Asas da Loucura

Asas da Loucura Paul Hoffman




Resenhas - Asas da Loucura


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Clio0 08/04/2020

Foi com certa expectativa que eu peguei essa biografia de Santos Dumont - publicada no século XXI, coisa mais rara ainda. É claro, a possibilidade de ler sobre a vida do Pai da Aviação pela perspectiva de um estadunidense criou um certo receio... mas me surpreendi.

Paul Hoffman parece ter genuína admiração pelo personagem brazuca e foca especialmente em suas realizações no incipiente campo da aeronáutica. Há, obviamente, observações sobre suas excentricidades - perniciosas ou não - porém não são elas o foco: quem pegou esse livro queria saber sobre voar e é exatamente isso que o autor nos dá.

Além de uma interessante narrativa sobre os projetos de Dumont quanto a suas aeronaves (fossem elas balões ou protótipos de aviões) temos também várias informações sobre suas disputas e amizades com outros aeronautas, e uma leve explicação do porquê o mundo, hoje, considera os irmãos Wright os pioneiros da aviação com aparelhos mais pesados que o ar...

Concordar com isso? Nas palavras citadas pelo próprio autor "Catapultas"... Contudo, essa polêmica não é uma questão extensivamente tratado no livro, o que não depõe contra ele.

Qualquer um que queira saber mais sobre o herói nacional pode lê-la tranquilo sem se ver inundado por termos técnicos históricos ou matemáticos. É uma boa biografia feita por um jornalista.
Lelouch_ph 15/01/2022minha estante
Quero muito ler agora.




Gustavo 09/11/2020

Biografía imparcial de Santos Dumont
Aprender sobre la vida de Santos Dumont, foi muito gratificante. Ainda mais de um autor americano que verdadeiramente mergulhou na vida do inventor como poucos poderiam fazer. Com certeza, S.D. chegou a ser o brasileiro mais conhecido internacionalmente no seculo XIX. Sua vida excêntrica de "dandi" e sua vida em Paris o levou a conhecer s se relacionar com as principais personalidades do século.
Mas o destino que sua invenção levou de virar uma maquina eficiente para a guerra e assim como outros problemas pessoais (A aceitação da sua sexualidade?) fizeram que cada vez ele ficara mais isolado e deprimido. Acho que foi mais serio que ver sua invenção reduzida pelo aparelho dos irmãos Wright. Pessoalmente, considerei que a autoria do avião sempre foi de S.D., mas outras leituras e podcasts mostraram me que os americanos lograram e melhoraram o avião. Agora a estrategia e interesse mercantilista fizeram que eles trataram em sigilo e obtiveram seu objetivo e seus benefícios financeiros que o país do norte defendeu a todo custo. De qualquer jeito, todo o valor de viver e fazer tudo o que S.D. fez da valor especial a sua vida.
Curiosamente, eu não procurei o livro, mas em um lugar fora do comum o livro me chamo para ser lido.
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Marquinho 24/01/2010

O homem Alberto Santos-Dumont.
Um dos grandes problemas de uma biografica é a mitificação, o endeusamento exarcebado e com certeza posso dizer que o jornalista Paul Hoffman não os enfrentou. Ele faz uma narrativa onde valoriza o lado humano desse gênio que foi o Santos-Dumont. Desde as inquietações de infância, o fascínio pelas máquinas de moer café da fazendo do pai em Minas Gerais , a morte trágica e o desejo enlouquecido de conquistar os ares e consequentemente a fama. É um livro lindo com uma história linda.
nawebtevejo 13/04/2014minha estante
Adorei esta obra-prima, muito envolvente, estimulante, cheio de vida e brilho. A lucidez do autor cativa a cada pagina virada. De fato, muito humano. O protagonista da obra é sem dúvida, apaixonante !!!




@OLucasConrado 17/09/2012

Perdeu uma estrela no final.
Sou fascinado pela vida do Santos Dumont e adoro ler tudo sobre ele. Achei interessante a proposta de um estadunidense contar a história do nosso aviador, uma vez que os irmãos Wright são de lá.

Apesar de discordar que os Irmãos Wright são os "incontestáveis inventores do avião", como diz Hoffman, gostei muito do livro. Ao contrário das biografias brasileiras, Hoffman conseguiu retratar bem o homem Santos Dumont, com suas qualidades e defeitos. Não estava preso ao ufanismo para retratar o aviador.

Durante boa parte do livro, ele conseguiu fazer isso muito bem. O problema é que, sei lá, nas 100 páginas finais, o autor deu uma bela acelerada, contando a vida do Santos Dumont de forma meio atropelada, enquanto destacava o contexto da aviação e da sociedade na época. Ele manteve um bom ritmo em 2/3 do livro, para no final acelerar demais e perder um pouco de qualidade, na minha humilde opinião.

Continua sendo a melhor biografia do Santos Dumont que eu li. Mas me decepcionei com o final do livro. Ele mantinha 5 estrelas até chegar nas 100 páginas finais.


Gi 27/04/2014

Superior ao que eu esperava
O livro conta sobre a vida de Santos Dumont, desde seu nascimento em Mina Gerais, até sua morte em São Paulo. O autor não aborda somente o que se passou na vida de Santos Dumont e como o mesmo se tornou famoso com suas invenções, mas também todos os acontecimentos da época como a primeira guerra mundial por exemplo, bem como como surgiram outras invenções como o Raio X, o balão, os explosivos e as várias tentativas de vários outras pessoas de conseguirem fazer com o que o homem voasse.
O autor conseguiu elaborar esta excelente obra com a colaboração de parentes de Santos Dumont, relatos, recortes de jornais e vários livros. O final é cativante.
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Rafael Mussolini 11/05/2024

Asas da loucura: a extraordinária vida de Santos Dumont
"Asas da loucura: a extraordinária vida de Santos Dumont" do Paul Hoffman (Editora Record, 2023) faz um passeio pela vida do excêntrico e brilhante Santos Dumont e apresenta detalhes sobre as várias “máquinas voadoras” que ele projetou e testou até chegar ao 14 bis. Hoffman mostra a aproximação de Dumont do balonismo, que foi o ponta pé inicial para que fizesse seus primeiros voos e como ele foi aperfeiçoando a técnica até conseguir fazer voos de balões tripulados, ou seja, com a possibilidade de controle da rota e uso de motores, algo considerado quase impossível na época.

"Em 1883, Alberto Santos Dumont, aos 10 anos, ainda não vira um balão, mas imitava a invenção dos Montgolfier em miniatura. A partir das ilustrações dos livros, ela fazia pequenos balões de papel e os enchia de ar quente com a chama do fogão. Nas comemorações dos dias santos, ele fazia demonstrações para os trabalhadores do campo. Até mesmo seus pais, que não aprovavam esses experimentos incendiários, não conseguiam esconder o espanto de ver os montgolfières voarem mais alto que a casa."

Santos Dumont nasceu na fazenda de Cabangu, distrito de João Aires, interior de Minas Gerais. Hoje a cidade leva seu nome. Sua família foi a primeira geração de brasileiros a viver nessa região e foi onde seu pai prosperou através da administração de uma fazenda de café. Dumont sempre mostrou interesse por assuntos completamente diferentes do que a família esperava e que até mesmo a cultura da época incentivava. O que realmente saltava aos olhos do garoto eram os experimentos, que até então nem ele mesmo sabia serem científicos.

Em relação à lavoura de café da família, o que mais chamava sua atenção eram as máquinas utilizadas no plantio e quando elas estragavam, ele as desmontava e por vezes conseguia identificar o defeito. Alberto tinha muito interesse pela fazenda e por todo o processo de plantio. De todos os seus irmãos, que eram sete, Dumont era o mais jovem e também o que mais se interessava pela mecânica de produção de café. Sua curiosidade pelos motores rotativos seria essencial para os projetos com as “máquinas voadoras” no futuro.

"À noite, lia até bem tarde. O pai, que estudara engenharia em Paris na École Centrale des Arts et Métiers, tinha espalhadas pela casa pilhas de livros em francês, inglês e português. Alberto leu a maioria deles, até mesmo os manuais técnicos. Os livros favoritos eram de ficção científica. Ele gostava da imagem de Júlio Verne de um céu povoado de máquinas voadoras e, aos 10 anos, já tinha lido todos os seus romances."

Quando tinha 18 anos, Santos Dumont viajou para Paris com sua família e a França foi um divisor de águas em sua vida. Naquela época, Paris vivia uma efervescência cultural que encantou o jovem Dumont, e principalmente a curiosidade dos franceses com as ciências e a tecnologia. Em Paris, ele pôde conhecer diversos balonistas que já faziam experiências com ascensão de balões e isso abriu um leque de possibilidades na cabeça de Santos Dumont.

Após a morte de seu pai, Santos Dumont recebeu um adiantamento de sua herança e com isso decidiu se mudar para Paris. Os anos seguintes da vida de Dumont serão dedicados á construção de “máquinas voadoras” e toda a sua dedicação à aviação fizeram com que o brasileiro se tornasse uma das figuras mais celebradas de Paris. Dumont foi o primeiro a contornar a Torre Eiffel a bordo de um balão dirigível e ganhou um prêmio por isso.

A obsessão de Dumont por voar era algo admirável. Logo sua coragem, que na época era vista como algo desconectado de sua aparência física passou a ser algo admirado em toda a França e muitos outros países que também possuíam interesse em apoiar projetos de aviação.

"Santos, como prefere ser chamado, é baixo, franzino, de tez morena clara, com mais ou menos 1,60 metro de altura. Se não fosse pelo espesso bigode, porém bem aparado, que sombria o lábio superior e dá força a toda a face, teria o rosto efeminado. O queixo, no entanto, revela de onde tira sua tenaz determinação e o espírito indomável que o levaram a continuar trabalhando até chegar à alta posição que ocupa atualmente."

A cada nova máquina que Santos Dumont criava, ficava ainda mais famoso. Suas ascensões e testes de voos eram acompanhados por milhares de pessoas e pela imprensa. O livro apresenta inúmeros textos jornalísticos da época que davam notícias sobre Santos Dumont e dois pontos eram sempre mencionados: a sua aparência física, tanto pelo fato de sua estatura, como pelo fato de estar sempre impecavelmente trajado e também sobre uma certa feminilidade de seus gostos e gestos.

"Santos Dumont escolheu ignorar as convenções sociais com seu estilo afetado de vestir-se, mas sabia que a excentricidade e a genialidade caminhavam juntas na imaginação popular. Ele também sabia até que ponto seu comportamento excêntrico afastaria os admiradores. Preocupava-se com a opinião pública e não prejudicaria sua reputação admitindo ser homossexual."

Algo admirável na biografia de Santos Dumont e que foi algo comum entre cientistas do fim do século XIX, é a dedicação extrema a um projeto científico capaz de colocar a própria segurança e até a vida em risco. Assim como temos notícias de médicos e pesquisadores que testavam vacinas no próprio corpo, temos também o exemplo de Santos Dumont, que a cada máquina voadora que criava, ele próprio embarcava no desafio de testar sua eficácia. Assim, foram várias as vezes em que Dumont se acidentou e quase morreu. “A ciência tornara-se a nova religião laica, e esperava-se que os praticantes, como os aeronautas, realizassem experimentos importantes, mesmo arriscando suas vidas”.

site: https://rafamussolini.blogspot.com/2023/09/asas-da-loucura-extraordinaria-vida-de.html
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Rosa Daré 15/07/2020

Paul Hoffman narra a verdadeira e extraordinária história da vida do aviador brasileiro Alberto Santos-Dumont e dos primórdios da aviação. Fruto de minuciosa e abrangente pesquisa, Asas da Loucura explora em minúcias, sem mitificação, os aspectos pessoais da vida do aviador e os detalhes de sua personalidade controversa. De suas páginas emerge o retrato sincero de um homem que contribuiu de forma única para a conquista dos céus pelo homem. A infância em Minas Gerais, cercado pelas obras de Júlio Verne e pelas narrativas históricas dos primeiros vôos em balões. A chegada em Paris e as experiências inéditas com o balonismo e os dirigíveis. A inventividade e a ousadia nos costumes que fizeram do reservado brasileiro a coqueluche da capital francesa. A ousada circunavegação da Torre Eiffel, em 1901, diante de uma platéia embevecida. A tão sonhada fama e o carisma que o tornaram, durante um determinado período, o homem mais célebre do mundo. Os distúrbios psicológicos e a morte precoce cujas circunstâncias são, pela primeira vez, reveladas integralmente. Todos esses elementos participam da construção de uma personalidade contraditória e singular. Desde pequeno, na imensa e remota fazenda de café do pai em Minas Gerais, o futuro aeronauta já demonstrava grande fascínio pelo funcionamento das imponentes máquinas moedoras de café e por motores de toda espécie. Tinha duas obsessões em mente: a primeira era voar, a segunda, alcançar a fama. Na virada do século, o jovem Alberto se muda para Paris. Em pouco tempo, o extravagante e impecavelmente bem-vestido aviador já passeia pelos bares e restaurantes da cidade a bordo de um dirigível de sua invenção. Depois de vencer a competição internacional de construção do primeiro avião de verdade, Santos-Dumont é consagrado pela imprensa como o conquistador dos ares - na época, a notícia dos primeiros vôos dos irmãos Wright, grandes rivais do brasileiro ao título de pais da aviação, ainda não chegara à Europa. Os anos de glória, porém, seriam breves. Humanitário pacifista, Santos-Dumont testemunhou com grande desgosto a capacidade de destruição dos aviões durante a Primeira Guerra Mundial. A consagração dos irmãos Wright foi outro motivo de contrariedade. Cada vez mais recluso e irascível, o brasileiro seria diagnosticado com esclerose múltipla com apenas 36 anos. O homem que conheceu cedo a glória terminaria seus dias mergulhado na loucura e no desespero. Hoffman conta a história de um homem atormentado, que contribuiu de forma decisiva para a modernidade.
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Antonio Luiz 15/03/2010

O historiador da ciência e jornalista estadunidense Paul Hoffman, ex-presidente da "Encyclopedia Britannica" e ex-editor da revista "Discover", decidiu escrever "Asas da Loucura" em 1999, depois que um amigo em viagem ao Rio de Janeiro, curioso sobre o nome do aeroporto no qual aterrou, ficou fascinado com o que descobriu e transmitiu-lhe seu entusiasmo.

Outra conhecida biografia do brasileiro, "O Homem Voa" (DBA, 2000), da escritora inglesa Nancy Winters, havia tido origem semelhante: interessou-se ao perguntar sobre a origem do modelo de relógio Santos Sport, da Cartier.

Sem tais obras do acaso, poucos anglo-saxões ouviriam falar de Alberto Santos-Dumont. Dificialmente a situação mudará se Hollywood não se interessar pela obra de Hoffman, que daria um filme tão interessante quanto "Wittgenstein" ou "Uma Mente Brilhante" (sobre o matemático John Nash), com muito mais oportunidades para ação e efeitos especiais.

Imagine Santos-Dumont a rodear a Torre Eiffel em dirigível sob o aplauso dos parisienses, voar com ele de seu apartamento em Paris e emprestá-lo para o primeiro vôo pilotado por uma mulher. Constrói o primeiro avião capaz de decolar com seus próprios meios e o faz voar em público. Faz pródigas refeições a bordo de seu balão ou em mesas especiais no Maxim’s, com dois metros de altura. Seu gosto excêntrico e afetado dita a moda à Paris da Belle Époque, a começar pelo relógio de pulso masculino inventado pelo amigo Louis Cartier. Escapa ileso de acidentes espetaculares e enfrenta sabotagens misteriosas e a depressão provocada pelo uso militar de sua invenção, até suicidar-se após testemunhar o bombardeio aéreo de seus compatriotas durante a revolução de 1932.

Mas também no Brasil há quem se renda ao pensamento único por recear parecer provinciano e perder o bonde da globalização. No centenário da circunavegação da Torre Eiffel (2001), Alcino Leite Neto, no jornal Folha de S. Paulo, explicou ao leitor démodé que “ninguém na França ainda alimenta a ilusão de que o brasileiro tenha de fato sido o primeiro a voar em avião”. Salvador Nogueira citou o curador da Smithsonian Institution para defender que os Wright foram os legítimos inventores do avião em 1903.

Também Hoffman (ao contrário de Winters) se atém ao dogma que um contrato obriga a Smithsonian a difundir: aceitou em 1944, como condição para herdar o Flyer de Orville Wright, a proibição de afirmar que outro avião tenha sido o primeiro “capaz de carregar seu motor e um homem em vôo controlado”. A instituição antes defendera a primazia de seu ex-secretário Samuel Langley, cujo aparelho rompeu-se e despencou no mar, mas teria sido o primeiro capaz de voar.
Rubens Junqueira Vilella (artigo em "Scientific American Brasil", nº 22) e Henrique Lins de Barros ("Santos-Dumont e a Invenção do Vôo", Zahar, 2003) mostraram que a nova definição de primazia não foi menos capciosa que a antiga. O aparelho de 1903 carregava motor, mas era impulsionado por catapulta e vento.

A cópia exata do Flyer, construída por engenheiros dos EUA para comemorar “seu” centenário da aviação, mostrou que o motor de 12 hp era pouco mais que decoração nesse aparelho de 338 kg. A réplica não voou e atolou-se na praia de Kitty Hawk em 17 de dezembro de 2003, à vista do presidente Bush e dos telespectadores que acompanharam a celebração ao vivo.

A cópia do 14-bis, construída pelo comandante Danilo Fuchs com relação peso-potência equivalente à do original (24 hp para 160 kg), voou sem sustos em 1989 e 1991. A física e a história, porém, custam a se impor à redefinição da realidade pela propaganda. Apesar do livro de seu ex-presidente, a "Britannica" ainda dedica só 25 linhas a Santos-Dumont e 312 aos irmãos Wright e sua ambição de patentar o vôo – nas quais comenta depreciativamente que em 1906-1907 “um punhado de pioneiros europeus e americanos lutou para voar com máquinas baseadas em um entendimento incompleto da tecnologia dos Wright (!)”.
Sil 02/03/2018minha estante
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Tiago Sales 28/09/2012

Uma incrível viagem pela história da aviação e do seu mais brilhante personagem!
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Luiz 10/02/2014

Afinal, quem é o "pai da aviação"?
Como sabemos, só no Brasil considera-se Santos-Dumont como sendo o "pai da aviação", e atualmente ele é praticamente desconhecido no resto do mundo. O interessante deste livro é que o autor - um americano - mostra toda a trajetória de Santos-Dumont, desde sua infância no Brasil, passando por sua juventude em Paris, até sua morte no Guarujá, descrevendo com detalhes todos os projetos do aviador, e mostrando paralelamente os inventos dos irmãos Wright e outros pioneiros da aviação, de uma forma que eu considerei imparcial. O objetivo do livro não é provar quem foi o primeiro homem a voar numa máquina mais pesada do que o ar, mas sim mostrar quem foi o gênio Santos-Dumont.
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mila antares 23/04/2017

Esse livro é apaixonante. A história de Santos Dumont é linda, inspiradora, cheia de aventura e de um espírito honesto, sincero, uma figura para o Brasil admirar e exaltar sempre. Com muita riqueza, o autor ilustrou a saga deste pequeno brasileiro de forma tão linda, de forma tão próxima, que parecemos testemunhar o dia a dia da bravura de Santos Dumont e de como ele se tornou gigante e ajudou a humanidade em sua mais fantástica viagem.
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Igor13 13/07/2018

Melhor biografia
Já pelas outras avaliações, percebe-se que o livro é muito bom. O interessante é que precisou vir um norte-americano, da terra dos Wright brothers, pra escrever a biografia mais interessante e sensata de Santos de Dumont.

Pontos positivos:
1) Bem escrito. A leitura flui e não dá vontade de parar;
2) Muito bem contextualizado. Explica o que acontecia em Paris, EUA, Brasil e Europa na época. Sem esse entendimento, é vazia qualquer tentativa minimamente razoável de entender quem era e o que fez nosso 'herói';
3) Retrata um Santos Dumont humano, com muitos acertos, erros e 'fantasmas'. Passei a admirá-lo, e principalmente compreendê-lo, ainda mais;
4) Feitos paralelos de outros aviadores da época dele. Houve na verdade muitos 'pais' da aviação.

Juro que tentei não entrar em discussões polêmicas, mas não resisti:
1) O livro 'Santos Dumont - Domador do Espaço', de Cláudio de Cápua, que faz uma homenagem ao invés de uma biografia, contesta e reclama de Paul Hoffman sobre suas insinuações de que o aviador seria homossexual. Bem, uma boa biografia deve abordar as questões pessoais também - até para a total compreensão do personagem. E se foi ou não homossexual não reduz sua importância e feitos. Mas entendo o porquê da resistência de militares e aviadores de aceitarem essa (possível) verdade; e

2) O livro "Guia Politicamente Incorreto Da História Do Brasil", de Leandro Narloch, faz uma série de ataques pessoais ao aviador que sempre me pareceram equivocados. Ao Asas da Loucura, penso que ele não deveria ter atacado o aviador, que na verdade era produto da sua época e do local onde vivia, no caso Paris. Até posso concordar com o Leandro Narloch que o aviador poderia ter tentado criar uma empresa pra potencializar seu legado, e que poderia ser menos preocupado com demonstrações e exibicionismos. Mas fazia parte da Paris da época e personalidade do aviador. Agora, penso que a maior lição que esse livro, juntamente com o que o Leandro Narloch colocou no livro dele, é a forma diferente que o brasileiro deveria ver Santos Dumont. Ao invés de vê-lo como uma figura quase mítica (ao estilo dos Gregos de 2.500 anos atrás), poderiam inspirar-se no seu estilo de vida e valores, como trabalho duro, persistência, criatividade, honestidade, valorização da cultura e educação.

Por último, acho que Santos Dumont deixou legados diversos para o mundo e para os brasileiros. O 'mundo' da época, aviadores, engenheiros, 'realezas', políticos e empresários souberam, na sua maioria, reconhecer e seguir seu exemplo. O aviador foi um dos grandes 'pais' da aviação nesse sentido.

Já aos brasileiros, discordando do que apreendi na escola e nos livros com homenagens, seu maior legado foi sua personalidade e caráter - e não o 14-bis. O maior legado para sua terra foram sua honra, honestidade, persistência, engenhosidade, independência (a herança ajudou aqui), cultura e humildade. Nesse sentido, após mais de 100 anos dos famosos voos que colocaram seu nome da história, ainda estamos olhando para o céu (com orgulho) ao invés de olharmos a nossa volta e começarmos a colocar em prática o que o fez ser realmente tão grandioso. E que nos faria ser uma grande nação.
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Oliver 07/06/2015

Obra bem documentada
Esta biografia é de absoluta qualidade por ser muito bem documentada. O esmero técnico com os documentos que foram reunidos, com a ajuda de colaboradores no Brasil, França e EUA, tornam a narrativa confiável. O acesso a documentos inéditos sobre Santos Dumont torna esta obra distinta.
O fato do autor ser americano afasta da narrativa a exaltação de Santos Dumont como um herói brasileiro. O autor até deixa claro como os brasileiros exaltam Dumont, mas o fato de o autor não ter sequer ouvido falar de Dumont até começar a pesquisa para o livro o coloca numa posição distante o bastante do seu objeto de pesquisa para ser honesto e imparcial.
Outro ponto a favor é a contextualização. O livro contém não apenas uma biografia de Santos Dumont, mas o desenvolvimento da aviação, na Europa e nos EUA. Dessa forma, sem tirar os méritos de Santos Dumont o autor deixa claro que ele não foi nem de perto o único a procurar uma solução para voar.
Por fim, os feitos dos Irmãos Wright também são apresentados, e o mais interessante foi o autor ter depois de dedicado várias páginas para explicar o feito deles, seus méritos e seus problemas, colocar a opinião direta tanto da imprensa da época quanto do próprio Dumont, que duvidavam da validade do pioneirismo que reclamavam. Interessante um autor americano ter se permitido colocar esses questionamentos.
Ao terminar de ler o livro senti que este não foi uma obra ufanista, que tenta provar pioneirismo de Santos Dumont na aviação. Não. O autor tenta apresentar os motivos pelo qual Santos Dumont foi um homem tão respeitado na sua época, tanto na Europa, EUA e até hoje no Brasil. A coragem de inovar e o desejo de contribuir pro desenvolvimento da aviação (Santos Dumont colocou seus projetos a disposição da comunidade e não patenteou suas inovações) mostram um homem que deve ser respeitado pela sua postura como cientista e isso ao terminar o livro passou mais a importar do que a discussão sobre quem foi o primeiro a voar com uma máquina mais pesada que o ar.
Menção honrosa para o desenvolvimento do quadro depressivo que levou Santos Dumont a suicidar-se em 1931, onde consegui me colocar no lugar dele e mesmo sentir parte de sua revolta pela forma como os aviões se tornaram instrumento de morte.

Vale a leitura. Após o livro passei a admirar Santos Dumont por motivos diferentes e mais nobres que os de antes. Um homem corajoso, inovador.
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Adriano 13/12/2016

Uma vida dedicada à tecnologia no início do século XX
O livro é muito gostoso de ler, a linguagem jornalística e fluída. O autor se preocupou em colocar Santos Dumont em seu contexto, s deixar de fora suas vicissitudes, suas falhas, como por exemplo, a tendência à exagerar alguns de seus feitos. Apesar de saber desde pequeno a importância do aviador para o Brasil e a história da aviação (morava próximo de um aeroporto que levava seu nome), me surpreendi com a importância e a fama internacional dele. Muitos o consideraram, ainda em vida, como um grande impulsionador da aeronáutica (talvez o neologismo "aeroporto" tenha sido criado por ele).
O legal também, e esse é o forte dessa biografia, compreender o contexto social, científico e tecnológico da época. Um período com invenções que causavam vertigem pelas novidades.
Alberto Santos Dumont viveu para ver a dissolução das promessas do progresso: morreu com desgosto sabendo que a invenção que ajudou a aprimorar fora usada para guerra.
O autor teve o cuidado de deixar as notas no final da obra, o que facilita a leitura para quem não precisa saber os detalhes documentais.
O final chega a ser emocionante.
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