O túnel

O túnel Ernesto Sabato




Resenhas - O Túnel


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monique.gerke 23/01/2019

Castel, além de paranóico é chato!!
Edit: não quero ser injusta, a escrita do autor é bela. Quero tentar outro livro dele.
Marcos.Azeredo 17/09/2019minha estante
Um dos melhores livros que ja li!




15/04/2020

Um dom casmurro argentino.
Um casmurro e uma Capitu,
não de Machado,mas de Sabato,(argentino),nomeados assim respectivamente de:Juan Pablo e María Iribarne,ambos metidos no túnel escuro e solitário da existência,tentando saltar os muros infernais da mesma,cada vez mais herméticos.
Túneis que correm paralelos, sem jamais se tocar.
Mas não só ...
O que não falta é espaço para o NADA,
para o vazio execrável... "Senhor, livra-me de mim." Ah,Fernando!!!!
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lisa 29/10/2021

Só existia, afinal, um túnel, sombrio e solitário: o meu.
Esse livro me prendeu e me deixou tensa de uma forma que nem sei dizer. Fiquei muito pensativa é relativamente triste depois de terminar; não por conta dos eventos em si, mas sobre os significados de várias situações ao longo do livro. Eu sabia sobre o final de Maria, que é relatado logo no início da obra, mas fiquei torcendo que, de alguma forma, ela e o Castel dessem algum jeito. Se separassem. Terapia, sei lá.

Esse livro aborda a solidão de uma maneira desesperadora, com ambos os personagens. E ambos lidam com isso de uma maneira que é incompatível; ora, tudo sobre eles é totalmente incompatível, exceto a solidão. E ambos não conseguem ficar completamente separados um do outro, mesmo quando agem da forma mais violenta possível.

Os eventos do livro dão a sensação de que estamos caindo num abismo profundo, sem volta. A paranóia do protagonista parece não ter fim, bem como o silêncio de Maria sobre certas perguntas. É um livro fascinante, com muitas reflexões realistas sobre o comportamento sem sentido das pessoas e algumas outras coisas igualmente deprimentes. Adorei.
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Fabiana 23/01/2013

Perturbador!
Não sei dizer apropriadamente o que achei desse livro. Muito bem escrito, fiel no seu tom obssessivo crescente, mas talvez tenha me perturbado demais a personagem María.

Ao longo da leitura eu não conseguia parar de pensar como uma mulher pode se envolver com um sujeito como Castel? Obviamente que esse raciocínio me impediu de me deixar levar pela trama.

A todo momento precisava dizer a mim mesma que o que sabíamos de María vinha do próprio Castel e que portanto eu a via sob a mente doentia de seu algoz. Ao mesmo tempo acreditava que ela era igualmente perturbada por deixar-se envolver com o pintor.

Diante inclusive de todos os indícios de desfaçatez e loucura de Castel, María envolve-se com ele e em sua indecisão entre a razão e o coração, entre deixá-lo de vez ou perdoá-lo nas diversas vezes em que reataram, ela parece negligenciar que sua morte poderia ser o desfecho para um caso de costumaz violência verbal e delírios.

Confesso que li esse livro com um profundo sentimento de curiosidade em saber como pode funcionar a mente de um psicótico, além de sentir uma perturbação muito grande com seus devaneios, certezas equivocadas, julgamentos doentios, mas também não posso omitir que também senti uma certa antipatia da personagem María.

Resta-me concluir que o mundo está cheio de "Castel's" e "Marias" e que é muito perturbador acompanhar a descrição em detalhes de um caso com essas nuances.
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Rei 11/07/2012

Sobre Janelas e Trevas


Juan Pablo Castel é um pintor assassino, “o pintor que matou Maria Iribane”, confessa ele, já no início do romance. O elo entre os dois personagens é um quadro ou, mais especificamente, um detalhe do quadro, mas Castel, que se coloca como incompreendido, mata, em seu dizer, a única pessoa capaz de o entender.

É por meio deste crime que Ernesto Sabato constrói um monólogo em torno das mazelas humanas do pós-guerra.

De cunho existencialista, o romance reflete sobre um indivíduo frente a um mundo onde o deslocamento é a condição vigente e as ações são as conseqüências dessa confusão do ser que se depara diante do absurdo e da vida sem sentido.

E o que poderia preencher este vazio existencial, fazer com que a existência ganhasse um sentido? O Amor, diria alguns.
Ora, é na racionalidade que se encontra a incapacidade do Amor prevalecer em nossa era. Obsessivo ao extremo, Castel não vê beleza e inspiração nos mistérios de Maria, apenas tenta racionalizar, encontrar os porquês das ações desencontradas de sua expectativa. Atitude paradoxal para um artista.

No entanto, de paradoxos é o que o romance trata. Se o pintor consegue expressar-se em seus quadros, se há em seus quadros a janelinha que se abre para o olhar do outro, na vida real esta comunicação se torna impossível:
“Eu amava Maria desesperadamente e no entanto a palavra amor não fora pronunciada entre nós”.

E aqui podemos fazer um paralelo com a Literatura: Ernesto Sabato intenta a reflexão também sobre o papel da arte e do artista neste mundo. Basta a arte ser o refúgio dos deslocados? A beleza do ser humano é apenas um elemento, uma janelinha, a ser inscrito nos detalhes de uma obra? De que adianta termos um olhar aprofundado para o nosso interior se não conseguirmos olhar para o exterior da mesma forma?

Em seu livro A Resistência, Sabato diz que “o homem será salvo pelo afeto”. O egocentrismo de Castel, seu desprezo pelos outros, seu isolamento dentro de seu túnel, é a condição em que se encontra a sociedade e nisto é que ocorre o esfarelar de nossos elos, o fechamento de nossas janelas aos que se sintonizam com os nossos olhares. Não é destes seres que a sociedade necessita. É apenas numa sociedade em que nosso olhar seja afetuoso e se disponha a compreensão da alma alheia que se fará o término de parte de nossas infelicidades.

Numa época em que as pessoas se isolam em seus computadores, abrindo pequenas janelas nas páginas das redes sociais, O Túnel vem a demonstrar que, mesmo depois de 64 anos, é um romance atual.


Reinaldo Melo 07/07/2012
Rosa Santana 20/09/2017minha estante
??????????????


Rosa Santana 20/09/2017minha estante
Parabéns! Excelente resenha!!




Renata1004 13/09/2023

Incrivelmente avassalador
O Túnel, para mim, foi uma viagem insana ao interior de um ser humano desesperado e doente, pode-se dizer, por compreensão. Castel, personagem que narra a história, conta quais os fatos (e pensamentos) que o levaram a cometer o crime de matar a única pessoa quem amou, segundo ele.

É uma história de amor, obsessão e insanidade, defitivamente. Acho que por ser narrado em primeira pessoa deixou tudo mais incrível e sensitivo. É uma ÓTIMA leitura! Leiam!
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GG 26/12/2023

Começamos já sabendo como termina: Juan Pablo assassina Maria Iribarne. Juan Pablo decidiu nos contar desde quando a viu pela primeira vez até logo após o fatídico assassinato.

Ele nos mostra que estava preso em um túnel hermético, escuro, sem saída a não ser que as coisas terminassem como terminaram, não havia outra alternativa senão matar a única pessoa que ele acreditava que o compreendia verdadeiramente.

Numa exposição de arte, ele nota aquela mulher, aquela única pessoa observando um detalhe específico de sua tela. A partir daí ele se vê obcecado por ela, passa meses e meses criando cenários imaginários de como seria o encontro entre eles e como as coisas se desenrolariam. Havia apenas uma certeza: não havia escapatória, eles tinham que acontecer.

Essa certeza vem das profundezas da mente de um homem solitário, soberbo, vaidoso, narcisista, que se sente realmente superior e julga todos ao seu redor.

Juan Pablo vive dividido entre o desespero para encontrar alguém que sinta como ele, que o entenda, ao mesmo tempo que tem falas e pensamentos que beiram a misantropia.

Ele vive uma relação maniqueísta com Maria: hora ela é seu par ideal, ora ela é uma manipuladora, sedutora, que engana a todos e que não pode ficar impune. Além disso, ele muitas vezes narra episódios em que é abusivo física e psicologicamente com ela.

Por não ser um narrador confiável e vermos que ele distorce diálogos e cria cenários paralelos que afetam toda a dinâmica entre eles, não sabemos o quanto Maria é realmente tudo aquilo que ele acredita que ela seja.

Com capítulos super curtos e dinâmicos, O tunel é um livro surpreendente, mesmo que saibamos seu desfecho desde a primeira folha.
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Tito 21/06/2010

Uma história de desconsolo, ciúmes e insensatez.
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Fabio Di Pietro 06/04/2024

Desconforto
Essa foi a palavra que me veio a mente quando da leitura do livro. Somos mergulhados na mente desse personagem irritadiço, entregue às paixões, aos impulsos, às loucuras que o ciúmes impõe à mente humana.
O narrador é um assassino que despreza a humanidade, principalmente por ele ser parte dela e ver nela o seu reflexo.
Ao mesmo tempo que me arrependia de ter iniciado a leitura, não conseguia parar de querer estar nesse túnel claustrofóbico e sua visão unidirecional da realidade.
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Douglas 20/02/2013

Sabato mostra um niilismo similar ao de Dostoievski e Nietzsche.
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Robson 06/11/2012

O livro participou de um momento forte em minha vida, interessante quando encontramos livros por indicação que além de ler acabamos assimilando com a sua vida naquele instante. Achei interessante que o "sentimento" neste livro é muito impactante.
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Esther 05/01/2022

Como ser um homem manipulador
Esse é um livro muito bem escrito sobre um homem com vários problemas psicológicos.
Ele se apaixona por uma mulher sem mesmo conhecê-la e faz várias imposições sem antes saber se ela gosta dele.
Não entendi bem o propósito do livro...
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Marcus 20/01/2018

O túnel
Juan Pablo Castel é um pintor fechado em seu próprio mundo, que despreza as pessoas. Em uma exposição, porém, se deixa fascinar por uma jovem mulher que observa atentamente um detalhe de um quadro seu. O fascínio logo se torna em obsessão, amor possessivo e loucura.

É o próprio protagonista quem narra o livro em primeira pessoa, e nos leva a acompanhar seu mergulho em uma espiral de angústia e ciúme doentio que leva ao desfecho trágico revelado logo nas duas primeiras linhas do romance.

O argentino Ernesto Sabato tem um texto ágil, que conduz o leitor no ritmo galopante da trama. Uma obra de leitura rápida, mas que causa uma impressão prolongada pelas fortes emoções que o leitor é levado a compartilhar com grande vivacidade com o personagem principal.

site: blogbeatnik.blogspot.com
Marcos.Azeredo 06/09/2018minha estante
Um dos melhores livros que já li!




Giovani L. 11/07/2012

Perturbações da Mente
O túnel, onde se cria a expectativa, a amargura, a ansiedade que se dissipa ao longo do tempo. Fonte de fatos mentirosos criados para alimentar a vontade do ser. Fantasia que se torna realidade.
O Túnel, livro de Ernesto Sabato relata a história por trás do assassinato de María Iribarne executado por Juan Carlos Castel que é um artista plástico introvertido e que vive no túnel de sua mente a criar a partir de análises superficiais, concretos fatos que o perturbam e regem suas atitudes. O intrigante do livro é que vive-se Castel em sua mente, apenas em sua mente, e as loucuras da voz que se convive diariamente.
Esta voz que comanda, canta, distrai, pensa arduamente e cria sensações que não haviam antes. A criação do ciúmes, ver o que não há, criador de irritações e perturbações. Assim age a voz no interior de Castel, sempre lhe sabotando com visualizações superficiais que se tornam profundas em sua mente perturbada que lhe toma a vida.
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Silvio 07/06/2012

A principal voz do existencialismo foi a do francês Jean Paul Sartre, mas certamente não foi a única. O tema do existencialismo, o absurdo da condição humana em relação à falta de sentido da vida foi muito explorado na literatura, estando muito bem representado pelos autores latino-americanos. Um exemplo é este O Túnel, em que o argentino Ernesto Sábato, através de seu personagem Juan Pablo Castel, nos leva a situações limite da incomunicabilidade, da solidão e da falta de sentido.

"...em todo caso, havia só um túnel escuro e solitário, o meu, o túnel em que transcorreu minha infância, juventude , toda minha vida. E num desses trechos transparentes do muro de pedra eu tinha visto essa moça e tinha pensado ingenuamente que ela vinha por outro túnel paralelo ao meu, quando na realidade pertencia ao vasto mundo, ao mundo sem limites dos que não vivem em túneis; e talvez tenha se aproximado por curiosidade de una de minhas estranhas janelas e entrevira o espetáculo de minha inescapável solidão, ou tenha ficado intrigada com minha linguagem muda, a chave de meu quadro. E então, enquanto eu avançava sempre pelo meu corredor, ela vivia, fora, aquela vida curiosa e absurda em que havia bailes, e festas, e alegria e frivolidade. E às vezes coincidia de eu passar diante de uma de minhas janelas e ela estar à minha espera, muda e ansiosa (por que à minha espera? Por que muda e ansiosa?); mas às vezes ela não chegava a tempo ou se esquecia deste pobre ser enclausurado, e então, com o rosto apertado contra o muro de vidro, eu a via ao longe sorrir ou dançar despreocupadamente, ou, o que era pior, não a via em absoluto e a imaginava em lugares inacessíveis ou vis. E então sentia que meu destino era infinitamente mais solitário que o imaginado."
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