Camille 11/08/2011http://revistainnovative.com/chantillyChantilly conta a história de uma cidade na qual as pessoas que viveram nela estão passando por problemas sérios de perda de memória, enquanto Catherine guarda suas memórias num diário, começando a recordar das coisas dez anos depois, Leon começa a sofrer a perda da sua própria memória. Ambos se vêem, então, envolvidos com Ethan Stuart, um cientista curioso sobre o caso.
Mare Soares tem uma boa escrita e conta com uma boa história. Interessante, tem começo, meio e fim bem determinados, deixando a curiosidade desperta para o próximo livro (continuação deste), mas delimitando bem o final do primeiro livro da trilogia. Os personagens poderiam ser mais desenvolvidos e ter suas características mais marcantes, o que daria ao livro um 'formato', por assim dizer, mais desenvolvido.
Além disso, seu começo gera muitas dúvidas, das quais nem todas serão esclarecidas ao final. Como a perda de memória causa degradação e morte, por exemplo? As várias pausas atrapalham levemente o entendimento da história, que então poderia ter sido melhor desenvolvida. A escrita formal e informal por vezes não é adequada ao contexto, gerando uma quebra de padrão para o que se espera de personagens com determinadas profissões.
Enquanto o livro gera questões a serem resolvidas e envolvimento entre os personagens, há uma entrega muito imediata da história de alguns deles que poderia ter sido mais explorada e, de fato, teria acrescentado bastante à leitura.
A leitura não é ruim, é tranquila, e o livro conta, no final, com um making of interessante. Além da mudança de narrador – que às vezes é um personagem, em outro capítulo é outro e, de vez em quando, nenhum dos dois – bem empregada e que dá um ritmo muito bom ao livro. Com uma pontada de romance (que não é o principal da história), Mare sabe como reconquistar o leitor apesar dos pontos 'fracos' e fazê-lo esperar pela continuação.