Carolina 28/05/2024
A negligência com as crianças
Com o passar da leitura, o personagem Zezé foi me cativando cada vez mais. O que mais me deixou triste foi ver o que ele passou quando criança, algo que muitas crianças enfrentam atualmente, sofrendo vários tipos de violência dentro de suas casas, por pessoas que deveriam cuidar delas. Essas crianças podem sofrer tanto violência física, quanto moral e sexual, e poucas vezes são resgatadas dessas situações e dessas pessoas.
O que mais amei na história foram as referências que o autor fez com o tempo em que estava vivendo, como as situações que aconteciam, por exemplo, a queda da bolsa de valores que resultou no desemprego do pai de Zezé, a diminuição dos povos indígenas e a personalidade da mãe de Zezé, que ele amava pelo fato de ela ser sem vergonha, ao contrário de sua irmã mais velha. Há várias outras situações que se assemelham à nossa realidade, mas falando agora de algo mais pessoal para mim, foi por isso que fiquei tão abalada ao ler o livro, mesmo amando a escrita.
Eu conheci alguém que passou por muitas coisas semelhantes a Zezé, mas, no caso dele, não teve ajuda ou companhia que durasse, ao contrário de Zezé, que tinha alguém por perto, embora por pouco tempo. Eu queria estar lá por ele, o que me entristece por não poder me aproximar tanto. A pessoa de quem falo é meu irmão de 6 anos, que não é meu irmão de sangue, mas a quem amo tanto que daria minha vida por ele.
Este livro se tornou o meu favorito da literatura clássica.