Camila 01/06/2024
Santiago é um pescador experiente e com grandes histórias de jornadas no alto mar, mas que está enfrentando uma "onda de azar" no qual não consegue pegar peixe algum há 84 dias.
Devido a isso, as viagens do velho Santiago, que contavam sempre com a companhia de um menino chamado Manolin, passaram a ser solitárias, pois os pais do menino o colocaram sob tutoria de outro pescador.
Na jornada do dia 85 em busca de alguma boa pesca, o velho sente a ausência do menino como nunca. Olhava para o mar e sentia-se só. É nesse mesmo dia que Santiago encontra o maior e mais belo peixe-espada que já viu.
A experiência de captura do peixe é exaustante. Se torna um jogo de forças que parece não ter fim. Santiago mesmo mal comendo, mal dormindo e cheio de ferimentos nas mãos, não se dá por vencido. Muitos dias se passam até que ele consiga capturá-lo e, até lá, aquele peixe se torna sua nova companhia. Convivendo com aquele imenso peixe-espada, o velho consegue descobrir quais são as suas necessidades e chega até unir os seus próprios sentimentos com os dele. Chama-o de "meu peixe", "meu irmão".
O peixe se torna algo tão magnífico e nobre para o velho Santiago que ele se sente honrado de contemplar tal figura. Tamanha é sua admiração que a ideia de morrer para aquele peixe não o abala. Para ele, pouco importa quem matará quem ali. Até que Santiago encontra o momento ideal e consegue fincar um arpão no coração do enorme peixe-espada. Ele amarra o peixe em sua canoa e segue caminho de volta à costa.
O triunfo que o velho sente ao conseguir matar o peixe dura pouco, pois logo é atacado por muitos tubarões até chegar em terra. Esses tubarões destroçam a carne do peixe morto amarrado ao barco. Santiago, apesar de conseguir derrotar todos eles com suas ferramentas, se sente mal. Ele vê a beleza do peixe se esvaindo e sabe que é o culpado por isso. Se sente mal porque matou um peixe tão belo, se sente mal porque rebaixou esse mesmo peixe à pedaços de carne despedaçados ao mar.
Ele gostaria que tudo tivesse sido um sonho: que não tivesse matado aquele peixe em especial, e sim qualquer outro. Parece que, no fim das contas, os pai de Manolin estavam certos: ele era um homem sem sorte. Se sorte pudesse ser comprada, Santiago com certeza a compraria.
Quando chega em sua vila, a única coisa que restou foi a espinha e a cauda do peixe ainda amarrado na embarcação.
Sua viagem acabou e Santiago chegou vivo mesmo depois de todos os horrores que passou, porém se sentia tão morto quanto aquele peixe-espada.
Me apaixonei pelo livro. Me sentia como integrante daquele pequeno barco, junto com Santiago. Seus sentimentos se tornaram os meus e isso, de certa forma, foi muito aconchegante.
A história é simples, mas intensa em narrativa. Um ótimo livro, sem dúvidas.