Contos cósmicos

Contos cósmicos Will Monteath




Resenhas - Contos cósmicos


15 encontrados | exibindo 1 a 15


letscia 28/05/2024

60 (2024) Ele, com três letras e E maiúsculo.
"Era um cachecol, com o distintivo padrão quadriculado em tons de cinza e azul escuro, exatamente igual ao usado pela minha amiga lhama. Permaneci ali, fitando-o em um silêncio contemplativo por um momento prolongado, questionando-me: seria o cachecol da lhama ou seria o meu?"
Os contos dessa coletânea são excelentes, todos com reviravoltas surpreendentes que dão o toque final à narrativa habilmente construída pelo autor.
Em "A Garota da Cafeteria", um homem em um estado reflexivo é surpreendido por uma moça que interrompe suas divagações, invade seu espaço pessoal e comete o erro de sentar-se à sua mesa. Ele a descreve como uma ruiva aparentemente natural de comportamento estranho e alma supostamente antiga. É um conto divertido, com um plot twist inesperado e cômico.
Em "À Procura da Pomba Perfeita", comecei a suspeitar que houvessem câmeras escondidas me vigiando. Não sou Maria Emília, mas compreendo perfeitamente a busca pela perfeição dominante na sociedade contemporânea. Uma menina de dez anos procura retratar a pomba perfeita em um desenho perfeito. Seu trabalho começa com uma acirrada seleção e culmina com a expectativa de aprovação. Esse é um conto que aquece o coração do leitor. Quantos de nós não funcionamos um pouco como essa criança?
Em "Cem Lhamas de Solidão", temos várias referências a Gabriel Garcia Marquez e um protagonista metade doido, metade incrédulo, que conversa com uma lhama. É um conto muito louco e bem escrito, não consegui deixar de pensar que a lhama era, na verdade, um duplo dele.
Em "Driving My Cat", um homem decide viajar de carro com seu gato preto, que após o nascimento de três filhos acabou sendo ignorado no lar. Genuinamente, não esperava pelo plot twist final. Passei a pensar que o gato era tão ignorado que ninguém notou algo tão grande quanto o que aconteceu - sem spoilers por aqui - me surpreendeu mais ainda que ele nem mesmo tivesse um nome.
Em "Gratidão", um pensamento meu foi muito enfatizado. É sempre terrível quando uma palavra ou expressão batida vira parte do vocabulário popular e temos que aguentar meses de repetições desnecessárias. Isso piora quando passam a usá-la incorretamente, como o tenebroso "assertivo". "Gratidão" é um conto bem-humorado e engraçado.
Em "In Love no Uber", um homem percebe que o carro selecionado para levá-lo é o mesmo Peugeot 208 que ele tinha. Ao perceber que sua mulher, Roberta, virou motorista na plataforma - e que usa o carro que eles compartilham nas corridas - o protagonista é tomado pela birra. É um conto inusitado, sobre um homem que se apaixona pela própria esposa, outrora ignorada e, de certa forma, menosprezada.
Em "Pêtit Gateau e Soldadinhos de Chumbo", o protagonista está em um avião esperando do lado de fora de um sanitário vazio, certo de que havia uma mulher ali dentro. Totalmente alheio aos detalhes, a coisa fica ainda mais absurda quando seu pai lhe faz uma revelação que o faz pensar sobre as lacunas de sua memória. O protagonista, além de alheio, é distraído ou enganado - e sim, minha segunda teoria é que tiraram o dia para fazê-lo entrar em crise existencial, ou seria tudo um sonho?
Em "Reflexões Gasosas", um homem com Transtorno Obsessivo Compulsivo precisa lidar com suas ansiedades. Ele é o protótipo de trabalhador perfeito para um empresário, mas nunca chegou muito longe devido à cautela de não sonhar alto demais. As reflexões do personagem servem mais como reflexão para o leitor, pois ele, nunca alcançando respostas satisfatórias, dá uma aula de como não viver.
Em "Romance entre Morcegos", temos uma chata exigente e um homem revolucionário. Tentando sair da monotonia, Sarah segue os conselhos de sua amiga e entra em um aplicativo de namoro. Ela encontra o cara perfeito, que atinge todos os requisitos, mas que é apaixonado pelo Batman. Em suma, José Cláudio não entende a rejeição e Sarah provavelmente vai morrer sozinha. Haha. A história é muito boa e com ótimas referências.
Em "Siris de Sobremesa", Oswaldo, um pescador, erra gravemente ao ser muito gentil com um escritor intenso, que desejava se alimentar de comida japonesa e, sem querer/querendo, acompanha todas as etapas do processo, desde a pesca até a sobremesa. Achei impressionante a forma como ele não entende sinais.
Em "Um Homem Sentado no Meu Sofá" - meu conto preferido do livro - um ermitão magicamente aparece no sofá do protagonista com uma revista de palavras cruzadas. Eles desenvolvem uma forte amizade e o ermitão torna-se uma figura paterna para o personagem. Como todas as outras vezes dessa experiência nômade, o ermitão magicamente é enviado para outro sofá, mas ainda assim, deixa sua marca na vida do protagonista. Desde o início do texto, sabemos que ele iria embora, mas a sensação de perda é compartilhada com o leitor de forma arrebatadora.
Trata-se de uma história impressionante, ao mesmo tempo identificável e fantasiosa. A obra superou minhas expectativas e espero que muitas pessoas leiam esse lançamento maravilhoso. Fiz questão de comentar conto por conto, pois cada um trouxe uma mensagem linda. Gostaria de ter dito mais, mas tenho plena consciência de que já ficou grande. Encerro aqui, mas antes, gostaria de deixar um agradecimento.
Gratidão por esse livro incrível, Will. Seu livro é uma obra-prima que merece uma grande moldura dourada.
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Marcos Nandi 22/05/2024

Contos cósmicos que não são cósmicos.
Na introdução desta coletânea, o autor diz não pretender sair do óbvio. Pretende ser mais conservador em suas histórias ou seja, ser menos esquisito.

Meio que uma forma de canalizar suas inquietações.

Mas acho que o tiro saiu pela culatra hahaha nenhum conto deste livro é normal. São todos esquisitos, saídos de uma máquina esquizofrênica de contar histórias (isso é um elogio). Gosto deste tipo de conto, gosto de coisas esquisitas, bizarras. Gostei imensamente do livro.

O autor sabe perfeitamente ir de um conto hilário para um reflexivo em questão de parágrafos, sabe escrever uma coisa esquisita e ao mesmo tempo, algo real ao ponto de ser palpável.

A cada projeto que leio do autor percebo sua maturidade e como ele vai criando uma identidade nova. Cada vez mais vejo menos Gabo e Murakami e mais do Will e isso é incrível. Um grande autor, um grande contador de histórias.

1. A garota da cafeteira: Um conto característico do Will: história simples, engraçada e obviamente, maluca. O protagonista estava em uma cafeteria bebendo seu café em paz, até que surge, uma mulher desconhecida (ou não), para puxar assunto.O papo dela é estranho, mas não duvido que aconteça. Nota 3/5

2. A procura da pomba: Esse é um conto fofo. Maria Emília, uma criança, ganha uma polaroide e resolve bater fotos de pombos. Tudo em cima de uma expectativa de agradar a mãe. Muito fofo. Nota 4/5

3. Cem lhamas de solidão: O protagonista está num chalé refletindo sobre sua vida, sobre seu desemprego, sobre cem anos de solidão (meu livro favorito). Até que ele encontra uma lhama. Inusitado e divertido. Nota 5/5.

4. Driving my cat: Esse conto é um misto de sensação. Quando pensei que algo triste iria acontecer, o autor me surpreendeu. Até agora é meu favorito. É a história de uma road trip de um homem e seu gato sem nome. A viagem seria de Floripa e Porto Alegre, onde resultará numa tragédia. Nota 5/5

5. Gratidão: Gratidão é um vírus? Talvez seja. Will eu te entendo, para mim quem diz "gratidão"também é um monstro, com penas, tal qual um papagaio gigante. Me diverti lendo este desabafo. Nota 5/5.

6. In love no Uber: Eu criei uma expectativa neste conto que não superou. Óbvio que a culpa não é do autor que desde o início falou que são contos dentro da caixinha. Mas é bom. O narrador encontra um Uber com a mesma placa de seu veículo. Pensei que seria uma história de doppelgänger (que amo), mas é algo mais lógica KK Nota 3/5

7. Petit Gateau e soldadinho de chumbo: Esse conto começa bem, mas acho que se perde. O que eu achava ser mais um conto com encontro estranho num avião, acaba num encontro com o passado e algumas memórias (é uma revelação). Não gostei tanto. Nota 2/5

8. Reflexões gasosas: Este conto achei genial. Queria um romance com o Jaime como protagonista. O plot da história é algo muito simples: será que esqueci o gás ligado? Como eu me identifiquei...Deus do céu. Eu tenho TOC e me percebi em cada detalhe. Como o TOC pode atrapalhar a vida da pessoa. Sensacional. Nota 5/5

9. Romance entre morcegos: Achei Sarah uma pessoa bem chata KKKK recém formada em medicina e recém solteira. Pronta para um novo relacionamento, resolve baixar um aplicativo de relacionamentos, mas ela tem uma exigência que torna impossível qualquer tipo de relacionamento. Não é nada flexível. Mas o conto é muito bom e divertido. Nota 5/5

10. Siris de sobremesa: É muito bom ler um conto próximo da minha realidade. A história se passa em Florianópolis e num dia de chuva, o protagonista encontra um pescador bem manezinho da ilha. O conto é meio frugal. Um almoço. Comendo siris e tomando caipirinha. Um texto simples e com sotaque. Eu li com sotaque. Nota 3/5.

11. Um homem sentado no meu sofá: O último conto (e meu favorito) é a história de um intruso que aparece DO NADA na casa do protagonista. Um senhor de 80 anos, que se considera um eremita de consciência. Muito bom. Nota 5/5.
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lua 03/05/2024

Gostei bastante
Os contos são bem variados, em temática. Me perguntei em vários contos como (e se) algumas coisas realmente aconteceram com os protagonistas. Acho que esse é o realismo fantástico desenvolvido, e eu curti! Achei a leitura leve e rápida, realmente um respiro fresco na minha rotina.
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DêlaMartins 02/05/2024

Contos não são "minha praia" e acabo demorando muito para terminar livros assim. "Contos cósmicos" foi diferente: me prendeu, gostei muito e li muito rápido. O livro caiu super bem porque estava em período de ressaca literária e as histórias descompromissadas e muitas vezes surreais, foram perfeitas.

São 11 contos desconectados entre si, leves, sem sofrimento. Histórias curtas que abordam temas malucos, inusitados, mas muito bons: um encontro num café, uma menina fixada por pombos, lhamas, gato, um homem que aparece no sofá, gratidão, um uber que aparece com o carro do cliente, entre outros assuntos.

O meu preferido foi Gratidão, ri muito. Tenho a impressão de que vou me lembrar do conto quando escutar alguém me dizendo gratidão.

Um ótimo livro. Will Monteath navega super bem nas maluquices do cotidiano, do pensamento humano e do realismo mágico.
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Yasmin 28/04/2024

Fantástico
Além das incríveis referências, os contos deixam um ar de suspense maravilhoso - e te fazem querer saber mais sobre o caso. Uma escrita incrível que te deixa ansioso pra chegar no final e um fim inesperado; os contos são, num geral, uma excelente leitura de cabeceira, caso você seja igual eu: curioso, que pensa demais no PORQUÊ de algo.
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Lívia 27/04/2024

Contos cósmicos
Tive o imenso prazer de ser convidada pelo Will para ler o seu livro, acompanho seu trabalho a um tempo e sua escrita sempre me prendeu muito e é claro que com esse livro não seria diferente. Um livro com vários contos e que no primeiro já me arrancou boas risadas, nesse mundo você vai conhecer diversas pessoas, uma mais interessante que a outra e que vão te arrancar sinceros sorrisos e te trazer um sentimento que aconchego, não conseguia parar de ler o livro, fiquei encantada e espero que vocês também fiquem.
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Robremir 05/04/2024

O Fantástico no cotidiano
Eu sou muito fã de H.P. Lovecraft. É o primeiro universo que me vem à cabeça quando vejo a palavra cósmica em algum lugar - mas não, você não irá achar nada lovecraftiano neste livro. Cósmico aqui se refere aquele universo infinito que cada um carrega em si e é cheio de coisas improváveis mas que realmente podem acontecer: como encontrar uma ruiva que odeia canela, um pescador que te convidei para almoça e cozinhe maravilhosamente, ou um velhinho sentado no sofá de casa. Aqui o improvável acontece, e pode ser em qualquer lugar. Em um livro cheio de encontros, com um prosa afetiva que lembra bastante LF Veríssimo, o autor me ganhou brilhantemente. Não bastasse, a forma como o livro chegou às minhas mãos e o trabalho do autor em se divulgar são incríveis. Espero contribuir um pouquinho para que todos possam apreciar está leitura que muito me motivou.
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Cantinho da Kau 03/04/2024

Conseguiu me fazer sorrir e chorar
Will e seu dom de nos fazer pensar e pensar...

Contos Cósmicos do cotidiano são apenas... Contos do cotidiano. Tão simples né? Mas me emocionaram de uma grande forma.

Incrível como o primeiro me fez gargalhar no final, genuinamente, e o último me fez chorar um tiquinho, pois me lembrou alguém que perdi, e eu podia ter certeza que o Will estava falando do meu avô.

Simplesmente incrível, como tudo que o Will escreve, mesmo que seja só o cotidiano.
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pitypooralfie 03/04/2024

O Will, além de muito gente boa, é um excelente escritor. Achei os contos muito confortáveis e aconchegantes. Ler esse livro no friozinho deu um climinha a mais de charme e proximidade com os personagens.

Tenho sérios problemas para me concentrar em ambientes barulhentos, mas consegui mergulhar nesse livro e ignorar tudo ao meu redor, de tão imersiva que a escrita e as situações criadas são.

E amo esse realismo fantástico bem ao estilo do Murakami que ele traz. Consigo sentir bem a influência do japonês em suas histórias. Às vezes eu achava algumas frases e diálogos formais demais, mas isso não afetou muito a minha compreensão e imersão.

Este é o segundo livro do Will que leio. Quero muito ler os próximos.
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Jhaze 02/04/2024

Leve e Descontraído
Leve, rápido e descontraído. É assim que vejo Contos Cósmicos.
Nesta obra de fácil degustação, o autor nos brinda com um texto de rápido consumo, um rápido lanche textual.
Com a veia humorística presente em suas obras (nas que conheço), que sempre despertam risadas, desta vez o autor o autor surpreendeu um pouco, ao nem sempre tecer um texto que provoca o riso, mas mantendo sua marca registrada, os finais dos contos da coletânea vem de maneira abrupta e intrigante, a ponto de despertar raiva, mas de leve.
Ótima oportunidade para conhecer mais um autor nacional!
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Maria Tereza 30/03/2024

Mais uma experiência impecável
Fui convidada pelo Will, mais uma vez, para conhecer essa coletânea de seus contos incríveis. Seu jeito de escrever é sempre um prazer para ler e fico sempre muito feliz de conhecer novas histórias.

Nessa obra, ele viaja de forma leve, suave e divertida por diversos cenários, desde um pescador dorminhoco até a busca pelo pombo perfeito para uma arte. E não dá pra parar de ler quando a gente começa.

Logo eu posto a resenha no meu Instagram, passa lá pra ver: @auchihachan
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ellie.0 29/03/2024

Sem dúvida, esse foi um dos livros mais queridos que eu já li. É daqueles tranquilos com uma pitada de humor, muito bem escrito pelo autor, ? amei a escrita também. Recomendo bastante esse livro para caso esteja passando por um período de bloqueio literário, ele é curtinho, e certamente muito leve. É um dos meus favoritos com certeza.
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ToniBooks 28/03/2024

O extra e o ordinário.
"Contos cósmicos" é a terceira obra de Will Monteath que leio. Sendo esse livro composto pela coletânea de 11 contos. Nele o leitor terá oportunidade de perceber como situações do cotidiano podem esconder, sob o véu da rotina, fatos dignos dos mais variados afetos. Sei que me emocionei e gargalhei durante todo o percurso de leitura desse singelo, mas precioso livro. Valeu mais uma vez, Will.??????
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Li :) 26/03/2024

AMEI
Já sabia q ia amar, esse autor é um divoo super criativo, os contos são MARAVILHOSOS LINDOS INCRÍVEIS PERFEITOS sério
Esse livro é uma ótima companhia, amei muito
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Ju Andrade 21/03/2024

Gratidão Will
Pra mim não é nenhuma surpresa favoritar mais um livro desse autor incrível. Contos cósmicos é uma daquelas coletâneas que trazem diversos sentimentos a cada conto lido, o que torna difícil parar de ler. A simplicidade dos temas, a escrita, a criatividade de tornar o cotidiano fantástico, tudo aqui torna a leitura extremamente prazerosa. Só tenho um arrependimento: ter lido rápido demais. Com certeza farei uma releitura ainda esse ano, de preferência em um dia frio e tomando um cappuccino sem canela. Eu também não gosto de canela.
Will Monteath (autor) @willmonteath 21/03/2024minha estante
Gratidão =)




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