oz. 30/05/2024
"Camada por camada eu destruí, na última, já com as pernas amputadas, me arrastei e tive dó do que era eu"
Os poemas desse livro são ótimos. Muito sentimentalismo pessoal. Tirando alguns dos escritos que achei bem fraquinhos, a escrita é surpreendente.
A única coisa que me incomodou foi o autor bater sempre na mesma tecla: a solidão, a crise existencial. Às vezes eu me pegava revirando os olhos, imaginando que era compreensível o autor ser sozinho, ele é muito chato. Mas super entendo e respeito as emoções do autor.
Em geral, os poemas são muito parecidos. Alguns fogem um pouco da curva, esses são incríveis.
"Bata
Mas Bata
Com muita força
De explodir as veias da mão
Bata
Sem dó
Nem venha com
Tapas de asas
Com forças de carinho
Nunca bata devagar
Venha com toda a sua força, esmorecimento
Me lance contra o chão e me esmurre ? não para ficar deitado ? e sim para aguentar levantar.
Bata
Por favor
Preciso ficar forte de uma vez
Não de leve não aos poucos
Existo pra doer
Bata
Mas bata
Com muita força."