Carolina.Lausmann 26/05/2024Saga familiar e história do RSOuvi falar muito do livro há alguns anos atrás, quando estavam gravando o filme baseado no livro, principalmente pois muitas das cenas foram filmadas aqui em Bagé, minha cidade, onde construíram uma réplica de Santa Fé para o filme.
Gostei bastante da narrativa do Érico Veríssimo, é bem fluida, ele mistura história da formação do Rio Grande do Sul como estado com figuras de nomes conhecidíssimos junto com os personagens criados por ele. O livro possui alguns regionalismos, que particularmente me tiraram algumas risadas (pois muitos são usados de verdade até hoje), mas que não prejudicam o entendimento do leitor que não tem conhece os termos.
A respeito das personagens, adorei an Ana Terra. Mulher forte, resiliente e corajosa, que luta por sua família e por sua terra com uma coragem incomparável. Torci muito por ela!
Outra figura que me impressionou foi o capitão Rodrigo Cambará. Antes de ler o livro, eu tinha na mente a imagem do Thiago Lacerda na minissérie, onde Rodrigo é retratado de uma forma muito mais suave e romantizada. No entanto, ao ler o livro, fiquei chocada ao descobrir como o personagem é, na verdade, um péssimo indivíduo. Veríssimo não poupa na construção de Rodrigo, mostrando suas falhas, seus comportamentos problemáticos e atitudes controversas. Isso me fez repensar totalmente minha visão sobre ele.
O contraste entre a adaptação televisiva e a obra original de Veríssimo me fez valorizar ainda mais a profundidade e a autenticidade da narrativa do livro. "O Continente - Volume I" não é apenas uma saga familiar, mas também um retrato fiel e muitas vezes cruel da formação do Rio Grande do Sul. As histórias e os personagens são tão ricos e reais que parece que estou ouvindo histórias dos meus próprios antepassados (uma observação especial para as famílias de ?colonos? alemães que chegam a Santa Fé, onde um dos personagens possui o mesmo nome que meu avô).