Livy 12/05/2011
Um livro de forte expressão!
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Bom, para começar a resenha, vou deixá-los com um pensamento meu sobre os livros: sabe o que acho super interessante no ato de ler? É que, a visão que o autor teve ao escrever seu livro, e a mensagem que quis passar ao narrar sua estória, provavelmente será diferente da minha visão e intrepretação da mesma. Assim como você ao ler esta resenha e depois, ler o livro, pode ter uma impressão totalmente diferente da minha, e assim por diante.
Agora, falando do livro. Em primeiro lugar eu o definiria com duas palavras: curto e grosso. Eu já tinha ouvido falar que Lolita Pille não nos poupa com sua narrativa, ela é direta e certeira, nos atingindo com suas palavras sem pudor ou receio. Eu diria que o modo como ela conduz a estória não é para os fracos. Se você não curte uma estória forte e cheia de opiniões marcantes, talvez não goste muito deste livro.
Aliás a narrativa e estória me lembraram muito o filme Gamer, que é de ficção científica futurista, dirigido por Mark Neveldine e Brian Taylor, e estrelado por Gerard Butler, lançado em 2009. Não que a estória de ambos seja igual ou meramente parecida, longe disso. Mas é que a sensação que eu tive ao ver o filme, é a mesma que tive ao ler este livro de Lolita Pille. Em alguns momentos me empolgando e em outros me dando até mesmo aflição.
Como o próprio nome do livro diz, os cidadões de Clair-Monde, a Cidade, estão presos neste lugar que vive na Penumbra, sem verem a luz "verdadeira" do Sol. Através de bolhas que emcobrem a Cidade, e por meio de projeções é recriado o céu, dando a falsa impressão de que tudo está normal. Mas tudo está muito longe de estar bem. Uma coisa interessante no livro, é que não se tem noção de tempo, se o que está acontecendo é um futuro longinquo ou próximo, já que a marcação de ano se inícia do zero. A estória trata dos vícios e maldades que se encontram em cada ser humano, assim como trata também das instituições falidas e sem causa verdadeira, ou até mesmo dos governos falhos, que emcobrem todo tipo de acontecimentos em benefício próprio. Além de destacar a dependência das pessoas e sua cegueira para o que é real.
O livro é dividido em cinco partes, que são respectivamente: O GRANDE APAGÃO, MORTE DE UM HACKER, AZUL COMO AÇO, EXIT, e ANTES DO CREPÚSCULO. Logo que comecei a ler o livro, a primeira parte me foi um pouco estranha, por diversos fatores, como por exemplo a narrativa abrupta de Lolita, e por algumas descrições realmente grotescas. E foi assim que terminei de ler O GRANDE APAGÃO, achando tudo meio estranho. Logo que o livro entra na segunda parte, MORTE DE UM HACKER, eu já estava mais acostumada com a narrativa e descrições da autora, assim como sua visão. Eu realmente comecei a gostar da trama, me envolvendo e torcendo por Syd Paradine.
A partir desta parte do livro, conhecemos melhor vários aspectos da estória e dos personagens, e seu passado. Aliás Syd Paradine, apesar de ser um beberrão e desiludido, mesmo sem perceber, e apesar de continuar uma busca que talvez não tenha fim, ele é um personagem impressionante. Talvez não diria que seja carismático, definiria mais como envolvente. Não do tipo charmoso ou galã e metido a herói, mais do tipo sofrido e cansado demais. E toda sua trajetória e descobertas nos fazem querer terminar este livro. Eu diria que Lolita acertou em cheio com Syd Paradine. O livro ganha desde então um ritmo muito bom, com muita ação e fugas, em que Syd se vê ansiando por respostas e se esgueirando para salvar a própria pele. Outros personagens muito importantes na trama são Shadow Smith e Blue Smith.
Depois da terceira parte do livro entitulada de AZUL COMO AÇO, acho que a estória começa a se perder um pouco. E quando terminei de ler o livro, acabei ficando com a impressão de que havia muitas cosias das quais eu gostaria de explicação. Talvez tenha sido falha minha, e infelizmente eu não posso dar muitos detalhes, pois não gosto de soltar SPOILERS em resenhas, mas realmente, foi esta a sensação que tive. Muitas incognitas permaneceram no ar, e apesar de certa forma, algumas peças fundamentais se encaixarem, ainda houve pequenos detalhes que escaparam à elucidação. Para finalizar, o final foi meio abrupto.
Não tirando o mérito da autora, as descrições são fantásticas, tanto as descrições psicológicas quanto de ambientes e personagens. E para o propósito ao qual o livro se dispõe, acho que passa bem sua mensagem. Afinal se trata de uma expressão contra diversos males da humanidade, como os vícios e racismo.
Resumindo, gostei do livro, mas ele acabou sendo mediano. Alguns aspectos poderiam ter sido melhor explorados.