danielcorreacru 26/05/2024
Mais uma releitura
Valeu a pena ler pela 3a vez, assim como pretendo fazer com os romances subsequentes do autor, Sidarta e O Lobo da Estepe. Praticamente todos os romances de Hesse abordam algum processo de amadurecimento, encantamento e/ou sofrimento na vida com um olhar e uma capacidade de descrição que pra mim sempre foram muito envolventes, fáceis de se identificar. No caso desta e das outras obras que mencionei, elas formam uma "trilogia espiritual" sem nenhum nexo narrativo entre si, tendo em comum mais o fato de representarem a vida e os pensamentos de protagonistas masculinos cada um com uma faixa etária (e aparentemente questões específicas de cada uma) em contextos e tempo histórico completamente distintos, tendo em comum o fato de que eles sempre estão numa certa "jornada a procura de si mesmos".
O que eu mais gosto é que nunca se chega a um final fechado, mas a um certo ponto em que após vários insights e reflexões com uma pegada bem filosófica (e as vezes esotérica, o que já não faz muito meu gosto atualmente), a narrativa simplesmente cessa num momento meio abstrato, onírico ou lisérgico, do qual depois não se sabe mais o que pode ter sido da vida que acompanhamos até aí, assim como após algumas viradas na nossa própria vida parece vir uma lufada de novidade, de uma nova fase que estamos começando, e também não temos a mínima ideia do que virá de desconhecido, nem do que voltará de antes.
Reler esses livros em intervalos de anos tá sendo bem interessante.