Lurdes 07/05/2023
Ailton Krenak têm nos trazido reflexões importantíssimas, não apenas sobre os povos indígenas, mas também sobre as relações entre os povos em geral e suas interrelações com a natureza e com as cidades.
Nesta Semana dos Povos Indígenas precisamos ouvir aqueles que conseguiram se manter conectados com a natureza, cuja preservação diz respeito a todos.
Dos livros que já li de @_ailtonkrenak este foi o que mais gostei. Sua abordagem sensível e poética consegue nos tocar profundamente e agradeço a @companhiadasletras
pelo envio.
O capítulo inicial, em homenagem aos rios e como eles, desde sempre, foram primordiais para a sobrevivência humana, dos animais e para o surgimento e desenvolvimento das cidades, é maravilhoso.
O autor ainda faz uma análise do quanto o capitalismo domina decisões, se sobrepujando, inclusive aos governantes dos países.
Não existe futuro possível sem buscarmos nos conectar com nossa ancestralidade, com o fluxo da vida, o nascer, crescer e morrer.
O autor questiona inclusive esta ideia que persegue muitos ocidentais, de querer subverter a natureza a tal ponto que buscam a imortalidade.
Recomendo demais a leitura, a releitura, a reflexão. Muitos outros temas surgem neste pequeno grande livro, inclusive os recentes desmandos políticos, a pandemia, nosso comodismo e dependência tecnológica crescentes.
"Em um futuro não muito distante, seremos todos transformados em espectadores. Não vamos precisar fazer mais nada: a gente vai se conectar ao acordar, tal qual um trabalhador batendo o ponto, e depois desconectar na hora de dormir. E vamos poder consumir tudo que quisermos, durante a vida inteira, porque o capitalismo vai dar tudo para a gente!"
Quem sabe tentamos mudar um pouco este futuro?
É possível. Ainda dá tempo.
Podemos tentar ouvir a terra, os rios...