Peter Pan

Peter Pan J. M. Barrie...




Resenhas - Peter Pan


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Flávia Menezes 28/12/2022

?????A SÍNDROME DE PETER PAN E O COMPLEXO DE WENDY NO DIVÃ
?Peter Pan? (originalmente intitulado ?Peter Pan e Wendy?) é um livro infanto-juvenil que rendeu importantes teorias para a psicanálise para síndromes e complexos que nos afligem na vida adulta. Escrito por Sir. James Matthew Barrie, 1º baronete mais conhecido como J.M. Barrie, escritor e dramaturgo britânico nascido na Escócia, que desde a sua infância, por ser uma criança tão franzina com dificuldade em se relacionar com outros garotos, encontrou na literatura e na fantasia um lugar seguro para viver e se expressar, é um autor de importância na literatura e na psicologia.

A história desse menino que vivia em uma Terra do Nunca e não queria crescer, estabelece um significativo eixo entre Peter e a personagem Wendy. O que faz até ser uma pena o título ter sido alterado, porque ambos os personagens trazem elementos tão significativos a ponto de emprestar seus nomes a quadros clínicos que são trabalhados em settings terapêuticos.

?Peter Pan? é uma bela viagem pelo mundo da fantasia, e tem um importante papel de ir na contramão dos contos de fadas que trazem nas bruxas o lado ameaçador do papel materno, quando aqui temos a sua redenção, quando o autor evidencia o lado das mães dedicadas, que cuidam e nunca deixam de amar seus filhos, independentemente do que eles façam.

Uma coisa que me encantou bastante nessa história, é que ela é contada por um narrador que não sabemos quem é, mas que se apresenta como alguém que conhece bem cada um dos personagens e que também viveu com eles muitas dessas aventuras. Essa forma de contar a história despertou em mim tanta empatia, porque era como conversar com alguém que conhece intimamente o Peter, a Wendy e todos aqueles Meninos Perdidos, e falava de cada um deles com tanto amor, que não havia como não criar empatia por cada um deles imediatamente.

Para mim, J.M. Barrie transcreve em sua história um pouco da criança que existe dentro dele. E muito disso não é exatamente por se sentir um menino que tem problemas para se tornar adulto, mas porque, ainda muito novo, ele sofreu a perda de seu irmão mais velho, o que fez com que seu imaginário fosse povoado por essa ideia de que quem morre criança, jamais deixará de ser criança para todo sempre.

Eu tenho grande paixão por conhecer a história por trás da história, ou seja, o que motivou o escritor a escrever a sua obra, porque existem tantos detalhes tão ricos que faz com que toda a mágica aconteça. São motivações tão pessoais, e tão sensíveis, que foi o que me tocou ainda mais o coração a cada momento em que eu lia sobre os conflitos vivenciados pelo Peter Pan. É tocante a forma como o autor, em forma de fantasia, conseguiu transmitir tudo o que seu coração sentia a respeito do seu irmãozinho já falecido. e acho até que por isso mesmo, pela alma sensível que traz coisas tão profundas que estavam tão escondidinhas dentro dele, que essa é uma obra tão rica para as teorias psicanalíticas.

Muito embora não constem no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), tanto a Síndrome de Peter Pan, quanto o Complexo de Wendy são trabalhados na atualidade pelos psicólogos em seus consultórios tanto para ajudar o seu paciente a perceber o que existe por trás dos seus medos, bem como para evitar graves problemas nas relações pessoais.

Enquanto a Síndrome de Peter Pan fala da dificuldade do indivíduo em crescer (amadurecer), o Complexo de Wendy traz a necessidade excessiva em querer agradar a todos a todo custo. Ambas as situações possuem em seu cerne uma dificuldade em se posicionar de forma adequada no mundo e nas suas relações, permanecendo o indivíduo na esfera infantil por sentir como se esse fosse o único lugar seguro.

Iniciando pela Síndrome de Peter Pan, o que me veio à mente enquanto pensava sobre a questão, é aquela frase: ?crescer dói?. Existe até um post que circulou muito nas redes sociais, de como era mais fácil ter os joelhos ralados na infância, do que os corações partidos na fase adulta. Então... se crescer dói, então por que temos que deixar de ser criança?

Bom... é claro que a resposta é bastante óbvia: porque envelhecer é inevitável! Mas a verdade é que o grande problema nessa equação é pensarmos que precisamos abandonar tudo da infância, em prol de parecermos mais maduros com nossas imagens se tornando cada vez mais sóbrias e carrancudas, como se isso fosse indício de que somos altamente responsáveis. Só que, pensar assim só nos levará para um lugar onde moram nossas frustrações de viver uma vida sem poder olhar para o lado divertido, que tanto aproveitamos quando éramos crianças. E se alguém pensa que não é possível se divertir quando estamos mais velhos, eu só posso te dizer: ?cuidado com o pensar assim?!

Eu não gosto de dizer que um dia amadurecemos. Eu penso que a maturidade não seja algo fixo que chega com a idade. Ao contrário, se compreendermos que transitamos a todo instante entre momentos de maturidade e imaturidade, poderemos ficar mais em paz com a nossa consciência de que faz parte de ser adulto ter falhas, e às vezes agir como uma criança birrenta. Ainda mais em um mundo ocidental como o nosso, em que temos tantas necessidades que queremos que sejam atendidas, precisamos compreender que é até cultural o nosso apego às nossas vontades. Então, essa maturidade toda, é algo que se torna flutuante. E é inevitável agir de forma imatura algumas vezes na vida. Porque a verdade é que nossa criança realmente nunca morre. Mas se você a ouvir, e compreender com muita atenção o que existe por trás de suas exigências, aí sim será possível tomar uma posição mais madura, e não permanecer na esfera infantil.

Agora, é importante entender que ser imaturo é diferente de viver momentos em que você se permite deixar de ser sério, para se divertir, e se permitir até ser ridículo. Por que não? Você já experimentou brincar de esconde-esconde com seus irmãos, que assim como você, já deixaram a infância faz tempo? Ou já pegou o seu namorado e saiu com ele na chuva, dançando, rindo e se divertindo como se vocês fossem apenas dois adolescentes? Parece absurdo o que eu estou dizendo? Mas daí eu te pergunto: por que não?

Vejo tanto pessoas que julgam homens que gostam de passar horas jogando vídeo game. Ou mulheres que gostam de passar horas falando com suas amigas ao telefone, ou trocando mensagens. Mas a verdade é que não é preciso deixar de fazer nada disso. O que precisamos é ter consciência de que nosso tempo precisa ser bem distribuído, porque temos novas responsabilidades, e precisamos ser comprometidos com elas. Mas, se respeitarmos o que gostamos de fazer por diversão, percebe como isso pode ajudar a assumir seus compromissos da vida adulta com menos peso? Quem mergulha demais no universo adulto, pensando que amadurecer é se comprometer o tempo todo com as responsabilidades e se preocupar o tempo todo, tem grandes chances de se tornar uma pessoa frustrada e amarga. Claro que uma mulher que acaba de ter um bebê, não terá mesmo muito tempo para se divertir, mas com o tempo, você se divertirá até mesmo com esse bebê, conforme ele irá crescendo.

Pois é... Ser adulto não quer dizer ser chato e nunca se divertir. Quer dizer que você pode sim se divertir, rir, sem deixar de lado assumir suas responsabilidades que são inevitáveis quando ficamos mais maduros. Quer saber? Se Peter Pan pudesse ver como isso funciona, eu tenho certeza de que ele não teria tanto medo assim de crescer. Porque o sabor que a diversão tem na fase adulta é tão intenso, que ele ficaria ansioso por poder experimentar.

E do não querer crescer, passamos para o Complexo de Wendy que fala sobre o desejo exagerado de querer agradar. Wendy é um personagem feminino que traz a imagem da mãe bondosa, que está sempre se doando e fazendo (com amor!) tudo pelos seus filhos.

Porém, por mais altruísta que possa parecer, quando queremos excessivamente agradar a todos, além de deixar de lado as nossas próprias necessidades pessoais (o que fatalmente vai gerar esse sentimento de rancor pelo outro nunca retribuir na mesma proporção), estamos exaustivamente tentando preencher uma necessidade de forma bastante equivocada.

Existem duas importantes lições que deveríamos aprender desde cedo: 1- ninguém, nunca, irá preencher o espaço vazio deixado por mães que, por algum motivo, não puderam dar o amor que tanto esperávamos (e desejávamos!) receber; 2- não é sufocando o outro de amor e cuidados que vamos preencher esse vazio da ausência da mãe.

A vida é feita de uma importante ordem que precisa ser devidamente respeitada: na mesma medida em que damos, precisamos receber. E vice-versa! A única exceção será no caso das nossas mães, pois elas nos deram o nosso bem maior: a vida! E isso (nunca!) devemos tentar retribuir. Só receber com todo o amor e gratidão. Se eu puder lhe dar um conselho, por favor, nunca se sinta em dívida com a sua mãe. Mas sempre grato(a)! Caso contrário, tenho que alertar que isso lhe trará muita dor para a sua vida e para as suas relações.

Quem muito oferece, como no caso da Wendy, no fundo, tudo o que mais deseja é receber. Quando alguém se doa, ela espera que o outro se doe de volta e na mesma proporção. E é por isso que oferecer demais não é ser alguém desprendido, pois escondidinho, existe essa necessidade de que o outro, algum dia, vá retribuir da mesma forma. E isso é um caminho cheio de dor e muitas mágoas. Pois não podemos fazer algo esperando que o outro retribua. E se o outro não está te devolvendo, você tem duas escolhas: 1- ou você deixa de fazer (em caso de relações em que você possa se retirar, tais como amizades, relacionamentos de trabalho, vizinhos, ou mesmo de relacionamentos em que algo já está ferido e o outro, emocionalmente, já tenha se retirado); 2- ou faça menos (em caso de relacionamentos em que exista um compromisso) até que o outro comece a oferecer.

Assim como não devemos cobrar o reconhecimento do outro pelo que fazemos, não podemos esquecer que também temos as nossas necessidades. E quando não as respeitamos, fazemos algo bom para o outro já de olho em como ele vai nos devolver. Não podemos esquecer que existe uma grande diferença entre depender do outro, do que o permitir ser cuidada. E esse limiar é muito complexo para algumas pessoas, porque existem aquelas que tem medo de se mostrar frágeis, e dizer ao outro abertamente: ?eu deixo você cuidar de mim!? Ainda mais nesse mundo atual do "pega, mas não se apega", e todas essas teorias que a única coisa que fazem é deixar as nossas relações mais rasas ainda.

O que mais precisamos na vida é sermos honestos com as pessoas e conosco. É preciso aprofundar as relações para termos abertura para comunicar o que sentimentos e o que desejamos das nossas relações. Assim o outro poderá saber o que desejamos, e se houver algo que ele não possa corresponder, será possível conversar sobre o assunto para que juntos possam achar um caminho que seja bom para os dois lados. E por mais ideal que isso possa parecer, a verdade é que a comunicação é um exercício. Claro que haverão momentos conturbados, mas é um dia de cada vez.

Se a Síndrome de Peter Pan é mais comum em homens, não porque eles são mais imaturos, mas pelo medo frequente da perda da vitalidade, o Complexo de Wendy ainda é muito mais frequente nas mulheres, não pelo cultural da imagem da mulher como mãe, mas porque é algo inscrito na nossa genética do gostar de cuidar. É claro que não quero generalizar aqui, mas é uma frequência observada. Até porque, no meu caso mesmo, eu confesso que eu sempre estive muito mais para passar pela Síndrome de Peter Pan do que do Complexo de Wendy, porque eu posso amar cuidar, mas eu também sempre amei (e sempre permiti!) ser cuidada.

Quem foi que disse que histórias infantis são apenas para crianças? Mas é fato que todo esse mundo de fantasia e magia possui por trás um mundo simbólico tão rico, vinculado ao nosso universo psicológico, que temos hoje em dia muitas teorias que se empenham em trabalhar com base no que chamamos de a psicanálise dos contos de fadas. E eu, como grande defensora do poder e da importância que os contos de fadas possuem na construção e desenvolvimento da personalidade, sou perdidamente apaixonada por ler histórias como essa, porque além de entreter, elas possuem muito (mas muito mesmo!) a nos ensinar.
Fabio 28/12/2022minha estante
Opa, fui o primeiro? Que maravilha!!!!
Belíssima Resenha como sempre querida!
A sua dissertação sobre quem somos e por que nãos queremos crescer, e por que temos algumas dificuldades que levamos conosco por toda a vida é incirivel
Não podia esperar menos de alguém com um intelecto tão avantajado como o teu Flávia!
Parabéns pela resenha e pela aula que nos proporcionou neste texto!


Fabio 28/12/2022minha estante
Opa, fui o primeiro? Que maravilha!!!!
Belíssima Resenha como sempre querida!
A sua dissertação sobre quem somos e por que nãos queremos crescer, e por que temos algumas dificuldades que levamos conosco por toda a vida toda, é incrível o jeito que você retira da ficção os ensinamentos por muitas vezes tão sutis, que se ocultam nas entrelinhas ou que se encontram velados.
Não podia esperar menos de alguém com um intelecto tão avantajado como o teu Flávia!
Parabéns pela resenha e pela aula que nos proporcionou neste texto!


Fabio 28/12/2022minha estante
Opa, fui o primeiro? Que maravilha!!!!
Belíssima Resenha como sempre querida!
A sua dissertação é incrível, e nos diz sobre quem somos e por que nãos queremos crescer, e também por que temos algumas dificuldades que levamos conosco por toda a vida toda. Incrível também o jeito que você retira da ficção os ensinamentos por muitas vezes tão sutis, que se ocultam nas entrelinhas ou que se encontram velados dentro da obra.
Não podia esperar menos de alguém com um intelecto tão avantajado como o teu Flávia!
Parabéns pela resenha e pela aula que nos proporcionou neste texto!


Fabio 28/12/2022minha estante
Fiquei sem palavras aqui!
Serio.... sem palavras!
Obrigado querida!


Flávia Menezes 28/12/2022minha estante
Ficou mesmo???? Mas é tudo verdade, e você sabe!


Joao 28/12/2022minha estante
Flávia, você continua com a eterna arte de transformar e incrementar as obras por meio de suas palavras. Parabéns pela (maravilhosa) resenha.


Sabelpimenteel 28/12/2022minha estante
adorei a sua resenha, adoro ver histórias por trás das histórias também ?


Flávia Menezes 28/12/2022minha estante
Isabel, obrigada!!! Bom demais, não é? Ver mais do que temos por trás do que lemos? Eu também gosto bastante!


Francisco 28/12/2022minha estante
Resenha maravilhosa, Flávia. Está no nível de um artigo científico a ser publicado em qualquer revista qualisada. Parabéns. :)


Flávia Menezes 28/12/2022minha estante
Francisco, você que é da área acadêmica sabe bem o quanto nossas resenhas acabam nessa vontade de ir além, de mostrar o científico embutido na escrita! Obrigada viu? Pelas palavras.


Caio 28/12/2022minha estante
Tem muito texto em jornais e revistas por ai... que não chegam nem perto da tua resenha. Coisa linda e prazerosa de ler. Parabéns!


Flávia Menezes 28/12/2022minha estante
Puxa, Caio, obrigada mesmo! ?? Me deixa muito feliz poder compartilhar um pouquinho do que eu sei e saber que é bem recebido. Isso que torna o Skoob uma das melhores fontes de interação que temos hoje.


s4 28/12/2022minha estante
mds, que resenha perfeita! ?? amei mto, nunca li nada parecido, qnd crescer quero ser igual vc ??


Flávia Menezes 28/12/2022minha estante
Aaaah Sil! Que lindo isso! Obrigada de coração!!! ??




bianquicha 11/10/2022

tenho TRAUMA!!!!?
Mais um livro q a minha escola me pede pra comprar.
Normalmente eu até gosto dos livros extracurriculares, mas esse NÃO é o caso!
A história do peter pan a princípio é pequena, ou média, mas esse livro enrola mtttt, e tinha umas partes que eu tive q ler 5 vezes pra entender!
ODIEI!!! ( minha experiência)
angelina 11/10/2022minha estante
amei ver vc falando mal de um livro KKKKKKKKKKKKKK


angelina 11/10/2022minha estante
eu nem li esse (aula online!!)


angelina 11/10/2022minha estante
na vdd eu só comecei a ler pro colégio esse ano


bianquicha 11/10/2022minha estante
poisé eu nunca falo mal de um livro, passo o pano pra todos kkkk


bianquicha 11/10/2022minha estante
eu li na quarentena e mds fiquei mt chateada, a cada página eu só queria jogar ele da janela


angelina 11/10/2022minha estante
KKKKKKKKKKKKKK


angelina 11/10/2022minha estante
na quarentena eu tava no tik tok
me poupe ler um livro pro colégio KKKKKKKKKKKKKK


bianquicha 11/10/2022minha estante
kkkkkkkk




JoiceCoutinho 07/01/2024

Depois que a gente cresce e lê histórias como essa, que nos foram contadas e transmitidas por filmes, a perspectiva muda bastante.
Não desmerecendo a história, mas alguns pontos são, no mínimo, estranhos. O Capitão Gancho que já teve sua mão arrancada e depois comida por um crocodilo, ainda vive com medo pq o animal simplesmente quer comer o resto do corpo. Wendy "ganha" a função de cuidar de todas as crianças da Terra do Nunca pq ela é menina, coitada. Peter super persuasivo... Bom, é uma aventura e tanto!!
Michela Wakami 08/01/2024minha estante
Eu fiquei frustrada com essa história, muita coisa estranha.


JoiceCoutinho 08/01/2024minha estante
Tbm fiquei, pior foi pensar que, quando criança, achava tudo lindo!


Michela Wakami 08/01/2024minha estante
Verdade, Joice. ?


Michela Wakami 08/01/2024minha estante
Não prestávamos atenção nos detalhes. Ou contavam a história de uma forma diferente nos filmes e desenhos.


JoiceCoutinho 08/01/2024minha estante
Realmente. O negócio é tomar cuidado pra não fazermos isso com as crianças atuais ?




Kelly Oliveira Barbosa 22/10/2019

Peter Pan é um daqueles personagens tão referenciado no século XX, que fazia parte da minha memória imaginativa mesmo sem nunca ter tido contato com a escrita do escocês James Matthew Barrie (1860-1937). Essa figura de um menino pequeno, esperto… vestido de folhas, aparecia nos desenhos animados, filmes, comerciais, revistas, e até nas piadas populares. É mesmo incrível o poder da literatura de eternizar histórias, personagens, cenários… influenciando culturas, gerações inteiras.

*A história da obra
Mas bem, foi somente agora que eu tive contato com a obra de Barrie, e é interessante saber que o primeiro esboço da mesma, surgiu como uma brincadeira entre o autor e os filhos de um casal amigo. Para em 1902, Barrie escrever um livro chamado “The Little Bird” (O pequeno pássaro branco), que nunca foi traduzido para o português, onde surgiu o personagem Peter Pan. Em 1904, pensando e repensando a história, Barrie levou aos palcos de teatro de Londres, a peça com o título: ” Peter Pan, or The Boy Who Wouldn´t Grow Up” (Peter Pan, o menino que não queria crescer); que explodiu em sucesso, sendo encenada também em Nova York e em muitos lugares em versões não autorizadas. Foi só em 1911 que o autor finalmente escreveu o livro em prosa chamado inicialmente “Peter Pan and Wendy” e depois renomeado “Peter Pan”.

No Brasil, os leitores descobriram a obra pelas mãos de Monteiro Lobato em 1930; que com toda liberdade recontou a história a seu modo, com intervenções de Emília e de todos os personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo.

Como afirma Flavia Lins e Silva no prefácio da edição da Zahar, a verdade é que poucas pessoas leram o texto integral de Barrie. A maioria conhece a história através da adaptação para desenho animado produzida pelos estúdios da Disney, em 1953.

*As desventuras de um menino órfão / o melhor narrador
Em essência esse livro narra as desventuras de um menino órfão em busca de uma mãe. É uma obra infanto-juvenil engenhosa, inteligente, cheia de camadas e reflexões que levará o leitor mirim (ou adulto) a pensar. Uma caractéristica que tenho batido na tecla aqui no blog: não é porque a história é para crianças que precisa ser bobinha e fácil.

Outro ponto que me chamou muito atenção foi o narrador, nunca vi nada igual. Em terceira pessoa ele é uma experiência de leitura a parte: intrometido, engraçado, misterioso, hilário, politicamente incorreto. Não sei se o efeito se dá, justamente por a história ter ido aos palcos do teatro antes da prosa, talvez seja essa a explicação para a interação incrível com o leitor. Se posso considerar aqui o narrador de “Peter Pan” também um personagem, eis o meu personagem favorito da obra.

E deixe-me enfatizar a questão “politicamente incorreta”, não é só o narrador, mas o enredo todo. Tenho certeza que alguns pais se incomodariam muito, dependendo a idade dos filhos, do contato deles com a obra. Eu não sou mãe, nem responsável por nenhuma criança, mas o que penso sobre a questão é que o mundo está cheio do que é retratado na obra, falo de maldade, guerras, morte etc. Então, que outro jeito melhor de ensinar e preparar a criança para o mundo do que pela literatura?

Gostei de ter feito essa leitura, foi uma aventura. Recomendo a obra e super recomendo essa edição da Zahar que inclusive está disponível no kindle unlimited. É ilustrada e comentada, o que enriquece bastante a experiência.

Resenha completa com imagens e quotes no blog - cafeebonslivros.blog

site: https://cafeebonslivros.blog/2019/10/21/resenha-livro-peter-pan-de-j-m-barrie/
Rosane. 23/10/2019minha estante
Peguei emprestado ontem na biblioteca :D


Kelly Oliveira Barbosa 23/10/2019minha estante
Aí sim! Compartilha comigo depois


Rosane. 26/10/2019minha estante
Comecei a ler, sua resenha é perfeita. O narrador é bem legal mesmo! Aí, o pai é um bocó viu, me incomoda hahahha


Kelly Oliveira Barbosa 28/10/2019minha estante
Obrigada Rosane.
Num é.
Essa caracterização de homem é bem incomoda mesmo, mas infelizmente bem próxima de alguns da realidade hahaha




Adriana 12/07/2022

Peter, o garoto que não queria crescer (???)
Um pouco sobre o autor:
James Matthew Barrie - ainda pequeno acreditava q era capaz de melhorar o mundo em q vivia por meio da literatura. Se formou em Literatura, na Universidade de Edinburgh em 1882 contrariando o desejo de sua família.
Ele deixou os direitos autorais de Peter Pan para o Great
Ormond Street Hospital infantil em Londres.
Sobre esta obra, o nome Peter Pan não foi escolhido por acaso, assim como os meninos da família Darling. Todos foram batizados em homenagem aos garotos de um casal de amigos de Barrie e sua esposa.

Sobre a história -
Peter, ainda com seus dentes de leite, escapou de ser humano quando tinha sete anos; o garoto q não queria crescer não queria ir a escola, nem ser adulto, tampouco ter barba. Ele tinha falta de limites em suas brincadeiras. Mora em uma terra encantada e vive suas aventuras dia após dias com garotos q como ele, vivem uma infância eterna.

James Barrie escreveu: "não importa o quanto tentemos ser maduros, sempre seremos uma criança quando nos machucamos e choramos".

"Crescer" nem sempre é fácil, mas é inevitável. A vida adulta pode ser assustadora.
E você, tem medo de crescer?

Venha se aventurar com Peter ?
Super recomendo esta leitura ?????
DANILÃO1505 12/07/2022minha estante
Parabéns, ótimo livro

Livro de Artista

Resenha de Artista!


Adriana 13/07/2022minha estante
Obrigada Amigo ??


Núbia Cortinhas 13/07/2022minha estante
Parabéns pela resenha! Super legal saber que os direitos autorais pertencem à um hospital infantil. Eu já gostava do Peter Pan, agora gosto mais! ??????


Adriana 13/07/2022minha estante
Obrigada amiga ? muito legal mesmo ??????




Márcia 06/03/2012

Não deu.

O livro é bem chatinho, escrito de modo infantil, mas sem muita riqueza na narrativa (diferente de As Crônica de Nárnia, por exemplo). Mas além disso, a carga do conteúdo do livro é muito estranha. Um pouco forte até para o público alvo - crianças.

O livro ressalta em Wendy a perspectiva infantil feminina de que as mulheres devem ser mães e a outra, de que os meninos nasceram para ser os chefes, os adorados.
Não obstante, as crianças da Terra do Nunca (e os próprios Miguel, João e a Wendy) são retratadas de uma forma bastante macabra. Peter caça e mata piratas por puro prazer, além de ser terrivelmente cruel por baixo da sua camada aparentemente angelical de dentes de leite.

Ler sobre crianças com dentes de leite (que devem ter no máximo uns 6 anos) que matam e morrem foi demais para mim. Além do que, se Peter não cresce, imaginemos a idade que ele não carrega nas costas sem que o tempo deixa marcas em sua aparência. Para mim é praticamente um ser demoníaco.

Sinceramente, não leria de jeito nenhum para crianças.
Paula 04/03/2013minha estante
Peter pan é uma obra " oito oitenta" ou agrada muito ou desagrada bastante. Mas, respeitando bastante a sua opinião, preciso fazer algumas observações.
1- Peter pan não é uma obra inteiramente infantil e sim uma obra pra todas as idades, o autor mexe aqui com a percepção . Como assim ? a leitura pode gahar duas versões apenas dependendo que quem está lendo . pegamos um mesmo trecho, uma criança e um adulto irão ler, mas a interpretação será totalmente distintas .
2 - Sobre Wendy ser mãe e homem ser chefe : a obra na verdade é uma crítica e reflexo a sociedade no tempo em que Peter surgiu . Enredos assim podem ser comparados facilmente as obras de Alencar e Machado que usavam da mesma técnica .
3 - Apesar de ser comum os dentes de leite em crianças de até 06 anos, Peter pan já era um pré-adolescentecom a idade próxima de Wendy .Mesmo com 12 a 13 anos não é legal uma criança ser tão sádica, egoísta e tão cheio de si, não é ? porém Barrie mais uma vez usa da psicologia aqui . Peter é uma criança com transtornos psicológicos e todas as falhas de sua personalidade cabem a esse trastorno . A personalidade dos personagens é o que tem de mais magnifico , uma vez que Barrie usa de um certo realismo e não apenas de encantos . Peter Pan , na minha opinião é uma obra riquíssima .
excluindo...


Paula 04/03/2013minha estante
Peter pan é uma obra " oito oitenta" ou agrada muito ou desagrada bastante. Mas, respeitando bastante a sua opinião, preciso fazer algumas observações.
1- Peter pan não é uma obra inteiramente infantil e sim uma obra pra todas as idades, o autor mexe aqui com a percepção . Como assim ? a leitura pode gahar duas versões apenas dependendo que quem está lendo . pegamos um mesmo trecho, uma criança e um adulto irão ler, mas a interpretação será totalmente distintas .
2 - Sobre Wendy ser mãe e homem ser chefe : a obra na verdade é uma crítica e reflexo a sociedade no tempo em que Peter surgiu . Enredos assim podem ser comparados facilmente as obras de Alencar e Machado que usavam da mesma técnica .
3 - Apesar de ser comum os dentes de leite em crianças de até 06 anos, Peter pan já era um pré-adolescentecom a idade próxima de Wendy .Mesmo com 12 a 13 anos não é legal uma criança ser tão sádica, egoísta e tão cheio de si, não é ? porém Barrie mais uma vez usa da psicologia aqui . Peter é uma criança com transtornos psicológicos e todas as falhas de sua personalidade cabem a esse trastorno . A personalidade dos personagens é o que tem de mais magnifico , uma vez que Barrie usa de um certo realismo e não apenas de encantos . Peter Pan , na minha opinião é uma obra riquíssima .
excluindo...


Márcia 04/03/2013minha estante
Oi, Paula. Gostei do seu comentário na minha resenha de Peter Pan. Não me importo de ler opiniões divergentes da minha, contanto que hajam argumentos. (Por que você digitou "excluindo" ao fim do comentário?)

Bem, eu percebi o jogo psicológico no livro, mas, sinceramente, não me agradou. Questão de gosto e/ou de momento mesmo.




Cat Lu 17/11/2023

Clássico
Peter Pan é um garotinho que se recusa a crescer. Vivendo na Terra do Nunca e se aventurando constantemente, ele é mandão, irreverente, orgulhoso e, ainda assim, cheio de chame e de um brilho que só ele tem. Na história, Peter leva três irmãos para a Terra do Nunca e lá vive muitas aventuras.

Não sei como nunca havia lido o livro, já que, bem como o filme, é um clássico. É muito interessante como eu, sem nunca ter lido a história ou assistido ao filme, sabia quase de cor a narrativa, tamanha a presença dela na cultura de crianças e adultos ao redor do mundo.

O enredo em si é muito bom, e é daquele tipo que encanta, de forma diferente, diferentes gerações. Por isso, não a muito o que falar sobre, só que o garotinho sapeca da capa vai cativar quem quer se seja, o que é extraordinário, visto que, na história, ele só se comportara de maneira insolente e audaciosa, mas, mesmo assim, nos comovemos, já que ele foi mais esperto que todos nós: descobriu que manter os dentes de leite para sempre é melhor que crescer.
Guilherme 17/11/2023minha estante
Se essa está tão boa, imagino a de Ilusões


Cat Lu 17/11/2023minha estante
Não me inspirei


Cat Lu 17/11/2023minha estante
desisti


Guilherme 17/11/2023minha estante
Ixe




Letícia - @letileitora 23/01/2021

Muito bom!
Um livro super gostosinho de ler, uma história infantil que aquece o coração mesmo sendo adulto. Crianças, magia, brincadeiras e a inocência da infância. Maravilhoso ?
Matthew Bates 17/07/2022minha estante
Que divertido amg, ainda bem que vc leu tudo né


Matthew Bates 17/07/2022minha estante


Letícia - @letileitora 17/07/2022minha estante
Ainda bem amg, amei o final ?




Fábia Dias 10/07/2018

PETER PAN
A história de Peter Pan se popularizou destacando o fato desse menino não querer crescer. Mas lendo o livro percebemos que a caracterização da personagem central vai muito além. Desmistifica a visão de que a criança é um ser puramente sem maldade. Assim, Peter apresenta as caracteristica reais de uma criança: alegre, inocente porém desalmada. Claro que a maldade praticada por Peter é notadamente inconsciente. É tanto que Peter não tem memória. Tudo que feito por ele é logo esquecido, reforçando o caráter atemporal do faz de conta, da fantasia. As crianças que decidem crescer (Wendy, Jane etc) vão as poucos se afastando desse mundo e faz de conta já não faz nem sentido, perde a magia...
Albert 10/07/2018minha estante
Ótima resenha Fábia.


Fábia Dias 24/07/2018minha estante
No livro, Albert, tem ainda mais aspectos interessantes sobre as figuras, as personagens e os tipos que elas representam: Peter-Wendy, Sr Darling é Sra Darling


Albert 24/07/2018minha estante
Grato pelas informações Fábia. Abraço.




Luana 04/11/2021

"Todas as crinças crescem, menos uma..."
Alguém lê esse livro e gosta do Peter Pan ou da Sininho? Porquê eu não gostei de nenhum dos dois! Peter é um tirano, egoísta, que na minha opinião tende mais para o mal que para o bem, Sininho também tende muito para o mal com suas atitudes com Wendy. Lógico que também senti pena do Peter porque apesar de ser uma criança chata não da pra negar a parte triste, não conheçe o amor de mãe, e sempre se esquece de tudo.
Wendy é retratada a todo momento como a mulher que sonha em cuidar da casa e dos filhos como se esse fosse o único destino para as mulheres. Porém temos que levar em conta o ano em que a história foi escrita, já que pouco se falava sobre igualdade de gênero.
Duda_HWKL 05/11/2021minha estante
Eu ainda não terminei de ler, porém tive a mesma sensação com relação ao Peter e a Sininho, mas achei muito interessante porque em todos os desenhos eles são retratados como fofinhos, mas aí a gente vê que na verdade não é bem assim, o Peter foi um menino que não teve os pais presentes e ainda esqueci de tudo que tinha relação com família, então é natural ele ser um pé no saco kkkkkkkk, mas estou gostando do livro mesmo assim kkkkkkkkkkkk


Luana 05/11/2021minha estante
Verdade! Eu levei um choque porque é beeem diferente dos filmes onde eles são todos amorzinhos kkkk


Gusta 14/02/2022minha estante
Sobre o Peter ser tirano e egoísta, isso é o foco central da história não?
A história toda se baseia em volta de Peter não desejar crescer, embora essas falhas de personalidade dele também existam entre adultos elas são mais exacerbadas em crianças, se uma criança normal com pais já é ruim então imagine uma criança sem supervisão e que se nega à amadurecer, surpreso eu estaria se Peter fosse bonzinho.
As pessoas hoje em dia, vivendo em uma sociedade civilizada, esquecem que existe nos meninos naturalmente um excesso de energia e um impulso violento que foram as bases pra construção da humanidade, percebo como isso torna o sistema educacional mais adequado às meninas que tem mais facilidade para ficarem sentadas estudando em salas de aula por longos períodos em atenção enquanto que meninos têm dificuldade por necessitarem extravasar essa carga maior de energia, sinto pena desses meninos porque quando liberam essa energia excessiva fazendo bagunça ou brincadeiras são apenas repreendidos e não realmente orientados, isso porque a grande maioria do sistema educacional é composto por mulheres e elas não compreendem essas características dos meninos, apenas os rotulam como problemáticos e não os direcionam corretamente. A própria violência não é um problema se associada com disciplina, perceba que se tais meninos com impulsos violentos foram apresentados à práticas esportivas ou artes marciais o excesso natural de energia deles logo é regulado pelo próprio organismo e essa disciplina associada a uma atividade ajuda a conduzi-los no caminho do amadurecimento.
Com tudo isso dá pra perceber que o comportamento de Peter tem bastante fundamento e que o autor da obra conhecia muito bem a natureza masculina no período da infância. Você foi bastante precisa em apontar que errado está o cinema em tentar amenizar isso pra tornar Peter mais aceitável. Te recomendaria ler O Senhor das Moscas, lá um grupo de meninos estão sozinhos em uma ilha sem supervisão adulta, ali sim você vai ver meninos em seu estado natural bem mais bruto e selvagem que é exatamente como é Peter e os meninos em geral são.




Thiago Araujo 22/03/2021

Depois do sorriso, um conto de fadas
Hummm... essa versão de Peter Pan deveria ter entrado em minha vida na infância ou adolescência, faria toda a diferença.

Me trouxe grandes lembranças, inclusive aquelas que já estavam esquecidas, como aquelas de saber como é um lugar gostoso de ficar ao escutá-las ou lê-las.

Mas minha experiência não foi 5 estrelas por ter em mãos à obra em inglês, com um linguajar um pouco mais clássico, causou uma certa dificuldade.

Mas de resto, Peter Pan é brilhante e atemporal, nos faz sentir e querer ser criança novamente.

Como Wendy nos representa ao crescer e educar sua filha. É humano demais!
gui 22/03/2021minha estante
achei o livro todo bem pesado, muito diferente do que eu achava que era, você não sentiu isso?

principalmente no final.


Thiago Araujo 22/03/2021minha estante
Dá pra sentir sim. Fica na cabeça a versão Disney... o livro é mais pesado mesmo, mas acho que amplia a visão humana da coisa... tem uma lição de moral menos lúdica.


gui 22/03/2021minha estante
concordo!!!




DarthVaul 17/11/2021

Bom..
Acho que eu esperava muito mais...
Achei algumas coisas bem forçadas.
Sem dúvida meu personagem favorito foi o Capitão Gancho. Odiei o Peter!
Ewerton Farias 28/02/2022minha estante
Tô no capítulo 5, e eu odiei o Peter e tenho pena das crianças perdidas

Agora eu sei porque o Peter é vilão em Once Upon a Time


DarthVaul 02/03/2022minha estante
Sim, ele é muito egoísta, não da pra gostar dele !




Juliana 21/07/2017

O Menino Que Não Queria Crescer
Do imaginário de um contador de histórias à literatura mundial, o personagem de James Matthew Barrie se consagrou e marcou gerações que perduram até com as histórias de Peter Pan ao lado dos meninos perdidos e dos irmãos Darling. Criado para uma peça de teatro e em seguida indo para um livro homônimo muito lido, lembrado e adaptado ainda hoje, Peter Pan é um menino de idade e origem desconhecidas que vive na tão sonhada Terra do Nunca - lugar onde não há as obrigações da vida contemporânea; escola e muito menos dever de casa; mães; pais ou professores para dar puxões de orelhas. Há apenas nossa imaginação, pensamentos felizes e muita aventura.

O livro nos leva ao quarto dos irmãos Darling - Wendy, João e Miguel - que costuma ser visitado por Peter para que ele possa ouvir as histórias contadas pela mãe dos irmãos, a chamada Sra. Darling. Uma noite, ele entra no quarto das crianças e ao tentar recuperar sua sombra, que havia se soltado, acorda Wendy, a mais velha dos irmãos Darling, que acaba por acordar os outros irmãos para que conheçam Peter Pan, o protagonista das histórias que costumavam ouvir e acabam convencidos por Peter e Sininho a ir à Terra do Nunca junto a eles.

Na Terra do Nunca os irmãos Darling conhecem um mundo novo marcado pela ausência não só de pais, mas principalmente das responsabilidades que costumavam carregar em suas vidas em Londres. Os irmãos de deparam com a total liberdade de criarem suas próprias regras e viverem da maneira que quiserem em um lugar que a vida adulta nunca irá chamá-los - o que é um aspecto marcante em todo livro. Os meninos perdidos, subordinados a Peter, vivem uma vida sem regras, sem horas para dormir ou comer, o que causa total estranhamento nos irmãos Darling. Mas a ausência de regras também faz com que os meninos possuam uma enorme carência de uma figura materna em suas vidas, uma vez vão para Terra do Nunca muito novos e são abandonados por Peter quando crescem. Com isso, eles não sabem muito sobre suas vidas com suas mães ou são proibidos de falarem sobre, colocando assim Wendy, a única menina a entrar para o bando dos Meninos Perdidos, no papel de mãe.

Peter Pan é uma criança em plenos dentes de leite. Sendo conhecido por ser bastante arrogante, Peter era, até a chegada de Wendy, a única figura de autoridade entre os meninos. Peter foi, para mim, a representação plena da infância: sem regras, sem amarras, sem preocupações com o certo ou errado ou com a verdade. Peter desconhece totalmente suas origens, um menino desprovido de qualquer memória de onde veio, quem foi e quem foram seus pais. Sempre que perguntado, apresenta uma nova história de origem para os acontecimentos, fazendo com seus discursos sejam duvidáveis. Não apresenta apego psicológico a ninguém e consequentemente se esquece facilmente das pessoas que passam pela sua vida.


Apesar de todas as regras impostas por Peter para proibir que os meninos falem ou pensem em pais ou em uma família aos moldes tradicionais, nota-se, com o decorrer do livro, uma carência dos mesmos por parte dele. Apesar de ter assumido, junto a Wendy, a figura de pai das crianças, é notório que até mesmo ele queria ter uma parte da vida dos irmãos Darling, ou ao menos uma família e essa é, sem dúvidas, uma das partes mais comoventes de todo o livro. (N/: preparem os lenços)

A Terra do Nunca é um lugar que, assim como Peter, estava apenas no imaginário das crianças Darling. Uma ilha com sereias, piratas e índios com quem Peter e os meninos perdidos vivem aventuras constantemente, como o sonho de qualquer criança. Peter tem, em especial, embates constantes com o famoso capitão Gancho.

Em filmes, séries e peças de teatro, Gancho é, em geral, vivido pelo mesmo intérprete do Sr. Darling. Com Wendy assumindo o papel de mãe, o fato deixa em evidência que a obra de J. M. Barrie não tem a intenção de ser apenas uma obra para o público infantil, mas que também pretende retratar também relações as quais somos submetidos na vida adulta e mostrar, de maneira sutil, embates pelos quais muitos tiveram, e ainda tem, que passar. Com isso, achei engraçada a ideia de vilanizar o Gancho, como se nesse propósito, ele fosse o terror dos futuros maridos. Entretanto, é uma ideia que parece estar restrita ao campo visual, como o teatro e o cinema.

Por fim, apesar de todas as aventuras, é possível ver nos Darling o peso na consciência para que voltem para as antigas vidas. Wendy começa a perceber que os irmãos mais novos começam a apresentar sinais de esquecimento de seus pais e até mesmo de quem eles são, mas tudo relacionado às suas vidas em Londres, como se Wendy fosse a âncora, a consciência e responsabilidade dos meninos chamando-os para a realidade.

site: https://cafepoetisa.wordpress.com/
Tai Nitta 21/07/2017minha estante
Adorei a resenha, Jubs!


Juliana 25/07/2017minha estante
Obrigada, Ruiva!




Isis Cris 03/06/2015

Uma mãe encantadora, um pai super responsável (e culpado), uma ilha onde todas as crianças sonham em estar, fadas ciumentas, meninos perdidos, uma cadela como babá, uma menina e dois irmãos, um inimigo que no lugar de sua mão direita tem um gancho, um crocodilo que engoliu um relógio e emite o som de "tic-tac" e um garoto encantador (e egocêntrico) com dentes de leite. Personagens super bem trabalhados por Jamie Matthew Barrie, que nos encanta com sua narrativa e nos aproxima com sua forma de contar, como se realmente estivéssemos o ouvindo ler uma história antes de dormir.

O livro de Peter Pan é fantástico! A forma como as personalidades de cada personagem é abordada me encantou. Cada um dos meninos perdidos conquistou um lugarzinho no meu coração. E Wendy... Nossa, como Wendy amadureceu quando chegou na Terra do Nunca e se transformou em uma perfeita mãe, costurando meias, fazendo comida, contando histórias e dando remédios para cada "filho".
Wendy é uma linda menina que acha Peter Pan um garoto irresistível e deve ser por isso que Sininho morre de ciúmes, pois os dois ficam muito próximos na Terra do Nunca.
E nossa querida Naná? Uma cadela como babá só tornou o livro mais carinhoso. Naná é incrível e maternal, sempre atenciosa com Wendy, João e Miguel. Um amor de cadela. Barrie a descreve com tanto carinho que me fez suspirar.
A Sininho se torna encantadora com sua personalidade de mulher. Em vários momentos do livro me identifiquei e penso que qualquer garota também se identificaria. Uma personagem cativante. Quando é boa, é boa de verdade e quando é má, é má de verdade, porque dois sentimentos ao mesmo tempo não cabem em um ser tão pequeno que veio ao mundo através da primeira risada de um bebê.

Enfim, todas as personagens foram muito bem trabalhadas nesta obra de Barrie. Não posso deixar de falar de Peter, mas vou logo dizendo que é complicado. Barrie conseguiu trabalhar duas personalidades fortíssimas em Peter: a inocência de uma criança (quanto as brincadeiras, a forma que ele fala da vida, os dentinhos de leite, sua desobediência e outras características marcantes) e a frieza de um adulto (principalmente quando mata alguns piratas). Peter é incrível e tem um bom coração, porém não é nada humilde. Por vezes é arrogante, egocêntrico e egoísta, mas os seus defeitos são exatamente o que atraem todas as crianças. Peter tem a liberdade de fazer o que todos as crianças gostariam de fazer e sempre afirma que não precisa de uma mãe. Mas adora a ideia de Wendy ser sua "mãe" na Terra do Nunca. A verdade é que ele sempre busca uma mãe que um dia perdeu em seu passado e a gente percebe essa carência materna em várias partes do livro.

O último capítulo me fez derramar algumas lágrimas. Percebi que o livro de Peter Pan é um livro de perdas. Apesar de todas as crianças terem o desejo de ser como Peter Pan, ou seja, livres para fazerem o que quiserem e pra sempre serem crianças, é inegável o fato de que todas elas jamais trocariam suas vidas com seus pais por aventuras e brincadeiras sem fim. Wendy conta muitas histórias para os garotos perdidos, entre elas, sua própria história com seus pais e irmãozinhos e são exatamente nessas histórias que os meninos perdidos reencontram o desejo de terem pais e resolvem sair da Terra do Nunca com Wendy, João e Miguel.
Apenas Peter Pan não deseja voltar. Pretende continuar na Terra do Nunca para sempre.

Wendy cresce e Peter Pan não passa de uma lembrança de seu passado. O que torna a obra ainda mais melancólica. Foi extremamente triste ler que Peter chega no quarto de Wendy e percebe que ela já uma mulher adulta.
Peter permanecerá para sempre como criança. Pois uma das regras da Terra do Nunca é o esquecimento, no entanto, Peter vive sempre no presente, pouco se recorda de coisas que já viveu, de quem perdeu ou quem matou, tudo o que se vive, é esquecido. Peter se torna uma folha em branco todos os dias. E é justamente por isso que ele nunca cresce, pois nunca aprende com seus erros.

Mas uma coisa é certa: Peter Pan sempre estará a espera de alguma criança que deseja viajar pelas terras do nunca.
Márcia 16/06/2015minha estante
Linda resenha filha, nem preciso ler o livro, pois sua resenha é rica de informações, adorei .


Isis Cris 28/10/2015minha estante
Obrigada, mãe! Mas vale muito ler o livro. É fantástico!




Aninha 17/03/2021

Peter pan
Minha primeira leitura do ano e foi um favoritado ??
Simplesmente amei a leitura, me viciou de uma forma inexplicável... Sempre assistia Peter pan quando pequena e amava muitoo, daí fui mega feliz e com expectativas altíssimas em questão do livro e me surpreendi ainda mais. Peter pan é um menino muito fofo e adoro os meninos perdidos, sempre me identifiquei muito com eles... No final do livro teve até choro, por que veio um sentimento de nostalgia tão forte que não me segurei. Sinto falta de quando era pequena e de todas as vezes que não aproveitei. Todo mundo deveria lê-lo...
Faffys 17/03/2021minha estante
Me emocionei com seu comentário ? Tenho esse livro faz um tempo mas não li ainda. Vou lê lo assim q terminar o Médico e o Monstro.


Aninha 17/03/2021minha estante
aaa que bom, me conta dps o que achouu ?




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