Resenhas - O que não tem nome

Júlia 27/05/2024

Acabei de terminar essa leitura e venho escrever esse comentário como estudante de psicologia. Me doeu ver, por diversos momentos no decorrer da história, as más intervenções dos profissionais de saúde mental, às vezes até a não intervenção. Me doeu pois saúde mental não é qualquer palhaçada. Trata-se de sofrimento humano. Lidamos com pessoas em profundo sofrimento. Quando se faz um diagnóstico em saúde mental, o intuito jamais é rotular, não se enganem com essa ideia. O intuito de um diagnóstico é entender o funcionamento daquele indivíduo, que, obviamente, é marcado por suas singularidades e individualidades. Mas, dentro dessas características individuais, também encontramos características que são comuns a pessoas que possuem tal transtorno. E isso é importante para que possamos compreender o prognóstico, os tratamentos, a melhor forma de cuidar daquele indivíduo e garantir seus direitos!
Me doeu enormemente no decorrer de todo o livro perceber que existem sim profissionais mal formados. Profissionais da saúde mal formados matam. Inclusive profissionais da saúde mental. Não estou aqui culpabilizando ninguém, o suicídio envolve múltiplas questões a serem analisadas. Apenas venho alertar para como devemos manter nossos olhos abertos para que profissionais escolhemos cuidar da gente e dos nossos, principalmente em tempos sombrios com tanto espaço aberto a pseudociências. A psicologia é uma ciência. Devemos tratar de saúde mental com a mesma seriedade. Devemos nos desprender de idolatrias a abordagens e buscar o melhor tratamento para cada paciente, para cada transtorno, para cada caso, sempre em comunicação com os demais profissionais que também cuidam dos nossos pacientes, pois é assim que se faz saúde, com interdisciplinaridade.