Rick-a-book 14/09/2010
Onde foi parar a ação?
Abraham “Bram” Stoker, é o celebrado autor de um dos mais rentáveis anti-heróis de todos os tempos: o conde Drácula. Pois devia ter parado por aí.
Stoker já havia escrito alguma coisa antes de publicar Drácula, mas pouca gente sabe disso e agora eu sei o motivo. Drácula é de 1897 e The Lair of the White Worm, também conhecido pelo majestoso título The Garden of Evil, de 1911, um ano antes de sua morte.
O esquema do livro é o seguinte: um jovem australiano recebe um convite para ir morar com seu tio-avô na Inglaterra, por serem os últimos exemplares de sua quase extinta família. Assim que o jovem chega, coisas estranhas começam a acontecer: o herdeiro de uma propriedade vizinha vem tomar posse - depois de cinco gerações de afastamento – de sua torre, mas durante isso, ele se diverte hipnotizando e eventualmente levando uma moça da região à morte; uma atraente, porém fria e enigmática mulher se intromete nos negócios de muitas pessoas; a lenda de uma minhoca gigante, que deveria ser algo entre uma serpente gigante e um dragão sem membros, vivendo nos arredores; uma pandorga em forma de falcão paira sobre os ares, espantando aves que enlouqueceram sem motivo aparente. Exatamente isto aqui que acabei de contar, sem cortar ou inventar nada.
Mas as coisas ó pioram e ficam mais confusas. O jovem australiano começa a suspeitar da mulher atraente e do herdeiro hipnótico, mas acaba se casando com a prima da moça hipnotizada. O herdeiro fica louco por causa de sua obsessão com a pandorga em forma de falcão. A mulher atraente era, de alguma forma desconhecida, ligada à minhoca branca – se é que não era a própria – e morre numa explosão ocorrida por que uma tempestade cheia de raios inflamou a dinamite colocada num buraco no porão de sua mansão.
Muitos poderiam argumentar que a versão restante do livro conta com apenas vinte e oito dos quarenta capítulos originais, portanto, “dando a impressão” de que falta algo para completar as lacunas. Não. Trata-se apenas de um livro ruim. Não tem ação, não tem emoção, não tem romance, não tem filosofia, não tem nada. Total perda de tempo.
O livro também conta com uma adaptação para o cinema em 1988. O filme conta com a participação de Hugh Grant no papel principal (o rapaz australiano, pois se fosse como minhoca não mudaria muito seu estilo de interpretar). Deve, não, TEM que ser pior do que o livro.
“A Toca da Minhoca Branca.” Meu deus, onde é que eu estava com a cabeça quando fui querer ler isto?