Futuro ancestral

Futuro ancestral Ailton Krenak




Resenhas - Futuro ancestral


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camila del rio 20/09/2024

Futuro ancestral
comecei a ler Futuro Ancestral assim que terminei Ideias Para Adiar o Fim do Mundo. ambos introduzem temáticas voltadas para as múltiplas formas de vida que devem coexistir na natureza, mas este paira sobre a ideia da educação, da comunhão com a terra, das cidades e da pandemia da covid-19.

assim como no livro anterior, Krenak segue expondo seus pensamentos de maneira inteligentíssima e eloquente, abordando as relações entre cada circunstância que compõe a sociedade urbana e o cenário de completa destruição em que nos encontramos atualmente.

entretanto, minha única ressalva em relação a esse livro é que é uma leitura muito mais densa, um pouco menos relaxante e fluida do que a de Ideias Para Adiar o Fim do Mundo. não que isso seja um problema, mas acaba fazendo com que o leitor precise de muito mais atenção para entender o que está escrito em cada frase, cada parágrafo. ainda assim, as temáticas enunciadas por Ailton Krenak seguem sendo extremamente atuais e importantes para qualquer brasileiro ? melhor, qualquer ser humano.
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Consuelo 18/09/2024

Mais um texto assertivo de Krenak. A secção criada entre o homem e a natureza, como se fossem dois elementos distintos e não intrínsecos e simbiônticos não pode deve normalizada. A busca ?pelo passado?. Só o retorno ao nosso lugar enquanto parte integrante do planeta poderá garantir um futuro.
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fra5n 18/09/2024

O futuro não é esperançoso
Eu sou uma pessoa pessimista. De verdade, não é uma afirmação exagerada. Na terapia, descobri que meus pensamentos caminham com muita facilidade para uma linha altamente catastrófica (risadas nervosas). Isso significa que minha distorção mental sempre foca nos piores contextos possíveis para os problemas que vivencio. Ler Futuro Ancestral, como era de se esperar, não me deixou nada otimista. Isso é totalmente um problema dos meus problemas mentais, e não do livro. Não estou dizendo que Ailton Krenak remove esperanças; na verdade, acredito que ele tenta ajudar nós, não indígenas, a encontrar um rumo para sair desse limbo desesperançoso.

Não acho que posso acrescentar qualquer comentário útil à discussão sobre o que o futuro nos espera. Não que eu ache que toda resenha literária precise contribuir com algo. A questão é que, sendo naturalmente pessimista, nem mesmo o consolo de Krenak me permitiu sentir esperança. Dizer que pensar demais sempre foi meu problema é um vasto eufemismo. O futuro sempre me assombrou, e não me refiro apenas às questões ambientais emergentes que estamos vivenciando. O sentimento de desconexão com a realidade e o desapego em relação à minha própria existência me afligem desde os 11 anos, sim, eu sei. Com 23 anos, e finalmente aprendendo a lidar com a enxurrada de pensamentos que tenho, ainda não consigo me desapegar totalmente da desesperança. Foram muitos anos tendo-a como aliada. E Ailton fala disso e muito mais.

Ler Futuro Ancestral não me foi incômodo; para uma pessoa que vive há muitos anos apenas pensando no pior, refletir sobre a atual situação do Brasil e do mundo não me incomoda, me enfurece. Tanto que, por vezes, fico sem ar. Confesso um quê de prepotência da minha parte em escrever sobre este livro sem realmente discuti-lo. Eu poderia mencionar que, em 2022, o desmatamento no Brasil, sobretudo para o agronegócio, respondeu por quase metade das emissões de gases de efeito estufa, ou que, nos primeiros seis meses de 2024, o Cerrado perdeu 347 mil hectares de vegetação nativa, uma área equivalente a três vezes a cidade do Rio de Janeiro. É mais comovente ser específico ou trazer fatos gerais?

Pensando que está longe das minhas capacidades acrescentar qualquer argumentação que já não esteja sendo discutida mundialmente, me limito apenas a citar alguns trechos do livro.

Em ?Saudações aos rios?, Ailton fala sobre o abuso aos rios e o descaso da humanidade com esse bem tão precioso. Como um recurso abundante e renovável pode estar se tornando escasso? Simples, rios e lagos são os ecossistemas mais degradados do planeta.

Em ?Cidades, pandemias e outras geringonças?, ele escreve que a pandemia não veio para ensinar nada, mas para devastar nossas vidas. ?Se você está achando que alguém que vem para te matar vai te ensinar algo, só se for a correr ou a se esconder. Os brancos que me perdoem, mas eu não sei de onde vem essa mentalidade de que o sofrimento ensina alguma coisa. Se ensinasse, os povos da diáspora, que passaram pela tragédia inenarrável da escravidão, estariam sendo premiados no século XXI. Eu não tenho nenhuma simpatia por essa ideia; não quero aprender nada às custas de sofrimento?.

De forma geral, Futuro Ancestral é provocativo e reflexivo (e bota reflexão nisso). Krenak, grandiosamente, nos apresenta sua percepção de mundo e nos oferece a oportunidade de refletir não sobre o futuro, mas sobre o presente, sobre o cotidiano e o que estamos fazendo com ele.
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Eloah98 17/09/2024

Cirúrgico e necessário
Krenak soube conversar muito bem com a gente, a galera urbana, ?civilizada?, ocidental, mas que tá de saco cheio de ignorar tudo o que deu errado na nossa forma de ser sociedade e indivíduo. Em poucas palavras, Krenak consegue trazer reflexões e alternativas práticas que coexistem com a nossa, mas que não temos acesso por estarmos tão imersos em uma bolha alienante e exaustiva.

Linguagem gostosa. Livro curto e cirúrgico. Leitura que restaura a vontade de ser criativo com a vida, de escutar o coração que pulsa por uma forma de ser cidadão em outros lugares, junto com a natureza, refazendo a nossa história olhando mais para trás do que só para a destruição iminente diante de nós.

Que bom que o futuro é ancestral, isso é sinal de que vai ser bom. ????
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Cris609 10/09/2024

Quanta sabedoria pode se colocar em tão poucas palavras? Não precisamos de muito volume quando o que se pretende é apenas o essencial. E esse livro é a maior prova disso. Ao nos mostrar que a única alternativa de futuro que teremos será a volta às raízes, Airton Krenak, é brilhante em apontamentos precisos.

A necessidade desenfreada de consumir todos os recursos naturais que existem estão empobrecendo a nossa existência. Os maiores provedores da vida na terra são os rios, cujas margens foram sucateadas e as águas, poluídas. A monocultura é celebrada na mesma intensidade que a vida plural dos povos é destruída. Isso tudo graças ao colonialismo que teve o papel de declarar, maliciosamente, que somos todos iguais em um mundo onde a diversidade seria crucial.

Nesse cenário de capitalismo voraz, acabamos substituindo a ideia de cidadão, pela experiência de consumidor. Fato que nos desconecta cada vez mais da responsabilidade como povo em exercício da soberania. A democracia é uma utopia que se constrói e não um bem que se consome.

Atrelado a tudo isso, na raiz do problema, vem o modelo pedagógico de educação, que se utiliza de recursos para moldar o indivíduo, ao contrário das antigas práticas de produção da pessoa. Quando chegamos ao mundo já somos e, apenas, acrescentamos habilidades.

Nas palavras do autor ?Em vez de serem pensadas como embalagens vazias que precisam ser preenchidas, entupidas de informação, deveríamos considerar que dali emerge uma criatividade e uma subjetividade capazes de inventar outros mundos ? o que é muito mais interessante do que inventar futuros.? E educação nada teria haver com o futuro, mas, sim, com uma experiência real.

Estamos suprimindo de vez a infância, como um lugar fantástico de seres pousando na Terra, e colocando no lugar um mundo frio e distante das disputas constantes. Gerando pessoas que se preocupam individualmente e não se veem como coletivo. Tudo isso revela um caminho assustador, cuja única saída possível é olhar para trás e pensar em um futuro ancestral.
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Isadora 06/09/2024

Difícil dizer o quão necessário é
"Os humanos estão aceitando a humilhante condição de consumir a Terra...parece que a vontade do capital é empobrecer a existência."
É uma leitura tão curta mas o que tem para se pensar nesses curtos capítulos é uma vida. Politize!
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Luiza2917 04/09/2024

Li o livro para um trabalho da escola e tenho que admitir foi uma leitura impressionante, Ailton Krenak trabalha muitos problemas atuais de maneira muito interessante, apresentando a visão indígena sobre todos. Um livro muito interessante e que todos deveriam ler.
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tolksdorf 04/09/2024

Uma leitura muito necessária, principalmente pra sair da visão eurocentrada que nós somos obrigados a engolir todos os dias por conta do capitalismo. esse livro me tocou muito mas de alguma forma diferente (de forma positiva), e agora estou num processo de digerir o que eu absorvi. não é fácil continuar seguindo sua vida normalmente quando um livro vem e fala o completo oposto do que deveria ser a vida.
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Daniel Tard 03/09/2024

Abya Yala! = saudação à terra e ao céu.
O livro Futuro Ancestral de Aílton Krenak é dividido em 5 partes: saudações aos rios; cartografias para depois do fim; cidades, pandemias e outras geringonças; alianças afetivas e o coração no ritmo da terra.
É o terceiro livro que leio do autor e posso dizer que cada obra é um grande aprendizado.
Nós, os seres brancos, não temos respeito aos rios, quase sempre poluídos e concretados. Enquanto, muitos povos indígenas do Brasil, Peru e Colômbia vivem não só próximos aos rios, mas muitas vezes em aldeias flutuantes, construídas em plataformas sobre as águas, ou seja, precisam das águas e de seus espíritos.
Os povos originários não se identificam com o conceito de cidadania - conceito criado pelo e para o povo branco- preferem ser representados pelo termo Florestania que foi criado para reivindicarem seus direitos à terra e na busca por alianças afetivas e não sindicatos ou partidos políticos.
O mais bonito no livro é a maneira que as crianças indígenas são criadas, não são educadas, e sim orientadas. Não aprendem a ser vencedoras, aprendem a partilhar o lugar onde vivem e o que têm para comer, colocando o coração no ritmo da terra.
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Bruna 30/08/2024

" A experiência da pandemia de covid-19 foi arrasadora. Em uma oportunidade que tive de tecer comentários sobre essa travessia, alguém me perguntou: "Ailton, a covid nos ensinou alguma coisa?", e eu respondi: "Por que que você acha que ela deveria nos ensinar algo? A pandemia não vem para ensinar nada, mas para devastar as nossas vidas. Se você está achando que alguém que vem para te matar vai te ensinar algo, só se for a correr ou a se esconder". Os brancos que me perdoem, mas eu não sei de onde vem essa mentalidade de que o sofrimento ensina alguma coisa. Se ensinasse, os povos da diáspora, que passaram pela tragédia inenarrável da escravidão, estariam sendo premiados no século XXI. Eu não tenho nenhuma simpatia por essa ideia, não quero aprender nada às custas de sofrimento."
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Priscila1201 27/08/2024

Os livros de Krenak são todos muito necessários. Recomendo a leitura de toda a coleção. Temáticas mais do que importantes. A gente precisa aprender com os povos originários!
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Dani 24/08/2024

Mais uma daquelas leituras necessárias para compreender uma realidade que é tão próxima, mas do nosso dia a dia é tão longe. Principalmente se nunca conversou com um indígena. Ailton traz pensamentos e reflexões acerca da sociedade e incômodos. Me marcou bastante sua reflexão sobre o modo sanitário de levar a civilização e sobre a forma educacional indígena, pois me remeteu a forma que eu fui educada, um colégio inclusive chamado Chico Mendes. Foi tudo pra minha vida!

Muito feliz por ler esse livro. Empolgada para o próximo.
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Kaique.Furquim 21/08/2024

Educação
Fui surpreendido no final com o diálogo sobre uma educação na visão do filósofo indígena. É algo que de fato precisa estar na mente de todos os educadores
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Joyce305 18/08/2024

Quanta reflexão ?
?A gente tem que ser capaz de atravessar tudo isso e CONFLUIR.?

Este livro é uma reflexão profunda e necessária sobre a urgência de reavaliar nossa relação com o mundo e sobre a importância da pluralidade.
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Ana Clara 16/08/2024

Uma evocação ao reflorestamento do nosso imaginário, à ancestralidade do futuro possível, à fruição que a vida reclama e a cidade moderna hostiliza. Como fazer com que a floresta exista em nós? Como atravessar os muros que construímos para isolar a cidade da selvageria da floresta? É realmente mais fácil acabar com o mundos do que acabar com o capitalismo? Krenak fala tão profundamente comigo, me faz pensar e repensar a dinâmica dessas e engrenagens. Ele nos convida a desacelerar e a desanimar a maquinação do mundo, a entender a perspectiva indígena de uso coletivo da terra, a instituir a florestania por meio de alianças afetivas e da derrocada da lógica sanitarista, a ampliar as narrativas. Propõe uma infância menos moldada e mais inventiva. Põe em voga o mito da igualdade, evidenciando que cada um é único, que o mundo é composto de vários mundos e muitas cosmovisões. O respeito à diversidade requer escuta, silêncio, observação e a retirada dos sapatos. É preciso pisar o chão com pés descalços e colocar o coração no ritmo da terra.
Juro, esse livro é capaz de mudar a sua vida.
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