Asas da Loucura

Asas da Loucura Paul Hoffman




Resenhas - Asas da Loucura


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Rafael Mussolini 11/05/2024

Asas da loucura: a extraordinária vida de Santos Dumont
"Asas da loucura: a extraordinária vida de Santos Dumont" do Paul Hoffman (Editora Record, 2023) faz um passeio pela vida do excêntrico e brilhante Santos Dumont e apresenta detalhes sobre as várias “máquinas voadoras” que ele projetou e testou até chegar ao 14 bis. Hoffman mostra a aproximação de Dumont do balonismo, que foi o ponta pé inicial para que fizesse seus primeiros voos e como ele foi aperfeiçoando a técnica até conseguir fazer voos de balões tripulados, ou seja, com a possibilidade de controle da rota e uso de motores, algo considerado quase impossível na época.

"Em 1883, Alberto Santos Dumont, aos 10 anos, ainda não vira um balão, mas imitava a invenção dos Montgolfier em miniatura. A partir das ilustrações dos livros, ela fazia pequenos balões de papel e os enchia de ar quente com a chama do fogão. Nas comemorações dos dias santos, ele fazia demonstrações para os trabalhadores do campo. Até mesmo seus pais, que não aprovavam esses experimentos incendiários, não conseguiam esconder o espanto de ver os montgolfières voarem mais alto que a casa."

Santos Dumont nasceu na fazenda de Cabangu, distrito de João Aires, interior de Minas Gerais. Hoje a cidade leva seu nome. Sua família foi a primeira geração de brasileiros a viver nessa região e foi onde seu pai prosperou através da administração de uma fazenda de café. Dumont sempre mostrou interesse por assuntos completamente diferentes do que a família esperava e que até mesmo a cultura da época incentivava. O que realmente saltava aos olhos do garoto eram os experimentos, que até então nem ele mesmo sabia serem científicos.

Em relação à lavoura de café da família, o que mais chamava sua atenção eram as máquinas utilizadas no plantio e quando elas estragavam, ele as desmontava e por vezes conseguia identificar o defeito. Alberto tinha muito interesse pela fazenda e por todo o processo de plantio. De todos os seus irmãos, que eram sete, Dumont era o mais jovem e também o que mais se interessava pela mecânica de produção de café. Sua curiosidade pelos motores rotativos seria essencial para os projetos com as “máquinas voadoras” no futuro.

"À noite, lia até bem tarde. O pai, que estudara engenharia em Paris na École Centrale des Arts et Métiers, tinha espalhadas pela casa pilhas de livros em francês, inglês e português. Alberto leu a maioria deles, até mesmo os manuais técnicos. Os livros favoritos eram de ficção científica. Ele gostava da imagem de Júlio Verne de um céu povoado de máquinas voadoras e, aos 10 anos, já tinha lido todos os seus romances."

Quando tinha 18 anos, Santos Dumont viajou para Paris com sua família e a França foi um divisor de águas em sua vida. Naquela época, Paris vivia uma efervescência cultural que encantou o jovem Dumont, e principalmente a curiosidade dos franceses com as ciências e a tecnologia. Em Paris, ele pôde conhecer diversos balonistas que já faziam experiências com ascensão de balões e isso abriu um leque de possibilidades na cabeça de Santos Dumont.

Após a morte de seu pai, Santos Dumont recebeu um adiantamento de sua herança e com isso decidiu se mudar para Paris. Os anos seguintes da vida de Dumont serão dedicados á construção de “máquinas voadoras” e toda a sua dedicação à aviação fizeram com que o brasileiro se tornasse uma das figuras mais celebradas de Paris. Dumont foi o primeiro a contornar a Torre Eiffel a bordo de um balão dirigível e ganhou um prêmio por isso.

A obsessão de Dumont por voar era algo admirável. Logo sua coragem, que na época era vista como algo desconectado de sua aparência física passou a ser algo admirado em toda a França e muitos outros países que também possuíam interesse em apoiar projetos de aviação.

"Santos, como prefere ser chamado, é baixo, franzino, de tez morena clara, com mais ou menos 1,60 metro de altura. Se não fosse pelo espesso bigode, porém bem aparado, que sombria o lábio superior e dá força a toda a face, teria o rosto efeminado. O queixo, no entanto, revela de onde tira sua tenaz determinação e o espírito indomável que o levaram a continuar trabalhando até chegar à alta posição que ocupa atualmente."

A cada nova máquina que Santos Dumont criava, ficava ainda mais famoso. Suas ascensões e testes de voos eram acompanhados por milhares de pessoas e pela imprensa. O livro apresenta inúmeros textos jornalísticos da época que davam notícias sobre Santos Dumont e dois pontos eram sempre mencionados: a sua aparência física, tanto pelo fato de sua estatura, como pelo fato de estar sempre impecavelmente trajado e também sobre uma certa feminilidade de seus gostos e gestos.

"Santos Dumont escolheu ignorar as convenções sociais com seu estilo afetado de vestir-se, mas sabia que a excentricidade e a genialidade caminhavam juntas na imaginação popular. Ele também sabia até que ponto seu comportamento excêntrico afastaria os admiradores. Preocupava-se com a opinião pública e não prejudicaria sua reputação admitindo ser homossexual."

Algo admirável na biografia de Santos Dumont e que foi algo comum entre cientistas do fim do século XIX, é a dedicação extrema a um projeto científico capaz de colocar a própria segurança e até a vida em risco. Assim como temos notícias de médicos e pesquisadores que testavam vacinas no próprio corpo, temos também o exemplo de Santos Dumont, que a cada máquina voadora que criava, ele próprio embarcava no desafio de testar sua eficácia. Assim, foram várias as vezes em que Dumont se acidentou e quase morreu. “A ciência tornara-se a nova religião laica, e esperava-se que os praticantes, como os aeronautas, realizassem experimentos importantes, mesmo arriscando suas vidas”.

site: https://rafamussolini.blogspot.com/2023/09/asas-da-loucura-extraordinaria-vida-de.html
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KIQAVR 09/06/2023

Santos Dumont
O livro apresenta uma visão mais imparcial da vida e obra de Santos Dumont, o que possibilita compreender os acontecimentos de sua história de maneira mais realista. O livro é indicado para aqueles que desejam conhecer a vida de um dos maiores brasileiros de todos os tempos.
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Gustavo 09/11/2020

Biografía imparcial de Santos Dumont
Aprender sobre la vida de Santos Dumont, foi muito gratificante. Ainda mais de um autor americano que verdadeiramente mergulhou na vida do inventor como poucos poderiam fazer. Com certeza, S.D. chegou a ser o brasileiro mais conhecido internacionalmente no seculo XIX. Sua vida excêntrica de "dandi" e sua vida em Paris o levou a conhecer s se relacionar com as principais personalidades do século.
Mas o destino que sua invenção levou de virar uma maquina eficiente para a guerra e assim como outros problemas pessoais (A aceitação da sua sexualidade?) fizeram que cada vez ele ficara mais isolado e deprimido. Acho que foi mais serio que ver sua invenção reduzida pelo aparelho dos irmãos Wright. Pessoalmente, considerei que a autoria do avião sempre foi de S.D., mas outras leituras e podcasts mostraram me que os americanos lograram e melhoraram o avião. Agora a estrategia e interesse mercantilista fizeram que eles trataram em sigilo e obtiveram seu objetivo e seus benefícios financeiros que o país do norte defendeu a todo custo. De qualquer jeito, todo o valor de viver e fazer tudo o que S.D. fez da valor especial a sua vida.
Curiosamente, eu não procurei o livro, mas em um lugar fora do comum o livro me chamo para ser lido.
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Rosa Daré 15/07/2020

Paul Hoffman narra a verdadeira e extraordinária história da vida do aviador brasileiro Alberto Santos-Dumont e dos primórdios da aviação. Fruto de minuciosa e abrangente pesquisa, Asas da Loucura explora em minúcias, sem mitificação, os aspectos pessoais da vida do aviador e os detalhes de sua personalidade controversa. De suas páginas emerge o retrato sincero de um homem que contribuiu de forma única para a conquista dos céus pelo homem. A infância em Minas Gerais, cercado pelas obras de Júlio Verne e pelas narrativas históricas dos primeiros vôos em balões. A chegada em Paris e as experiências inéditas com o balonismo e os dirigíveis. A inventividade e a ousadia nos costumes que fizeram do reservado brasileiro a coqueluche da capital francesa. A ousada circunavegação da Torre Eiffel, em 1901, diante de uma platéia embevecida. A tão sonhada fama e o carisma que o tornaram, durante um determinado período, o homem mais célebre do mundo. Os distúrbios psicológicos e a morte precoce cujas circunstâncias são, pela primeira vez, reveladas integralmente. Todos esses elementos participam da construção de uma personalidade contraditória e singular. Desde pequeno, na imensa e remota fazenda de café do pai em Minas Gerais, o futuro aeronauta já demonstrava grande fascínio pelo funcionamento das imponentes máquinas moedoras de café e por motores de toda espécie. Tinha duas obsessões em mente: a primeira era voar, a segunda, alcançar a fama. Na virada do século, o jovem Alberto se muda para Paris. Em pouco tempo, o extravagante e impecavelmente bem-vestido aviador já passeia pelos bares e restaurantes da cidade a bordo de um dirigível de sua invenção. Depois de vencer a competição internacional de construção do primeiro avião de verdade, Santos-Dumont é consagrado pela imprensa como o conquistador dos ares - na época, a notícia dos primeiros vôos dos irmãos Wright, grandes rivais do brasileiro ao título de pais da aviação, ainda não chegara à Europa. Os anos de glória, porém, seriam breves. Humanitário pacifista, Santos-Dumont testemunhou com grande desgosto a capacidade de destruição dos aviões durante a Primeira Guerra Mundial. A consagração dos irmãos Wright foi outro motivo de contrariedade. Cada vez mais recluso e irascível, o brasileiro seria diagnosticado com esclerose múltipla com apenas 36 anos. O homem que conheceu cedo a glória terminaria seus dias mergulhado na loucura e no desespero. Hoffman conta a história de um homem atormentado, que contribuiu de forma decisiva para a modernidade.
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Clio0 08/04/2020

Foi com certa expectativa que eu peguei essa biografia de Santos Dumont - publicada no século XXI, coisa mais rara ainda. É claro, a possibilidade de ler sobre a vida do Pai da Aviação pela perspectiva de um estadunidense criou um certo receio... mas me surpreendi.

Paul Hoffman parece ter genuína admiração pelo personagem brazuca e foca especialmente em suas realizações no incipiente campo da aeronáutica. Há, obviamente, observações sobre suas excentricidades - perniciosas ou não - porém não são elas o foco: quem pegou esse livro queria saber sobre voar e é exatamente isso que o autor nos dá.

Além de uma interessante narrativa sobre os projetos de Dumont quanto a suas aeronaves (fossem elas balões ou protótipos de aviões) temos também várias informações sobre suas disputas e amizades com outros aeronautas, e uma leve explicação do porquê o mundo, hoje, considera os irmãos Wright os pioneiros da aviação com aparelhos mais pesados que o ar...

Concordar com isso? Nas palavras citadas pelo próprio autor "Catapultas"... Contudo, essa polêmica não é uma questão extensivamente tratado no livro, o que não depõe contra ele.

Qualquer um que queira saber mais sobre o herói nacional pode lê-la tranquilo sem se ver inundado por termos técnicos históricos ou matemáticos. É uma boa biografia feita por um jornalista.
Lelouch_ph 15/01/2022minha estante
Quero muito ler agora.




Igor13 13/07/2018

Melhor biografia
Já pelas outras avaliações, percebe-se que o livro é muito bom. O interessante é que precisou vir um norte-americano, da terra dos Wright brothers, pra escrever a biografia mais interessante e sensata de Santos de Dumont.

Pontos positivos:
1) Bem escrito. A leitura flui e não dá vontade de parar;
2) Muito bem contextualizado. Explica o que acontecia em Paris, EUA, Brasil e Europa na época. Sem esse entendimento, é vazia qualquer tentativa minimamente razoável de entender quem era e o que fez nosso 'herói';
3) Retrata um Santos Dumont humano, com muitos acertos, erros e 'fantasmas'. Passei a admirá-lo, e principalmente compreendê-lo, ainda mais;
4) Feitos paralelos de outros aviadores da época dele. Houve na verdade muitos 'pais' da aviação.

Juro que tentei não entrar em discussões polêmicas, mas não resisti:
1) O livro 'Santos Dumont - Domador do Espaço', de Cláudio de Cápua, que faz uma homenagem ao invés de uma biografia, contesta e reclama de Paul Hoffman sobre suas insinuações de que o aviador seria homossexual. Bem, uma boa biografia deve abordar as questões pessoais também - até para a total compreensão do personagem. E se foi ou não homossexual não reduz sua importância e feitos. Mas entendo o porquê da resistência de militares e aviadores de aceitarem essa (possível) verdade; e

2) O livro "Guia Politicamente Incorreto Da História Do Brasil", de Leandro Narloch, faz uma série de ataques pessoais ao aviador que sempre me pareceram equivocados. Ao Asas da Loucura, penso que ele não deveria ter atacado o aviador, que na verdade era produto da sua época e do local onde vivia, no caso Paris. Até posso concordar com o Leandro Narloch que o aviador poderia ter tentado criar uma empresa pra potencializar seu legado, e que poderia ser menos preocupado com demonstrações e exibicionismos. Mas fazia parte da Paris da época e personalidade do aviador. Agora, penso que a maior lição que esse livro, juntamente com o que o Leandro Narloch colocou no livro dele, é a forma diferente que o brasileiro deveria ver Santos Dumont. Ao invés de vê-lo como uma figura quase mítica (ao estilo dos Gregos de 2.500 anos atrás), poderiam inspirar-se no seu estilo de vida e valores, como trabalho duro, persistência, criatividade, honestidade, valorização da cultura e educação.

Por último, acho que Santos Dumont deixou legados diversos para o mundo e para os brasileiros. O 'mundo' da época, aviadores, engenheiros, 'realezas', políticos e empresários souberam, na sua maioria, reconhecer e seguir seu exemplo. O aviador foi um dos grandes 'pais' da aviação nesse sentido.

Já aos brasileiros, discordando do que apreendi na escola e nos livros com homenagens, seu maior legado foi sua personalidade e caráter - e não o 14-bis. O maior legado para sua terra foram sua honra, honestidade, persistência, engenhosidade, independência (a herança ajudou aqui), cultura e humildade. Nesse sentido, após mais de 100 anos dos famosos voos que colocaram seu nome da história, ainda estamos olhando para o céu (com orgulho) ao invés de olharmos a nossa volta e começarmos a colocar em prática o que o fez ser realmente tão grandioso. E que nos faria ser uma grande nação.
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@zurcenila 15/12/2017

(Resenha) Livro - Asas da Loucura - Paul Hoffman
Esta não é apenas uma biografia do incrível Santos Dumont, mas um relato extraordinário da evolução do mundo no século XX.

Muitos brasileiros carregam consigo um "senso comum" sobre a história deste grande revolucionário conhecido como "Pai da Aviação", mas o fato é que Paul Hoffman vem nos mostrar com esta biografia que sua vida foi ainda mais fantástica e trágica do que podemos imaginar.

Desde a infância em Minas Gerais até sua precoce morte em São Paulo aos 59 anos, sua persistente dedicação em provar que "o homem pode voar", o balonismo, a circunavegação na Torre Eiffel e tudo o mais que compuseram a vida de um homem ainda lembrado mas não totalmente conhecido nos faz viajar no tempo.

E vai além, revelando um Dumont extremamente introspectivo, vaidoso, mentalmente perturbado mas com um nível intelectual incontestável.

Entristeceu-me ver o livro como um relato jornalístico. Sinceramente esperava algo mais íntimo mas todas as inclusões feitas referentes aos demais personagens daquele cenário que mudaram definitivamente o curso da história mundial, o paralelo com os acontecimentos marcantes da época e a maneira delicada e destemida que ele nos retrata nosso herói nacional é fascinante.
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Samara 30/08/2017

Amor pelo voo
Resenha por fazer
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mila antares 23/04/2017

Esse livro é apaixonante. A história de Santos Dumont é linda, inspiradora, cheia de aventura e de um espírito honesto, sincero, uma figura para o Brasil admirar e exaltar sempre. Com muita riqueza, o autor ilustrou a saga deste pequeno brasileiro de forma tão linda, de forma tão próxima, que parecemos testemunhar o dia a dia da bravura de Santos Dumont e de como ele se tornou gigante e ajudou a humanidade em sua mais fantástica viagem.
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Adriano 13/12/2016

Uma vida dedicada à tecnologia no início do século XX
O livro é muito gostoso de ler, a linguagem jornalística e fluída. O autor se preocupou em colocar Santos Dumont em seu contexto, s deixar de fora suas vicissitudes, suas falhas, como por exemplo, a tendência à exagerar alguns de seus feitos. Apesar de saber desde pequeno a importância do aviador para o Brasil e a história da aviação (morava próximo de um aeroporto que levava seu nome), me surpreendi com a importância e a fama internacional dele. Muitos o consideraram, ainda em vida, como um grande impulsionador da aeronáutica (talvez o neologismo "aeroporto" tenha sido criado por ele).
O legal também, e esse é o forte dessa biografia, compreender o contexto social, científico e tecnológico da época. Um período com invenções que causavam vertigem pelas novidades.
Alberto Santos Dumont viveu para ver a dissolução das promessas do progresso: morreu com desgosto sabendo que a invenção que ajudou a aprimorar fora usada para guerra.
O autor teve o cuidado de deixar as notas no final da obra, o que facilita a leitura para quem não precisa saber os detalhes documentais.
O final chega a ser emocionante.
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Oliver 07/06/2015

Obra bem documentada
Esta biografia é de absoluta qualidade por ser muito bem documentada. O esmero técnico com os documentos que foram reunidos, com a ajuda de colaboradores no Brasil, França e EUA, tornam a narrativa confiável. O acesso a documentos inéditos sobre Santos Dumont torna esta obra distinta.
O fato do autor ser americano afasta da narrativa a exaltação de Santos Dumont como um herói brasileiro. O autor até deixa claro como os brasileiros exaltam Dumont, mas o fato de o autor não ter sequer ouvido falar de Dumont até começar a pesquisa para o livro o coloca numa posição distante o bastante do seu objeto de pesquisa para ser honesto e imparcial.
Outro ponto a favor é a contextualização. O livro contém não apenas uma biografia de Santos Dumont, mas o desenvolvimento da aviação, na Europa e nos EUA. Dessa forma, sem tirar os méritos de Santos Dumont o autor deixa claro que ele não foi nem de perto o único a procurar uma solução para voar.
Por fim, os feitos dos Irmãos Wright também são apresentados, e o mais interessante foi o autor ter depois de dedicado várias páginas para explicar o feito deles, seus méritos e seus problemas, colocar a opinião direta tanto da imprensa da época quanto do próprio Dumont, que duvidavam da validade do pioneirismo que reclamavam. Interessante um autor americano ter se permitido colocar esses questionamentos.
Ao terminar de ler o livro senti que este não foi uma obra ufanista, que tenta provar pioneirismo de Santos Dumont na aviação. Não. O autor tenta apresentar os motivos pelo qual Santos Dumont foi um homem tão respeitado na sua época, tanto na Europa, EUA e até hoje no Brasil. A coragem de inovar e o desejo de contribuir pro desenvolvimento da aviação (Santos Dumont colocou seus projetos a disposição da comunidade e não patenteou suas inovações) mostram um homem que deve ser respeitado pela sua postura como cientista e isso ao terminar o livro passou mais a importar do que a discussão sobre quem foi o primeiro a voar com uma máquina mais pesada que o ar.
Menção honrosa para o desenvolvimento do quadro depressivo que levou Santos Dumont a suicidar-se em 1931, onde consegui me colocar no lugar dele e mesmo sentir parte de sua revolta pela forma como os aviões se tornaram instrumento de morte.

Vale a leitura. Após o livro passei a admirar Santos Dumont por motivos diferentes e mais nobres que os de antes. Um homem corajoso, inovador.
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Luciano Luíz 09/08/2014

ASAS DA LOUCURA, do jornalista norte-americano, Paul Hoffman, não é apenas mais uma biografia do Pai da Aviação. Mas sim, a obra definitiva acerca da vida de um homem que foi o mais famoso do mundo, no início do século XX.

Nunca a vida deste brasileiro foi tão bem apresentada, mostrando detalhes nunca antes revelados. O americano, conta de uma maneira surpreendente como foi a vida de Santos-Dumont, desde a infância na fazenda de café até a sua decadência.

Com uma narrativa agradavelmente ágil, o livro nos mostra outras facetas de Dumont, desde seu primeiro aerostato até o que ele pensava a respeito do futuro da aeronáutica e de como os aviões mudaram o destino dos transportes.

São tantas informações, não apenas do notável brasileiro, mas de toda uma época de revolução tecnológica que fez uma diferença e tanto.

É um livro obrigatório, não apenas pelo fato de mostrar os altos e baixos da vida do maior de todos os brasileiros da história, mas, pela quantidade de informação que proporciona aos leitores.

Afinal, esta obra, na verdade, não é apenas uma biografia, mas um romance da vida real.

Mais que recomendado.
Uma leitura obrigatória.

L. L. Santos

site: https://www.facebook.com/pages/L-L-Santos/254579094626804
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Hudson 27/06/2014

Uma biografia "honesta"

O livro é muito bom, bastante documentado e até comparativamente interessante, outro item que realmente chama a atenção é o cuidado que o autor teve em narrar fatos que não sejam diretamente ligados a Santos Dumont, mas entretanto são importantes para o desenvolvimento da aviação no geral, dando assim mais dinâmica ao livro e sendo até mesmo culturalmente mais interessante.

Boa parte dos pontos que permeiam parte do livro se extraem de seus escritos pessoais, portanto aqueles que já leram " O que eu vi e o que nós veremos" e " Os meus balões" vão sentir a sensação de dejavu, ou melhor repeteco mesmo em grande parte do livro.

Afora isso o livro trás lados interessantes é até mesmo obscuros da personalidade de Santos, este ponto é legal para entender como ele se achava como pessoa, e qual era a visão que tinha de si enquanto pioneiro do ar.

Ademais, o ponto contundente é que o autor também parece pactuar que na polêmica do voo, como bom americano dá razão aos "wright" mesmo sem provas, concretas procura colocar que ele podem ter prevalência sobre Santos, por isso a biografia tem sua honestidade comprometida, pois ele diz no final que as pessoas que o ajudaram estavam interessadas em uma biografia honesta, e neste ponto não pareceu honesta, não pretendo ser ufanista, mas não se pode provar o que adveio deles, então acho que o mais honesto é creditar a quem provou.


Há muitas informações complementares, que tornam o livro mais interessante, de fato um dos modos de se aventurar a época, era você ser um explorador, um pioneiro da aviação ou até mesmo caçar baleias.


A descrição das narrações que antecedem os eventos, aos triunfos e muitos detalhes sobre a vida pessoal e até mesmo de como vivia o grande pioneiro também dão uma boa profundidade ao livro, de fato a leitura é de todo bastante agradável e até mesmo cultural pois não se restringe apenas a prestações informações claras sobre o biografado.


Gostei muito da leitura no geral, apenas só não achei tão honesta como se propunha, embora gostei do autor mostrar um lado menos conhecido de Santos que é comum a todo o ser humano que é contrariado.

Ainda sim demonstra como foi grande a popularidade deste brasileiro que devido a estas pesquisas forneceu fatos jamais conhecidos por quem leu os seus livros formais,já citados anteriormente a cima.

Por fim penso que o livro vale qualquer leitura, pelo o que é pois existem muitos dados interessantes que a aqueles que se interessam não só pela aviação mas pela história em geral e com um pouco de história militar, levou mais crédito por ter sido escrito por um americano, mas não quanto pretendia pois não foi tão honesto assim.

Mas é plenamente recomendado, por ser de bastante informação, bem condensada e de leitura agradável, a leitura prende bastante!
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Gi 27/04/2014

Superior ao que eu esperava
O livro conta sobre a vida de Santos Dumont, desde seu nascimento em Mina Gerais, até sua morte em São Paulo. O autor não aborda somente o que se passou na vida de Santos Dumont e como o mesmo se tornou famoso com suas invenções, mas também todos os acontecimentos da época como a primeira guerra mundial por exemplo, bem como como surgiram outras invenções como o Raio X, o balão, os explosivos e as várias tentativas de vários outras pessoas de conseguirem fazer com o que o homem voasse.
O autor conseguiu elaborar esta excelente obra com a colaboração de parentes de Santos Dumont, relatos, recortes de jornais e vários livros. O final é cativante.
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Luiz 10/02/2014

Afinal, quem é o "pai da aviação"?
Como sabemos, só no Brasil considera-se Santos-Dumont como sendo o "pai da aviação", e atualmente ele é praticamente desconhecido no resto do mundo. O interessante deste livro é que o autor - um americano - mostra toda a trajetória de Santos-Dumont, desde sua infância no Brasil, passando por sua juventude em Paris, até sua morte no Guarujá, descrevendo com detalhes todos os projetos do aviador, e mostrando paralelamente os inventos dos irmãos Wright e outros pioneiros da aviação, de uma forma que eu considerei imparcial. O objetivo do livro não é provar quem foi o primeiro homem a voar numa máquina mais pesada do que o ar, mas sim mostrar quem foi o gênio Santos-Dumont.
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