Rafael.Montoito 01/06/2024
Caminhando para a morte (e, às vezes, para o tédio)
Nesta fantasia distópica, um grupo de adolescentes enfrenta a "longa marcha", uma competição de caminhada que se estende por cinco dias, atravessando estados americanos. Há apenas uma regra: quem parar, morre. Os competidores são abatidos por soldados que acompanham a marcha, independentemente de estarem num trajeto em que há uma multidão à beira da estrada acompanhando a competição, ou não.
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O personagem principal é Ray Garraty, que não sabe nem mesmo por que se inscreveu em algo tão brutal. Ao longo do trajeto, conforme as horas passam, seu corpo vai sendo maltratado pelo esforço exacerbado, e seu psicológico também não sai ileso.
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À volta de Garraty gravitam outros personagens mais ou menos secundários, a depender da parte da história; enquanto os jovens conversam, aparecem discussões sobre a vida, sobre sexualidade, sobre o que fariam se ganhassem e tantos outros temas que acabam por deixar claro ao leitor uma única verdade: eles estão perdidos, não sabem o que foram fazer ali, e não passam de fantoches cuja missão é entreter as massas.
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Apesar dessa premissa interessante que fomenta várias discussões - inclusive atuais, embora o livro tenha sido publicado em 1979 -, o livro se mostra entediante em algumas partes pois, na verdade, a história não passa de um fiapo com vários momentos em que nada acontece. Teria sido muito mais impactante e melhor se tivesse sido escrita na forma de um conto.