Aspectos do novo radicalismo de direita

Aspectos do novo radicalismo de direita Theodor Adorno




Resenhas - Aspetos do Novo Radicalismo de Direita


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Toni Nando 27/05/2024

Adorno ??
LIVRO: ASPECTOS DO NOVO RADICALISMO DE DIREITA
AUTOR: THEODOR W. ADORNO
TRADUÇÃO: Felipe Catalani
PUBLICAÇÃO: São Paulo, 2020.
EDITORA: UNESP
DATA: 21/05/2024
NOTA: 10


Theodor Ludwig Wiesengrund Adorno nasceu em Frankfurt, 11 de setembro de 1903 e faleceu, 06 de agosto de 1969 foi um filósofo, sociólogo, musicólogo e compositor alemão. Representante ilustre da escola de Frankfurt e estudante incansável foi critico ferrenho do fascismo e do que chamou de indústria cultural e influenciou bravamente a nova esquerda europeia.
?Nesta obra Adorno aborda vários aspectos do fascismo de direita e sua ascensão. O neofacista surge diante de uma promessa de livrar o país da precária situação econômica que vive, mesmo que as projeções mostre o contrário. Usufruindo a oportunidade à burguesia, na qual está na espreita e esperançoso por um caos, aproveita para ?passa a boiada? assim como foi no Hitlerismo (pois essa obra tem o pano de fundo o governo hitleriano) no qual queria passar com a maquina indutrializadora, eles pregavam que a crise alemã era por culpa da democracia, com isso mostrava que só um autoritário como Hitler tinha força para fazer a Alemanha crescer economicamente, com isso criavam os demônios culpados, e dava-se inicio a perseguição e os ataques. Com essa ideia de futuro auspicioso, eles moviam e controlavam as massas para buscar os lucros que só atendem a burguesia e o patronato e destrói a democracia.
?Um dos objetivos de destruir a democracia é devolver o poder pleno aos patrões, com isso eles voltam a dominar a força de trabalho e retiram vários direitos trabalhistas. Tudo isso com ajuda da milícia e de outros poderes e órgãos de autoridade com interesses escusos, tendo esse poder em mãos eles ?mantem a disciplina? com violência sem qualquer possibilidade de sublevação.
?Essa mostra violenta sempre traz a tona o racismo que funciona ideologicamente como uma projeção de poder, usualmente concreto, material ou sexual. Fazendo isso eles destroem os grupos que eles jugam culpados pela ?crise do país.?
?Um dos elementos mostrado por Adorno no qual vale a pena ser observado com atenção, é que quando tudo aparenta estar bem os radicais de direita criam um clima de fim de mundo e de catástrofe iminente, gerando o que ele chama de estado de exceção moral, a partir daí se criam dois grupos os que se sentem temerosos e os que se sentem desejosos. Os temerosos se preparam criando bunkers, estocando comida e etc. os desejosos se entregam ao final do mundo ansiando que tudo acabe mesmo.
?Adorno também mostra que mesmo não parecendo, o nacionalismo continua difundido entre nós, mas não apenas com grupos burgueses; auxiliado por um instituto de pesquisa, descobriu-se que o medo das consequências dos desenvolvimentos gerais da sociedade é um fator importante para as pessoas apoiarem o fascismo e o propagarem. A pesquisa também mostra que os mais atingidos por esse fascismo são os pequenos comerciantes no qual são imediatamente afetados pelos grandes atacadistas e os departamentos de varejo, e o outro grupo bastante afetado são os agricultores que se encontram em crise permanente.
?Outro aspecto a se observa é o agrupamento político no qual sobrevive aos sistemas de catástrofes. Adorno esta usando a Alemanha como exemplo e mostra que o movimento antissemita resiste desde 1880, até os dias atuais grupos políticos nazistas continuam surgindo.
?Adorno faz um alerta aos jovens no qual desejam ingressar como apoiadores da extrema-direita, que fique claro que esse tipo de política o conduzira a desgraça e que essa desgraça é refletida de antemão como uma profecia, Hitler costumara a dizer, repetidas vezes, que daria um tiro na cabeça se não conseguisse o que queria. Se quisermos confrontar essas coisas devemos ficar atentos a quem as propagandas se dirigem, os jovens devem ser alertados que a fetichização pela opressão militar os levará a desgraça. ?
?Adorno explica que nunca houve uma teoria formada pelo fascismo, ele se tratava apenas de poder e dominação incondicional. E esse movimento no qual tem o espirito em segundo plano, afetou consequentemente a propaganda, que tem como objetivo controlar psicologicamente as massas, que por baixo disso está o modelo da personalidade fixada na autoridade, hoje tal como na época de Hitler ou em qualquer época e lugar do mundo. Essas tendências de propagandas enganosas alimentam inconscientemente a personalidade fixada na autoridade, essas personalidades não tomam consciência através da propaganda, pelo contrário eles as reprimem mais no inconsciente e as mantem lá artificialmente.
?A propaganda explicada pelo Adorno é o que conhecemos hoje como Fake News, na época de Hitler as propagandas mentirosas carregavam dados, números e conhecimentos que eram difíceis de verificar, isso dava um tipo especial de autoridade para aquele que o enunciava. Mesmo com toda tecnologia atual a indústria das Fake-News continuam a manipular as massas que se recusam a verificar os fatos verdadeiros.
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Ana Júlia 19/04/2024

O livro consiste numa conferência ministrada por Adorno nos EUA em 1967, na qual encontra-se toda a força da teoria crítica contra o fascismo e, por extensão, o capitalismo. o livro é mais atual que nunca. e essa edição está especialmente caprichada, com otimos textos complementares.
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Eduardo634 23/03/2023

Diferentemente do esperado de um livro do Adorno, por se tratar de uma palestra - e especialmente por visar falar de um tema contemporâneo ao autor -, é de fácil leitura e se mostra, do início ao fim, atualíssimo. Sua análise sobre a aliança entre aqueles que chama de "desempregados potenciais" no suporte a projetos da direita radical parece ter sido escrito por alguém que viveu o Brasil de 2018-2022.
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Lista de Livros 18/06/2022

Lista de Livros: Aspectos do novo radicalismo de direita, de Theodor W. Adorno
(Introdução de Felipe Catalani)

“A persistência da lógica da acumulação de valor na Alemanha nazista não ocorria sob uma economia estatizada (como na União Soviética), visto que setores significativos dos meios de produção permaneceram sob controle privado. Após a dissolução dos sindicatos, Robert Ley, chefe da Frente Alemã para o Trabalho (Deutsche Arbeitsfront, que havia substituído todos os sindicatos após 1933 e que cimentava a conciliação de classes sob Hitler ao formar o que chamavam de “comunidade do trabalho”, promete conceder “autoridade absoluta ao dirigente natural da fábrica, quer dizer, ao patrão”, e que os patrões vão ser agora de novo o ‘dono da casa’”. Os plenos poderes patronais indicam, portanto, menos um processo de racionalização econômica total e sem frestas do que uma gangsterização da economia, vinculada também ao poder paralelo exercido pelas milícias fascistas — algo observado de forma intensa na Itália, onde o squadrismo foi responsável por aniquilar todo o aparato dos comunistas e do movimento operário, abrindo o caminho para a ascensão de Mussolini. Com o patronato mafializado, garantia-se ao mesmo tempo a disciplina da força de trabalho e combatia-se, com meios extralegais, toda possibilidade de sublevação. Portanto, a ditadura fascista não iria abolir a “anarquia da produção de mercadorias” (Marx), mas garanti-la. Na contramão da interpretação de Pollock, para quem o advento da ideia de “capitalismo de Estado” e do diagnóstico do fim da era liberal do capitalismo representaria a passagem do primado da economia para o primado da política, Neumann analisava que “a competição, e mesmo a competição selvagem, continua funcionando. A iniciativa empresarial não está morta; ela é vital como antes e talvez agora ainda mais. O poder motivante da expansão é o lucro. A estrutura da economia alemã é a de uma economia completamente monopolizada e cartelizada”. Tratava-se então de compreender o fascismo como “a organização terrorista das contradições do capitalismo”, e não a suspensão dessas contradições.”
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(Livro)

“Não se deve subestimar esses movimentos (radicais de direita) devido a seu baixo nível intelectual e devido a sua ausência de teoria. Creio que seria uma falta total de senso político se acreditássemos, por causa disso, que eles são malsucedidos. O que é característico desses movimentos é muito mais uma extraordinária perfeição dos meios, a saber, uma perfeição em primeiro lugar dos meios propagandísticos no sentido mais amplo, combinada com uma cegueira, com uma abstrusidade dos fins que aí são perseguidos. E creio que justamente essa constelação de meios racionais e fins irracionais, se eu puder expressar de forma abreviada, corresponde de certo modo à tendência geral civilizatória que resulta em uma tal perfeição das técnicas e dos meios, enquanto, na verdade, a finalidade geral da sociedade é ignorada. A propaganda é genial, sobretudo pelo fato de que, nesses partidos e movimentos, ela nivela a diferença, a diferença inquestionável entre os interesses reais e os falsos objetivos simulados. Assim como outrora com os nazistas, a propaganda é realmente a substância mesma da coisa. Se os meios são substituídos pelos fins em uma medida crescente, então pode-se quase dizer que, nesses movimentos de direita radical, a propaganda constitui, por sua vez, a substância da política. E não é nenhum acaso que os assim chamados líderes [Führer] do nacional-socialismo alemão, Hitler e Goebbels, eram justamente, em primeiro lugar, propagandistas; e a produtividade e a fantasia deles entrou na propaganda.”
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Larissa.Cifarelli 20/01/2022

Comunismo tornou-se puramente uma palavra para assustar
Acho que até se tornou repetitivo em minhas resenhas colocar "parece nossa realidade política atual" pois é, mas vou repetir.
Esse livrinho com uma conferência tem um peso tão grande em suas poucas páginas.
Tantas reflexões, anotações e questionamentos. Vale a pena pegar um dia para ler e refletir. Precisamos elaborar pois a história está se repetindo.
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Livia.Escudeiro 11/08/2021

“Quem não quer falar sobre capitalismo, deveria calar-se sobre o fascismo”. A frase de Horkheimer, dita ainda durante a guerra, ecoa por todo o livro e destoa do entendimento sentimental da barbárie cometida pelos nazistas como, simplesmente, uma vocação para o mal. Ainda nas palavras de Horkheimer, o fascismo não é um acidente, mas “a verdade da sociedade moderna”.

O livro traz os comentários de Adorno numa Conferência na Universidade de Viena, em 1967, época em que um novo radicalismo de direita começa a surgir na Europa, ainda tomada pelo espírito de paz pós guerra, pelo fortalecimento da democracia liberal e do capitalismo. A apresentação, escrita pelo tradutor Felipe Catalani, intitulada “Depois da meia noite no século: Adorno e as análises do fascismo”, traz aspectos importantes sobre o papel do capital no Terceiro Reich.

Logo no início, Adorno afirma que não pretende fornecer uma teoria completa, mas tentar ressaltar elementos sobre os quais nem todos estão cientes: o fascismo foi derrotado militarmente, mas não as condições que o causou, e pontua as principais estratégias e características do fascismo em um texto curto, de 32 páginas, mas muito potente (meu livro está quase inteiro grifado). E, claro, durante a leitura fica evidente a semelhança com as estratégias do (des)governo atual do Brasil, o que torna a leitura extremamente relevante pois, como finaliza Adorno em seu discurso devemos “aprender os truques, dar a eles nomes bastante drásticos, descrevê-los com precisão, suas implicações e, de certa forma, tentar assim vacinar as massas contra esses truques”. Para combater o fascismo é preciso, antes de tudo, entendê-lo.

site: https://www.instagram.com/deversoemprosa/
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Pablo Paz 23/06/2021

Embromation
Não é um livro, é só uma palestra que poderia ter sido publicada no blog da editora. Das 104 págs., menos de 1/3 (só 32) são do próprio autor, o resto é prefácio, introdução e lenga-lenga de especialistas. Adorno tem muitos escritos sobre o assunto, poderiam ter feito uma coletânea à altura. Mas como vivemos no capitalismo, se a editora 'errou' nesse livro meia-boca, por outro lado, acertou em aproveitar o momento político atual e vender Adorno que nem água. A indústria cultural agradece.
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Gi 14/06/2021

Essencial
Esse livro nos mostra os perigos do radicalismo da direita e como essas ideias sempre estão na sociedade, que nunca chegaram a ser enterradas.
Adorno faz uma análise importante e que deve ser lida principalmente no momento em que estamos no Brasil.
Recomendo.
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umreplicante 29/05/2021

O fascimo prevaleceu.
Isso não é bem um livro. É uma palestra. Então dá para ler em uma tarde. E reler em outra. Uma vez que o conteúdo, por mais que pareça claro e fácil, é denso - e necessita reflexão.
Adorno descreve alguns truques usados pela extrema-direita para continuar fazendo alusão ao nazismo e ao fascismo sem cair na censura. A negação da verdade e o senso de patriotismo são extremamente importantes, e como os aliasos fracassaram na forma como lidaram com o nazismo, absolvendo a maioria dos genocidas e ficando quietos sobre seus efeitos com o fim da guerra, essas táticas funcionam perfeitamente para uma sociedade que está alheia da verdade. Acreditando muitas vezes que os Nazistas foram perseguidos e que os fascistas hoje pregam a verdadeira democracia.

Um ótimo livro para entender como a construção do fascismo hoje acontece. Recomendo.
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JoAo.Eduardo 30/04/2021

Terrível pensar o quanto o radicalismo de direita atual é similar ao de tempos passados. Somente me resta uma pergunta em mente: tal similaridade é coincidência ou um projeto político?
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jhagmolina 21/04/2021

Livro visionário de Adorno transcrito numa palestra de 1967
O autor já em 1967, quando ainda era prioritário o Estado de bem estar social na Europa e América do Norte, além de estarmos dentro dos chamados 30 anos gloriosos do capitalismo, já elencava elementos importantes para se entender o ressentimento pós segunda guerra e no que iria se constituir a nova direita extremada com suas raízes no neonazismo e neofascismo.
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Saori 9¾ 31/03/2021

Quem não quer falar de capitalismo deveria calar-se sobre o fascismo.

-Horkheimer

Adorno aborda vários pontos interessantes como a pseudociência desse sistema. O sistema impera fazendo com que informações verídicas venham ser questionadas e desacreditadas.
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juliajunq 20/03/2021

Aspectos do novo radicalismo de direita explicados
O livro é uma transcrição de uma palestra do sociólogo na qual são discutidos os traços mais marcantes da corrente conservadora de direita no cenário do pós-guerra a partir de 1960. A atualidade do livro surpreende, por descrever detalhadamente a organização dos partidos políticos da direita contemporânea. De forma sucinta, Adorno passa pelos pontos principais do cenário político. Livro absurdamente bom, recomendo muito. A leitura é fácil também, tanto o prefácio quanto o posfácio explicam e acrescentam tópicos importantes ao discurso.
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