@blogleiturasdiarias 17/11/2016Resenha | EsperaQuando você espera que a Maggie não possa te surpreender mais, ela vem e coloca tudo no chão. Espera, segundo livro da série Os Lobos de Mercy Falls, vai falar novamente da Grace e do Sam mas agora com ele somente no corpo humano. Após os acontecimentos finais de Calafrio, ele terá que aprender a lidar com um futuro que até antes não planejava, a ter que lidar com os pais e seu relacionamento amoroso e com o fato de que agora o bando não tem mais Beck como líder e sim ele. Paralelamente a isso, temos que a Grace está ficando doente e não sabe o que está lhe acontecendo. A única coisa que consegue pensar é que isso lhe afastará de Sam e isso ela nunca quer. Será capaz dos dois lidarem com isso junto? E a doença da Grace, é uma coisa grave ou não?
Quando comecei a ler esse volume nada me preparou para o que ia vir. A autora mais uma vez se fez valer do elemento surpresa, nos deixando praticamente o livro todo às escuras com relação ao futuro do casal, afinal a doença da Grace terá haver com o fato de ela ter sido mordida por lobos quando pequena. Ao mesmo tempo que vemos a angustia dela de não conseguir lidar com isso, seus pais resolveram se fazer presente e tentar impedir seu romance. Nossa protagonista terá que lidar com tudo isso sozinha pois Sam também está lidando com problemas. E isso tudo torna a história mais intensa.
"Esta é uma história de amor. Nunca imaginei que houvesse tantos tipos de amor nem que o amor pudesse levar alguém a fazer tantas coisas diferentes. Nunca imaginei que houve tantas formas diferentes de dizer adeus." pág. 10
Se antes tivemos uma carga alta de emoção na personalidade do Sam em Calafrio, aqui isso estará em dobro. Ele ao se deparar com situações que nunca imaginava que ia ter porque pensava que seria apenas lobo, se introduz nele a confusão fazendo com que fique inerte. Praticamente a trama toda vemos que as decisões não são tomadas e várias consequências aparecem por causa dessa atitude. As responsabilidades que ele tinha que tomar, ele não a toma e faz com que o enredo ganhe um toque mais dramático porque tudo acontece.
E ao decorrer das páginas temos a adição de mais dois personagens que será fundamental: Isabel, a irmã de Jack que apareceu mais ativamente no final, ganhará mais voz aqui. Terá seus próprios capítulos e seus próprios problemas para resolver que terá nome de Cole. Cole é um novo lobo recém-transformado por Beck, que escolheu essa vida porque não aguenta sua vida passada. E acho que esse ponto foi fundamental para de início não gostar do personagem. Fraco, cabeça fraca, colocando suas desculpas na frente de tudo e não medindo as consequências, Cole é uma das pessoas que tem muito a crescer e dar-se na trilogia. Do meio para o final, se tem um crescimento absurdo, com créditos a Isabel, todavia que ainda falta alguns ajustes que justifique todo mal que ele tem no passado.
"— Querer ser lobo não necessariamente faz alguém ser ruim — disse Cole num tom neutro — E querer ser humano não faz alguém ser bom." pág. 183
Foi uma leitura bem mais rápida e fluída que a anterior porque a ambientação foi feita, então a autora só teve o trabalho de dar continuidade o que deixou tudo com mais expectativas. E elas foram atendidas. Perguntas não respondidas anteriormente ganham vozes, situações que a autora poderia explorar e não explorou foram expostas além de estar igualmente no primeiro plano a fantasia e o romance.
Aqui temos mais aprofundamento nas personalidades de todos, temos acontecimentos sendo questionadas e um final de tirar o fôlego. Se pensávamos que tudo ocorreria de maneira positiva, Maggie vem e nos mostra que tem lugar para mais sofrimento sim. As últimas páginas é de tensão até a última linha. E isso é marca dela junto com a expressividade dos sentimentos. Temos um prato cheio para aqueles que gostam de se identificar e se envolver com o livro.
"— Acontece com todo mundo. Todos um dia se dão conta de que não serão crianças para sempre, de que vão crescer. Você só está passando por esse momento um pouco mais tarde do que a maioria de nós. Vai acabar dando um jeito." pág. 237
Único porém vai para a diagramação. Mais espaçada, letra maior, perda da identidade dos capítulos fez com que a Agir Now perdesse alguns pontos comigo, afinal isso diverge escandalosamente do primeiro volume. Modificaram tudo e para aqueles que tinham se surpreendido com isso antes, agora vai se decepcionar. Quanto a tradução nada a reclamar. Aqui teremos novamente os pontos de vistas da Grace e do Sam em primeira pessoa com a adição dos pontos de vistas do Cole da Isabel. Para aqueles que querem uma fantasia diferente, se jogue em Os Lobos de Mercy Falls.
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