madrugueilendo 27/09/2021passados sombrios não justificam atitudes ruins :/Acho que os primeiros 15% do livro foi uma das coisas mais fofas que eu já li na VIDA. Juro.
Meio sessão da tarde, diálogos irrealistas e um romance meio brega? Sim, mas who cares.
O que realmente desandou pra mim foi a segunda parte do livro. Por alguns motivos, os protagonistas, que começam o livro com 16 anos, se afastam com o tempo e só se reencontram 15 anos depois.
Achei toda a premissa e o background da história muito bons, e acredito que se tivesse lido a uns 3/4 anos atrás, realmente teria sido um livro favoritado pra mim, mas infelizmente, não funcionou.
Depois desses 15 anos separados, o protagonista masculino enfrenta algumas mudanças drásticas na vida, o que o fazem ser mais fechado, e não o adolescente sorridente que foi apresentado na primeira parte do livro.
Até então, tudo bem. Mas não acredito que situações cotidianas ruins, momentos, fases ou mudanças ruins na vida de uma pessoa, faça ela ganhar o direito de tratar as outras como lixo. Grey simplesmente foi recluso a ser pai, e a tratar as pessoas com o MÍNIMO de respeito, inclusive suas filhas.
Não acho que passados sombrios justifiquem atitudes ruins, e esse foi o maior ponto do livro pra mim.
Entendo que isso é algo que acontece na vida. Todo mundo já conheceu algum que um dia, sofreu muito, e se sentiu no direito de descontar nas pessoas ao redor. Mas dependendo de quem leia a história, não acho que seja algo saudável.
O livro de certa forma, vale a hype. Toda a abordagem do luto, família e segunda chance foram muito bem feitas, mas terminei sentindo que a protagonista merecia algo muito, muito melhor. No final, obviamente, o protagonista masculino se redime de uma vez por todas, mas ainda não acho justo o fato de ter tirado a paz de pessoas que o amam praticamente 60% do livro, pra depois ficar ?tudo bem?.
Outra coisa que me incomodou, é o fato de 15 anos se passarem, e o protagonista masculino ter mudado de vida completamente, quase ter se tornado um ?CEO?, casa própria, carros dos sonhos, enfim, uma vida ?perfeita?.
Enquanto a protagonista continua quase como se estivesse estagnada.
O que teoricamente, não tem nada muito demais. A vida acontece. As pessoas evoluem, outras não. Mas SEMPRE é a mulher que fica presa no passado.
Sempre é o cara que se torna um super empresário. Tem a vida financeira estabilizada, e quanto a mulher da história continua ralando.
Se eu não tivesse visto e lido tantas histórias assim, isso passaria completamente despercebido por mim, porque cada um leva a vida de uma forma diferente, e ta tudo bem.
Mas não é o primeiro, segundo, nem décimo livro que eu vejo isso acontecer. A mulher sempre é a que fica. O homem sempre é o que evoluem profissionalmente. Isso me deixa triste.