28 contos

28 contos John Cheever




Resenhas - 28 Contos de John Cheever


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Alê | @alexandrejjr 13/06/2022

Burgueses insólitos

Alcoólatras. Bêbados. Da classe média (às vezes da alta). Falidos. Homens brancos. Veteranos de guerra. E, em geral, insólitos. Essa é a base da galeria de personagens que desfilam nestes “28 contos” de John Cheever, o “Tchekhov americano”.

Em mais uma excelente contribuição para os leitores brasileiros, este livro da Coleção Listrada traz 28 contos selecionados pelo jornalista Mario Sergio Conti - repórter de inteligência aguda que ficou marcado na crônica da vida pública brasileira por entrevistar um sósia do técnico Felipão em 2014 - entre as 61 breves narrativas presentes em “The stories of John Cheever”, livro que deu ao autor estadunidense todas as glórias possíveis, incluindo um prêmio Pulitzer de ficção.

As histórias de John Cheever são quase monotemáticas. O que, em um primeiro momento, pode parecer jogar contra ele. No entanto, Cheever foi um habilidoso ficcionista e muitas das breves narrativas presentes aqui se sustentam pela força da prosa, que, quando envolventes, prendem os leitores sem deixar espaço para fuga. É o caso dos melhores contos da coletânea, como o fantástico “O enorme rádio”, que possui um “quê” de real maravilhoso e é conduzido em ritmo perfeito pelo autor, sendo uma história que possui reflexões práticas em nossa era de superexposição e de redes sociais, e envolve as agruras de um casal que vive das aparências; do borgeano “Lamento amoroso”, que permite múltiplas interpretações sobre a mulher “sempre vestida de preto” que atormentava, em diferentes situações, a vida de Jack Lorey, protagonista desta história; das narrativas sobre ingenuidade, pobreza e busca do tão estadunidense “sonho americano” para alcançar o sucesso ou enriquecer que aparecem em “Ó cidade dos sonhos falidos”, “O pote de ouro” e “O Natal é uma época triste para os pobres”; das histórias que envolvem os problemas conjugais ou de se fazer parte de uma família presentes em “Adeus, meu irmão”, “Os Hartley” (esse com clímax chocante que antecede as linhas finais, vale o destaque), “Só quero saber quem foi”, “A cômoda” e “Reencontro”; dos divertidos, inventivos e peculiares “O general de brigada e a viúva do golfe” e “Três histórias”; e, é claro, a grande estrela deste livro, o enigmático “O nadador”, conto perfeito que pode (deve) tranquilamente figurar em qualquer lista sobre o gênero e, de tão extraordinário, possui uma adaptação hollywoodiana estrelada pelo ator Burt Lancaster intitulada por aqui de “Enigma de uma vida”.

Para o gosto deste leitor, Cheever tem uma qualidade especial para um contista que me desagrada um pouco: ele consegue injetar muita densidade em poucas páginas e, devido a isso, suas narrativas breves possuem uma máscara novelesca. Para quem gosta mais de romances que contos, por exemplo, Cheever será melhor aproveitado. Eu, apreciador da narrativa breve como um momento deslocado no tempo como se fosse um sonho ou uma fotografia, canso com certa facilidade nesse outro estilo de brevidade. Creio, também, que essa característica de Cheever é compartilhada com outro grande nome do gênero: Alice Munro. A canadense ganhadora do Nobel também faz parte dessa distinta vertente da arte da brevidade. Ou pode ser que eu só esteja mal acostumado com a precisa genialidade dos saudosos Lygia Fagundes Telles e Sérgio Sant’Anna, não vou negar.

Como manda a tradição do gênero, este “28 contos” é um livro com veredicto misto. A boa notícia é que a maior parte dos contos pode ser classificada como ótima e excelente, enquanto o restante é composto por boas e agradáveis narrativas (talvez uma ou outra esquecível). No fim, o que fica é a sensação de ter lido um pouco mais sobre a insólita vida burguesa nos Estados Unidos do século passado. E isso não é pouco.

OBS: para quem está com o inglês em dia, vale procurar e conferir a leitura para lá de especial de ninguém menos que Meryl Streep para o conto “O enorme rádio” (“The enormous radio”, no original). Ela encena todas as vozes dessa breve narrativa e nem a minha mais profunda imaginação poderia ter dado melhores características às personagens. A participação dela e de outras celebridades (menos) famosas fez parte de um projeto chamado “The John Cheever Audio Collection”, em que alguns contos “ganham vida” na voz de gente importante para mostrar que não se brinca com a ficção. Além desse registro especial, vale conferir também a leitura de quatro contos do “Tchekhov americano” selecionados para o podcast de ficção da tradicional revista New Yorker.
jota 27/06/2022minha estante
Muito bom, Alexandre. Li há seis meses e você recentemente: foi bom lembrar de algumas histórias e saber desse projeto de que Meryl Streep participou, eu desconhecia. Mas meu inglês de turista me impossibilita ouvir a peça, uma pena. Ainda preciso ler A Crônica dos Wapshot, que alguns dizem ser uma obra-prima (ou muito bom), mas anos atrás li Até Parece o Paraíso, uma novela no mesmo estilo dos contos deste livro. Não fiz resenha então porque não era associado ao SKOOB, mas apreciei o livro: dei quatro estrelas depois. Não me parece que Cheever seja muito apreciado por aqui, ao contrário do Tchekhov: talvez seus contos necessitem envelhecer, feito vinho...


Alê | @alexandrejjr 28/06/2022minha estante
Com certeza, Jota. Cheever é um contista muito bom, realmente pouco conhecido por aqui. Merecia mais reconhecimento por esses cantos. Te confesso que não sabia por onde seguir na obra dele, mas agora tenho algum Norte. Agradeço o comentário.




jota 23/12/2021

MUITO BOM: nem todas as histórias são imperdíveis, mas o volume é equilibrado, a maioria dos contos é bastante interessante, sim
Lido entre 04 e 23/12/2021

“Prosa invencível” é o título do prefácio de Mario Sergio Conti, que também selecionou os contos desse volume de John Cheever (1912-1982), apelidado de o Tchekhov americano. Nesta data é possível ler o texto de Conti na sua totalidade no site da Amazon.com.br, muito mais útil para os interessados em Cheever do que tudo que eu possa afirmar aqui. Conti, quer dizer, Cheever, está dizendo com aquele “invencível” que a boa prosa literária é para sempre; ela sempre brilhará acima da literatura medíocre, claro. Que os contos do americano ficarão, como ficaram os do russo. Conti faz o elogio da literatura de Cheever e ainda apresenta alguns dados biográficos dele; os textos contam com dois ótimos tradutores nesta edição: Jorio Dauster e Daniel Galera. Ponto para a Companhia das Letras.

Vamos agora às histórias, lembrando que isto não é uma resenha; esses são apenas pequenos resumos para que os contos não caiam no esquecimento. No meu esquecimento, bem entendido, já que eles estão consagrados na história da literatura americana, não necessitam de nenhum aval nosso:

Adeus, meu irmão - trata de desavenças familiares, e elas tendem para a violência quando toda a família do narrador se encontra reunida a beira-mar: é irmão contra irmão, é pedrada (lembra um pouco Caim e Abel), então adeus, irmão. BOM
O enorme rádio – uma história curiosa, fantasiosa: em vez de transmitir a programação normal o rádio novo do casal irradia as conversas de todos os moradores de um edifício, coisa de enlouquecer. MUITO BOM
Ó cidade dos sonhos falidos - de uma cidadezinha do interior, pai, mãe e filha pequena rumam para Nova York pensando que ali poderiam atingir a glória facilmente, mas pelo título... BOM
Os Hartley - é sobre as férias de inverno de um jovem casal e a filha. Eles decidem visitar a pousada onde estiveram antes e foram felizes. Mas desta vez a coisa não caminha tão bem assim, pelo contrário... BOM

O camponês de verão - um fazendeiro de fim de semana e seus atritos com um fazendeiro de verdade, um russo que lhe presta alguns serviços na propriedade. Preconceito, afinal? Parece que sim. BOM
Lamento amoroso - somente no final do conto compreendemos o motivo pelo qual Jack Lorey chamou de “viúva”, no início da narrativa, Joan Harris, uma mulher com quem ele manteve uma amizade com altos e baixos por mais de trinta anos. ÓTIMO
O pote de ouro - jovem casal de poucos recursos, baixa classe média, busca através de seus empregos ou inventando coisas, ganhar mais dinheiro, melhorar de vida (encontrar um pote de ouro, como se diz), mas a sorte parece estar sempre contra eles. ÓTIMO
O Natal é uma época triste para os pobres - é o que pensa o ascensorista de um edifício residencial em Nova York, porque para ele, entre outras coisas, o dia de Natal não passava de mais um dia normal de trabalho. MUITO BOM

A temporada do divórcio - marido, pai de dois filhos pequenos, narra como um vizinho de bairro, também casado, se apaixonou perdidamente por sua mulher, como as coisas se passaram e se seu casamento terminou ou não em divórcio. MUITO BOM
A cura - Rachel abandona o marido e leva consigo os filhos. É a segunda vez que esse desastroso casamento parece naufragar. Ele não atende suas chamadas quando ela está supostamente ligando para a reconciliação, até que um incidente aponta a direção para sua cura. REGULAR
Os males do gim - garotinha está cansada de ver os pais irem a festas e beber exageradamente. Começa a esvaziar as garrafas de gim da casa, mas a culpa recai sobre outras pessoas. Então decide fugir para Nova York. É isso mesmo que ela quer? MUITO BOM
Oh, juventude e beleza! - é sobre um homem de quarenta anos e sua esposa, casal que ainda mantém certa jovialidade que remete para tempos passados, brincadeira de pular obstáculos que ele ainda pratica revivendo assim sua juventude atlética. Sobrevêm acidentes e um dia as coisas terminam mal... BOM

Só mais uma vez - aristocratas empobrecidos de Nova York podem muito bem receber fortunas em heranças, retornar à antiga vida e então, com seus grandes barcos, salvar ocupantes de um barquinho prestar a afundar, como ocorre aqui. BOM
O invasor de Shady Hill - uma história bem curiosa em que o narrador, morador de subúrbio, sem dinheiro e tendo perdido o emprego, conta como começou a invadir casas da vizinhança à noite para roubar dinheiro dos moradores e assim se sustentar e à família. ÓTIMO
O bicho da maçã - uma fruta aparentemente saudável por fora pode conter um bicho por dentro. A família desse conto, os Crutchman, muito moderada e feliz, admirada pelos vizinhos, teria lá também os seus podres escondidos ou não? BOM
O caminhão de mudanças vermelho - os personagens de Cheever bebem demasiado, perdem dinheiro e empregos e então se mudam. O narrador visita um deles, numa cidade vizinha, que precisa de ajuda. Enfrenta uma nevasca ao voltar para casa e logo depois recebe um telefonema daquele mesmo sujeito beberrão pedindo ajuda... BOM

Só quero saber quem foi – homem rico e mais velho percebe que a esposa se cerca de homens jovens e seus amigos estão sempre comentando esse fato, indiretamente dizendo que ele está sendo traído. Mas ela o traiu com quem? É o que ele quer saber. BOM
A cômoda – esse móvel, uma peça antiga, herança familiar, desencadeia uma disputa entre dois irmãos que o desejam. Um deles acaba ficando com a cômoda, que se torna o centro de sua casa, e tem o poder de trazer os mortos da família de volta. Acredite se quiser. MUITO BOM
Miscelânea de personagens que ficarão de fora – como o título indica, esse conto é apenas uma lista aleatória de personagens que poderiam render outras histórias. Parece haver certa fixação do autor pelo conhecido ator Marlon Brando. REGULAR
O general de brigada e a viúva do golfe – uma curiosa história envolvendo o casal Pastern e seu abrigo antiaéreo (eram os tempos da guerra), bem como a amante do marido, uma irlandesa casada, a sra. Flannagan, cujo marido vivia viajando. Ela desejava ardentemente uma coisa em troca do sexo que oferecia ao sr. Pastern. ÓTIMO

Uma visão do mundo – escritor encontra um bilhete numa latinha enterrada em seu quintal. À noite ele sonha estar numa ilha do Pacífico e constrói uma estranha frase que reaparecerá em outros trechos do conto. Mais para o final ela é substituída por outra frase, que o torna esperançoso, satisfeito, em paz com a noite. BOM
Reencontro - Charlie, filho de pais separados reencontra o genitor que não via há tempos, cerca de uns três anos. Vão a restaurantes, mas o comportamento deselegante do pai, grosseiro para com os empregados dos estabelecimentos, faz com que o rapaz mude seu conceito sobre ele radicalmente. MUITO BOM
Mene, Mene, Tekel, Upharsin - homem é fascinado pelas inscrições rabiscadas em estações de trem e nos banheiros públicos. Mas aqui elas não são simples nem muito curtas como as que podem ser encontradas nesses lugares. Parece um jogo que Cheever faz com o leitor; o título do conto é uma alusão ao livro do profeta Daniel. BOM
Marito in città – título é parte de uma antiga e famosa canção italiana e remete para uma história de adultério. Marido sozinho na cidade precisa de conserto em algumas peças de roupa e encontra uma costureira, a apetitosa sra. Zagreb. Com ela pinta e borda, mas isso não pode ser para sempre, claro. BOM

O nadador – um dos textos mais conhecidos de Cheever. Virou filme homônimo em 1968 e aqui se chamou (apropriadamente?) O Enigma de Uma Vida. É um conto enigmático, a história de Ned Merrill, um homem que decide voltar para sua casa nadando pelas piscinas de vários moradores da cidade. Quando chega lá, tem uma surpresa. MUITO BOM
O mundo das maçãs – é sobre um idoso poeta americano, famoso por um livro que tem o mesmo nome do conto, que há muito se mudou para um vilarejo italiano. Cheever narra sua aventura quando ele decide fazer uma caminhada para doar uma de suas valiosas honrarias literárias, uma medalha de ouro, para uma distante igrejinha. Um belo final. ÓTIMO
Três histórias – a primeira é sobre uma barriga e seu dono, o esforço dele para diminuí-la e o dela para conseguir mais espaço para sobreviver. A segunda trata de uma mulher perseverante, que perdeu familiares em dois acidentes rodoviários, uma estrada indesejada e inúmeros acidentes nela ocorridos. Terceira história: um homem e uma mulher passageiros num avião, ela ríspida, ele cortês e um final inesperado. MUITO BOM
As joias da sra. Cabot – o sumiço das jóias da rica viúva Cabot é apenas uma parte da história de uma excêntrica mulher e sua família igualmente estranha. Ou incorreta, como escreve Cheever. Ele aproveita para também contar alguma coisa sobre si próprio e, claro, sua família. Que também tinha lá suas esquisitices. ÓTIMO.
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Bernardo Brum 29/10/2018

Resenha de livro de contos sempre é algo difícil, pois como acontece em toda publicação antológica e essa aqui não é diferente, o resultado é irregular.

Cheever era um mestre da prosa sutil e o título de Chekhov dos subúrbios não era à toa, pois seus contos são tão cruéis quanto delicados, tão dramáticos quanto cheios de vitalidade.

"Adeus Meu Irmão", "Ó Juventude e Beleza", "O Enorme Rádio" e "A Cidade dos Sonhos Pedidos" são o que há de melhor no gênero conto do século XX, mas outros contos soam repetitivos e dispersos, especialmente os mais experimentais. Mas a grande obra prima está no final do livro: "O Nadador", narrativa melancólica e absurdista mais intensa a cada página.

No todo, nem todos os contos são indispensáveis, mas alguns são fundamentais conhecer para entender e se aprofundar melhor na literatura americana do século XX.
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Henrique Fendrich 15/09/2018

Na primeira parte do livro, chama-me a atenção a predominância dos assuntos que abordam relacionamentos familiares. Quase sempre a trama envolve um casal que tem algum tipo de problema entre si, eventualmente com os filhos. Todos estão tentando viver da melhor maneira possível, mas raramente alguém consegue. O normal é que se batam daqui para lá, que troquem de pessoas, que troquem de estratégias, mas no fundo nada muda. Existem alguns contos bastante desconsoladores: a situação não vai mudar nunca. Há certa veia lírica em alguns contos, e eu sinto que eles deveriam ter me emocionado, pois eu gosto desse tipo de coisa, mas a verdade é que não me emocionou muito. Não sei precisar exatamente o que seja, mas sinto qualquer coisa que afasta a narrativa da verossimilhança, e isso, por certo, impediu que eu aproveitasse melhor as narrativas. Senti na primeira parte uma repetição de motivos ou pelo menos de cenários. A vida dos personagens, no jeito americano de se viver, com todos os objetivos que ela traz, me parece sem muita razão de ser.

Na segunda parte (e essa divisão sou eu quem faço), do meio para frente, sobretudo no terço final do livro, há uma virada. Isto é, às histórias de problemas familiares e conjugais de famílias americanas bem estabelecidas, que se repetiram a ponto de me cansar na primeira parte, foi acrescentado um certo experimentalismo. De fato, Cheever “brinca” mais na última parte do livro, vez ou outra parece flertar com um Borges, mas sem a mesma originalidade, um Saroyan, mas sem a mesma verve. Se não fosse absurdo, diria que flerta até com o nosso Campos de Carvalho. Mas a mim não causou o mesmo prazer estético que esses três escritores. Seja como for, é uma variante a mais dos seus contos, e acho que poderia ser interessante se esses contos experimentais estivessem melhor distribuídos ao longo do livro, e não concentrados no fim.
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Gláucia 30/07/2014

28 Contos - John Cheever
Quem nos apresenta o livro é Mario Sergio Conti, nos contando que o autor foi considerado um dos maiores contistas de língua inglesa, publicado na New Yorker. Comecei a leitura bem curiosa graças a apresentação do autor, tido por muitos anos como pai de família exemplar acaba vendo sua máscara cair alguns anos depois: "alcóolatra agressivo que atormentou mulher e filhos, abusou de dezenas de amantes de ambos os sexos e se ressentia na surdina do sucesso dos colegas que, de viva voz, enaltecia.". Respeitava o irmão mais velho, Fred, com quem teria tido uma relação incestuosa e a quem o primeiro conto desse volume teria sido dedicado: "Adeus, Meu Irmão".
A maioria dos contos retrata pessoas vivendo em Nova York e seus subúrbios, mas bem que poderiam se passar em qualquer lugar, assim como seus dramas poderiam ser o de qualquer um de nós.
Uma palavra me vem a cabeça que descreveria a maior parte dos temas dessa seleção: desilusão.

site: https://www.youtube.com/watch?v=rf0XuJjEb5w
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Lígia Guedes 26/02/2011

28 contos de John Cheever
"Uma página de boa prosa permanece invencível." afirma John Cheever ao aceitar a honraria no Carnegie Hall, em Nova York ao receber a National Medal for Literature, dois meses antes de sua morte de câncer. A revista New Yorker por quem colaborou por muitos anos, o descreveu como "uma das maiores figuras literárias do país nos últimos cinquenta anos" .

John Cheever nasceu em Quincy,Massachusetts, em 1912. Lança seu primeiro romance, The Wapshot Chronicle, em 1958, pelo qual recebe o prêmio mencionado. Publicou ainda diversas coletâneas de contos - entre os quais The Stories of John Cheever, ganhadora do prêmio Pulitzer em 1979 - e os romances The Wapshot Scandal (1964), Bullet Park (1969) e Falconer (1977). Considerado um do maiores contistas americanos.

O livro 28 contos de John Cheever, seleção e prefácio de Mario Sérgio Conti e tradução de Jorio Dauster e Daniel Galera que inicia com o conto Adeus, meu irmão já marcando o forte relacionamento de John Cheever com seu irmão a qual a vida separou, é uma coletânea de contos considerada um fenômeno editorial até hoje, mais de trinta anos depois. Nunca, até e desde então, um livro de contos, gênero que raramente chega às listas de mais vendidos, obteve tamanho sucesso nos Estados Unidos: vendeu 125 mil exemplares na edição de capa dura e figurou por seis meses na lista de best-sellers do New York Times.
O triunfo se estendeu ao circuito da literatura institucional e à imprensa. The Stories of John Cheever ganhou três dos prêmios literários mais prestigiosos, o Pulitzer, o Nacional Book Circle Critics Award e o American Book Award, conforme mencionado.

Difícil é selecionar o melhor dos 28 contos: Adeus, meu irmão; O enorme rádio, Ó cidade dos sonhos falidos; Os Harthey; O camponês de verão; Lamento amoroso; O pote de ouro; O Natal é uma época para os pobres; A temporada do divórcio; A cura; Os males do gim; Oh, juventude e beleza!; Só mais uma vez; O invasor de Shady Hill; O bicho da maçã; O caminhão de mudanças vermelho; Só quero saber quem foi; A cômoda; Miscelânea de personagens que ficarão de fora; O general de brigada e a viúva do golfe; Uma visão do mundo; Reencontro; Mene, Mene, Tekel, Upharsin; Marito in città; O nadador; O mundo das maçãs, Três histórias; As jóias da sra. Cabor.

28 contos / John Cheever ; seleção e prefácio Mario Sergio Conti ; tradução Jorio Dauster, Daniel Galera. - São Paulo : Companhia das Letras, 2010.
21/11/2016minha estante
Adorei esse livro de contos. Fiquei fã do John Cheever. Li na sequência Bullet Park e gostei demais também.


Lígia Guedes 06/01/2017minha estante
Obrigada pelo comentário. Amo contos. Até escrevi um livro com eles: "Cartas e pássaros" lançado em 2016.


06/01/2017minha estante
Já leu Maupassant?


06/01/2017minha estante
Onde encontro seu livro?




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