Nina Souza 26/03/2024
Um livro incrível
A magia é um assunto sensível em todo o mundo e nos quatro reinos é proibida. A menor conexão poderia sentenciar à morte. Tratavam à magia como um insulto a Deus e à natureza, tal como um perigo para a moralidade. E as leis e as religiões do reino sempre se molda para refletir na tradição dos que estavam no poder.
Brystal tem quatorze anos e acredita que tem um futuro grandioso pela frente, mas, sendo mulher e morando no opressivo Reino do Sul, onde mulheres não possuem direitos e são proibidas de ler, o seu projeto de futuro fica cada vez mais distante – tudo piora quando é flagrada testando um feitiço mágico de um livro proibido num local onde se quer deveria estar.
A criança precisa lidar com as consequências de seus atos e logo é enviada para uma Instituição Correcional, mas logo é salva por uma mulher misteriosa que a leva para uma Academia de Magia. Incrédula e recém descoberta, Brystal passa por toda uma jornada de autoconhecimento enquanto estuda magia e se aproxima de outros estudantes com certos talentos mágicos que também precisam de estabilidade: seja no controle de seus poderes, ou em suas vidas pessoais. E enquanto passam a se entenderem quanto seres mágicos e a construírem suas personalidades, também precisam lutar não só pelo destino da magia, mas com perigos de um futuro completamente incerto causado por mágoas e repressões de gerações anteriores.
Algo que me admira muito no autor é que ele escreve para crianças, mas cria toda uma atmosfera oculta para adultos com um teor muito profundo de críticas sociais em suas histórias, de forma que podem ser levantadas com os pequenos de uma forma leve, conscientizando temáticas desde a infância.
Apesar de ser um livro infantil com um alto teor de contos de fadas, é um livro agradável para todas as idades. Sabe quando precisamos de uma leitura sem tantas reviravoltas, com uma escrita divertida e leve, mas que ainda nos estimula a pensar ao mesmo tempo em que nos permite acreditar novamente na magia? É o sentimento que “um conto de magia” proporciona.
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