidade com que história e personagens são tratados é admirável. Lindo.
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Nana 30/03/2011

Um livro pequeno, mas com uma sinceridade grande!
Este livro é daqueles que quando você termina a última página , fica pensando em como agiria se estivesse no lugar dos personagens. Poucas páginas, com uma escrita simples, mas com muito conteúdo.
Apesar de tratar de um assunto triste, a estória não é dramática, pelo contrário, em algumas partes chega até a ter um certo humor.
Conta sobre duas amigas, sendo que uma está com câncer em fase adiantada (mas não admite isso) e a outra a hospeda em sua casa por um período de 03 semanas para um tratamento alternativo.
A autora conseguiu expressar muito bem os sentimentos, a raiva, as frustações e dificuldades vividas pelas pessoas que estão envolvidas de alguma forma com um paciente com câncer.
Este estória é ficção, mas foi baseada numa experiência vivida pela autora quando ela cuidou de uma amiga em estado terminal da doença. Ela usou até mesmo o próprio nome (Helen) na protagonista.
No final fica a pergunta: "O quanto cada um de nós está disposto a abrir mão de sua rotina para ajudar um amigo?
Eu gostei demais do livro e recomendo!




Nana 16/10/2017minha estante
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