Nada me faltará

Nada me faltará Lourenço Mutarelli




Resenhas - Nada Me Faltará


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Helena Frenzel 20/07/2014

Nada me faltará, Lourenço Mutarelli, Cia das Letras, 136 páginas.

Adorei a capa, a ilustração é do próprio autor. É um bom livro, gostei.

Sem dúvida a história se baseia numa ótima idéia, imprevisível o final mas... para mim... – PARA MIM, que fique bem claro -, ficou faltando alguma coisa sim, umas pitadas de força no desenvolvimento; na linguagem, que eu acho que pode (e em se tratando de literatura: deve ) ser um pouco mais profunda e trabalhada sem perder as marcas do coloquial, característica indiscutível do diálogo, aliás; ou numa mais convincente caracterização dos personagens. Sei lá, senti falta disso.

Bom, sou apenas uma pessoa que gosta de ler e falar sinceramente sobre as impressões de leitura, não sou nem pretendo atuar como crítica literária, em contexto nenhum.

Uma das frases que marquei no livro, pois muito me inspirou, foi esta: “Parece que ninguém pensa mais. Ficam só repetindo o que dizem.”

Pois é, o problema, a meu ver, não é nem pensar, o problema é ter coragem e arcar com as consequências da expressão do pensamento, não?! Eu não me esquivo... (risos!)

Leia e tire suas próprias conclusões.

Avaliação: Bom


site: http://bluemaedelle.blogspot.de/2014/05/nada-me-faltara.html
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Emanuela C. 30/07/2011

Nada Me Faltará
Li em menos de um dia! Caótico como tudo que o Mutarelli faz. Suave e certeiro, uma bala que entra e sai sem sentir. Sensacional!
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Tito 22/05/2011

Um homem que volta sem ter ido numa história que não vai a lugar nenhum.
yzak 23/12/2011minha estante
Belo resumo!


Ana Ramos 30/05/2016minha estante
O melhor comentário, diz TUDO sobre o livro :)


MarcosZ 31/08/2018minha estante
Eu não teria feito uma resenha tão direta!!! :)


a antirrosa atômica 19/04/2020minha estante
EXATAMENTE. não há climax, prometeu muito, e pareceu um projeto não finalizado. Como quem só queria testar uma técnica.


Luana.Brandao 22/04/2020minha estante
Quis terminar o livro por uma questão de honra... Realmente, parece um livro inacabado. Rascunho, apenas.


Will 26/05/2020minha estante
Muito interessante a trama ser toda em diálogos, isso deixa um ritmo mais dinâmico. Sobre o final achei que fica bem sub entendido o que ele fez.




Madalice 11/02/2011

Raiva
Foi este sentimento que o livro me causou! Caramba que raiva que esse autor é tão bom que teve a pachorra de não me contar o que aconteceu! Por mais antagônico que isto soe, eu ADOREI essa ousadia!
A resenha anterior está tão ótima que não é necessário acrescentar mais nada sobre a história!
Meu primeiro livro, de muitos, deste autor!
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Eduardo A. A. Almeida 01/02/2011

"NEM TODO INIMIGO DE UM PARANOICO É IMAGINÁRIO"
A gente nunca vai saber, certo? Não dá para saber o que aconteceu, não dá para explicar, é aquele tipo de coisa que não faz sentido. Simplesmente acontece. O cara reaparece depois de passar um ano sumido e não se lembra de nada do que aconteceu. Ele nem percebeu que ficou um ano inteirinho fora de circulação. Desconhece o paradeiro da esposa e da filha, chegou inclusive a cogitar que elas nem existiam, que eram fruto da sua imaginação. Todo mundo achou que eles estavam mortos. Sequestrados, estuprados e enterrados, essas coisas que se acha por aí. Então, o cara reaparece e bota todo mundo para sofrer de novo. Esperança? Não, a esperança já se foi. A gente só quer uma explicação. Só que a gente nunca vai saber, certo? Não dá para saber o que aconteceu.

Essa é a premissa do livro Nada me faltará (Companhia das Letras, 2010), do paulistano Lourenço Mutarelli. Um livro em que nada se explica, muito pelo contrário: a ideia é colocar o leitor para duvidar e se angustiar.

"O que eu quero dizer é que a impressão que eu tenho é que... é como se fossem eles que, sei lá, caso isso tenha realmente acontecido, caso eu tenha ficado mesmo um ano fora do ar... Talvez eles é que de repente tenham avançado no tempo... ou coisa do tipo. Percebe a loucura disso tudo?"

Transcrevendo apenas as falas, Mutarelli obriga o leitor a criar todo o resto e a se tornar coautor da história. Porque os ambientes, as características físicas, as roupas e as expressões faciais das personagens estão ali, eu me lembro deles, apesar de não haver qualquer descrição a respeito. Ou será que tudo está em minha cabeça? É realmente uma coisa muito louca.

Incrível como um diálogo realista é suficiente para o leitor acrescentar todos os outros elementos tradicionais da narrativa. Mais ou menos como um teatro sem movimento, sendo representado no escuro, bem diante de nossos olhos fechados. Basta um locutor para fazer um espetáculo indescritível.

O cara que reapareceu do nada não dá a menor bola para a preocupação dos familiares e amigos. Para ele, foi como chegar em casa depois do trabalho, dormir e acordar na manhã seguinte. Só que, ao invés de uma noite, um ano inteiro se passou, seu apartamento foi devolvido ao locador, suas coisas foram doadas, sua rotina se perdeu. Ele não entende, eles não entendem.

O cara logo começa a ser pressionado, todo mundo precisa compreender, precisa de uma resposta lógica ou minimamente plausível para aquelas questões que não os deixam em paz.

"Ficam cobrando uma atitude exagerada de minha parte, (...) não admitem o fato de que eu esteja bem". Todos preferem achar que as meninas estão mortas, que eu as matei e sumi com os corpos. Isso explica tudo facilmente, é fácil de aceitar. Mas como posso afirmar algo em que não acredito? Eles exigem um culpado, embora eu não acredite nisso. Acredito que, como eu, elas também poderão voltar. De qualquer maneira, não importa. Só quero mesmo é ficar em paz.

É como se nada fizesse falta para ele, nem mesmo a lógica, nem mesmo os dias perdidos. "Nada me faltará", diz o título. Pois, se o fato de não saber coisa alguma lhe angustia, imagine não ter como descobri-las! É insuportável, não dá. Sendo assim, nada faz mais sentido do que encarar a vida com apatia. Nada é mais confortável.

O texto de Mutarelli é tão fluido e instigante que li tudo numa única tarde. Pode ser consequência da experiência do autor – escritor e ilustrador – no ramo dos quadrinhos. Quem assistiu ao filme O cheiro do ralo (2007), adaptação de outro livro seu, deve ter percebido o ritmo alucinante que o caracteriza.

Quanto ao Nada me faltará, eu não conseguia largá-lo. Assim como a mãe e os amigos do tal desaparecido reaparecido, eu também precisava descobrir o que se passou. Só que a gente nunca vai saber, certo? Não dá para saber o que aconteceu, não dá para explicar, é aquele tipo de coisa que não faz sentido. Simplesmente acontece.

Demais.
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su fern@ndes 08/11/2010

Lourenço Mutarelli & eu
Não, eu não falaria pra ninguém que o Mutarelli é um grande autor. Talvez nem mesmo bom. Não indicaria seus livros, nem tentaria colocar seu nome entre os mais-mais da Prosa Contemporânea. Mutarelli é meu! Seus livros são meus! Só isso. O homem que fala de loucura e sanidade olhando no fundo dos meus olhos. Sempre e sempre e sempre.
Diogo Madeira 11/01/2011minha estante
Concordo plenamente contigo que o Mutarelli é um grande autor. Vou ter que corrigi-la: seus livros são NOSSOS. :)

Heheheehe!

Fora isso, gostei da sua resenha (apesar de me parecer um comentário).


TADEU CASTRO 21/09/2013minha estante
Entendo seu sentimento e até aplaudo, mas o meu é meio contrario, mesmo sendo o mesmo. Gostaria de encontrar mais pessoas com quem brigar pela posse de Mutarelli. O Azrael esta certo, os seus livros são nossos!




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