Dhiego Morais 25/10/2016A Tormenta de Espadas - O melhor da série até o momentoSabe o que é estar no chão, coração despedaçado, mente a milhão, e não conseguir soltar uma frase com sentido? Imagine um tijolo de quase novecentas páginas caindo direto na sua cabeça. Você ficaria no mínimo, desnorteado. Acredito que foi assim que a maioria das pessoas que já passou por A Tormenta de Espadas deva ter se sentido.
Em continuação ao A Fúria dos Reis, Westeros se encontra enterrada no caos, enquanto o jogo dos tronos prossegue.
Nas obras de Martin, a crueldade humana e a sede pelo poder, pela vingança, parecem estar constantemente entremeadas nas razões que movem suas personagens mais intrigantes. Não existe um personagem totalmente bom, nem totalmente mau, e é isso que anima e estimula o leitor. Tudo é imprevisível. Uma hora você está sentado no trono, na outra, com o corpo sendo arrastado pelo rio.
“— Os maiores idiotas são às vezes mais espertos do que os homens que eles riem.”
Daenerys Targaryen avança em sua história. Agora, a Mãe de Dragões deve provar que é uma conquistadora assim como seu antepassado, Aegon, foi, 300 anos atrás. De uma jovem exilada a uma libertadora, Dany precisará enfrentar o poder ancestral das cidades escravagistas de Essos, antes de finalmente poder navegar para a sua terra natal e reivindicar seu direito ao trono de Westeros.
Jon segue com a maior expedição que a Patrulha da Noite já se aventurou em reunir para desbravar as terras Além-da-Muralha. Lá, o Lorde Comandante Mormont e seus homens deverão acabar com a ameaça de mais um rei: Mance Ryder, o rei-para-lá-da-muralha. A luta milenar entre selvagens e patrulheiros é pequena diante do maior mal que o mundo já viu. Eles são alertados sobre relatos de homens que despertam da morte... Jon conhece isso... Os Outros estão retornando e caso selvagens e patrulheiros não se unam, o reino dos homens desmoronará em breve.
“— Os irmãos do garoto — disse a velha da esquerda. — Os filhos de Craster. O frio branco está se erguendo lá fora, corvo. Sinto nos meus ossos. Estes pobres ossos velhos não mentem. Eles estarão aqui em breve, os filhos.”
Em A Tormenta de Espadas temos o ponto de vista de Jaime. Martin apresenta de forma mais profunda o psicológico de um dos Lannister mais odiados da série. Aos poucos, a noção de personagem cinza também se aplica a ele. Seria então, Jaime, um homem bom agredido pelo destino sob ações ruins, ou um homem desprezível que eventualmente demonstra aspectos de bondade?
A cada volume o autor brinda os seus leitores com mais história, lendas e... magia! O terceiro volume é o que mais abusa das vantagens da literatura fantástica. Rituais religiosos sombrios, criaturas mitológicas mais antigas que o homem, dragões e mortos-vivos de gelo... É tudo extremamente empolgante e fascinante! Este é, inegavelmente, o volume da série mais dinâmico, polêmico e sangrento até o momento. Se você é aquele leitor que ama reviravoltas e adora ser surpreendido, prepare-se! Leia sentado e aguente a carga emotiva alucinante que as últimas páginas são capazes de mostrar.
Personagens como Melisandre, Davos, Sansa e Arya também movem as suas peças na trama. O livro não se torna cansativo em momento algum. Muito pelo contrário, é fácil tornar-se ávido por mais e mais páginas do volume mais empolgante até então.
A troca de PoVs continua funcionando muito bem e permite ao leitor uma imersão dez vezes maior na história.
Alianças são feitas. Casamentos importantes acontecem. Mortes de cair o queixo se seguem.
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