Não há silêncio que não termine

Não há silêncio que não termine Ingrid Betancourt




Resenhas - Não há silêncio que não termine


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Andreia Santana 13/11/2010

Memórias de uma descida ao inferno
Não há silêncio que não termine é um livro de cunho político, mas é também a catarse da dor de dezenas de seres humanos rebaixados a condição de pária. A obra de Ingrid Betancourt, ex-candidata à presidência colombiana sequestrada pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em 2002 e mantida em cativeiro até 2008, mescla narrativa em primeira e terceira pessoa com um ritmo ágil, como um thriller, a ponto do leitor (o menos preguiçoso) não sentir o peso das mais de 500 páginas. Traz ainda a angústia de uma mulher e de uma mãe privada da companhia dos filhos por longos anos. E a tristeza de uma filha que perdeu o pai, maior referência de sua vida.

Um mês depois do rapto, Ingrid ficou sabendo da morte de seu pai, o ex-embaixador da Unesco Gabriel Betancourt, porque ao receber comida de um guerrilheiro, ela estava embrulhada em um pedaço de jornal que narrava o cortejo fúnebre. Em 23 de fevereiro de 2002, em uma viagem durante a campanha presidencial, a então candidata foi raptada pelas Farc – um dos grupos mais famosos da guerrilha no país -, na estrada que conduzia até a cidade de San Vicente de Caguan. Estava sem escolta, porque no último minuto, ordens do governo colombiano confiscaram os soldados que iriam proteger a comitiva da candidata, sob alegação de que a área estava desmilitarizada e era segura.

Durante quase sete anos, até ser libertada em 2 de julho de 2008, Ingrid viveu prisioneira em um paraíso verde que ganhou contornos de uma das estações do inferno de Dante Alighieri (italiano renascentista, autor da Divina Comédia). Escondida em sucessivos acampamentos na selva amazônica, passou fome e frio; além de sofrer violência moral e física. Sua história é mais que conhecida, ela virou mito ainda em cativeiro. A foto que a mostrava debilitada e presa em um dos acampamentos, correu o globo e chamou a atenção da opinião pública mundial. Então, o livro não traz novidades quanto aos fatos, mas traz o testemunho de quem viveu o inferno na pele e a análise dos acontecimentos, sob a perspectiva da vítima.

Desabafo - Ingrid Betancourt precisa romper o silêncio, como o título da obra sugere, e expurgar toda a miséria que presenciou. Por ser uma pessoa de cultura refinada e com traquejo com as palavras, além de sólida formação filosófica e humanista, essa catarse é conduzida em uma narrativa magistral, que introduz o leitor na mata cerrada, entre os igarapés e os grandes rios da Amazônia colombiana. A selva de Ingrid dá medo na mesma proporção em que suas angústias comovem e revoltam.

Com grande lucidez, a autora elabora um dossiê com olhar crítico e humanístico sobre o fracasso do ideal revolucionário diante do jogo do poder. Revela ainda sua decepção com a condução do caso pelo governo de seu país, ressentindo-se do “abandono” legado aos reféns da guerrilha pelo presidente Uribe. Lembra porém, os presidentes franceses Chirac e Sarkozy; além do venezuelano Hugo Chávez, que tentou suscessivas negociações para a libertação dos reféns e conseguiu a soltura de Clara Rojas, assessora da candidata, também presa em fevereiro de 2002, e solta em janeiro de 2008.

Quem espera uma descrição romântica da luta armada, pensando na figura de Che Guevara, por exemplo, se choca com a crueza com que a narradora disseca as Farc, uma associação descrita por ela como corrupta (associada e financiada pelo narcotráfico) e cruel. Mas, o livro passa muito longe de ser apenas o espelho de revolta de uma ex-prisioneira. Embora condene os atos de brutalidade praticados por muitos dos guerrilheiros que lhe serviram de carcereiros e mostre que o ideal socialista da revolução cedeu lugar a interesses bem capitalistas como roupas boas e aparelhos eletrônicos, a autora não deixa de se questionar sobre o que faria se fosse ela do lado oposto à mira do fuzil.

Também não nega que em meio ao contingente recrutado pelas Farc entre camponeses e miseráveis num país de grande injustiça social e corrupção do governo (com as oligarquias que se sucedem no poder), existam de fato aqueles que acreditam no poder da revolução. O problema é que a ideologia dos mais ingênuos (ou humanos) é manipulada habilmente por aqueles que cobiçam o poder pelo poder e não porque desejam repartí-lo com os mais pobres. Em nome de manter para si um padrão social semelhante ao da burguesia que diz combater, o alto comando da guerrilha afunda as bases do socialismo em um mar de sangue e relações excusas com o crime organizado, denuncia a autora.

Fé e filosofia - Reflexivo, o livro serve de autoanálise para uma mulher que encontrou na natureza selvagem da Amazônia uma prisão, mas também um santuário – tão assustador, silencioso e isolado quanto uma catedral – para se reconectar com Deus. Em alguns trechos, o misticismo da autora parece exagerado e exasperante (principalmente aos leitores mais pragmáticos). Mas quem pode saber como reagiria ao sofrimento enfrentado por ela? Na fé e nas longas reflexões filosóficas, Betancourt encontrou a serenidade necessária para não enlouquecer, mas sobretudo para não perder-se no labirinto criado pela guerrilha com o objetivo de quebrar a resistência moral dos prisioneiros.

Durante 2.323 dias, Ingrid Betancourt foi amarrada em troncos de árvores por correntes presas ao pescoço; se viu forçada a marchar debaixo de tempestades tropicais até os pés esfolarem; foi obrigada a fazer suas necessidades fisiológicas diante de homens que zombavam dela e não a chamavam pelo nome, mas apenas de cucha (velha) e que se referiam aos prisioneiros como pacote, encomenda ou a carga. “É um mecanismo de autodefesa dos guerrilheiros. Eles precisam nos destituir de humanidade, porque é mais fácil atirar numa carga do que em um ser humano. Matar um ser humano a sangue frio traz culpa”, escreve.

Em meio aos seus relatos, é impossível não sentir na carne, sobretudo se o leitor for mulher, quando ela nos descreve o constrangimento de tomar banho menstruada junto com os demais prisioneiros (homens e mulheres) e sempre sob a mira de uma arma.

A mesquinhez que a alma humana revela quando posta a prova e quando destituída dos seus confortos básicos (casa arrumada, roupas limpas, comida boa), também é tema recorrente ao longo do livro. Com lucidez, Ingrid expõe as próprias feridas e fraquezas e as dos companheiros de cativeiro, revelando as brigas infantis e desesperadas por comida ou por pedaços de plástico que serviriam de abrigo contra a chuva.

Mostra ainda as intrigas típicas do ambiente penitenciário, com as divisões entre preferidos e desafetos dos carcereiros e a arrogância despótica daqueles que caem nas graças dos comandantes. Por nunca ter abaixado a cabeça para a guerrilha, foi duramente criticada pelos companheiros de cárcere e chamada pedante. No entanto, pagou na carne, sofrendo torturas dignas da Inquisição, por cada ato de rebeldia que tinha o objetivo de manter sua integridade. Se recusava a virar “a carga” ou “o pacote”, embora tenha se sentido exatamente um nada, nas crises de depressão.

Julgamento moral - A autora julga a todos ao seu redor, sem pudores, mas principalmente, julga a si mesma num exercício de humildade quase inaciano. Ao longo das páginas do seu diário (versão moderna das Memórias do Cárcere de Graciliano Ramos ou da Memória da Casa dos Mortos, de Dostoiévski) é perceptível que ela carrega um forte sentimento de culpa, provavelmente fruto da formação cristã que recebeu e das diferenças de classe tão demarcadas pelas condições extremas de vida no seio da guerrilha. Mas também, fruto do choque em descobrir-se capaz de, nessas mesmas condições extremas, cometer os atos de barbárie que condena nos guerrilheiros.

E ainda, porque ao perder tudo e ser reduzida ao estado bruto e primitivo do ser humano, só via dois caminhos: o embrutecimento ou a redenção pela solidariedade. Ingrid Betancourt, ao que parece, escolheu o segundo caminho.

Em tempo: Uma produtora de Hollywood, a The Kennedy/Marshall, comprou os direitos autorais de Não há silêncio que não termine, cujo título é retirado de um verso de Pablo Neruda (poeta que frequentava a casa de Gabriel Betancourt). O roteiro do filme baseado nos relatos de Ingrid Betancourt está sendo adaptado.

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Minha reportagem e a resenha crítica da obra de Ingrid Betancourt foi publicada neste sábado, 13, no Caderno 2+, suplemento cultural do jornal A TARDE, em Salvador-BA. Para a versão do Skoob, fiz uma junção da resenha e do texto da reportagem.
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Raquel Lima 11/01/2011

Comovente...
Não vou entrar aqui em debate sobre as virtudes da Ingrid Betancourt.

O livro é comovente por um relato intenso, bem escrito, de alguém que fica privado de nosso maior direito: a liberdade. Os outros fatores, agressões, selva amazonica, doenças, maus tratos,não ver a familia etc... São até pequenos, quando pensamos em toda a importância deste direito: liberdade.
Posso não falar da Ingrid, mas não posso entender qualquer luta dita popular, que usa o sequestro, o narcotrafico para se manter...São bandidos, usando-se de uma ideologia barata, se dizendo marxista-leninista e lutando por qual povo ? Meu Deus, a Ingrid também era colombiana, ou meia, e inclusive tinha sido muito bem votada pelo povo colombiano. Burguesia, por favor, vejam sua definição para ver o quanto este rótulo é ultrapassado, e na verdade hipócrita, reacionário, preconceituoso e ignorante.

Ufá! Desculpe o desabafo, estou cansada de ver falsos movimentos populares ganharem a midia somente porque meia dúzia de mortos de fomes emprestam seus rostos magros para que sirvam de máscaras a movimentos de desordem, mal-caratismo, corrupção.

Sofri muito com o relato de maus tratos, mas sofri muito mais com a falta de respeito das outras pessoas que estão passando pela mesma situação. A falta de fraternidade é dolorosa, cruel e o grande mal de nossa sociedade.

Por favor, antes de achar que esta senhora foi negligente, quis (???) ser sequestrada, era esnobe...Pensem se alguém merece estar presa durante 08 anos...Presa ? Por qual crime ? Ser política ? Ser meio francesa ? ou ser rica ? ...
Mag 11/01/2011minha estante
POde crer Raquel! Concordo geral!




Marques 14/10/2022

Fascinante!!!
Esse livro foi um dos melhores que li esse ano, por conta dele li vários outros, você se apega a cada um dos reféns e quer saber mais sobre eles também, há os sequestrados políticos, os policiais e militares, e os 3 americanos, ainda tem a categoria dos sequestrados cambiáveis (em que se ?pede? dinheiro por eles).
Antes do livro da Ingrid, tem o livro Out of Captivity, escrito em conjunto pelos 3 americanos (está também na minha lista de favoritos), o livro da Ingrid me levou a ler outros 6, é interessante entender a versão de cada um, ao ler o livro da Ingrid peguei um pouco de ranço da Clara e do Keith, mas lendo a versão deles passei a entendê-los melhor, cada um dos grupos achava que o outro recebia melhor tratamento ou certos benefícios, achei linda a amizade da Ingrid com Lucho e Marc, e os três americanos que se conheciam a pouco tempo, mas que durante o cativeiro criaram laços de amizade tão forte que duram até hoje. Os sequestrados militares/policiais eram os mais esquecidos pelas autoridades, e muitos estavam há mais de 12 anos sequestrados, outros morreram após anos de cativeiro, outros voltaram para casa e seus cônjuges já tinham seguido outro caminho, os filhos já estavam adultos e começava outro drama na vida dessas pessoas que agora estavam em liberdade mas já tinham perdido praticamente tudo.
A escrita da Ingrid é maravilhosa!

Quem se interessar pelo livro dos outros reféns.

?Cautiva: Testimonio de un Secuestro
-Clara Rojas

?Out of Captivity: Surviving 1,967 Days in the Colombian Jungle
-Marc, Keith, Tom

?Law of the Jungle: The Hunt for Colombian Guerrillas, American Hostages, and Buried Treasure
-John Otis

?Luis Eladio Perez
7 años secuestrado por las FARC

?Mi Fuga Hacia La Libertad by John Pinchao

Letters to my Mother (Cartas para minha Mãe)
-Ingrid Betancourt
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Jora.Fernandes 11/01/2024

Apesar de ser um livro grande, é de leitura tranquila. Os horrores que a Ingrid enfrentou durante os anos de cativeiro pelas FARC eram angustiantes, desde a violência física até a psicológica. Quando ela fala que ficou quase 2 anos sem poder conversar com os colegas de cativeiro, fiquei tão aflita quanto as insinuações das violências físicas e sexuais.
Percebi uma tendência da autora a se descrever como uma colega de cárcere exemplar, apesar dos inúmeros relatos de outros colegas dizendo que não era o caso, e de coisas que ela mesma escreve como "perseguição" dos colegas. Acredito que uma situação dessa desperta os instintos mais primitivos da pessoa, e o de sobrevivência sempre vence a solidariedade.
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Amanda Milani 05/08/2013

Diferente da maioria que escreveu uma resenha sobre este livro, eu vim falar sobre uma leitura que não gostei.

Antes de mais nada, gostaria de compartilhar com vocês que eu morei na Colômbia. Sou apaixonada por aquele país e considero meu segundo lar.

Lá, quase ninguém apoia as FARC, nem acham que as suas ações terroristas são a forma correta de demonstrar descontentamento com a política e a sociedade. Ao contrário dos brasileiros, que até fazem piadas sobre o nosso narcotráfico, os colombianos têm muita vergonha da guerra civil e detestam qualquer brincadeira relacionada ao tema.

Apesar de tudo que ela sofreu e passou em cativeiro, a Ingrid Betancourt não é vista com bons olhos pela grande maioria dos colombianos. Nem por mim.

Alguns motivos:
- Quando era candidata a presidente, seu partido era vazio de propostas. Ela também não tinha praticamente nenhuma chance de vencer as eleições (diferente do que ela dá a entender no livro)
- Ela foi avisada diversas vezes sobre o perigo de andar de carro nas estradas ao sul da Colômbia. Mesmo assim, insistiu e foi, contra as recomendações, em uma estrada bloqueada pelas FARC. Ela sabia o risco que corria em ser sequestrada
- Desde que saiu do cativeiro, Ingrid foi morar na França. No meu ponto de vista, ela deveria ser um grande ícone para seu país. Deveria lutar junto com ele para saírem da guerra civil que se encontram. Ao invés disso, foi se refugiar na Europa
- A Colômbia não é mais como 10 anos atrás. Bogotá é muito mais segura que São Paulo ou Rio de Janeiro. Mas da forma que ela dá entrevistas ou divulga o que aconteceu no seu período de cativeiro, passa uma impressão muito pior do que é a realidade, do país que ela não mora mais há anos!

Talvez, por já ter uma visão ruim sobre a Ingrid Betancourt, eu não tenha gostado do livro.
Além disso, eu achei a narrativa um pouco massante e ela um tanto arrogante.

Finalizando, só queria deixar claro que desaprovo todas ações das FARC e tudo que a Ingrid sofreu em cativeiro. Mas não gosto da sua postura, nem da sua forma de demonstrar o que lhe ocorreu.
Rich 23/04/2015minha estante
Eu entendo as suas frustrações em relação à Ingrid e sei que Bogotá não é mais violenta como já foi e que o narcotráfico não é motivo de orgulho ou piada. Acho que se dá mais ou menos da mesma forma no Rio. Mas não acho que a narrativa do livro seja prejudicada por conta disso. Acho o livro bonito, lúcido e com a profundidade devida. É claro que, como em toda autobiografia, o leitor deve ser capaz de separar as individualidades do narrador-protagonista da realidade ali contida.
Quanto a ela não morar mais na Colômbia, acho complicado julgar o que se passa na cabeça de uma pessoa que passou 7 anos refém de um grupo terrorista como as Farc, nas condições sabidas. Ademais, a Ingrid é franco-colombiana, tem cidadania francesa tanto quanto colombiana, o que alivia ainda mais a gravidade da escolha, ao meu ver.


Marcia 03/08/2015minha estante
Olá, já tentei ler esse livro, mas eu não gostei muito da escrita, mas pretendo retornar minha leitura. Entendi tudo o que vc disse sobre ela, só não consigo achar estranho o fato dela morar na França, acredito que ela tenha sofrido um trauma muito forte, muito longo, e sair dali realmente deve ter sido a melhor solução para ela naquele momento.

Parabéns pela sua resenha, gostei do seu ponto de vista. Vou tentar ler o livro outra vez, pois algo me incomodou na escrita dela.


Kenia 07/11/2016minha estante
Interessante ver o outro lado da história!


Nilson 10/07/2023minha estante
Excelente seu comentário. Li e acabei tendo uma visão bem equivocada da realidade. Parabéns e obrigado pelos esclarecimentos.


Antonio 20/09/2023minha estante
Como não consegui editar meu comentário, escrevo um novo: realmente concordo em vários pontos da sua crítica, principalmente na dita arrogância da autora. Porém no decorrer da leitura ela demonstra evolução nas suas posturas e atitudes durante o ocorrido, inclusive com autocríticas bem relevantes. Ademais, os "causos" e vivências entre os cativos na selva são bem interessantes. Adorei a leitura.


Marcos Nandi 02/12/2023minha estante
Não era bem vista, mas foi eleita como senadora, não? Eu também não ficaria no país do meu rapto depois de tanto tempo hahaha imagina o trauma




fernandazach 25/10/2010

Detalhista, envolvente, emocionante!
Esse livro já seria incrível se fosse apenas uma ficção. Pensar que alguém (ou "alguéns") realmente passou (e passa!!) pelas situações descritas é apavorante! Me peguei chorando muitas vezes, pela situação de abandono, de precariedade e de humilhação que Ingrid Betancourt e seus companheiros de infortúnio passaram. Imaginei se eu aguentaria 10% do que ela aguentou. Provavelmente não. Além disso, ela faz uma análise de como funciona a mente humana em situações extremas (sem comida, sem proteção, sem poder falar, sem saber em quem acreditar e, o pior, sem saber o que acontecerá no dia seguinte.)

Existem outros livros sobre o mesmo tema, escritos pelos colegas de cativeiro mais próximos à Ingrid:
>> "Eu, Prisioneira Das Farc", de Clara Rojas - que engravidou e teve um filho durante o sequestro! ( http://bit.ly/cUTpCT )
>> "Out Of Captivity", de Marc Gonsalves ( http://bit.ly/9CJI31 )
>> "7 Anos Secuestrado Por Las Farc", de Luis Eladio Perez ( http://bit.ly/aqg9ay )

Fiquei com vontade de ler esses outros, para ter um contraponto. Pelo que diz a crítica dos dois primeiros, eles mostram uma Ingrid diferente, mesquinha, superior, arrogante. De qualquer maneira, cada um conta o sequestro a sua maneira e o "Não há silêncio que não termine" incluir esses 3 personagens em sua narrativa.

Independente de quem está com a razão, o tema é incrível a vale a pena ser aprofundado.
Marques 14/10/2022minha estante
Eu li o livro dos outros reféns e é unanimidade entre eles que arrogância faz parte da personalidade da Ingrid, mesmo Lucho e Marc com quem ela teve um bom relacionamento falam o mesmo.
É verdade também que o drama dos sequestrados só ganhou notoriedade depois do sequestro dela, até os americanos estavam meio que esquecidos pelas autoridades americana, e os militares e policias estavam completamente abandonados pelas autoridades colombiana há mais de 12 anos. Imagino que devia ser muito difícil para os outros lidar com isso, por outro lado também ela sofria por ser a mais famosa, aproveitavam disso para humilhá-lá de todas as formas, Marc disse em uma entrevista que admirava a força dela e que ela deu bastante trabalho para os guerrilheiros, ela peitava todo mundo mesmo que isso custasse os mais diversos castigos a ela, ele admirava muito isso nela, ele sempre ver ela com humanidade em comparação aos outros, ele realmente tentava entender ela, daria tudo para ler as cartas que eles trocaram, tem um livro com uma carta de 12 páginas que ela escreveu para a mãe quando ela ainda estava em cativeiro, ela menciona que tem uma afeição muito grande por Marc e pede para que a mãe dele envie mensagens para ele.




Ellie 20/07/2023

Resiliência
A vontade de viver e reencontrar seus entes queridos foi a base para superar tantos momentos difíceis.
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Paula 28/09/2020

Tenso
Uma leitura difícil. Não diria que é empolgante, mas necessária. Ingrid fala de seu dia a dia, desentendimentos entre os prisioneiros e tentativas de fuga.
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@wesleisalgado 23/10/2023

Politicamente é uma histórica interessante, até pra conhecer o contexto das FARC, palavra tão ouvida nos jornais na minha adolescência.

Ouvi duas entrevistas da Ingrid e mesmo assim o relato dela não me pegou de alguma forma. A descrição da vida na selva é assustadora, mas em alguns momentos achei o tom poético demais, quase com contornos de fábula. E meio que contradizia o que eu tentava vivenciar através dos olhos dela.
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Franco 16/02/2012

Poderia ser melhor
O que escrevi, ao encerrar a leitura, realizada num final de semana:

"Não há silêncio que não termine. Ingrid Betancourt.
Embora seja horripilante o mal que sofre um sequestrado o livro parece querer emprestar poesia ao caos absoluto e por isso os detalhes o torna, por vezes, enfadonho e repetitivo, mais para uma narrativa ideológica que para diário de um sequestro, como se presume.

Excelente numa vertente, já que eu buscava compreender a guerrilha que vive a Colômbia, e nisso, extrapola. Considero como regular. Para melhor compreensão do contexto político-ideológico da guerrilha julgo necessário a leitura do livro de Jonh Frank Pichao, que li no original “Mi fuga hacia la libertad” e achei bem melhor que a narrativa de Ingrid.

Ele ficou por oito anos cativo e fugiu com a ajuda de Ingrid. Foi desacreditado até pelo ex marido desta, mas quando se lê o livro de ambos, percebe-se que Pinchao escreveu com a alma, e isso faz a diferença ao juntar as letras."
Cris 28/03/2012minha estante
interessante , vou procurar o livro! obrigada pela dica. fiquei justamente imaginando como ela conseguiu fugir daquela maneira!digno de sorte, façanha ,seja lá como descrever isso! e a tensão no acampamento diante das falsas notícias de que o haviam matado? pelo amor de Deus! que horror!




Roberta 27/12/2010

Incrível
Sensacional. Um dos melhores livro que li ultimamente. Ingrid tem uma simplicidade para escrever os anos de terror que passou em poder das Farc. Recomendo a leitura.
Impossível não se envolver com a história.
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Kelly 13/01/2011

Ingrid Betancourt
O livro é muito bom! Relata bem, de acordo com ela, os anos de cativeiro da ex-senadora. Achei a Ingrid uma pessoa arrogante, uma pessoa que se acha melhor que os outros, não consegui concluir se ela é assim mesmo, ou se ela exagera no livro ou ainda, se ela aproveitava da sua condição de refém mais famosa da Farc ou se eram as condições que ela foi exposta a tornaram assim. Achei impressionante, como nós seres humanos, quando expostos à condições extremas passamos a agir como animais, como nos deterioramos, fazemos coisas que não são de nosso feitio. Fiquei interessada em lerr os livros de outros ex-reféns que estavam com ela.
Zac Lampard 07/03/2013minha estante
Maravilhoso! Viajei profundamente na história que ela conta.Minha vontade agora é conhecer a Amazônia.


Zac Lampard 07/03/2013minha estante
Maravilhoso! Viajei profundamente na história que ela conta.Minha vontade agora é conhecer a Amazônia.




Paulatictic 10/08/2011

Para pensar
Eu tenho certo problema com livros autobiográficos, sempre com um pé atrás, afinal, é difícil às pessoas serem totalmente sinceras ao falarem sobre si mesmas sabendo que o mundo irá ler cada detalhe e ainda quando envolve outras pessoas no meio disso tudo, aí eu acho que fica mais complicado ainda, por que você escolhe como irá ser seu personagem, ou seja, você escolhe ser o bandido ou o mocinho, e na grande maioria dos casos você escolhe ser o mocinho. Mas deixando essa minha dificuldade de lado, decidi ler esse livro que a fofa da Éline me emprestou, primeiro por que eu adoro um livro emprestado e segundo por que fiquei curiosa sobre a vida dessa mulher, Ingrid, feita refém durante sete anos da sua vida, longe de tudo, não vendo seus filhos crescendo, estando apenas presa.
Com meu pezinho atrás, eu iniciei a leitura e vou dizer que o livro não me surpreendeu tanto, acho que também devido ao bombardeio de noticias e entrevistas dela que foram vinculadas na mídia. No entanto, logicamente que fiquei abalada com a sua descrição dos seus anos ali presa no meio da selva e de como ela tentava de todas as maneiras se manter viva e não só fisicamente mas também psicologicamente, se apegando a coisas, memórias e tarefas do dia a dia que a faziam passar por cada coisa. Além disso, enquanto eu lia me lembrei do livro “Ensaio sobre a cegueira” do Saramago, por que em determinado momento do livro, Ingrid coloca como é difícil a convivência com o outro e um espaço pequeno e tendo em torno varias vivencias e modos de vida diferentes em que o “eu” prevalece na frente de “nós”, como se algo saísse do social e partisse para algo mais primitivo, o da sobrevivência.
Achei alguns trechos interessantes, como o fato dela começar a bordar e começar a fazer tecelagem como um modo de se manter ativa e não apenas “algo” ou “nada”, mas ainda um ser criativo. Outro trecho é quando os guerrilheiros decidem que cada refém em vez de dizer o nome diga um numero, no qual ela se recusa, não querendo novamente se tornar um objeto, mas sim uma pessoa. Acho que esses dois momentos foram bem interessantes.
No entanto, em alguns momentos estive um pouco cética com as suas declarações, e sei que algumas coisas ela teve que ocultar ou mesmo, é o ponto de vista dela, e de mais ninguém, ou seja, ela é quem pensa e vê de determinado jeito, portanto não é que as coisas sejam mentiras, mas são apenas a realidade dela. Mesmo assim, alguns trechos me incomodaram, não sei bem porque, mas me incomodaram.
No entanto, eu achei um bom livro, que foi bem escrito e mostra uma realidade dura e conflitante no qual há muitas duvidas sobre o ser humano que começam a pairar na nossa cabeça. Eu não acredito em mocinho e bandido nessa história toda, acredito que cada um tem sua verdade como eu disse anteriormente e assim, é possível acreditar nessa verdade cegamente mesmo que isso seja absurdo para mim ou para você. Bem, acho que isso é bom nesse livro, me fez pensar muito.

http://paulatictic-dicasdelivros.blogspot.com/
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Di Morais 02/09/2023

Não há silêncio que não termine
Excelente biografia de Ingrid Betancourt, em que ela narra seus anos em cativeiro, nas mãos da guerrilha colombiana. Os momentos mais dramáticos de sua longa crônica de desventuras certamente são as desesperadas tentativas de fuga.
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Ana 25/02/2013

Ótima narrativa!um dos melhores livros que já li...Impecável de capa a capa. Me senti entre revoltada e encantada com com tamanha dor e infortúnio e ao mesmo tempo superação e ternura de Ingrid Bittencourt.O final me ensinou que aconteça o que acontecer de ruim, nada e ninguém pode mudar a sua essência!!!esta é uma história de uma "HEROÍNA" de si mesma.
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