spoiler visualizarCarol 18/04/2024
Wow. RESENHA COM MUITO SPOILER MESMO, não recomendo ler se vc não leu o livro
O livro começa narrando a vida de três jovens de cerca de 20 anos, que trabalham na empresa de T.I., Corporação Global de Computação Gráfica, que tinha 200 funcionários. Ashley Patterson, é uma mulher sutil, com aparência esbelta e que, nos últimos meses, está sendo perseguida por alguém, que ela não sabe quem é nem como explicar isso para alguma autoridade. Toni Prescott é uma jovem brincalhona, divertida, com espírito rebelde de adolescente, gosta muito de tocar piano e cantar. Nasceu em Londres e tem uma amiga chamada Alette Peters. Esta, que nasceu em Roma e é uma mulher de personalidade tímida, de fala doce e grande gentileza. Muitos dizem ser muito bonita, atraente, esbelta, etc… Seu hobbie é pintar. O livro narra os acontecimentos principalmente na visão de Ashley, porém tem momentos que a visão muda para Alette e Toni.
Ashley, quando tinha 18 anos, teve a sua primeira e mais marcante paixão. Jim Cleary era seu namorado, na época em que ela morava em Bedford, um jogador de futebol americano e o menino mais disputado da escola. O pai de Ashley não aprovava tal namoro e dizia que não era uma boa ideia sair com ele. Os dois queriam fugir para Chicago e, juntos, construir uma vida lá. Porém isso não foi possível, já que ele não apareceu na ferrovia, lugar que tinham combinado de se encontrar para ir embora. Depois disso, Ashley e seu pai se mudaram para Londres, onde ela se forma e começa a trabalhar.
A história gira em torno de pequenos romances que as personagens têm, que sempre acabam com algum tipo de insinuação de que eles iam para cama, mas as personagens sempre recusam. Todos esses homens que saíram e queriam ir para a cama com elas; Jim Cleary, Dennis Tibble, Richard Melton, Jean Claude Parent e o delegado Blake; são encontrados, não muito tempo depois, mortos e castrados. Nesse meio tempo, nesses assassinatos, são encontradas várias digitais, que apontam todas para a mesma pessoa. Ashley Patterson.
Por conta disso, Ashley é presa e acusada de assassinato, algo que ela alega com veemente certeza que não havia cometido. Nesse momento, um novo personagem é adicionado à trama. David Singer, um advogado que o pai de Ashley escolhe para fazer a defesa de sua filha. Só havia um problema: David era advogado publicitário, então não atuava diretamente em casos criminais.
Apesar de todo o problema apresentado, o advogado acaba aceitando o caso e vai ler sobre o mesmo e descobre a resposta, mesmo que vaga, para uma pergunta.
Qual seria o motivo de Ashley, que nem conversava com Alette direito, muito menos com Toni, essa que nutria grande antipatia em relação à Ashley, matar um de seus romances? Simples. Elas eram todas a mesma pessoa. Segundo o psicólogo que fez seu diagnóstico, Ashley apresentava DPM ( Distúrbio de personalidade múltipla) e Toni e Alette eram seus altares egos, que são resultados de um trauma passado.
O livro conta todo o processo judicial, que é um pouco chato de ler, confesso, já que é muito repetitivo, mas é uma parte do livro em que o leitor fica muito apreensivo para saber o que vai acontecer, se ela vai ser solta ou receberá pena de morte. Acaba que David consegue vencer o caso e, no futuro, resolve mudar para a área criminal da advocacia.
Após o caso ser encerrado, Ashley é mandada para um hospital psiquiátrico, onde trataria de sua condição. Lá é onde toda a revelação e explicação da história acontece. O médico, Dr. Keller, vai aos poucos conquistando sua confiança, porém mesmo depois de um ano se passar, nenhum avanço era apresentado. Isso tudo mudou com uma carta do dr. Patterson, pai de Ashley, dizendo que iria visitá-la. As coisas estavam indo bem, até que, ao ver seu pai jogando uma garotinha para cima e brincando com ela, uma memória é desbloqueada. Ashley lembra de um momento, vendo uma garotinha sendo jogada na cama e um homem dizendo que seria algo bom, que ela gostaria, enquanto a garotinha pedia para parar. O homem era o Dr. Patterson e a garotinha, Ashley.
Essa é a grande revelação do livro, o seu trauma. Toni explica que ela nasceu em Londres, onde ocorreu o primeiro caso de abuso sexual, aos seus 6 anos de idade. Já Alette, nasceu quando Ashley tinha 8 anos, em Roma, onde seu pai a penetrou à força. Ambas nasceram, pois Ashley não sabia como lidar com a situação, então apagou-a da memória, e criou esses dois altares deixando Toni e Alette com as recordações.
Depois disso, o tratamento começa a evoluir. Dr. Keller explica para Ashley que Toni havia cometido todos os assassinatos com a intenção de protegê-la dos abusos sexuais cometidos e que queria juntá-las. Apesar da resistência de Ashley em conhecê-las e de Toni em fazer o bem para Ashley, elas deixam que o doutor junte-as e, no final, Ashley é finalmente curada de sua condição.
Um final muito bonito, mas como escritora da resenha, tenho que dizer que o fato de que o Dr. Patterson não ter sido preso, me decepcionou profundamente. Isso faz com que a outra filha dele possa passar pela mesma situação que Ashley passou. Porém o livro, em geral, foi uma experiência incrível e, relendo a primeira parte, me pego pensando como não tinha percebido que elas eram a mesma pessoa…
Alguns pontos que eu não citei no resumo, mas achei interessantes:
A mãe de Ashley era sempre citada pelas personagens quando algo importante ou algo que ela reprovaria acontecia, por exemplo, quando Toni recebe uma oferta de ir cantar em Broadway, mas recusa, ela diz " Broadway". Você ouviu isso, mamãe? “ e no final do livro, é revelado que a mãe de Ashley a odiava, pois não acreditava que seu pai a abusava, tinha muita raiva, que eu interpretei como mera inveja, dos talentos artísticos de Ashley, desmerecendo sempre que podia suas pinturas e sua voz quando cantava.
A Alette estava disposta a conversar com a Ashley, mas a Toni a impedia, dizendo que era bobagem e que ela não deveria saber da existência das duas. É possível perceber, através disso, que Toni era o altar dominante, que tinha muita raiva do pai de Ashley, um dos motivos pelo o qual ela não queria se juntar à Ashley, além de ter medo dela não ter a capacidade de se cuidar, assim como foi em todas as outras situações de abuso.