Coisas de Mineira 17/03/2024
NOSSA LUZ INTERIOR É UM LIVRO PARA QUEM GOSTA DE OUVIR HISTÓRIAS SURPREENDENTES
Ex-primeira dama, mãe e esposa, é autora de um best-seller. Agora, em seu novo romance, Michelle Obama nos apresenta um pouco de suas experiências pessoais e profissionais, fazendo os leitores refletirem sobre nossa luz interior.
Resenha do livro Nossa luz interior, da Michelle Obama
Dividido em 3 partes, o livro de Michelle Obama, Nossa luz interior, publicado pelo Editora OBJETIVA, e traduzido por Débora Landsberg, Denise Bottmann e Fernanda Abreu, nos leva leva aos grandes momentos vividos por ela antes, durante e depois de passar pela Casa Branca.
Eu fiquei muito impressionado com alguns relatos, porque, apesar de ela ser a Michelle Obama, havia muitas coisas sobre ela que eu não conhecia. A leitura do livro foi muito boa, mas em muitos momentos durante a leitura, tive a sensação de não saber se estava gostando ou não. Eu digo isso, porque a leitura tem um estilo parecido com autoajuda, e não é um tipo de leitura que eu costumo ler.
Deixando de lado esse gosto pessoal, o livro é muito. Para quem quer conhecer um pouco sobre a história da Michelle Obama e receber algumas dicas dela, o livro é muito bom. Sendo bem sincero, eu não consegui identificar o motivo para o livro ter sido dividido em 3 partes mais a introdução. Mencioso isso, porque não sai de um assunto específico e vai para o outro.
"Caso você seja uma pessoa mais jovem e esteja lendo isto, seja paciente consigo. Sua jornada longa e interessante está apenas no começo e nem sempre será tranquila. Você passará anos coletando dados sobre quem é e como funciona, e só aos poucos desenvolverá autoconhecimento e se sentirá mais seguro. Descobrir e usar a própria luz é um processo lento."
Primeira parte do livro Nossa luz interior
Na introdução, fica muito claro que a autora teve todo um cuidado de falar sobre sua infância até chegar no seu best-seller, Minha história. Ainda não tive a oportunidade de ler, mas espero conseguir em breve. Nesse momento do livro, ela trouxe grandes reflexões sobre sua vida. Nessas lembranças, ela relata a forma como ela foi criada pela sua família, o amor de deus pais, os momentos com o seu irmão, etc. Um detalhe muito importante, ela diz que apesar de nunca ter tido uma vida de luxo, mas nunca faltou nada em sua mesa para comer.
Eu sou uma pessoa muito visual, deve ser por isso que gosto de tirar e ver fotos. Durante a leitura de Nossa luz interior, nos deparamos com vários registros da Michelle Obama em diferentes contextos, seja durante a sua infância, com os amigos, com a família, nas suas palestras, etc. Fiquei muito impressionado com os relatos dela, em ver a turnê de seu livro cheio de pessoas.
Como eu disse, não li o Minha história, mas eu senti que nesse livro ela tentou contar um pouco de sua experiência durante os momentos que passou em turnê, como foi o processo de estar conectada com as pessoas que ela teve o contato durante esses momentos e, finalmente, pôde dizer como foi essa experiência.
Eu, particularmente, gosto bastante de ver pessoas mais velhas contando histórias e experiências vividas durante suas vidas. Gosto de perceber e ver como simples detalhes, muitas vezes, podem nos ajudar a enfrentar algo difícil. Em seu livro, ela relata como vivia sempre apressada, pensava em tudo e tinha a necessidade de ter algo para fazer sua mente descansar. Nisso, ela relata sobre o seu contato com o crochê e como ele foi importante para ela relaxar a mente.
"Compreendemos que nossa presença como pretos na Casa Branca trazia uma mensagem sobre o que era possível, por isso dobramos a aposta na esperança e no trabalho duro, tentando exercer plenamente essa possibilidade."
Os exemplos de experiências e as dicas
Lembro-me de ter comentado no Instagram algo que me chamou atenção, porque durante todo o livro, mesmo que isso não fique claro diretamente, é possível perceber que ela dá um exemplo sobre alguma experiência que ela teve para, em seguida, aconselhar o leitor. Por exemplo, ela relata sobre o crochê e em como ele ajudou ela, então, o leitor deveria se apegar às pequenas coisas também para ajudá-lo. Outro momento que se encaixa nisso, é quando ela relata sobre os momentos com a família, amigos, e como as pessoas deveriam preservar cada vez mais e se apegar..
É muito legal ouvir uma pessoa muito importante, como a Michelle Obama, falar sobre suas experiências. São vivências únicas e ver ela contar é muito interessante. Tópicos que são muito presentes no livro dizem sobre as pessoas correrem atrás de seus sonhos, permanecerem firmes no que acreditam e nunca desistir.
"Na vida, é complicado sonhar com o que não se vê. Quando olhamos ao redor e não enxergamos uma versão de nós mesmos no mundo, quando esquadrinhamos o horizonte e não há ninguém parecido conosco, começamos a sentir uma solidão mais vasta, uma sensação de não combinar com as próprias expectativas, os próprios planos, as próprias forças. A gente começa a se perguntar onde — e como — um dia vai achar nosso espaço."
As críticas presentes no livro
Um momento que me marcou muito foi quando Michelle, no capítulo 9, relata sobre A convenção nacional de 2008 do Partido Democrata em Denver, onde ela menciona que, apesar de sempre tentar decorar todas as palavras muito antes de subir ao palco, naquele, quando ainda estava começando, teve vários problemas para ler o seu discurso. Isso me fez refletir bastante em como até as pessoas mais importantes, que sempre demonstram tranquilidade e segurança, ainda assim, sentem medo de errar.
Muitos são os relatos da Michelle Obama, em Nossa luz interior, sobre pessoas que entram em contato com ela para falar que querem mudar o mundo, para falar sobre suas experiências e pedir conselhos. Acredito que o livro tenha sido uma ótima forma da ex-primeira dama de manter contato com essas pessoas e inspirarem a nunca desistir de seus sonhos. É engraçado pensar que ela nunca imaginou que um dia se tornaria primeira-dama, tanto que ela até tentou ser atleta profissional, mas entendeu que não era o seu caminho.
De uma maneira muito suave, a autora relatou sobre algumas fragilidades e pressões vivenciadas durante os 8 anos na Casa Branca. Um momento muito impactante, se parar para pensar, é quando ela fala que via de perto a solidão da presidência, quando Obama era presidente, já que vivia com o peso de tomar decisões importantes, a pressão por ser presidente. Mesmo que ele sempre estivesse cercado de pessoas, parecia sempre se sentir só. Mas como ele tinha uma esposa que se preocupava com, em meio a todo o caos, a Michelle sempre conseguia dar um jeito de fazer o seu marido estar conectado com seus amigos.
"Quando a gente escolhe viver com outra pessoa, essa escolha determina como vamos viver. A gente se pega o tempo todo fazendo a escolha de ficar em vez de fugir."
A segunda parte do livro
Esta segunda parte do livro começa com a autora falando sobre suas amigas. É notável como ela sempre valorizou esses momentos, desde contar em como sempre organizava esses momentos para agradar a todas as pessoas até mencionar os relatos de suas amigas. Achei muito bonito que a autora menciona como conheceu algumas de suas amigas e como fazia para se aproximar delas. Na época, por ser primeira-dama, tinha que tomar muito cuidado e mesmo assim, ela manteve suas antigas amigas e construiu novas amizades ao longo dos anos.
O meu lado romântico gritou quando apareceu algumas fotos mais descontraídas do Barack Obama e da Michelle Obama, com a legenda falando que Barack é o melhor amigo dela e o seu verdadeiro amor. Sem entrar em muitos detalhes sobre a família que construíram, já que o casal tem duas filhas, Sasha e Maria, ela relata também sobre a convivência dos três e em como ficou feliz em ver suas filhas crescendo e se tornarem grandes amigas. Eu achei muito engraçado alguns momentos ao mencionar sobre as filhas, porque parecia que as garotas eram duas meninas humildes e não filhas do então Ex-presidente dos EUA.
Após esses relatos, a autora, novamente, começa a falar sobre a importância de escolher a pessoa certa para estar na sua vida. Concordo plenamente quando ela menciona que devemos ter alguém com objetivo de que essa pessoa trabalhe com a gente e não para a gente. Faz sentido para vocês?
Quando eu mencionei que o livro parecia ser de autoajuda, tem um trecho muito específico em Nossa luz interior, que é quando a Michelle fala sobre a sua admiração por sua mãe. Tendo como base seus ensinamentos, ela faz uma lista com alguns ensinamentos de sua mãe para ser uma pessoa boa.
"A qualquer coisinha que saísse errado, meu sentimento de culpa como mãe vinha à tona. Eu começava a questionar todas as escolhas que Barack e eu tínhamos feito na vida, todas as encruzilhadas que surgiram no nosso caminho."
Terceira Parte de Nossa luz interior
Essa última parte do livro, fica claro de um jeito muito subjetivo a forma como ela fala sobre força, luta os momentos de fragilidade que ela teve e mesmo assim conseguiu se superar. Eu tenho minhas críticas a livro de autoajuda, mas não posso deixar de lado que, para quem gosta, eles têm um papel fundamental. Digo isso, porque para muitas pessoas ficar exposto ao público e falar é muito difícil. Mas até mesmo quem estar em uma posição social elevada também tem medo de errar.
Outro detalhe que novamente fica exposto é esse lugar de consciência de uma mulher preta representando outras mulheres em uma posição social tão importante. Ela realmente conseguiu fazer um trabalho bonito, como mostra os seus relatos no livro, durante os 8 anos na Casa Branca e logo depois. No entanto, ela também deixa claro que como a primeira mulher preta naquele papel, ela tinha consciência da corda bamba que estaria se equilibrando.
De um modo geral, o livro é muito bem construído. Pessoas que se interessam por histórias inspiradoras, relatos de experiências vividas e um pouco de autoajuda, com certeza vai adorar Nossa luz interior. Quando eu finalizei Nossa luz interior, eu senti que deveria ter lido Minha história primeiro. Não porque este seja uma continuação, mas por ter muitas referências ao outro que eu não peguei por não ter lido.
"Às vezes, sair por cima significa que você precisa optar por agir dentro de determinadas margens, mesmo se as próprias margens forem uma provocação."
Sobre a autora
A autora de Nossa luz interior, Michelle Obama, foi primeira-dama dos EUA entre 2009 e 2017. Ela foi formada em Princeton e Harvard. Conheceu Barack Obama na Sidley & Austin, onde conheceu Barack Obama. É autora do Best-seller Minha história. Atualmente, ela vive com Obama em Washington, DC, e tem duas filhas, Malia e Sasha.
Por: Dalyson Oliveira
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