Julia G 01/08/2011Vencendo o Passado - Zibia Gasparetto Resenha publicada originalmente no blog http://conjuntodaobra.blogspot.com
Vencendo o Passado, de Zibia Gasparetto narra a história de uma família que vivia em meio a problemas. Carolina e Adalberto, filhos de Ernestina e Augusto César, tinham uma relação complicada com os pais, e também um com o outro. Os problemas eram, em sua maior parte, silenciosos. Não havia diálogo dos pais com os filhos. Carolina não aceitava as imposições de seu pai, e mal aturava a submissão de sua mãe, o que lhe rendia castigos. Ao mesmo tempo, Adalberto fingia aceitar todas as ordens que recebia, enquanto fazia o que bem entendesse quando estava sozinho. O que importava era que as aparências fossem mantidas.
Mas tudo começa a mudar quando o avô de Carolina fica muito doente. Com sua morte, a família sai da pequena cidade de Bebedouro para ficar alguns dias com Guilhermina e Odete, mãe e irmã de Augusto César, na capital. A tristeza, no entanto, abate muito as duas e, quando volta para casa, Augusto César resolve deixar Carolina na cidade, para lhes fazer companhia.
Durante o tempo que passa com a avó e a tia, Carolina encontra um rapaz... O rapaz que já tinha encontrado outras vezes, quando seu espírito deixava seu corpo. O rapaz que se apresentara como Marcos - e que agora dizia se chamar Sérgio.
Aos poucos Carolina percebe, então, que as situações que vive no presente são consequências de atos seus em outras vidas; tanto o comportamento incompreensível de seus pais ou o amor que sente por Sérgio. E percebe que as coisas são do jeito que são por um motivo: ela deve consertar seus erros do passado para ser feliz.
Os livros de Zibia Gasparetto, como todos bem sabem, tem por base para todas as histórias o espiritismo. Para quem acredita, a leitura fluirá facilmente. Para quem não acredita, é como se fosse todo um novo mundo criado por Zibia, como ocorre em tantos outros livros por aí.
A história é ótima, leve, e mesmo nos momentos mais "sombrios" - quando Carolina descobre a razão de viver como vive - a forma como a autora coloca no texto não nos causa más impressões. Por ser um livro com tal toque religioso, há muita inocência nos personagens, que buscam sempre o bem, mesmo quando agem de maneira equivocada, e que aprendem a aceitar uns aos outros com o passar das páginas.
O que mais estranhei no livro foi a maneira superficial com que as situações são narradas, os poucos detalhes que se dão sobre os personagens, e os diálogos que pareciam um pouco repetitivos. Não que isso atrapalhasse a leitura, pelo contrário. Mas é um pouco diferente dos livros que leio normalmente, que dão detalhes o suficiente para dar mais convicção à história.
Foi uma leitura realmente diferente. Não, não entrou para os meus favoritos. Mesmo assim eu gostei. E, para quem gosta desse tipo de leitura, ou até quem gosta de diversificar, eu recomendo.