Não há silêncio que não termine

Não há silêncio que não termine Ingrid Betancourt




Resenhas - Não há silêncio que não termine


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Maria 23/01/2024

Leitura densa, mas importante!
Ingrid escreve muito bem e conseguiu deixar essa narrativa muito fluída, apesar de sua densidade. Não consigo imaginar o peso que ter passado 7 anos sequestrado na Amazônia, perdendo o desenvolvimento dos filhos, tem para uma pessoa. Espero que todos fiquem bem
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Ana Bellot 20/01/2024

A fé e a palavra quebraram o silêncio
Seis anos e meio em cativeiro na Amazônia, cercada por guerrilheiros das FARC. Não é ficção. É a história real de Ingrid Betancourt.

O ser humano, aqui dissecado por Ingrid, se apresenta como a pior e a melhor das criaturas. As perseguições, suas tentativas de fuga e o dia a dia dos presos e guardas são intensos e vívidos.

Os testemunhos de fé de Ingrid, uma mulher católica, também são comoventes, sobretudo quando ela relata o mês do Sagrado Coração de Jesus (e o dia de sua libertação) e a conversão de seu amigo ao fugir com sucesso dos criminosos das FARC.

O estado opressor e sem direito à identidade vivido e observado por Ingrid foi tão profundo que me deu vontade de reler 1984! Como os comunistas subvertem valores, palavras e símbolos! E ela e seus companheiros, em uma força hércula, se mantiveram ligados por um fio de esperança.

Alías, não só eles: diversos participantes da guerrilha expressavam seus desejos de serem outras coisas, de sonharem com a liberdade. Mas concluiam logo que esses sonhos acabariam na ponta de um fuzil e seriam considerados traidores.

Em suma, esse livro é, sem dúvidas, um grande ensaio sobre o que é humano. E o que não deveria ser.
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Jora.Fernandes 11/01/2024

Apesar de ser um livro grande, é de leitura tranquila. Os horrores que a Ingrid enfrentou durante os anos de cativeiro pelas FARC eram angustiantes, desde a violência física até a psicológica. Quando ela fala que ficou quase 2 anos sem poder conversar com os colegas de cativeiro, fiquei tão aflita quanto as insinuações das violências físicas e sexuais.
Percebi uma tendência da autora a se descrever como uma colega de cárcere exemplar, apesar dos inúmeros relatos de outros colegas dizendo que não era o caso, e de coisas que ela mesma escreve como "perseguição" dos colegas. Acredito que uma situação dessa desperta os instintos mais primitivos da pessoa, e o de sobrevivência sempre vence a solidariedade.
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Marcos Nandi 02/12/2023

Que história chocante.
Vai além de um livro de memórias ou autobiografia, a autora escreve de um jeito quase ficcional que deixa o leitor vidrado. Ela serve drama, suspense, agonia, terror, tudo às vezes em um só capítulo.

Por se tratar de memórias e de suas imprecisões, a autora não escreve de forma cronológica. Eu gosto disso, pois aumenta a agonia. Por exemplo, sabemos que há uma fuga, mas só depois de várias páginas sabemos as consequências. Ou ainda, sabemos que ela foi punida, mas só depois entendemos os porquês do castigo.

O primeiro capítulo já dá um tremendo baque. Ficamos sabendo que a protagonista estava presa numa jaula (e não, essa não é a pior parte,piora muito) igual um animal, e que aquela era a quarta fuga. Nas primeiras páginas, o leitor já fica preso. E é incrível como ela descreve os espaços. É claustrofóbico!

Mas ok, e qual o contexto do livro?

É importante entendermos como a FARC nasceu na Colômbia. Por muito tempo a Colômbia sofreu os efeitos cruéis de uma guerra civil chamada de "La Violência". Era uma luta pelo poder que, a grosso modo, se iniciou com a ascensão do conservadorismo no país e depois a ascensão dos liberais. Logo, os camponeses começaram a se rebelar, nascendo assim, a Farc. O que no início seria uma guerrilha pela paz e defesa dos pobres, tornou-se, uma quadrilha articulada, corrupta, sequestradora e MUITO temida e perigosa.

A autora do livro, era uma senadora e, na época, candidata à presidência pela Colômbia. Fazia parte de um partido recém criado, que tinha uma vertente ecológica e sustentável. Devido à doença de seu pai, Ingrid, se afastou da campanha. E para recuperar o tempo perdido, a candidata precisou ajudar um prefeito (do partido dela), numa região distante da Colômbia. E como foi sem a devida segurança (devido a um confronto com o presidente colombiano da época), acabou viajando sem segurança e como sabemos, foi raptada.

A Ingrid foi raptada junto com a pessoa mais insuportável e difícil de lidar da face da terra, Claro, que ajudava em sua campanha. No meio da selva amazônica na Colômbia, Ingrid tentava ser forte. Como mulher instruída, era considerada perigosa.

Com o passar dos meses, a guerrilha mudou sua localização muitas vezes. E em cada mudança, um novo comandante vigiaria e mandaria, na Ingrid e na Clara. E é incrível, que a cada mudança as coisas só pioravam. Nada melhorava. Havia um pequeno alento (como alguns momentos de diversão, o encontro de um conhecido raptado, etc), e o quádruplo de autoritarismo e sofrimento.

Tendo que lidar com o tédio, a maldade dos guerrilheiros que demonstravam seu poder das formas mais bárbaras possíveis. E além disso, ter que lidar com a incivilidade dos demais raptados. Me lembrou muito o que Saramago conta em Ensaio sobre a Cegueira. Como o poder corrompe e como a retirada de direitos básicos (como direito a saneamento básico), torna o ser humano no pior animal possível.

Aliás, não eram só adultos que eram raptados, crianças também o eram. Separavam os filhos dos raptados, para treinar para a guerrilha.

Apesar do medo da morte, falta de liberdade e da saudades da família e amigos, além é claro, de lidar com a mesquinhez, desconfiança e a inveja dos outros prisioneiros, nos seis anos em que esteve presa, Ingrid fez uma amizade belíssima com o Luncho. Uma amizade verdadeira e sem segundas intenções.

Foram seis anos numa constante tortura, perseguição, prisão, cadeados, falta de comida e de afeto. Seis longos anos. Que livro sensacional!

O único "defeito" do livro, é que queria ver fotos da Ingrid, trechos de jornal e cartas, etc. Mas não estraga, em nada, a experiência da leitura.
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@wesleisalgado 23/10/2023

Politicamente é uma histórica interessante, até pra conhecer o contexto das FARC, palavra tão ouvida nos jornais na minha adolescência.

Ouvi duas entrevistas da Ingrid e mesmo assim o relato dela não me pegou de alguma forma. A descrição da vida na selva é assustadora, mas em alguns momentos achei o tom poético demais, quase com contornos de fábula. E meio que contradizia o que eu tentava vivenciar através dos olhos dela.
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Di Morais 02/09/2023

Não há silêncio que não termine
Excelente biografia de Ingrid Betancourt, em que ela narra seus anos em cativeiro, nas mãos da guerrilha colombiana. Os momentos mais dramáticos de sua longa crônica de desventuras certamente são as desesperadas tentativas de fuga.
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Ellie 20/07/2023

Resiliência
A vontade de viver e reencontrar seus entes queridos foi a base para superar tantos momentos difíceis.
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giulia 10/01/2023

NÃO HÁ SILÊNCIO QUE NÃO TERMINE- INGRID BETANCOURT
O livro relata os detalhes inesquecíveis vividos pela autora na selva colombiana após ser sequestrada pelas farc. Ela ficou quase sete anos em cativeiro, sendo maltratada e humilhada pelos guerrilheiros diariamente.

Não me identifiquei muito com o gênero do livro, porém aprendi muitas coisas sobre as farc e também sobre a história de vida da Ingrid, que lutou muito todos esses anos para estar junto com sua família novamente.
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Marques 14/10/2022

Fascinante!!!
Esse livro foi um dos melhores que li esse ano, por conta dele li vários outros, você se apega a cada um dos reféns e quer saber mais sobre eles também, há os sequestrados políticos, os policiais e militares, e os 3 americanos, ainda tem a categoria dos sequestrados cambiáveis (em que se ?pede? dinheiro por eles).
Antes do livro da Ingrid, tem o livro Out of Captivity, escrito em conjunto pelos 3 americanos (está também na minha lista de favoritos), o livro da Ingrid me levou a ler outros 6, é interessante entender a versão de cada um, ao ler o livro da Ingrid peguei um pouco de ranço da Clara e do Keith, mas lendo a versão deles passei a entendê-los melhor, cada um dos grupos achava que o outro recebia melhor tratamento ou certos benefícios, achei linda a amizade da Ingrid com Lucho e Marc, e os três americanos que se conheciam a pouco tempo, mas que durante o cativeiro criaram laços de amizade tão forte que duram até hoje. Os sequestrados militares/policiais eram os mais esquecidos pelas autoridades, e muitos estavam há mais de 12 anos sequestrados, outros morreram após anos de cativeiro, outros voltaram para casa e seus cônjuges já tinham seguido outro caminho, os filhos já estavam adultos e começava outro drama na vida dessas pessoas que agora estavam em liberdade mas já tinham perdido praticamente tudo.
A escrita da Ingrid é maravilhosa!

Quem se interessar pelo livro dos outros reféns.

?Cautiva: Testimonio de un Secuestro
-Clara Rojas

?Out of Captivity: Surviving 1,967 Days in the Colombian Jungle
-Marc, Keith, Tom

?Law of the Jungle: The Hunt for Colombian Guerrillas, American Hostages, and Buried Treasure
-John Otis

?Luis Eladio Perez
7 años secuestrado por las FARC

?Mi Fuga Hacia La Libertad by John Pinchao

Letters to my Mother (Cartas para minha Mãe)
-Ingrid Betancourt
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Sabrina.Uliana 29/05/2022

Perfeito. Nada menos que isso.
Pensei muito sobre o que escrever sobre esse livro, mas, para mim, livros que contam uma experiência pessoal em situações tão adversas não podem ser criticados.

Até porque esse livro não merece qualquer crítica.

Ingrid passa quase 7 anos em poder das Farc, e consegue transportar o leitor a cada fase de seu cárcere, de forma que você sofre cada lástima e comemora qualquer pequena coisa.

Apenas leiam esse livro.
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Robtavares 09/02/2022

Necessário
Este livro eh necessário! Todos tinham que conhecer a realidade que ainda eh tão palpável. Uma honra conhecer Ingrid através dessas páginas.
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Debora 30/08/2021

Bom, impressionante.
Histórias reais sempre me fascinam, seja por conta dos detalhes verdades como pelos fatos históricos que tanto me fascinam e me fazem criar conexões com tantas outras histórias.

Este é um livro em que eu pouco conhecia da história, apenas de escutar nos noticiários da época. Minha curiosidade em descobrir como ela conseguiu sobreviver a 7 anos e o que isso a transformou.

O livro pode parecer um pouco confuso no começo, com nomes que não conhecemos, ou talvez seja difícil realmente imaginar a selva em que ela vive por nunca ter estado naquelas regiões. Mas também é uma prato cheio para dar asas à imaginação. O livro fala muito mais da superação, da insistência em viver e não se deixar abater, de nunca desistir das inúmeras tentativas de fugir.

Recomendo para quem gosta de histórias de superação, da riqueza de detalhes de situações e de um final que já sabemos como termina, mas não como ela conseguiu chegar até lá.
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Christiane 24/07/2021

Durante a campanha eleitoral para a presidência da Colômbia de 2002, Ingrid Betancourt, então candidata, foi sequestrada pelas FARC junto com sua comitiva. Era o dia 23 de fevereiro de 2002. Ela só será libertada pelo exército colombiano em uma operação montada que enganou os guerrilheiros em 02 de Julho de 2008. O livro relata estes seis anos e meio de cativeiro.

Um relato lúcido, objetivo que trata mais de sua introspecção frente a todas as dificuldades que passou e que não foram poucas. Humilhações, ofensas, fome, doenças, a psicologia do agressor, o comportamento dos outros reféns.

No início as suas dificuldades quando se viu num mundo totalmente oposto ao que estava acostumada, e sem o poder que estava acostumada a exercer. Era uma mulher orgulhosa, segura, determinada e autoritária, que intimidava os outros, e agora aos poucos ela irá aprender a obedecer e se calar, mas o que mais me impressiona é sua capacidade de não perder a dignidade diante de uma situação onde normalmente a vítima acaba se submetendo por medo para não sofrer represálias, e Ingrid em momento algum demonstra este medo e não se deixa levar pela psicologia do opressor que pretende culpabilizá-la pelas represálias. Em um momento ela diz que é seu direito tentar fugir e recuperar sua liberdade e é função do captor tentar mantê-la presa.

Este modo de agir muitas vezes incomoda seus companheiros, seja pela inveja por ela obter o que deseja, ou seja pelas represálias que atingem a todos. Eles a consideram egoísta, arrogante. Porém Ingrid também reconhece sua mesquinhez em vários momentos, onde irá lutar por um espaço melhor, pelo prato de comida ou a fatia maior de uma torta. Como julgá-los? não devemos, cada um por si lutando por sua vida e esperando a libertação.

O livro nos mostra a face do ser humano quando está em condições limites, aprisionado, humilhado, com medo, sem recursos, sem sua família, tendo que viver na selva, em meio a sujeira, frio, umidade, animais e insetos terríveis como formigas, carrapatos, e outros que queimam como ácido, sofrendo de doenças sem remédios e recursos, sem ter sua intimidade preservada, tendo que fazer suas necessidades diante de todos, e as mulheres sem absorventes higiênicos, sem alimentação adequada baseada principalmente em arroz, além de suportar a opressão, o uso do poder por parte de seus captores. Cada um reage diferente, uns tentam se aproximar do agressor, ser simpáticos com eles querendo com isto garantir o seu, outros se afastam e se calam, se isolam, outros simpatizam e se afeiçoam ao agressor, e alguns fazem como Ingrid. Não há o que dizer, cada um se defende como pode de acordo com aquilo que é.

Do outro lado vemos uma guerrilha composta de jovens e crianças, imaturos ainda por um lado mas embrutecidos por outro. O prazer que eles obtém em usar o poder para humilhar àqueles que consideram seus opressores na vida e que os obrigaram a estar ali, é a ideologia que opera considerando os burgueses os culpados por tudo. Não que eles tenham um vida boa, muitas das mulheres aderiram para escapar à prostituição, preferem ter que estar com alguns guerrilheiros ou ser a namorada de um deles, do que se prostituir com todos, e ali pelo menos elas tem proteção e não passam fome.

Sem analisar a situação em que todos se encontram podemos ter a tendência a ver o pior do ser humano, quando aqueles que estão na mesma situação ao invés de se unirem são os primeiros a delatar o outro, a reclamar quando, por exemplo, Ingrid foi levada numa rede numa mudança de local, por estar com malária e incapacitada de andar e seus companheiros a acusavam de estar fingindo. O olhar de satisfação dos que a recebiam diante de mais uma fuga frustrada, porém a própria Ingrid consegue compreender isto, como se sente o que fica diante daquele que conseguiu a liberdade de volta. Só que ele não tenta, não se arrisca, mas irá sofrer as represálias junto em várias ocasiões.

As tentativas de fuga, que desespero, por mais que se tenha planejado, pensado, na hora o medo se apodera da pessoa. Um medo que tanto paralisa como serve de impulso. Quando eram pegos novamente, todo o sofrimento, a violência, humilhação e que os raptores diziam ser culpa dela, se não tivesse tentado fugir... Mas quem não iria querer fugir? Eles se colocam como se fossem bons e que ela se rebelou, e no entanto esquecem que são eles os agressores.

Por outro lado entre os guerrilheiros também vemos o lado bom deles, são jovens, brincam, dançam, muitas vezes eles ajudam aos reféns, mostram um lado mais humano, mas estão constantemente sob vigilância também, entre eles também há os delatores, a competição. O agressor não é o monstro, ele também tem seu lado bom. E do lado dos reféns também há cooperação, há ajuda, como quando um deles sofre um infarto e o outro lhe cede a aspirina que foi negada pelas FARC, ou o desespero de Ingrid para socorrer seu amigo diabético. As palavras que trocam, e também os momentos em que riem.


Recomendo a leitura, é uma lição de vida, um mergulho no ser humano.
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Eliete 02/05/2021

É sobre a narrativa da Ingrid Betancourt, ex-candidata à presidência da Colômbia, que foi sequestrada pelo grupo guerrilheiro das FARC em 2002.

Desde o seu sequestro até a sua libertação, se passaram quase 7 anos e no livro ela relata como foram essas anos de cativeiro que se passou na selva colombiana.

Traz relatos pessoais emocionantes sobre como lutou pela vida psicologicamente, fisicamente, enquanto era destruída enquanto ser humano vivendo por vezes acorrentada e em condições sub humanas.

Mais do que trazer a sua história, o livro traz uma força pela vida que nos é passada continuamente enquanto ela tenta aguentar dia após dia, sem saber se seria morta ou se viveria o resto de sua vida presa.

De fato, é um livro marcante pela lição de vida e resiliência, ainda estou emocionada e sob o efeito da leitura.
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