Eles pensam que somos gatos

Eles pensam que somos gatos Luciana Cunha Pereira




Resenhas - Eles pensam que somos gatos


3 encontrados | exibindo 1 a 3


Renan.Aryel 03/04/2024

Um livro sobre paixões e caminhos que se entrecruzam
Este é um livro daqueles que gostamos de fazer marcações para depois compartilhar. As personagens centrais são femininas, fortes e independentes. Paira um ar de mistério sobre a natureza delas, há magia por todo lado, rituais ancestrais, paixões ardentes e dúvidas sobre os caminhos tomados ao longo da vida.

Há alguns trechos bem poéticos, que abusam de simbolismos. Será que eles são gatos? Eu tenho a minha teoria, mas essa resposta fica a cargo da interpretação final feita na cabeça de cada leitor.
comentários(0)comente



Francys.Emellin 03/04/2024

A resenha que escrevi já diz tudo!
Essa obra é aquela que vai te fazer pensar muito. É um jogo de quebra cabeça que a confusão chega a ser a resposta correta para a lição que a autora quis passar ao leitor.

São animais, pessoas, uma seita ou um grupo etéreo? Isso só lendo para descobrir.

Fottiá a nossa protagonista aprende que com o tempo tudo se modifica e cada um segue seu caminho, mas ela, por outro lado, continua ali, parada enquanto o mundo gira ao seu redor. Entre lembranças da velha bruxa, do ritual que a transformou em matriarca, do rio sagrado que hoje reside na Cidade Cinza, do amor perdido e da cria que lidera a nova busca pela morada de seus antecedentes, Fottiá se vê livre e perdida entre as paredes de sua casa. Ela observa tudo, e revive os momentos em que corria como louca pelas ruas, roubava comida e dividia o teto com outros seres rebeldes e de má influência. Dos momentos que ia até a floresta e transpassava o véu para assistir o ritual de outros seres.

Entre indas e vindas, Fottiá percebe que desde o início seguiu um caminho moldado quando ainda assistia o corre, corre da cidade lá embaixo. Mas o seu ainda continuava adormecido. Quantos de nós seguimos os sonhos de outros? Quanto nos empenhamos para agradar pessoas que apenas querem se engrandecer? Derramamos o nosso suor a uma causa que desde o nosso nascimento está ali proposta. Nascemos, crescemos, procriamos, trabalhamos que nem loucos e ainda podemos morrer sozinhos. Do que valeu a vida?

Você já fez algo importante hoje?
Já abraçou alguém?
Disse a verdade a quem ama?
És verdadeiro consigo?

Indas e vindas, é disso que se trata a vida, seja ela entre a gataria, os humanos, os ancestrais e de uma seita. Cada um tem seu caminho a seguir e faz dele o que acha ser importante, isso quando o faz.

Sua vida é como a proclama, é como sente, e como pensa. Uma velha bruxa pode lhe mostrar o caminho, mas basta você entender e aceitar o que a vida vai lhe dar.

site: https://www.amazon.com.br/Eles-pensam-que-somos-gatos-ebook/dp/B0CSPTYD33/ref=sr_1_1?crid=26J23ZODGAFQ&dib=eyJ2IjoiMSJ9.8hyqRY-I1Hbt_TklXFH5Gv_bim3Rd817JXz-c5iQ5tcDCDC08iUBUpX5xkcI6jLz.tO8X_a4IFs4nTOo6uRLUq6it7aYhtcXkECc0tkUpu6M&dib_tag=se&keywords=eles+p
comentários(0)comente



Assores 24/03/2024

Quando a magia ousa usar de palavras, ela vem na escrita de Luciana
Fottiá vê em seu destino a liderança, o medo que a ameaça na forma de urbanização desenfreada e o esquecimento de suas tradições. Mari por vezes sente o que o concreto não permite que os outros sintam, enquanto busca em si suficiência.

Eles Pensam que Somos Gatos é um romance que te pega pela mão e te leva para uma cachoeira no interior da floresta, ao som dos tambores e sob a luz da lua-mãe, enquanto a névoa surge do chão e te transporta para mundos atemporais. Tudo isso enquanto nos cobre com uma narrativa que beira a poesia dos pássaros e a mística das noites estreladas. Há um certo je ne sais quoi... uma dose forte, fluída e bem-vinda de oculto, e que consequentemente se deixa escapar das palavras, enquanto ainda estamos presos a uma inevitável pergunta.

Direi que há diversas mensagens que podemos extrair das quase 200 páginas do livro de Luciana, mas nem de longe me julgo apto a afirmar, então me resta questionar: existe um apelo à preservação da natureza e seu misticismo? Uma crítica à insistência em que na qual fingimos esquecer os cultos do passado, aqueles liderados por mulheres fortes e sábias? Existem escolhas afinal? Se sim, então há conflito entre o caminho que podemos escolher e o elo que nos conecta com o tempo, o vivido e o planejado, pois quando até mesmo o que de há bom nos cerca, nos sufoca?

Não abra o livro pensando que tem nas mãos as respostas para a pergunta que permeia a narrativa. A autora te faz acreditar, te deixar pensar que está tudo resolvido, então você vira uma página e lá está ela outra vez, a pergunta – que se disfarça de autora, ou seria o contrário? – a rir da sua cara de bobo. O véu da realidade se afina, vemos sombras que andam com destreza na noite, mas ainda nada vemos.

Eles Pensam que Somos Gatos seria então sobre a liberdade de escolher, mesmo sabendo das linhas que inevitavelmente nos levam a um destino — soturno ou jubilante, cabe isso aos olhos?

E ao final, resta ainda a maldita pergunta: eles são gatos?
Leitura altamente recomendada, e se souber a resposta, diga-me, por favor.


site: https://www.instagram.com/_assores_/
comentários(0)comente



3 encontrados | exibindo 1 a 3


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR