Isa 29/03/2022
Alice, Xadrez, Matemática e Filosofia
Bom, talvez seja uma resenha tendenciosa, mas vamos lá. VOCÊ que gosta de filosofia, LEIA este livro. Vai termina-lo em um dia.
Acredito que ler Lewis Carroll é algo que todo mundo deveria fazer, principalmente ?Alice no País das Maravilhas? e ?Alice Através do Espelho?, suas obras mais conhecidas. Digo isso não somente por serem obras super conhecidas do gênero literário nonsense e por fazerem parte da literatura infantil (há controvérsias), mas por toda criatividade estimulada, pela complexidade e por tudo o que as histórias trazem e representam.
Para quem diz que esse livro não fez sentido algum, eu até entendo, mas procurem entender que o fato dele não fazer sentido, faz sentido (kkk). O gênero nonsense é exatamente isso, ?sem sentido?, ?absurdo?, é um humor diferenciado e aí está o dilema: é ou não é pra crianças?
Acredito que assim como a obra ?O Pequeno Príncipe?, essas duas obras de Carroll devem ser lidas em diferentes fases da sua vida e em cada uma delas você fará uma interpretação diferente da mesma história e descobrirá coisas novas.
Carroll era um homem extremamente inteligente, ao contrário do que muitos pensam, e colocou na sua obra muito mais do que nossos olhos consegue ler. Há quem diga que ele usou metáforas no livro pra representar a vida da ?verdadeira? Alice, já que quando lançou o livro ela tinha 19 anos. De qualquer forma, com ou sem metáforas, o livro precisa ser lido com calma e atenção pois é cheio de metáforas, filosofia, matemática e outras ?n? coisas, umas óbvias, outras nem tanto e algumas, quase impossíveis de entender (não pra menos existem os estudiosos carrollianos).
O livro é incrível! Do começo ao fim. Possui desenhos, papel tipo pólen, capítulos não muito longos e o design do livro como um todo (capa e afins) são simplesmente incríveis! Da vontade (assim como o Alice no País das Maravilhas) de expor numa estante, com o livro numa redoma de vidro). Darkside arrasou.
Há alguns extras no livro, o que o torna ainda mais interessante. Poemas, representação do tabuleiro de xadrez e no final do livro, Rafael Monteiro fala um pouco sobre o autor e a obra e inclusive explica a relação de Aristoteles, Metafísica, o gênero nonsense e o livro. Vale a pena ler, ok?