Amanda Azevedo 24/01/2013
Julieta - Anne Fortier
Fiquei completamente apaixonada pelo livro logo de cara, conhecem o “amor a primeira capa”? Dando uma olhada nos lançamentos da Editora Sextante eis que me deparo com Julieta escrito pela Anne Fortier. Só pela capa (uma rosa vermelha) já é um indício que se trata de um romance, não é mesmo? E de fato é, Julieta é um romance histórico. Já estando inteiramente encantada pelo livro sem saber ao certo do que se tratava a estória fui ler a sinopse e descubro que tem uma pitada (ou melhor, dizendo, um bocado!) de mistério. Pára tudo, o livro foi pro topo da minha lista de desejos!
Julieta traz a estória de duas irmãs gêmeas, Julie e Janice, que depois da morte de seus pais em um trágico acidente de carro, foram levadas de Siena para os Estados Unidos e lá foram criadas por sua tia-avó Rose e também pelo mordomo Umberto que sempre estivera presente na vida das três, ele era mais que um simples mordomo, era parte da família e, sobretudo o melhor amigo de Julie, talvez até mesmo, o único. Julie e Janice nunca foram grandes amigas, durante boa parte do livro elas vivem em pé de guerra.
A vida das irmãs ganha um rumo inesperado quando Rose morre. E para a surpresa de todos, ela deixa a sua casa nos EUA para Janice e para Julie resta apenas uma carta. Onde ela descobre que seu verdadeiro nome é Giulietta Tolomei e não Julie Jacobs, e sua irmã na verdade se chama Gianozza. Na carta sua tia diz que há um tesouro em Siena que pertence a sua família. Mesmo sem praticamente nenhuma esperança de sucesso nessa sua “caça ao tesouro” Julie/Giulietta parte para essa aventura, afinal ela não tinha nada a perder, ou será que teria? Sua vida? Talvez...
Chegando a Siena, Julie/Giulietta descobre que sua mãe tinha deixado para ela em um cofre de um antigo banco da cidade, um baú. Ela até pensou que em seu conteúdo pudesse realmente existir um tesouro, mas tudo o que ela encontrou lá foram papéis velhos, uma edição antiga de Romeu e Julieta de Shakespeare e um velho diário escrito por Maestro Ambrogio. E é aí todo o mistério ganha força.
Os capítulos são intercalados. Um narra os acontecimentos atuais e o próximo vem narrando o que se passou na Siena de 1340, de acordo com o que Julie vai lendo no diário do Maestro Ambrogio. Não se preocupem, não tem como ficar perdido. Isso só enriquece a leitura.
O livro tem um desenrolar maravilhoso, a história te prende e você fica: Quem será o Romeu da atual Julieta? Eles terão um fim menos trágico? Mais trágico? Ficarão juntos? Morrerão juntos? A maldição que persegue as duas famílias terá um fim? Quem é o homem misterioso que persegue Julie em Siena? Das pessoas que ela conhece quais são realmente confiáveis?
Em vários momentos da leitura você vai pensar ter descoberto a resposta para várias destas perguntas, mas não seja tão confiante, o que não faltam são reviravoltas. Quando parece que tudo está entrando nos eixos puff aparece alguém ou acontece alguma coisa, e eu ficava com minha cabeça a mil e devorava mais e mais páginas, louca pra saber quais eram os fatos verídicos.
Aviso importante: nem pense em torcer o nariz para Julieta pensando que se trata de uma imitação barata da obra original imortalizada por Shakespeare. Julieta é um romance histórico cheio de suspense! Pra mim foi a mistura perfeita. A autora, Anne Fortier fez a sua história, com algumas referências a obra original, sim. Mas não é uma cópia!
O livro é apaixonante. Alguns termos em italiano não foram traduzidos (mas da pra entender perfeitamente), isso deu um charme todo especial a narrativa. E vale ressaltar a vontade louca que fiquei de conhecer Siena! Esse ar de cidade antiga, hm... Eu quero!
Mas nem tudo são flores... Achei que faltou um pouco de “sangue fervendo” dentro da Giulietta atual. A sua antepassada, a Giulietta Tolomei de 1340 tinha muito mais audácia, era muito mais petulante. Faltou um salzinho na nossa Julie recente.
O livro tem emoção do início ao fim, mas o crédito disso não vai para Julie/Giulietta e sim para os outros personagens, como Alessando (suspiros), Umberto (o mordomo), entre outros... E por último, mas não menos importante, Janice, a irmã gêmea de Julie. A impressão que ela passa no início do livro, de irmã chata, muda totalmente. E ela passa longe do papel de vilã odiada. Ela é sarcástica, muito sarcástica e às vezes sem coração. Mas ela me arrancou várias risadas durante a leitura.
— Diga-me, Janice, como é que eles enfiam isso tudo aí dentro? Pelo umbigo?
— Diga-me, Julie - imitou minha irmã -, como é não ter nada enfiado aí? Nunca!
Esses pontos negativos, que foram muito, muito poucos. Não afetaram em basicamente nada a leitura. Por isso me recuso a retirar sequer meia estrela desse livro. Recomendo Julieta de olhos fechados! Incluam esse livro na sua lista de desejados sem medo, e acredito que, assim como aconteceu comigo, da lista de desejos ele passará para a lista de livros preferidos.
Amanda — Lendo&Comentando
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