Otto Lara Resende ou Bonitinha, mas ordinária

Otto Lara Resende ou Bonitinha, mas ordinária Nelson Rodrigues




Resenhas - Otto Lara Resende ou Bonitinha, mas ordinária


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gatoviski 27/03/2024

Caráter fraco, mas forte de confiança.
Desde o início da peça, uma frase dita por um dos protagonistas abre uma caixa de Pandora no caráter de quem a escuta- O mineiro só é solidário no câncer. Daí em diante, as decisões centrais dos protagonistas são assombradas por um conflito moral.
Numa análise de índole, frases assim são justificativas baratas para a falta de virtude, uma desculpa mais elaborada para legitimar a falta de responsabilidade quando se escolhe o desprezível, o desonesto. Afinal, quando conseguimos explicar as nossas ações com a razão, ganhamos confiança para nos sentirmos menos culpados.
O livro apresenta características comuns da obra de Nelson Rodrigues, porém, na minha opinião, com desenvolvimento bem mais fraco. Apesar de tudo, é uma boa história.
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rafadaluz 18/01/2024

O mineiro só é solidário no câncer
Foi minha primeira vez lendo uma peça teatral e também a minha primeira vez lendo Nelson Rodrigues. Puro suco de Brasil.
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mi.sh 13/08/2023

Teoricamente, eu sei que essa é uma peça importante e crítica e tudo mais, mas ainda assim eu odiei cada minuto da leitura dela. De todas as peças de nelson, essa é definitivamente a que menos me prendeu até agora, não teria terminado se eu não fosse absolutamente obrigada.
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Procyon 02/05/2023

Bonitinha, mas ordinária ? comentário
Nesta peça, Nelson Rodrigues revisita seus elementos dramatúrgicos consagrados para pintar um quadro de degradação. Valendo-se de uma interpretação política sutil da sociedade, o autor volta a tratar o tema do desmoronamento da família tradicional brasileira ao mesmo tempo em que reflete os conflitos de valores com a sociedade contemporânea. Além disso, ele expõe a carga explosiva de desejos reprimidos das personagens ? sendo a frase de Otto Lara o mote principal ?, tensionando as relações humanas em que a ?carne é forte, mas o espírito e fraco?. A tragédia, assim, se dá dentro duma sociedade tipicamente burguesa, que abdicou de quaisquer valores éticos, e só ainda os
mantém através de uma máscara. Esses tensionamentos também relfetem questões mais específicas, como a Guerra
Fria e a ameaça da destruição atômica. Há também uma certa paródia de dimensões bíblicas aqui impressa.

Ademais, há outra peculiaridade, ?Bonitinha, mas ordinária? é uma das poucas peças da pessimista obra rodriguiana a ter algo que se possa chamar de ?final feliz? ? tendo o mar como símbolo de redenção, e concluindo a paródia bíblica, fazendo do casal um Adão e uma Eva às avessas. Pelo que Ismail Xavier chamara de ?colapso do casamento?, a narrativa rodriguiana leva essa família em decomposição ? sempre envolta em selvageria ? ao destino da total degradação: talvez a dos ?novos tempos?. Para o casal principal, só houve redenção porque entre eles há o amor, e, no amor verdadeiro, ninguém faz questão de ocultar-se. O dilema de Edgard não é só nesta peça, mas sim em toda a obra rodriguiana. Edgard, enfim, parece substituir ?o mineiro só é solidário no câncer? para ?se deus não existe, tudo é permitido?.
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Fagundes 17/11/2022

Peça pesada, profunda e real
Nelson Rodrigues escreveu o que considero uma das mais pesadas peças de teatro que já li.
Tudo retratado é, infelizmente, do brasileiro.
Muita coisa mudou e é difícil dizer que a peça é atemporal.
Mas mesmo costumes passados, da forma que são retratados na peça, ainda assustam pela forma visceral com que conseguem retratar a vilania de alguns brasileiros.
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Mika 26/10/2022

interessante mas pesado
Esse livro trabalha vários aspectos que não são pra principiantes

As tramas são interligadas e trabalha uma construção de como tudo vai ruindo aos poucos. Tenho minhas críticas, mas não só em relação a esse texto do Nelson, mas como em todos que li até a agora. O ato de ser violada trás uma contradição pois é uma experiencia ruim que a vitima romantiza e diz que quer continuar com a pessoa que fez o ato, esse traço do Nelson me incomoda muito. Tirando isso achei a forma inteligente com que a frase que o texto carrega do inicio ao fim vai mudando o sentido
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Lily 22/09/2022

Nelson Rodrigues tem muita semelhança com Dostoiévski, ambos são moralistas e livro tracei um paralelo com Crime e Castigo. TEm bonitinha, mas ordinária temos uma mocinha de família rica que participou de um bukake, tudo parece , pelo caráter dela, que foi voluntário, do outro lado temos uma prostituta pobre que sustenta a família com a prostituição, quem o protagonista ama. Como em crime em castigo , temos Sônia uma prostituta que faz isso para sustentar a família e a irmã de raskolnicov, que iria se casar com um homem por causa de dinheiro. Quem o protagonista de bonitinha mas ordinária vai escolher se casar, com a mulher que ama, mas é prostituta ou a filha do patrão rica , mas de caráter duvidoso? Vale a pena ler, um clássico da dramaturgia brasileira. Nesta época a prostituição ainda era uma exceção na sociedade, hoje em dia nos tempos de sugar daddy está sendo regra.
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Suelli.coelho 01/03/2022

Não gostei nem um pouco dessa leitura,senti aquele sentimento de tempo perdido lendo uma coisa ruim
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agathatriste 19/12/2021

O mineiro só é solidário no câncer
Essa peça toca em assuntos muito sensíveis. Possui gatilho como Estupro.

As dúvidas a moralidade Carioca estão presentes nessa obra. Essa sem dúvidas é uma das minha tragédias cariocas favoritas.

Os personagens são muito cativantes, os três atos da peça são intensos. NO BRASIL, TODO MUNDO É PEIXOTO.

Uma das coisas que eu mais gosto no Nelson Rodrigues é o quanto a leitura provoca o "moral" e o "politicamente correto" com a dura realidade carioca.
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Mari Moraes 13/07/2021

Mas não deu pra salvar uma linha
Bom, eu sempre tive antipatia com Nelson Rodrigues, sua escrita sempre me pareceu pretensiosa e suas críticas sociais sempre me pareceram vazias.
Ele de fato expõe muitos cenários e cotidianos da vida em sociedade constrangedores e recrimináveis, mas não acho que isso chega a ser uma crítica de forma alguma, e nessa peça consigo exemplificar com clareza o porquê.
O fato de Ritinha ser uma boa moça, porém depois descobrimos que ela é uma prostituta, e aí na narrativa ela logo é tratada como uma mulher que não vale a pena, porém depois descobrimos ainda que ela sofria uma chantagem sexual, e ela volta a se tornar a coitadinha, o grande mártir, numa flagrante intenção do autor de dar um ?motivo? pra ela ser uma prostituta, como se mulheres não pudessem ser prostitutas ou fazer o que quiser da vida.
Outro exemplo, Edgard, que é pra mim uma personagem bem grotesco e [*****], no entanto, ele é visto como o grande mocinho, ele é retratado como o único homem de caráter que fica num dilema moral, de aceitar o dinheiro ou não, e no fim ele escolhe não aceitar, porém durante a peça ele chantageou e se aproveitou de mulheres e pintou outras de frígidas e recatadas demais, em suma, ele é um grande bosta!
E pra mim isso invalida totalmente as ?críticas? de Nelson Rodrigues, ele não critica sociedade nenhuma, ele expõe algumas situações sociais, mas é totalmente conivente com elas, o que podemos notar pela sua narrativa e pela maneira que ele constrói a história.
É uma crítica vazia, se é que chega a ser uma crítica.
Além disso, suas obras não são atemporais, e já estão mais que datadas pro momento social que vivemos hoje, fazendo até um grande desserviço para o senso crítico de algumas pessoas de aceitarem suas obras como um exemplo de uma grande denúncia social.
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Carol Pita 31/03/2021

Uma das mais pesadas!
Mais uma pra conta das peças do Nelson que eu adoro, mas essa não consegui achar graça dos absurdos, por tocar muito em questão de estupro, achei ela mais próxima da nossa realidade. Falar também que quem tem dinheiro sai impune, coisas assim. Na minha opinião uma das peças mais atuais dele. Fiquei com muito nojo em algumas cenas, e raiva também. Mas não da peça, das situações que ele retrata com a brilhantia de sempre!
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