A casa de barcos

A casa de barcos Jon Fosse




Resenhas - A casa de barcos


8 encontrados | exibindo 1 a 8


Andressa 26/05/2024

A casa de barcos
A história tem como cenário marcante o fiorde, assim como em É a Ales, mas desta vez o narrador vive num fluxo constante de pensamentos e após alguns acontecimentos passa a experimentar uma angústia muito forte. Não recomendo para pessoas ansiosas ou que estão iniciando o hábito de leitura, embora a história te prenda, o estilo de escrita é bem diferente do convencional.
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Linard 13/05/2024

Este livro deixa claro: o Nobel acertou
A casa de Barcos é um livro narrado por um homem de nome não revelado que se vê em um estado latente de angústia após reencontrar com seu amigo, Knut, no verão. Dividido em 3 partes, o romance apresenta o mesmo acontecimento nas duas primeiras partes, uma com narração em primeira pesssoa e outra com um híbrido de terceira e primeira pessoa; o último traz um acontecimento já sabido, mas, agora, clarificado. Essa simplicidade do enredo, contudo, esconde a complexidade da forma de narrar e perceber a história lida, exatamente porque o romance opta por um trabalho estético em que a palavra é explorada ela própria em dimensões que arraigam para o texto uma gama de sentimento emulados. Deve-se dar pouco ou nenhuma credibilidade a este narrador que, por isso mesmo, cativa-nos a cada linha por conseguir simular perfeitamente as possíveis angústias que relata e que, como diz, servem de mote para a escrita que ocorre à medida que lemos. Um romance excepcional que vale cada segundo de atenção. Sem dúvidas, um dos melhores do ano.
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NazaSicil 11/05/2024

Leitura hipnotizante
Comprei esse livro por dois motivos: o autor e a capa.

Eu já tinha lido Brancura, lançado em 2023, do mesmo autor e gostado muito. A casa de barcos foi lançado em 1989 e traz o mesmo estilo de narrativa.

A capa é maravilhosa e a história é bem interessante.

O narrador é um guitarrista que, aos trinta anos, ainda mora com a mãe, na cidade em que foi criado, vive de bicos, tocando em bailes, aparentemente sem nenhum relacionamento amoroso.

Quando um amigo de infância, Knut, vai passar as férias, com sua esposa e filhas, na pequena cidade costeira da Noruega, onde o narrador ainda mora, o reencontro dos dois amigos, que há dez anos não se viam, acaba sendo um gatilho angustiante para o contador da história.

Knut mudou de cidade, casou, teve duas filhas, é professor de música, enquanto que o narrador continuou na mesma cidade, no mesmo lar, com uma vida desinteressante.

O protagonista conta a história desse reencontro, de dentro do sótão da casa da mãe, enquanto tenta escrever e está imerso em pensamentos repetitivos e desconexos, liberando aos poucos, para o leitor, o que supostamente aconteceu.

O autor consegue nos passar perfeitamente toda a inquietação, a agonia do personagem, o sofrimento, a ansiedade.

O livro é pequeno, tem apenas três capítulos e o li em poucas horas, de um fôlego só, repleta de piedade pelo personagem em desassossego, que despeja sobre nós seu frenético fluxo de consciência.

A intenção do autor foi alcançada com sucesso: é um livro que incomoda, angustia, perturba, hipnotiza.

? "... assim é com a maioria das coisas, no final não resta nada, tudo apenas deixa de ser, tudo muda, e aquilo que um dia foi se transforma numa coisa totalmente diferente, diminui, torna-se nada, assim é a vida, não tem o que fazer, é assim e pronto."
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Rodolfo Vilar 10/05/2024

? Explorando as profundezas de ?A Casa de Barcos? de Jon Fosse, minha primeira incursão na obra do autor pela gentil oferta da @fosforoeditora. Desde o início, fui imerso em uma narrativa desafiadora e envolvente, onde Fosse nos leva por uma jornada tumultuada através da mente de Bard, um jovem perdido em meio a lembranças e circunstâncias desafiadoras. A construção narrativa, permeada por um fluxo de consciência penetrante, nos lança em um turbilhão de emoções e reflexões, enquanto Bard revisita seu passado e confronta seu presente.

? A presença marcante da ?Casa de Barcos? serve como um poderoso símbolo das memórias que o assombram, moldando sua percepção da realidade. Ao longo das idas e vindas entre passado e presente, somos desafiados a decifrar os enigmas de sua vida e a reconstruir sua narrativa fragmentada. Dividida em três partes, a história se desdobra em uma tapeçaria intricada de eventos e emoções, onde cada camada revela novos insights sobre o personagem e seu entorno. Enquanto somos transportados para as paisagens evocativas da Noruega costeira, sentimos a solidão e a melancolia que permeiam a história, acrescentando uma camada adicional de profundidade à narrativa.

? Apesar de nos aproximarmos do desfecho final, somos deixados com uma sensação de incompletude, mais perguntas do que respostas, mas ainda assim cativados pelo encanto irresistível da prosa de Fosse. Uma experiência literária que transcende as páginas, convidando-nos a explorar os mistérios da mente humana e a abraçar a beleza da incerteza.?
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Lucian 09/05/2024

A forma é melhor que o conteúdo
A forma que o autor escolheu para escrever supera a história. Por vezes a leitura é cansativa pelas repetições infinitas, mas com o tempo, além de entendermos o porquê de ser escrito dessa maneira, somos fisgados pela expectativa do que está por vir, e por juntar as partes que montam o quebra-cabeças. Para quem quer ler apenas um livro para passar o tempo ou por prazer, não recomendo, mas para quem quer experimentar algo diferente, vale a leitura.
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Icaro 07/05/2024

Narrativa diferente
Livro bem interessanre do ganhador do prêmio Nobel de literatura. Várias visões para uma mesma história que vão esmaecendo com o tempo.
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Claudio.Berlin 15/04/2024

Ritmo intenso - angústia
Não é a toa que Jon Fosse ganhou o prêmio Nobel de literatura .
O personagem principal ( Leif) , narra de forma continua e muito angustiada acontecimentos mal resolvidos relativos a seu amigo de infância Knut.
Em um fluxo de consciência, a narrativa é intensa .
São poucos pontos , ou parágrafos.
Tudo para refletir a profunda angústia.
É como se a mente do narrador não encontrasse um pingo de paz .
Li em 1 dia . Fiquei hipnotizado.
Um desses livros em que a narrativa é mais importante do que a história.
Abaixo vai parte da abertura do livro.
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Eu não saio mais de casa, uma angústia tomou conta de mim, e não saio mais de casa. Foi neste verão que a angústia tomou conta de mim. Reencontrei o Knut, não o via fazia uns dez anos, provavelmente. Eu e o Knut estávamos sempre juntos. Uma angústia tomou conta de mim. Não sei o que é, mas a angústia faz minha mão esquerda doer, os dedos doem. Não saio mais de casa. Não sei por quê, mas há meses nem sequer ponho o pé fora da porta. É só essa angústia. Foi por isso que decidi escrever, vou escrever um romance. Tenho que fazer alguma coisa.
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allenylson.ferreir 10/04/2024

Primeiro livro do jon fosse que leio e gostei, apesar de achar um tantinho cansativo algumas vezes. mas muito interessante, principalmente como ele constrói todo o suspense, a ansiedade, a curiosidade da narrativa, o que faz o leitor querer saber que diabos aconteceu e o porquê dessa angústia toda.
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